De volta à Seul

Jungkook

Na manhã seguinte...

Acordei quase caindo da cama de susto quando percebi que não estava dormindo sozinho mais e assim que me virei, me deparei com um Taehyung dormindo todo jogado na minha cama. Imediatamente o cutuquei incessantemente na intenção de acordá-lo, assim que ele abriu os olhos, resolvi perguntá-lo sobre o que aconteceu aqui:

— O que você está fazendo aqui? Não devia está dormindo no quarto com o Jongin? O que aconteceu aqui? Não aconteceu nada entre nós, certo? — O bombardeei de perguntas, enquanto o mesmo estava um pouco desorientado.

— Calma, me deixe acordar primeiro, por favor. — Me respondeu e depois se espreguiçou na intenção de expulsar todo o sono existente de seu corpo.

— Ok, mas por favor me responda sobre se aconteceu ou não? — O perguntei novamente.

— Relaxa, que não aconteceu nada. — Respondeu com uma leve risada.

— Certeza? — O perguntei ainda inseguro.

— Tenho. Vem cá, você curte homens ou o quê? — Me questionou e esta pergunta me deixou envergonhado ao ponto de sentir as minhas bochechas esquentarem.

— Sei lá, às vezes acho que sim e às vezes acho que não. Digamos que estou passando naquela fase de me autoconhecer. E você? — O devolvi com a mesma pergunta no final.

— Bom, eu não me rotulo. Mas segundo a sociedade, acho que me encaixaria como bissexual. — Me respondeu dando de ombros.

— Entendi, então acho que acabamos contando o maior segredo um para o outro, certo? — Falei um pouco aliviado.

— É, acho que sim. E me desculpe por ter feito uma pergunta tão íntima, se não quisesse responder, por mim, estava tudo bem. — Disse e acabou soltando um suspiro no final, depois levantou da cama.

— Sem problemas. Acho que precisava contar para alguém além do meu melhor amigo, Joseph. Ele era o único que sabia e agora, você sabe sobre isso também. Por favor, não conte a ninguém porque não me sinto pronto ainda. — Falei com um tom de voz mais baixo.

— Pode deixar. O teu segredo está guardado a sete chaves comigo. — Falou dando uma piscadela.

— Assim espero. Então, acho que os meninos devem estar nos esperando para tomar o café da manhã. — Falei, já me encaminhando em direção da porta.

— Com certeza e eu estou morrendo de fome também. — Dizia enquanto massageava a barriga como uma forma de dizer que estava faminto.

Final de semana se passou...

As malas e as mochilas já se encontravam prontas na sala, todos e sem exceção estavam com os semblantes de quem não estavam afim de ir embora da praia. Mas sabiam que era preciso e que teríamos que voltar para a nossa realidade, querendo ou não.

Pegamos as nossas coisas e andamos em direção da porta, o abri e todos saíram bem devagar e depois o fechei. Caminhamos até o elevador e de lá, chegamos na recepção do condomínio.

Assim que já estávamos na calçada, por sorte tinham dois táxis estacionados próximo de nós por algum motivo desconhecido. Não sei se estavam esperando por alguém ou que foi apenas uma mera coincidência do destino.

Nos direcionamos até eles e perguntamos se poderiam ou não, nos levar até a estação de metrô. Apenas um disse que sim e o outro não, porque estava esperando um cliente que estava no condomínio aparecer.

Agora não teríamos uma outra escolha a não ser quatro de nós ir à frente e o que sobrar, esperar um outro táxi chegar que nem fazemos na outra vez. E foi isso que acabamos fazendo mesmo, Taehyung ficou com o Kang-Dae que ainda reclamava das queimaduras de sol e eu fiquei com os outros.

Taehyung

Jungkook já tinha ido embora com o Joseph e os meninos, eu acabei ficando com o bebê chorão que não parava de reclamar no meu ouvido. Nunca senti tanta falta da companhia do tagarela do Jongin em toda a minha vida, pelo menos ele não reclamava tanto assim.

Ficamos cerca de uns dez minutos ou mais, esperando o bendito do táxi e finalmente apareceu um lá no fundo da Avenida. Quando estava praticamente passando em frente ao condomínio, o sinalizei e o mesmo parou rapidamente.

Adentramos no veículo e dissemos para irmos até à estação de metrô. Após termos chegado aonde queríamos, pagamos meia a meia para o taxista e saímos de lá em direção as escadas do local.

Os meninos estavam nos esperando e alguns estavam praticamente sentados em tuas malas por não aguentarem mais ficarem em pé. Assim que nos viram, se levantaram:

— Vocês demoraram, hein!? — Falou, Jongin, agindo como se tivéssemos demorado séculos para chegar.

