A praia de Gangneung (parte 01)

Jungkook

Algum tempo depois...

Finalmente já estávamos chegando na estação destinada, todos estavam calados e imersos em seus pensamentos. Quer dizer, menos o tal de Jongin que não parava de falar com o Joseph que apenas o escutava educadamente. Sendo que dava para ver no seu olhar de desespero em toda às vezes que olhava para mim, como se dissesse: "Me ajude, por favor".

Confesso que era engraçado assistir isso de uma certa forma e passei o trajeto todinho ao lado do meu novo amigo, Taehyung, realmente não sei se já posso considerá-lo um. Ele não falou muito comigo desde que entramos no metrô, a única coisa que fez e ainda está fazendo é de ficar olhando para mim de uma forma esquisita como se estivesse obcecado.

Bom, espero muito que seja uma impressão minha. Prefiro achar que ele está perdido em seus pensamentos que nem os outros rapazes mesmo...

Ele está me deixando tão desconfortável ao ponto de quê, acho que terei que avisá-lo para ver se para com isso:

— Cara, por favor, para de olhar-me deste jeito. Está me assustando e isso é muito esquisito, aliás. — Falei, enquanto encarava o chão.

— Perdão! O que você disse? Não estava te ouvindo. — Me indagou, com um semblante de quem não estava entendendo nada.

— Nada, esquece. Só quero chegar logo no meu apartamento e deitar. — O respondi, mudando de assunto.

— É, acho que só dará para fazer isso já que o dia ainda não chegou. — Disse, dando de ombros.

— Sim. Com licença, vou ali salvar o meu amigo nas garras do teu. — Falei e levantei no mesmo instante.

Andei em pouquíssimos passos e sentei ao lado do Joseph, pude perceber os seus ombros relaxarem com a minha presença e me agradeceu com o teu olhar.

Taehyung

Eu sou muito idiota mesmo, devia ter aprendido a ser mais discreto com as minhas reais intenções. E parar com essa mania de encarar as pessoas que nem um cachorro em frente de um açougue. Mas é algo inevitável para mim, já que pela primeira vez em anos consegui me aproximar o bastante da pessoa que escolhi. E espero muito que quando concretizar todas as minhas vontades com ele na cama, que perdoe-me por ter aproximado dele só por causa disso e também que se sentirá usado.

Fui obrigado a sair em mais um dos meus devaneios, quando senti alguém me puxar pelo braço na intenção de me fazer levantar do banco do metrô:

— Chefinho, já chegamos na praia! — Gritou, Jongin, enquanto me puxava para fora do vagão.

— Me solte, seu idiota! — Dizia entre os dentes.

— Anda logo, estou muito ansioso para entrar na água. — Disse, com um tom de entusiasmo na voz.

— Só iremos para a praia mais tarde, primeiro iremos descansar um pouco, ok? — O respondi um pouco mal-humorado.

— Mas não estou cansado... — Falou e logo em seguida fez um biquinho.

— Cara, às vezes você parece uma criança. — Falei entre os dentes e revirei os olhos logo em seguida.

— O que o chefinho disse? — Indagou.

— Nada que lhe interesse e... — O respondi, mas acabei sendo interrompido pelo Jungkook.

— Pessoal, vamos subir aquela escada que dali dará o acesso para Avenida e de lá, pegaremos dois táxis já que somos muitos. — Disse, assim que percebeu quantas pessoas eram.

— Caramba, não sei se terei dinheiro... Desculpe, pessoal. — Lamentou, Kang-Dae.

— E quando é que você tem, idiota? — Indagou, Jooheon.

— Quando o chefe nos paga. — Respondeu, Kang-Dae, simplesmente.

— O que você está insinuando, seu idiota!? — O perguntei já planejando a morte dele.

— Nada, chefe. Esquece isso, hoje é dia de diversão ou estou enganado? — Questionou já mudando o assunto, só para se safar.

