Invadindo a mansão do senhor Jung
Na manhã seguinte...
Mal consegui dormir na noite passada de tão ansioso que estava, tomara que esta noite perdida vale a pena no final. Peguei o celular que estava no criado mudo ao lado da cama na intenção de ver as horas e ainda eram 08:50am.
Mas já levantei com toda a coragem do mundo e fui até ao banheiro para tomar um banho, olhando assim, parece que sou o maníaco do banho. Senti até um arrepio, mas só irei tomar um agora para expulsar todo este sono e ansiedade que insiste em habitar dentro de mim.
E após ter tomado o meu precioso banho, fui até ao quarto ainda enrolado na toalha e peguei uma calça moletom cinza, camiseta preta com estampa dos "Os Vingadores". Sim, amo os filmes da Marvel e por favor, não me julguem por isso.
Os vesti com toda a preguiça, já que o banho não foi capaz de expulsá-lo totalmente de dentro de mim. Com isso, saí do quarto com o celular na mão em direção a cozinha já que estava morrendo de fome.
Abri a geladeira na esperança de ter algo gostoso para comer e no fim, só tinha um pedaço de bolo de chocolate que não faço a mínima ideia de quando o comprei. Mas espero que não tenha se estragado ainda, pois, não estava afim de preparar um café da manhã coreana.
Após a primeira colherada, até que o gosto não estava muito ruim e continuei comendo até acabar. Se eu morrer hoje, já saberei o motivo do meu falecimento precoce.
E como sou o rei do drama, resolvi mandar uma mensagem para o Jungkook dizendo que hoje poderá ser o meu último dia vivo. Então peguei o celular que estava jogado no balcão da cozinha, desbloqueei a tela e procurei o contato dele, o cliquei:
Taehyung:
Bom dia! Sei que esta hora, você já deve está na faculdade e tendo mais um dia complicado lá. Mas gostaria de comunicá-lo que não sei se estarei vivo até amanhã, pois, acabei de devorar um bolo de chocolate que nem consigo lembrar quando o comprei. Peço-lhe desculpas antecipadamente por qualquer coisa que eu tenha feito e que tenha lhe chateado.
Depois de digitado tudo que queria dizer para o mesmo, cliquei em "enviar" e agora esperar a minha morte chegar. Quer dizer, depois que eu concretizar o meu plano, é claro.
Ok, agora chega de drama porque o dia vai ser mais longo do que foi ontem para mim e agora tenho que pensar em um detalhe que acho que deixei passar, mas agora acabei o lembrando aqui. Faltou a parte de como convencerei os seguranças e o mordomo da mansão, sobre que fui chamado para cuidar do jardim junto com o jardineiro oficial deles.
Vai ser complicado, mas arrumarei o jeito na hora, ou seja, irei improvisar já que não tem outra forma mesmo. Não sei se me arrumo agora ou deixo para mais tarde, estou com medo de acabar me esbarrando com aquele traste e não quero que ele estrague o meu dia que mal tinha começado.
Mas quer saber, irei me arrumar e ir lá logo de uma vez. Qualquer coisa, tento não ser visto por ele e também, dificilmente aquele imbecil irá me reconhecer.
Então andei até chegar no quarto, já que o disfarce se encontra lá. E quando cheguei no cômodo, já fui me despindo até está apenas de cueca box. Vesti o macacão verde de jardineiro, peguei um par de botas preta masculina e os calcei logo em seguida.
Depois de pronto, peguei a peruca e o bigode junto com a colinha, fui até o espelho que fica ao lado do guarda-roupa. Primeiro, coloquei a peruca sobre a minha cabeça e ficou rente às orelhas, só não gostei muito porque a franja tampava um pouco a minha visão.
Mas acho que dar para relevar um pouco, com isso, coloquei a colinha no bigode falso e o posicionei no local destinado no meu rosto. Depois disso, fiquei me encarando por alguns segundos no espelho, tentando me acostumar com a minha aparência temporária.
