10- Um décimo
Lee Minho's point of view
Desde que soube sobre Saemi e seu encontro com aquele menino, algo me incomodou, especialmente quando começou a ficar tarde e ela não voltou. Eu encarava a rua pela a janela do meu quarto esperando que Saemi aparecesse, eu estava ansioso, pensando se algo tivesse acontecido com ela. Eu não estou preocupado com Saemi, é só que quando você assiste muito true crime, você fica paranóico com qualquer pessoa.
Foi quando Saemi e Beomgyu apareceram por ali, eles estavam de mãos dadas e embora eu tenha quase certeza de que Saemi não goste de toque físico, ela parecia estar gostando. Foi quando ele puxou ela e a abraçou, eu me levantei com tudo da cadeira que estava sentado, como eles ficaram tão próximos? Algo me incomodou, talvez as últimas situações com Saemi me fizeram um pouco paranóico em relação a outros garotos.
Mas dessa vez, sua expressão era bem diferente do que aquele dia com o Hyunjin, ela estava sorrindo. Talvez, eu deveria deixar isso para lá, não é da minha conta mesmo. Mas ainda tem alguma coisa estranha com isso.
(...)
Eu cheguei mais mal-humorado que o normal na escola. Era como se algo em particular me incomodasse, mas eu não sabia dizer o que —ou talvez não quisesse admitir. E como se a minha vida não pudesse piorar, ouvi da professora de inglês a última frase que gostaria de ouvir:
—Vou entregar as provas hoje.— A mulher disse fazendo com que todos ficassem desesperados.
—Minho!— Jisung disse. —Estamos mortos!
—Eu sei.— Respondi. —Espero que me enterrem com uma roupa bonita.
—Quanto você acha que vai tirar?— Changbin perguntou.
—Não sei, uma nota baixa.
Embora eu não estivesse nada calmo com aquela prova, alguém estava pior que eu. Saemi estava mais pálida que o normal, suando sem parar enquanto suas mãos tremiam, aguardando seu nome ser chamado. Eu posso parecer até um pouco cruel, mas aquilo era até engraçado, talvez rir da expressão desesperada de minha colega me deixasse menos estressado.
—Guk Saemi.— A professora chamou deixando-a mais desesperada, o que me fez rir. —E Lee Minho.
Toda a felicidade foi embora de mim, fazendo com que Saemi soltasse uma risada nasal.
—Parece que eu não vou ser a pior na sala, huh?
—Eu duvido.
Por ter se levantado antes, Saemi pegou sua prova primeiro. Ela voltou para sua carteira com um perfeito "O" se formando em sua boca. Peguei minha prova logo em seguida, aquilo era ruim, mas não era uma surpresa, não para alguém tão péssimo no inglês como eu. Me virei na direção de minha carteira e percebi que Saemi continuava em choque, a curiosidade tomou conta de mim, como a nota dela foi para deixá-la tão chocada por tanto tempo?
—Quanto você tirou?— Indaguei parando em frente a sua carteira.
—Eu...— Ela fez uma pausa. —Diga você primeiro!
—Cinco.— Respondi.
—Cinco?— A Guk pareceu desesperada.
—E você? Quanto tirou?
—As notas não importam tanto, sabe?
—Quanto você tirou?
—Quatro... Quatro ponto nove.— Ela respondeu envergonhada fazendo-me dar uma gargalhada alta.
—Sério?— Eu continuei rindo. —Bem, eu achei que sua nota seria muito melhor do que a minha, mas quatro ponto nove..
—Cala a boca!— Ela disse dando um leve tapa em meu braço. —Vou garantir que serei melhor que você na próxima, nem que seja por um décimo.
—Você nunca vai superar o melhor em inglês nessa sala.
—Tch, você tirou um cinco e já acha que é o melhor da sala?
—É claro que eu sou.
Saemi me encarou por alguns segundos antes de Changbin aparecer.
—Ei, fiquei sabendo que vocês tiraram notas baixas.— Ele disse.
—Nossa, as informações chegam rápido nessa sala.— Falei rindo. —De fato, eu tirei uma nota de merda e acredito que Saemi também, não é Saemi?
—Cala a boca.— Ela murmurou.
—Bem, é que... Eu estava pensando em fazer um grupo de estudos pro inglês, já que a maioria não se saiu bem.
Acho que com a maioria ele quis dizer nós três.
—Não me parece ruim.
—Eu acho que não seria ruim pra mim também.
—Ótimo, vejo vocês depois da aula.
(...)
Eu achei que seria ótimo fazer parte de um grupo de estudos. Mas, talvez a escolha das pessoas que estão no grupo comigo não são uma das melhores. De um lado da mesa da cafeteria escolhida por nós estava, eu, que consegui não ter supostamente a pior nota da sala por um décimo e a Saemi, supostamente a pior nota da sala. Do outro lado, temos Changbin, que não nos disse sua nota até agora e Jang Eunbi, nossa colega fluente em inglês, sinceramente a única pessoa que eu confio para nos ajudar de alguma forma.
—Não Changbin, não é assim.— Eunbi disse calma.
—Mas o que vocês estão estudando?— Saemi indagou.
—Verbo to be...— Changbin murmurou.
Imagino que Changbin tenha proposto esse grupo de estudos por um motivo.
—É am, is e are no presente.— A Jang falou apontando para o livro. —E no passado é was, que serve para am e is. Também tem o were que é passado de are, entendeu?
—Hm...— O Seo analisou seu livro por alguns segundos. —Quase isso.
—Ele não entendeu.— Falei.
(...)
Foi uma tarde um tanto lenta, eu poderia dizer que já estava tarde, então eu e Saemi decidimos voltar para casa. Estava um pouco escuro e pelo o horário, ventava bastante. Nós dois estávamos em silêncio, sinceramente, eu não sabia o que dizer, mas eu acabei me lembrando de algo que queria perguntar desde cedo.
—Me responda uma coisa, você e aquele cara do cabelo longo...— Eu falei. —Vocês estão namorando?
—É claro que não, eu só saí com ele duas vezes.— Ela respondeu. —O que foi? Ficou com ciúmes?— A Guk brincou.
—Não, claro que não.— Eu disse virando meu rosto para a direção oposta dela. —É só que eu vi vocês dois se abraçando ontem.
—Huh, tá me stalkeando?— Ela perguntou. —Poxa, já não bastava o Hyunjin?
—Ele tá te stalkeando?— Perguntei surpreso. —Ah, eu vou acabar com ele.
—Eu já não disse que isso não é problema seu?
—Não é problema meu, mas eu tô preocupado, não posso?— Cruzei meus braços. —A vida inteira a sua mãe confiou em mim pra evitar que você faça alguma merda e agora que um maluco tá te perseguindo você quer lidar com isso sozinha?
—Por que você se preocupa tanto? Não acha que eu já não tô velha o suficiente pra que você fique fingindo se importar? Eu não preciso que você me proteja dele, eu consigo lidar com isso sozinha.
—Bem, se é o que você acha.— Dei de ombros. —Mas saiba que se eu pegar ele tentando alguma coisa com você, eu vou acabar com ele.
—Tá, eu não ligo.
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