— Estou de olho em você... — Disse, mas como sempre, acabei sendo interrompido.

— Ele está certo e uma pergunta, vocês são sempre assim? E como assim "pagar"? — Indagou, Jungkook, com um semblante de pura confusão.

— Só em 99,99% do tempo e é só uma piada interna. — Respondeu, Jongin, enquanto dava de ombros.

— Entendo. Agora vamos, porque o passeio está apenas começando. — Falou e começou a caminhar em direção às escadas.

Todos apenas assentiram e andaram poucos passos atrás do mesmo. Espero muito que esta relação que tenho com a minha equipe, não acabe o espantando ou acabar desistindo de ser qualquer coisa comigo.

Assim que já estávamos na calçada, não demorou muito para que aparecesse um táxi e é claro que sinalizamos para que parasse. Com isso, quatro de nós adentramos ao veículo e enquanto o resto, esperaria para mais um. Resolvi ficar com o Jooheon, só para não deixá-lo sozinho e antes de o Jungkook ir, ele anotou o endereço de seu apartamento no meu celular.

Porque se ele não tivesse feito isso, provavelmente estaríamos muito ferrados. Enfim, demorou cerca de vinte minutos para surgir aquele bendito veículo que mais demorou do que uma lesma ou pelo menos foi o que pareceu para mim.

Adentramos no veículo com as duas malas, uma sendo minha e a outra do idiota do Jooheon que não parava de tagarelar no meu ouvido, acho que ele está andando demais com o outro idiota, Jongin. Já que o mesmo sempre foi o mais calado da equipe ou ele está apenas muito feliz em estar tão próximo da praia e está agindo como se fosse a primeira vez dele por aqui.

Quase meia hora depois...

Finalmente chegamos ao condomínio no qual o apartamento do Jungkook fica e teria chegado pelo menos dez minutos mais cedo, mas o trânsito não quis nem saber disso. Assim que desci do veículo, paguei ao motorista e logo avistei os meninos nos esperando na entrada.

E quando foquei a minha visão no Jungkook, por alguns segundos achei que o mundo tivesse parado e senti o meu coração acelerar sem parar. Não sei no que está acontecendo comigo, mas não estou gostando nada disso e espero que isso passe logo.

"Kim Taehyung, planeta Terra chamando! Kim Taehyung, planeta Terra chamando!", falei comigo várias vezes na tentativa falha de voltar ao mundo normal e não neste que no qual não sei como posso chamá-lo.

Cara, que sensação estranha que tive agora... Se isso for o tão famoso e esperado amor, estou detestando este sentimento que se apossou dentro de mim sem a minha permissão.

Após ter voltado ao meu normal, me aproximei dos meninos que estavam parecendo um bando de crianças felizes e não paravam de tirar fotos em cada parte daquela Avenida. Só sei que eles estão me deixando muito envergonhado, quero nem imaginar quando pisarem na areia da praia e tenho certeza que se tornarão mais insuportáveis do que nunca.

Respirei fundo na tentativa de passar toda aquela vergonha que estava sentindo, olhei novamente para o Jungkook, soltei um leve sorrindo ladino:

— Me desculpe pela pequena demora, o trânsito estava um pouco turbulento e então, vamos subir? — Perguntei já me arrependendo por transparecer um pouco abusado de minha parte.

— Sim, estou precisando urgentemente de tomar um banho e descansar um pouco, já que o nosso dia vai ser longo. — Disse e pude jurar que vi as tuas bochechas se ruborizarem rapidamente.

— Sim, eu também estou precisando. — Falei e por um segundo acabei imaginando nós dois na mesma banheira, fazendo coisas proibidas.

Mas tive que me abster destes pensamentos inadequados antes que a minha expressão facial acabe me denunciando de uma certa forma. Confesso que será muito difícil de controlar a minha vontade de tê-lo só para mim, nesta estadia na praia com os meninos. Mas quem sabe, durante a noite não possa acontecer alguma coisa que sempre desejei fazer?