— Pare de drama, que não demoramos mais do que meia hora. — O respondi rispidamente.

— E isso não é muito para o chefinho? — Perguntou incrédulo.

— Até que não, achei até dentro do esperado. — Menti, pois, já estava agoniado de tanto esperar um táxi surgir.

— Isso é verdade, Kang-Dae? — Perguntou para o bebê chorão da equipe.

— S-sim, até que foi rá-rápido. — Gaguejou assim que olhou para a minha expressão nada agradável para ele.

— Então tudo bem, acredito em você. — Respondeu simplesmente.

— Você acreditou nele de primeira, mas não acreditou em mim e é isso que estou entendendo aqui? — O perguntei incrédulo e fingindo drama.

— Desculpe, chefinho. É que o senhor costuma não contar toda a verdade para nós e... — Respondia, mas acabou sendo interrompido pelo Jungkook.

— Uma pergunta... Por que eles te chamam de chefinho ou chefe, Taehyung? — Lançou uma pergunta que achava que nunca faria tão cedo assim.

— É um apelido que eles insistiram em colocar em mim por ser o mais velho deles. — O respondi depositando toda a verdade do mundo, mesmo que realmente não seja esta.

— Entendo. É um apelido bem peculiar e acho que até hoje não tenho um, pelo menos não que eu saiba. — Disse um pouco pensativo.

— Quer que eu escolha um para você? — Perguntou o mais inconveniente de todos, Jongin.

— Sim, portanto que não seja muito constrangedor. — Respondeu receoso.

— Me deixe pensar... Hmmm já sei, que tal "Pescador" por conta do chapéu que acabou usando nos últimos dias? — Indagou todo ansioso.

— Pode ser, não me chamem assim em público porque as pessoas não iriam entender de primeira. — Respondeu um pouco envergonhado.

— Tudo bem, pescador. — Disse com um tom de voz bem baixinha.

— Ok, vamos porque o metrô já chegou. — Falei os interrompendo.

Entramos no vagão ou sei lá como isso realmente se chama e sentamos nos bancos disponíveis. Todos estavam conversando, os únicos que não estavam eram Jungkook e eu. Em alguns momentos, o peguei me encarando disfarçadamente ou pelo menos tentava.

E outras, era eu que estava fazendo isso e ficava lembrando da noite que dormimos juntos, principalmente quando permitiu e ainda puxou a minha mão para dormirmos abraçados. Com certeza nunca esquecerei deste momento, pelo menos não tão cedo assim.

Acho que foi o mais perto que consegui me aproximar de alguém desta forma até hoje e espero muito que isso se repita logo ou até seja melhor que este foi para mim. E ainda estou tentando assimilar de que ele não é hétero, ou seja, poderei tentar sem ter muito medo de não conseguir simplesmente nada com o mesmo.

Preciso contar isso urgentemente para o Sangjun, ele com certeza irá ficar muito feliz e provavelmente irá me encher de planos para tentar mais coisas com o Jungkook. Apesar que primeiro, quero arrumar um jeito de entrar na mansão do senhor Jung e visitá-lo sem ser descoberto, ou seja, disfarçado de jardineiro.

Mas antes disso, terei que obter a resposta de como o meu caso está na justiça com a Hyo-Joo que até hoje não mandou nenhuma mensagem e isso está começando a me enlouquecer. Apesar que quase não pensei muito sobre isso, já que estava ocupado em me divertir com o meu pretendente ou vítima.

Espero muito que ela não esteja me enrolando de propósito, podemos ser amigos de infância e tudo mais. Só que isso não quer dizer que possa me fazer de idiota e me fazer acreditar que seria algo fácil de descobrir ou de resolver.

Qualquer coisa, arranjo um outro advogado para averiguar o meu caso se for possível. Voltar para Seul só me faz relembrar dos problemas que tinha deixado de lado por alguns dias e até queria ficar por mais algum tempo, mas o garoto tem aula amanhã.

Algumas horas se passaram...

Finalmente chegamos a capital da Coréia do Sul e já tínhamos nos despedido em frente a estação, depois cada um seguiu o teu caminho. No meu caso, já estava chegando em meu apartamento e confesso que estava louco para deitar na minha cama, depois de um banho quente, é claro.

Ainda não me esqueci que o desgraçado do Jooheon conseguiu ter a façanha de queimar o chuveiro bem na minha vez e isso nunca esquecerei tão cedo. Só sei que odiei a cada segundo naquele banho gelado, mas depois acabei percebendo que tinha uma certa vantagem até.

