A Confissão

Na manhã seguinte...

Acabei sendo despertado, quando sinto a minha bexiga cheia ao ponto que não dava mais para segurá-la e fui obrigado a ir ao banheiro. Mas antes disso, fiquei sentado por alguns instantes e encarei o mais novo, dormindo tranquilamente.

Fiquei o olhando, enquanto pensava se quando ele acordar, irá se arrepender de nossa noite ou não. Ou se ao menos, irá lembrar de tudo que nos ocorreu após o jantar já que, ele tinha bebido bastante. Mas vou torcer para que se lembre e que não me trate diferente por não ter se orgulhado muito por ter cedido à tentação provocada pelo álcool.

Fui ao banheiro tentando fazer menos barulho possível para não acabar o acordando. E assim que fui ao banheiro, esvaziei a minha bexiga e então, resolvi tomar um banho rápido só para tirar o suor e o sono. Pois, não queria voltar para a cama e sim, fazer um café da manhã para nós e espero que ele goste no que farei para comermos.

E enquanto, estava tomando o meu relaxante banho, fiquei relembrando de cada momento que tivemos ontem à noite e o quão surreal foi para mim. Confesso que ainda precisarei de um certo tempo para assimilar tudo o que ocorreu, nunca pensei que esse momento finalmente fosse acontecer.

Ainda me encontro surpreendido por ele ter tido a primeira iniciativa, jurava que seria eu que tentaria isso. Agora estou me perguntando se foi o efeito do álcool ou ele já estava com a pretensão de fazer aquilo mesmo.

Bom, acho que só obterei essa resposta, quando ele finalmente acordar. Só não sei se terei coragem de perguntá-lo sobre isso...

Quinze minutos se passaram...

Já me encontrava na cozinha, usando um conjunto de moletom cinza escuro e com o cabelo que estava começando a secar aos poucos. Estava fazendo um típico café da manhã norte-americano e que consistia com duas torradas, dois ovos fritos por cima e dois copos de suco de laranja.

Peguei uma bandeja amadeirada no tom claro e um prato de porcelana branca. Assim que montei direitinho, os levei até ao quarto no qual espero que o Jungkook ainda esteja dormindo, já que quero fazer uma surpresa. E torço para que a reação dele seja positiva e não, uma constrangedora.

Andei em passos mais lentos que conseguia no momento, torcendo para não deixar nada cair durante o trajeto até a cama. E feito isso, o chamei para que enfim acordasse e visse no que tinha preparado para ele:

— Jungkook, acorde por favor. Eu preparei algo para nós comermos a não ser que queira dormir mais e comer mais tarde... — O chamei bem baixinho e acabei me embolando um pouco nas palavras, acho que foi por conta de nervosismo.

— Só mais cinco minutinhos, Daehyun. O seu maninho só precisa mais alguns minutinhos de sono e aí, poderei brincar com você durante o dia todo. — Me respondeu como se ainda estivesse sonhando e fiquei me perguntando quem seria esta pessoa que ele acabou de mencionar.

Confesso que bateu um pouco de ciúmes em meu ser, só não sei explicar o por quê fiquei assim. Já que ele usou a palavra "maninho" e então, com certeza deve ser uma irmã mais nova que ele nunca tinha falado para mim. Bom, pelo menos não lembro dele ter a mencionado antes. Enfim, o continuei chamando até que ele finalmente acordasse:

— O-o que? Aonde estou? Como que fui parar aqui? Taehyung? Ai, minha cabeça está doendo demais... Eu acho que vou precisar ir ao banheiro. — Falou com uma certa dificuldade, enquanto tentava se levantar com a intenção de ir ao cômodo mencionado.

— Calma, vou te ajudar a ir ao banheiro já que será perigoso em ir sozinho com essa condição. — O avisei, assim que deixei a bandeja sobre o criado mudo e busquei ser o mais prestativo possível.

Ele apenas assentiu e o ajudei a levantar da cama bem devagar, já que o mesmo estava morrendo de dor de cabeça provocada pelo alto consumo de álcool na noite passada. E assim que ele entrou no banheiro, o mais novo se ajoelhou ao lado da privada e levantou a tampa. Não demorou mais do que cinco segundos até que o mesmo, começou a despejar tudo que digeriu nas últimas 24 horas.

Enquanto ele vomitava, corri em direção a cozinha para pegar um copo de água e um remédio para que ele tomasse, assim que se levantasse do chão. Após ter voltado para o banheiro, Jungkook se encontrava super pálido e confesso que isso, me deixou mais preocupado do que já estava antes. Pensei seriamente em levá-lo ao hospital, mas acho que ele não concordará em ir tão cedo assim.

Ele levou alguns segundos para se recuperar e pegar o copo com o remédio junto. O bebeu rapidamente, já que ele queria melhorar logo. E se levantou do chão com o meu auxílio, o levei até o chuveiro e abri o registro. O mesmo só ficou parado, enquanto deixava a água quente molhar em cada milímetro de seu corpo despido e sim, o mesmo estava sem roupa desde a hora que acordou.

Não sei como ele não se incomodou em estar assim perto de mim, já que é super tímido. Mas acho que por conta de não está se sentindo muito bem, não deve ter percebido isso ou não tinha força para mais nada. Bom, pelo menos prefiro acreditar nesta teoria mesmo.