Saí do quarto rumo a cozinha para pegar o celular e as chaves, depois de ter feito isso, abri a porta e saí imediatamente. Andei até chegar ao elevador e assim que cheguei ao estacionamento, peguei o meu carro e o acelerei rumo a mansão do senhor Jung.
Cerca de cinquenta minutos se passaram...
Finalmente cheguei ao local planejado, porém, deixei o carro a duas quadras da residência para que não ocorresse de ser reconhecido pelo meu veículo de alguma forma. Toquei o interfone torcendo para que fosse o senhor Lee que me atendesse, já que é o mais educado dos funcionários da família.
Não demorou mais do que trinta segundos até que alguém me atendesse:
— Bom dia, senhor... — Senhor Lee parou a fala esperando que eu o completasse.
E foi quando percebi que não tinha pensado no meu nome fictício, as vezes me surpreendo com a tamanha da minha burrice. Mas agora terei que pensar em um imediatamente:
— Bom dia, senhor. Eu me chamo Christopher Smith, sou dos EUA e por isso que não falo muito bem o teu idioma. Estou aqui para o perguntar se o jardim desta residência precisa ser tratada? É que estou procurando um emprego e enquanto não consigo um fixo, estou batendo porta a porta em busca de um serviço. — Dizia enquanto forçava um sotaque norte-americano.
— Olha, meu rapaz... Já temos um jardineiro e ele faz um ótimo trabalho, apesar que ele pediu uma licença para tratar de sua saúde. Mas acho que por hoje, o senhor pode cuidar do nosso jardim e queria ressaltar, para que não incomodasse o dono da mansão, pois, ele está se recuperando ainda. Combinado? — Perguntou e pude escutar a sua respiração forte do outro lado do interfone.
— Ok, combinado. E pode deixar, que irei só fazer o meu trabalho e logo em seguida, irei embora sem incomodar ninguém. — O respondi ainda forçando o sotaque.
— Espero que cumpra a tua palavra, meu jovem. — Falou e apenas escutei os dois portões pratas se abrirem.
Com isso, andei durante o caminho longo até as escadas onde o senhor Lee estava os descendo junto com uma nova empregada, bom, pelo menos não a reconheci:
— Bom, como pôde ver o nosso jardim é vasto e acho que o senhor terá um grande trabalho pela frente. A senhorita Jeong irá acompanhá-lo até uma pequena casa onde contém todo o material que irá precisar. — Comunicou e assentiu a cabeça para a empregada que entendeu que teria que me levar até ao local mencionado.
E assim que já nos encontrávamos lá dentro da casinha, a jovem empregada que aparentava não ter mais do que vinte e um anos, que era dona de uma aparência comum mas que não deixava de chamar a atenção. Ela me mostrou tudo que preciso usar no meu trabalho e depois se retirou, dizendo que teria que terminar o seu serviço lá dentro da mansão.
Bom, peguei algumas coisas e depois me direcionei até ao jardim próximo das escadas. Me agachei e tentei fazer alguma coisa para deixar o meu disfarce convincente, apesar que acho que não está dando muito certo.
Já que não levo jeito para a jardinagem, mas portanto que eu não mate as plantas e todo o resto, para mim está tudo certo. Até que depois de uns vinte minutos, comecei a sentir um certo incômodo na região de minha barriga e tentei ao máximo ignorar isso para continuar com o trabalho.
Mas depois de alguns segundos, estava começando a suar frio e estava sentindo um pouco de tontura. A minha barriga começou a doer descontroladamente como se uma coisa tivesse louca para sair dentro de mim, não preciso entrar em detalhes para saberem no que estou me referindo.
Levantei o mais rápido possível e isso me fez ver tudo preto por uns dez segundos até que voltei a enxergar normalmente. Corri em direção as escadas com uma certa dificuldade, já que estava fazendo o possível para não deixar esta coisa sair antes de chegar ao banheiro.
Bati na porta incessantemente até que alguém a abriu:
— Por favor, por favor me deixe usar o banheiro, é urgente. — Implorei ainda mantendo o sotaque norte-americano para a senhorita Jeong.