Ok, farei o máximo possível para me controlar aqui por mais difícil que esteja parecendo por agora...

Assim que já estávamos dentro do apartamento do Jungkook que era bem espaçoso que acomodaria tranquilo todos nós e mais algumas pessoas. Os cômodos mesclavam entre o cinza, marrom e o preto. Só algumas coisas que eram brancos e azuis escuros, confesso que ele tinha um bom gosto para quem tão novo assim.

Aqui tem quatro quartos e então, presumo que camas não irão faltar e ninguém precisará dormir no chão, no sofá ou dividir a cama. Apesar que não iria reclamar se ficasse no mesmo móvel que o Jungkook, só não prometeria de que iria me comportar durante a noite toda.

Ok, tenho que parar de pensar que nem um pervertido, porque isso está sendo demais até para mim...

Após ter conseguido me controlar, olhei para os lados e vi os meninos escolhendo os três quartos restantes, já que um é dono do apartamento, obviamente. E adivinhem, depois de uma longa discussão entre eles, acabei tendo que dividir o quarto com o Jongin, ou seja, este imbecil irá infernizar a minha vida até na hora de dormir.

Preferia mil vezes flagrar momentos melosos do Sangjun e Somin, do que ser obrigado a aturá-lo ao decorrer dos dias. Mas não posso mostrar que não estou satisfeito com isso e sim, agir como tivesse adorado esta ideia. E pensar em um plano em como entrarei no quarto do Jungkook ainda nesta noite ou pode ser amanhã, portanto que aconteça alguma coisa, estaria tudo certo para mim.

Enfim, fomos para os quartos e deixamos as malas ou mochilas sobre as camas. Peguei roupas limpas já que estava afim de tomar banho, mas que teria que esperar o dono do apartamento sair do banheiro já que foi o primeiro a entrar.

Alguns ou vários minutos depois, ele saiu e fui correndo antes que alguém entrasse antes de mim. Sei que isso pareceu uma atitude infantil, mas na hora nem cheguei a pensar nisso e sim, só queria tirar todo este suor do meu corpo.

Horas se passaram...

Já tinha se passado de duas da tarde e estávamos esperando o almoço abaixar, para poder ir à praia e não correr nenhum risco de alguém passar mal na água. Pelo menos, era o que acreditávamos do que poderia acontecer com um de nós.

Obviamente já nos encontrávamos prontos, cada um estava usando regatas e bermudas de cores diferentes, alguns chamativos e outros nem tanto assim. No meu caso, estava usando uma regata azul claro e uma bermuda acinzentada, com um par de chinelos brancos e a câmera fotográfica.

Já o meu futuro pretendente ou vítima, chamem do que quiserem. Estava usando uma regata branca e uma bermuda marrom escuro, os chinelos eram da mesma cor. Pra mim, ele estava muito lindo mesmo parecendo um velho com este chapéu de pescador na cabeça.

Tudo pronto e barrigas não tão mais cheias como antes, andamos em direção a porta que dava acesso ao corredor e depois, o elevador para descer até a recepção do condomínio. E assim que já estávamos praticamente na saída, andamos mais alguns passos até pisar na calçada.

Levamos cerca de dez ou doze minutos para chegarmos a praia que não estava lotada como nos filmes e isso é muito bom para nós, já que não iremos passar nenhum sufoco para encontrar um lugar bom para se sentar ou deixar as nossas coisas.

Assim que pisamos na areia, tirei os chinelos só para poder sentir a areia que a tanto tempo não sentia, confesso que nem lembrava da sensação. E ouvir aquele barulho das ondas se quebrando, só me deixava mais sereno e em paz, como se todos os meus problemas que passei e que ainda estou passando, tivessem desaparecidos.

