12- Plano de fulga

Guk Saemi's point of view

Eu me sentia nervosa, algo dentro de mim me dizia que aquilo não estava certo e eu com certeza estaria completamente ferrada depois daquilo. Minha respiração estava pesada, meu coração batia rápido, quando Minho pôs sua mão sobre a minha.

—Vai ficar tudo bem, ninguém vai saber de nada.— Ele disse com uma voz mansa.

Eu tentei me acalmar, mas o som da sala sendo trancada apenas me deixou mais ansiosa ainda. Eu comecei a me desesperar em silêncio, a mão do Lee continuava sobre a minha, ele segurou minha mão com mais força, como se tentasse me acalmar. Minho tirou a caixa com o Soonie de meu colo e me puxou para perto, deixando minha cabeça sobre seu peito enquanto ele passava a mão que estava livre em meus cabelos.

—Calma, vai dar tudo certo.— Ele disse. —Nós não estamos presos, nós podemos sair pela janela. Estamos no térreo, então não vai ser muito difícil descer, tá bom?

—Sim.— Falei com a voz ainda trêmula. —Me promete uma coisa.

—O que?

—Que nunca vamos fazer uma coisa assim de novo.

—Tá, eu prometo.

Me afastei de Minho enquanto pegava a caixa com o Soonie novamente. Nós dois ficamos em silêncio por alguns segundos, tentando ter certeza de que ninguém mais estava ali, quando tudo parecia completamente silencioso, Minho se levantou.

—É, eu acho que a barra tá limpa.

—Então, disse nós vamos pular a janela.— Me levantei e caminhei até a janela. —Tem certeza que não vai ser uma má ideia?

—Claro que não, eu só preciso pular e aí você me dá a caixa.— Ele disse enquanto abria a janela.

—Tá bom...— Eu murmurei ainda um pouco receosa.

Ele colocou as mãos sobre a parte da parede onde fica a janela, então com um pouco de impulso, Minho conseguiu pular para fora da sala. Eu me aproximei da janela, vendo ele tirar poeira de suas roupas.

—Pode me dar o Soonie.— Ele disse.

Com cuidado, eu estiquei meus braços tentando aproximar a caixa dele, o Lee pegou o objeto então fez um gesto para que eu tentasse descer. Eu tentei pular a janela, mas aquilo parecia muito alto para mim, então eu passei um bom tempo olhando para o lado de fora, sem fazer nada.

—Você tá com medo?— Minho me perguntou e eu apenas neguei com a cabeça. —Não é alto, não precisa ficar com medo.

—Eu não tô com medo.— Eu disse.

—Eu não acredito que tenho que fazer isso.— O Lee murmurou deixando a caixa no chão. Ele se chegou mais perto da janela, então me segurou pela cintura e me levantou, me tirando de dentro daquela sala e colocando-me no chão. —Eu sabia que pessoas da nossa idade podem ter medo de altura, mas você, com medo de pular de uma janela no térreo?— O garoto riu pegando a caixa do chão.

—Parecia alto pra mim.— Cruzei os braços ainda um pouco nervosa. —Ah, vamos pra casa logo!

Nós começamos a caminhar sem trocar ao menos uma palavra, uma das grades estava aberta, então foi fácil de sair de lá, em pouco tempo, nós estávamos andando pelas ruas até o nosso prédio. Eu sentia a brisa das mais ou menos nove horas da noite enquanto observava o céu estrelado, ainda sem dizer nada. Algo parecia estranho entre nós dois era diferente de quando geralmente voltamos para casa. Talvez, a noite tenha deixado ele mais quieto, ou talvez o cansaço, eu não sabia dizer, muita coisa estava passando na minha cabeça ao mesmo tempo.

—Aí.— Minho quebrou o silêncio que pairava entre nós. —Obrigado por ter me ajudado nessa ideia idiota.

—Tudo bem.— Eu respondi em um tom mais baixo. —Foi até divertido.

Nós andamos um pouco mais até chegar no nosso prédio. Subimos juntos sem dizer nenhuma palavra e quando finalmente chegamos em nosso andar, pude ver a minha mãe andando em círculos com um celular no ouvido, como se estivesse desesperada tentando me ligar.

—Oh céus, vocês dois chegaram!— A minha mãe falou assim que nos viu chegando. —Onde vocês foram? Por que voltaram tão tarde?

—Não foi nada não, tia.— Minho sorriu. —É só que nós dois ficamos mais um tempo estudando, né Saemi?

—Sim, sim.— Eu respondi um pouco nervosa. —A gente decidiu revisar juntos.

—Mas o que é isso?— Ela apontou para a caixa nas mãos de Minho.

—Bem... São...— Ele olhou para mim rapidamente.

—Livros.— Eu completei a sua fala. —São alguns livros que uma amiga nossa nos emprestou.

—Ah, entendo.— Minha mãe disse ainda desconfiada. —Agora vamo entrar que já tá tarde.— Ela olhou para mim. —Boa noite, Minho.

—Boa noite, tia.— Ele respondeu.

Eu entrei em casa junto a minha mãe e fui direto para o meu quarto, sem jantar, sem pensar em mais nada. Me deitei na minha cama e fiquei um tempo olhando para cima, pensando sobre tudo o que aconteceu hoje, as memórias de Minho, tão perto de mim invadiam a minha mente. "Por que eu estou pensando nisso?" Eu pensei escondendo meu rosto no travesseiro.

Uma das coisas que eu prometi a mim mesma foi: em hipótese alguma pensar no Minho como mais do que um garoto irritante que eu conheço, mas o jeito que ele me puxou e me abraçou enquanto eu estava em pânico me fazia pensar demais sobre isso, será que ele fez isso de propósito? Será que eu só não estou assim por causa de meus hormônios? Eu adoraria saber responder qualquer uma dessas perguntas.

Eu até tentei dormir, mas o medo de ser pega depois de ter quebrado tantas regras da escola ao mesmo tempo era tanto que eu não tive como pregar os olhos. Cogitei em trocar de roupa, já que talvez ainda estar usando o uniforme escolar —por pura preguiça de se trocar— esteja me mantendo acordada. Agora vestindo um pijama, eu voltou a me deitar, dessa vez eu fechei meus olhos, mas não consegui dormir de jeito nenhum, então decidi mandar mensagem para alguém.

Ei, Minho.
Como tá o Soonie?

Ele tá bem, não se preocupa.
Pode vim visitar ele se quiser.
Ele gosta muito de você.

Desliguei meu celular e tentei dormir novamente. Demorou bastante para conseguir dormir, sorte minha que amanhã é feriado.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top