Enfim, cheguei ao meu apartamento e corri para o quarto, deixei a mala literalmente jogada no chão e fui para o banheiro para tomar o tão precioso banho. Depois disso, deitei na cama e adormeci durante a tarde toda de tão cansado que estava.

No dia seguinte, já estava acordado e como sempre, ainda não levantei da cama por conta que a preguiça estava habitando dentro do meu ser e não estava nenhum pouco afim de sair.

Mas fui forçado a sair da cama, quando ouvi a campainha tocar incessantemente e assim que parei em frente a porta, suspirei forte e o abri preguiçosamente:

— E aí, como foi a praia com aquele rapaz? Os meninos não te atrapalharam em nada, certo? — Perguntou, Sangjun todo animado e já se direcionando ao sofá da sala de estar.

— Bom dia pra você também. — Falei enquanto espreguiçava.

— Bom dia e agora responda as minhas perguntas, estou muito curioso aqui. — Disse mais entusiasmado do que nunca.

— Então, se eu te disser que meio que dormi na mesma cama que ele, tu irá acreditar em mim? — O indaguei enquanto andava para lá e pra cá na sala.

— Você o quê? Como que isso aconteceu? — Me questionou sem acreditar.

Depois de ter contado tudo, a única reação que obtive dele foi de ficar alguns ou vários minutos sem conseguir formar alguma palavra. Acho que nem ele sabia que conseguiria fazer este tipo de coisa:

— E vocês não fizeram nada comprometedor na cama, certo? — Perguntou com um tom de voz no tanto malicioso.

— Não, mas é claro que não. Não sou tão idiota para avançar tantos passos assim e ele provavelmente não iria permitir de jeito nenhum. — O respondi como se fosse óbvio.

— Pelo menos, sabe que é idiota mas nem tanto assim. — Disse dando de ombros.

— Admiro tanto o respeito que você tem por mim, sabia? — Falei enquanto colocava a mão direita sob o peito, como uma forma de fazer um pequeno drama.

— O respeito da mesma forma que tu me respeita. — Falou simplesmente.

— Vou fingir que isso não foi uma indireta, ok? — Disse ainda continuando com o meu drama.

— Tanto faz. Agora tenho que ir, prometi para a minha esposa de que iria ao supermercado e que não iria demorar muito para voltar. — Falou já se levantando do sofá.

— Que feio, mentindo para a senhora Somin. — Falei enquanto o olhava com o julgamento.

— Calado e este será o nosso segredinho. Você sabe muito bem como ela reage com mentiras, até mesmo as mais bobas. — Dizia enquanto se dirigia em direção da porta.

— Sei muito bem. — Disse e abri a porta logo em seguida.

— Até qualquer dia, Taehyung. — Falou e passou pelo corredor até virá-lo para a esquerda que era onde o elevador se localizava.

Com isso, fechei a porta e saí correndo em direção a cama. Mas desta vez, iria pegar o meu celular que estava no criado mudo ao lado e sim, irei mandar mensagem para a minha velha e enrolada amiga, Hyo-Joo.

Sei que ela deve está muito ocupada com alguma coisa, mas precisava saber logo sobre a minha situação e saber se posso andar por aí sem me preocupar em ser preso. Apesar o que mais fiz nos últimos tempos, era de sair como se fosse um cidadão que nunca foi denunciado na vida.

Até hoje tenho uma pequena marca do que sobrou da minha briga calorosa com o imbecil do Dong-sun, que se localizava no canto inferior do meu queixo. E olhando de longe, até parece um cortezinho bobo que costuma ter na hora de se barbear com a maquininha.

Enfim, voltando ao assunto de hoje. Peguei o celular, desbloqueei a tela e procurei o contato dela, depois digitei a seguinte mensagem para a mesma:

Taehyung:

Oi, tudo bem? Me desculpe por está mandando esta mensagem tão tarde assim, mas é que gostaria de saber no que você descobriu sobre o meu caso? Você mesma disse que isso iria ser simples e rápido de descobrir, mas até hoje não obtive nenhuma resposta sua sobre. Sinto muito se acabei parecendo um grosso, mas é que não aguento mais esperar. Por favor, me responda o mais rápido possível!

Pronto, cliquei em "enviar" e agora o que me resta é esperar que ela me responda antes do mundo acabar. Brincadeiras a parte, espero que não demore tanto assim.

Depois disso, fui para a cozinha já que o meu estômago resolveu roncar como se não houvesse o amanhã. E abri a geladeira torcendo de que tivesse alguma coisa fácil de preparar, já que não estava com disposição de fazer algo muito elaborado.

No final, acabei pegando uma caixa de cereal e uma caixa de leite. O preparei rapidamente, comi como se fosse a melhor refeição do mundo e naquele momento, realmente era para mim.

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