Queria muito que o senhor Jung tivesse aqui também, aposto que ele iria amar em estar aqui também. Já que ele me contou uma vez que tinha sido criado perto da praia, só que nunca me contou qual o nome da cidade que era. E dizia que às vezes se arrepende de ter vindo morar na capital e tão longe de sua verdadeira paixão, a praia.

Então acho que irei aproveitar por ele, já que não pôde estar aqui comigo por motivos que não estou afim de mencionar, pelo menos não agora. Assim que deixei os chinelos e câmera com o Joseph, já que o mesmo disse que não iria entrar agora e que gostaria de apenas observar a paisagem por um tempo.

Na hora, o achei um pouco estranho por querer fazer isso, mas cada um é cada um. Jungkook, os rapazes e eu andamos, quer dizer, só ele e eu que éramos os únicos que não estavam correndo que nem crianças idiotas em direção ao mar.

Eu sabia que eles iriam me deixar mais envergonhado do que nunca, aquela cena na entrada do condomínio foi uma amostra grátis deles. Mas resolvi ignorá-los um pouco, já que não gostaria de mostrar mais o meu lado nada agradável para o Jungkook que nem acabei demonstrando lá na estação.

Assim que as ondinhas que custaram em chegar nas pontas dos nossos pés, andamos mais um pouco até que a água ficasse na altura de nossos joelhos. No começo, estranhamos muito com a temperatura da água que estava muito gelada, por sinal.

Mas depois nos acostumamos e ele parece ser mais corajoso do que eu, já que resolveu andar mais um pouco e é claro, como não poderia perder a oportunidade de estar ao lado dele, o acompanhei. Mesmo tendo medo de acontecer alguma coisa e acabar me afogando, sim, não sei nadar e nunca tive vontade de aprender até neste exato momento.

Comecei a tremer de medo, mas fiz o possível para disfarçar esta pequena fraqueza do mesmo. Mas parece que não deu muito certo, pois, ele me encarou:

— Segure a minha mão, juro que nada de mal irá te acontecer. — Disse, estendendo a tua mão esquerda e sem ao menos me encarar, como se tivesse tão envergonhado quanto eu estou agora.

Apenas segurei a tua mão e por alguns segundos, senti que nem um garotinho medroso enquanto segurava a mão da mãe. E ao mesmo tempo, sentia que de uma certa forma estávamos nos aproximando por mais estranho que isso possa soar para muitos.

Aquilo estava dando muito certo ao ponto de desconfiar que o destino possa está tramando alguma coisa contra mim. Já que em todas às vezes que me aproximei de alguém, as coisas nunca terminavam muito bem.

Mas agora tenho que focar nos meus objetivos e parar de sentir este sentimento inútil antes que isso possa acabar comigo um dia. Pois, se eu terminar me apaixonando no final e ele não, certeza que irei passar o resto da minha vida arrependido por ter deixado que este amor ou seja lá o que for, me dominar como está tentando fazer.

Fui obrigado a sair no meio de meus devaneios, quando senti alguém me puxar pelo braço com força e mais outro alguém que parecia querer me derrubar da água que no fim, acabou conseguindo.

Só sei que nunca bebi tanta água na vida, mesmo debaixo pude ouvir risadas de várias pessoas e que quando saí, fiquei um pouco desnorteado e com uma certa dificuldade de enxergar já que os meus olhos estavam ardendo um pouco.

Mas quando voltei ao meu normal, me deparei com todos e até mesmo o Jungkook rindo sem parar. Eu não sabia se ficava com raiva ou se ria com eles, mas como um bom vingador que sou, empurrei todos que estavam na minha frente e até mesmo o meu pretendente.

Apesar que ele foi o mais relutante e transmitia uma força que os outros não tinham, levei um bom tempo para finalmente consegui derrubá-lo. Confesso que me senti tão satisfeito por este feito, é como se tivesse ganhado uma Olimpíadas e é claro, que lembrarei disso por um longo tempo.

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