— Entre, mas não faça barulho porque o senhor Jung se encontra dormindo no momento. O banheiro dos empregados fica por ali, do lado direito daquele corredor próximo a cozinha. — Instruía enquanto apontava a direção do local da minha salvação.
— Ok, muito obrigado. — A agradeci e corri em direção ao local apontado.
Assim que estava de frente a porta da minha salvação, o abri e fechei logo em seguida. Depois sentei no vaso já libertando aquela coisa que não estou afim de entrar em detalhes no momento.
Depois de alguns ou vários minutos, finalmente saí do banheiro mil vezes mais aliviado e andei com os passos lentos para que ninguém pudesse me ouvir. E fiquei pensando em como farei para subir as escadas que me darão acesso aos quartos da residência.
Mas quando estava chegando lá, ouvi passos rápidos descendo os degraus e com isso me escondi atrás de uma pilastra ao lado de um quadro de um pintor famoso para não acabar sendo flagrado por alguém.
Acabou acontecendo o que mais temia, pois, quando ouvi a voz do homem que parecia que estava brigando com alguém pelo telefone e o reconheci pela voz imediatamente. Sim, é do maldito do Jung Dong-sun e como sempre, ele está atrasado para chegar na empresa da família.
Este cara não muda nunca, é impressionante isso. Mas enfim, farei o possível para ficar bem escondido atrás desta pilastra até que este maldito vá embora.
Enquanto estava tentando me fazer de invisível, escuto a seguinte frase que saiu da boca daquele doente:
— Sim, fui obrigado pelo meu querido pai a tirar a queixa daquele morto de fome e aposto que quando ele souber que está limpo, voltará para cá e infernizar mais a minha vida. Preciso urgentemente em me livrar daquele lixo e você irá me ajudar, se não quiser colocar a tua família em risco, Taeyang. — Vociferou e terminou a fala desligando o celular.
E com isso, apenas escutei os passos indo em direção a porta da mansão e depois o barulho alto da porta se fechando com toda a força que ele tinha. Então foi quando pude finalmente respirar fundo e saí de trás da pilastra com todo o cuidado do mundo.
Se aquele crápula acha que poderá se livrar de mim tão facilmente e ainda ameaçar família de outras pessoas como bem entender, ele está muito enganado. Se ele quer tanto brincar com fogo, acho que farei o mesmo e usarei todos os meus recursos.
E sim, irei para o quarto dele para procurar os DVD's daquelas gravações nojentas e o caderno que tem os nomes de todas as vítimas que passaram pelas mãos do mesmo. Assim que já estava lá, não tive muita dificuldade de entrar, pois, estava semiaberta.
Descuidado como sempre, Dong-sun...
Depois de vasculhar com todo o cuidado do mundo, sempre deixando as coisas no lugar para não levantar suspeitas. Acabei encontrando o que tanto almejava, eles estavam guardados no mesmo lugar como se fosse de propósito e espero que seja mais uma neura de minha parte.
Os coloquei dentro dos bolsos enormes deste macacão verde e saí do cômodo antes que alguém aparecesse. Andei mais um pouco até parar em frente ao quarto do senhor Jung que estava semiaberto e adentrei com os passos lentos.
Me aproximei da cama no qual ele estava dormindo tranquilamente e parecia que estava sorrindo, então presumi que estava tendo um sonho muito bom. Fiquei curioso para saber no que ele estava sonhando, pensei em deixá-lo em paz, então andei em direção a porta até que:
— Pensei que nunca o viria novamente, Taehyung. — Ouvi uma voz rouca atrás de mim.
— Como sabe que sou eu? Pensei que tivesse dormindo. — O indaguei assustado.
— Pai sempre reconhece o filho até mesmo quando este estar disfarçado. O seu cheiro e o jeito de se movimentar são inconfundíveis para mim. — Me respondeu enquanto sorria docemente.
— Parece que não tem como enganar o senhor, né? Como está se sentindo? — O perguntei enquanto soltava um sorriso de lado.
