05- Gatos odeiam boladas
Lee Minho's point of view
Desde que encontramos o gato, nossa vida se tornou um pouco caótica. Saemi simplesmente fez um cronograma para ir alimentar o gato, eu deveria ir lá toda a terça e quinta, enquanto ela iria segunda e quarta e nós dois iríamos juntos na sexta. Era quinta e eu estava com o gato.
Me abaixei ao lado dele, então puxando um pequeno pote que nós usávamos como pote de comida do gato e comecei a colocar ração lá.
—Pode comer tudo.— Sorri para o gatinho.
Observei ele comer, enquanto pensava sobre o que aconteceria se descobrissem que estamos mantendo um gatinho na escola, sem a permissão de ninguém.
—Graças a Deus, você não está matando o pobrezinho.— A voz de Saemi interrompeu meus pensamentos.
—Achei que não fosse seu dia de vir.
—E não é.— Ela se abaixou ao meu lado. —Ah, ele é tão fofinho!
—Eu acho que já entendi isso.
—Nossa, que gentil!— Guk revirou os olhos. —Depois eu que sou grossa.
—Aprendi com você.
—Bem, já estou indo.— Ela se levantou. —Se você esquecer de alimentar ele um dia, eu vou acabar com você.
—Eu duvido.
—Eu até poderia responder isso, mas eu sou uma dama e não quero perder minha classe com você.
(...)
Me despedi de Jisung e Changbin então saí da escola completamente sozinho. Claro, a senhora Guk queria que eu acompanhasse Saemi até em casa, mas a pedido da própria Saemi e ainda mais porque eu não tenho nenhuma vontade de fazer isso, eu decidi deixá-la ir sozinha.
O sol estava quase se pondo, já eram cerca de quatro da tarde, a brisa batia em meu rosto, era uma sensação ótima, até eu começar a ouvir algumas vozes.
—É sério!— Era Saemi. —Se eu não fosse uma dama, eu já teria acabado com ele!
—Quer dizer o Lee Minho?— A garota que tinha quase certeza se chamar Kaeun indagou.
—Sim, de quem mais eu falaria?
Ótimo, estão falando de mim. Claro que eu pensei em dar um pequeno susto em Saemi, não seria nada demais, nada realmente comparado a aquele dia da tinta. Apressei meus passos tentando alcançar elas, então coloquei minha mão sobre os cabelos da Guk.
—Falar dos outros é feio, princesa.
—Feio é você!
—Você nem sabe xingar direito! Imagina me bater.
—Está me desafiando?— Ela parou de andar.
—Talvez.
—Certo! O que você acharia se a gente brigasse, aqui mesmo e agora mesmo?
—Você não teria coragem.
—Você teria?
—Espera aí!— Kaeun nos interrompeu. —Vocês não podem brigar, meu celular tá sem bateria e eu queria muito gravar isso. Era melhor vocês brigarem outro dia.
Continuamos andando por alguns minutos, até finalmente chegarmos na frente do nosso prédio.
—Tchau.— Saemi acenou.
—Tchau, Kaeun.
—É Boram!
—Mesma coisa.
(...)
Era uma sexta-feira qualquer, não faltava muito para o fim de nosso intervalo das aulas, então decidi dar uma olhada no gato. Fui até nosso pequeno esconderijo e acabei vendo uma cena um tanto peculiar, eu diria.
Guk Saemi estava deitada no chão, segurando o gato acima de sua cabeça enquanto fazia sons um pouco estranhos e falava coisas com uma voz mais fina que o habitual.
—Que coisa mais fofinha da mamãe, que gatinho lindo!— Ela dizia para o gato.
—Desde quando você é mãe dele?— Falei me escorando na parede.
—Desde que eu encontrei ele.— Ela respondeu se sentando no chão. —E também, fui eu que deu um nome pra ele.
—Você deu um nome pra ele? Que nome você deu?
—Soonie.— Ela pronunciou lentamente enquanto eu a encarava com uma das sobrancelhas arqueada e os braços cruzados. —O que foi? É fofo.
—Certo, certo, eu entendi.— Falei concordando com a cabeça. —Vê se escolhe um nome menos brega da próxima vez.
—Não é brega!— Ela deixou o "Soonie" no chão. —Não é a cara dele?
—Se é o que você pensa.
(...)
Guk Saemi's Point of view
Era aula de educação física, de novo e dessa vez eu não tinha desculpa alguma para não fazer aquela aula idiota. Sinceramente, eu preferia morrer do que fazer aquilo, mas como agora eu sou uma mulher responsável e tenho um filho para cuidar, —digo, o Soonie— eu não posso morrer ainda.
—O jogo de hoje é queimada.— O professor ditou. —Como temos a mesma quantidade de meninos e meninas, vamos fazer um time feminino e um masculino.
—Sim.— Dissemos em uníssono.
Não demorou muito para o jogo começar e era um caos. Eu sinceramente não sei como sobrevivi a aquilo, talvez porque eu seja ótima desviando, embora sendo péssima em arremessar. Pouco tempo depois só tinham mais três pessoas de pé na quadra: Eu, Yuna, uma garota do meu time e o Minho no time dos garotos.
A verdade é que Yuna era a pessoa mais atlética que eu já conheci. Além de ter ótimas habilidades de desvio, ela também conseguiu queimar quase todos os meninos do outro time, com exceção do Minho.
A bola estava com o time dos garotos, o objeto rolou até Minho que colocou o pé em cima da bola. O Lee pegou a bola do chão e pude ter certeza de que ele estava mirando especialmente em mim, ele pegou impulso então jogou, mas surpreendentemente não foi a mim que ele acertou, ele acertou a Yuna.
—Boa sorte Saemi.— Yuna disse. —Você consegue!
A bola estava bem ao meu lado, eu peguei e comecei a me aproximar da divisão entre os dois times enquanto Minho andava para trás. Quando já não podia ir mais para frente, mirei em Minho e joguei com toda a força que tinha, acertando com tudo no rosto do Lee.
Assim que a bola bateu em seu rosto ele escorregou e caiu no chão, todos ficaram em silêncio, eu fiquei preocupada, claro, ele não se mexia ou ao menos fazia algum som. Me aproximei dele lentamente e me abaixei ao seu lado.
—Minho...— Eu o chamei sem obter resposta. —Lee Minho! Lee Minho, isso não é engraçado!
—Guk Saemi.— Ele disse fraco. —Eu te peguei.— O Lee se sentou no chão com um sorriso no rosto.
—O nariz dele tá sangrando!— Ouvi alguém falar.
—Meu Deus!— Exclamei. —Seu nariz...
—Que?— Ele passou a mão sob seu nariz. —Merda...
—Senhorita Guk.— O professor falou para mim. —Leve o senhor Lee para a enfermaria.
—Certo.— Me levantei. —Consegue levantar?— Indaguei estendendo minha mão.
—Sim.— Ele respondeu segurando minha mão e se levantando.
Eu saí da quadra puxando ele pela a mão até a enfermaria. Nos mantemos em completo silêncio durante o trajeto, até que finalmente chegamos no lugar.
—Chegamos...— Eu disse. —Ah...— Soltei minha mão da dele.
—O que? Isso só foi uma desculpa pra segurar minha mão? Você gosta de mim?
—Só quando eu estiver louca!— Afirmei. —Não diga isso pra mais ninguém, entendeu? Agora vai cuidar da merda do seu nariz!
—Tá bom, tá bom, não precisava se irritar.
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