— Não, nem em milhões de anos que você conseguiria me enganar. Estou melhor após ver este sorriso depois de tanto tempo e agora me dê um abraço que desejo desde que recebi alta do hospital. — Disse e abriu os braços bem devagar.
Soltei uma risada baixa, agachei em direção ao mesmo e o abracei sem apertar muito, pois, não sabia se poderia abraçá-lo normalmente ainda:
— Me abraça direito, estou velho mas isso não quer dizer que irei partir ao meio se me abraçar forte. — Resmungou perto do meu ouvido.
— Me desculpe, pai. — O abracei e por fim, acabei permitindo que algumas lágrimas rolassem sobre as minhas bochechas.
— Pode chorar, estou aqui para te consolar. — Disse e tirou a peruca logo seguida, o deixando de lado e depois começou a acariciar o meu cabelo verdadeiro.
— Obrigado por tudo e me desculpe por ter causado tantos problemas ao ponto de fazê-lo parar naquele lugar frio que cheira a morte. — Disse me referindo ao hospital.
— Já conversamos sobre isso antes, não lembra? Vire esta página da sua vida e volte a morar aqui que é o teu lugar. Fiz o Dong-sun tirar a denúncia e agora pode até voltar a exercer a sua função lá na empresa. — Falou assim que desfez o abraço e depois ficou me encarando.
— Juro que pensarei sobre isso, senhor Jung. Mas agora não sei se seria uma ótima hora, sabe que o teu filho não gosta de mim e tenho medo de voltar pra cá e acabar brigando com ele até acabar acontecendo aquilo novamente. — Disse me referindo ao infarto que ele teve.
— Tudo bem, já vi que ainda continua sendo um teimoso. Mas pense direito e estarei te esperando ansiosamente. Agora preciso descansar, os remédios que o médico me receitou estão acabando comigo. — Falou e depois se ajeitou na cama.
— Ok, descanse bem e até qualquer dia! E quem sabe voltarei a morar com o senhor. — Disse enquanto pegava a peruca e o coloquei no local que estava antes do senhor Jung o tirar, depois dei alguns passos para trás.
Assim que deixei a porta como estava antes, me virei e acabei me esbarrando em alguém:
— Ok, eu posso explicar... — Comecei, mas acabei sendo interrompido pela senhorita Jeong.
— Esqueça, eu ouvi uma parte da conversa e parece que você é o famoso filho de consideração do senhor Jung, que brigou com o filho mais velho dele e que nunca mais voltou pra cá. Estou certa? — Perguntou enquanto me encarava.
— Corretíssima! Mas por favor, não conte a ninguém que eu estive aqui e principalmente para o Dong-sun, está bem? — A supliquei.
— E o que eu ganho com isso? — Questionou enquanto ainda permanecia me encarando.
— Um aumento ou férias de um mês, o que acha disso? — Ofereci uma oferta que ela não poderia negar.
— Acho isso muito pouco ainda. — Disse simplesmente.
— Que tal uma viagem de Cruzeiros no próximo ano? — Ofereci uma que duvido que negue desta vez.
— Perfeito! Estarei ansiosa para que o ano que vem chegue logo. — Disse toda animada.
— Mereço... Me passa o teu contato? — Perguntei enquanto me segurava para não revirar os olhos para a mesma.
Assim que ela me disse, pediu para que colocasse o nome do contato como "Jeong Seo-Yun" que é o teu nome completo. Feito isso, descemos as escadas e saí da mansão pelo enorme portão.
Depois de ter finalizado meu trabalho, fui embora após agradecer ao senhor Lee por ter permitido cuidar do jardim. E ele me deu uma quantia em dinheiro que dar para viver bem por duas semanas ou até mais.
Com isso, andei até chegar nos enormes portões pratas e eles abriram automaticamente. Saí rumo ao local onde o meu carro estava, assim que adentrei ao meu veículo, o acelerei rumo ao meu apartamento.
Fiquei pensando o quão estou ferrado com este novo problema chamado Jeong Seo-Yun que provavelmente não irá largar do meu pé tão cedo assim...
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