E enquanto, o deixava tomar banho em paz, resolvi pegar a bandeja e levá-lo até a mesa da cozinha. Já que com certeza, comer aqui no quarto, não seria o melhor por agora. Quem sabe numa próxima vez, se caso surgir uma outra oportunidade de ficarmos juntos ou algo do tipo.

Se é que teremos uma próxima vez, pois, acho que o dia seguinte não está sendo um dos melhores para ele...

Apesar que estou achando que estou sendo inseguro e precipitado, até porque ele ainda nem comentou sobre. Na verdade, nem sei se ele lembra no que aconteceu na nossa noite passada e é bem capaz, do álcool ter o feito esquecer sobre tudo o que ocorreu para a minha infelicidade.

Jungkook

Enquanto estava tomando o meu banho em um lugar que não faço a mínima ideia de como fui parar. Sei que estou no apartamento de Taehyung, lembro de algumas coisas que aconteceram na noite passada. Só não sei se tudo aquilo realmente aconteceu ou se foi tudo criado por uma mente fértil que tenho.

Lembro de ter chegado todo nervoso, mal conseguindo o encarar como se fosse um encontro. E sei muito bem que não foi a pretensão dele, já que não é incomum um amigo convidar um outro para visitar a sua residência. Mas o meu nervosismo aumentou, quando ele falou que tinha feito um jantar para mim.

E depois de termos jantado, lembro de ter ido até a sala de estar para assistir um filme, enquanto bebêssemos um bom e velho, vinho tinto. Confesso que achei essa combinação perfeita para terminar uma noite como aquela.

Até que por um ato no qual nem eu mesmo, achei que teria coragem de fazer. Acabei o beijando e lembro que, acabamos transando durante a noite toda até acabar cedendo ao cansaço físico. Terminamos a noite, dormindo juntos e confesso que foi maravilhoso a cada segundo que os nossos corpos se encontravam colados, como se tivessem conectados de uma certa forma.

Como se todo este tempo, precisávamos disso para nos sentir completos. Nunca senti isso por alguém, já me relacionei com outros caras, é claro. Mas nenhum deles me fez sentir como o Taehyung conseguiu fazer despertar dentro do meu ser. Não sei se foi o calor do momento e que logo, vai passar sem a gente perceber.

Mas confesso que nunca esquecerei disso e espero que possa, se repetir infinitas vezes se não for pedir muito. A não ser que ele tenha se arrependido de tudo o que houve na melhor noite de minha vida. Espero muito para que ele tenha sentido algo, durante o nosso ato desde o começo e o fim dele. E que queira mais do que nunca, fazer isso mais vezes até não poder mais.

E após ter saído do banho mais demorado em toda a minha vida, já que estava um pouco inseguro em ter que encará-lo de frente. Mas não só por causa disso, mas também por conta que não me encontrava 100% bem por conta da ressaca provocada pelo vinho tinto. Respirei fundo até obter toda a coragem do mundo e abri a porta do banheiro, andei em direção as minhas roupas que se encontravam jogadas no chão perto da cama.

Me agachei aos poucos até conseguir pegar todos, levantei sem nenhuma pressa. Coloquei a cueca, a calça e por fim, a camiseta. Calcei os meus sapatos e, andei em direção a saída do cômodo no qual me proporcionou uma noite inesquecível e memorável. Andei com os passos lentos, como se fosse uma forma de evitar de encará-lo tão rapidamente.

Sei que isso, não adiantava em nada já que não tem como evitar esse encontro com o dono do apartamento. Mas a minha insegurança e o medo de encarar a realidade, estava querendo me dominar por mais que não queresse isso de jeito nenhum.  Enfim, assim que parei em alguns passos atrás do mesmo que se encontrava sentado na cadeira da mesa e que estava encarando o nada, aparentemente.

Puxei todo o ar para o meu pulmão e o soltei rapidamente, com isso, acabou fazendo um pequeno barulho que o fez se assustar e olhar em minha direção no mesmo instante. Ele me encarou ainda assustado e não tive uma outra alternativa a não ser em puxar algum assunto com o mesmo:

— B-bom dia, Taehyung. Me desculpe por o ter dado tanto trabalho logo pela manhã... — O pedi todo sem graça, enquanto massageava o meu braço direito.

— Não precisava se desculpar, a bebida alcoólica costuma nos deixar acabados no dia seguinte mesmo. Bom... Preparei um café da manhã norte-americano para nós, não sei se gosta ou não, mas não consegui pensar em algo melhor para comermos hoje. — Me respondeu todo receoso e mordeu levemente o seu lábio inferior, confesso que isso me fez encarar a sua boca automaticamente.

— Pior que isso é verdade mesmo. Mas mesmo assim, preciso te pedir desculpas por tudo que teve que encarar logo pela manhã. Acho que nunca comi um café da manhã assim, mas tenho certeza de que irei gostar. Às vezes, é bom comer coisas diferentes de vez em quando. — Falei, enquanto me sentava na cadeira em frente do mesmo.

— Concordo contigo. Então, vamos? — Falou, um pouco ansioso para que finalmente fôssemos comer no que tinha preparado para nós.

Apenas o assenti e começamos a comer sem trocar muitas palavras, como estivéssemos ainda nervosos e não querendo tocar no assunto que nos assola. Mas sei muito bem que não terá como escapar disso para sempre, por mais que quiséssemos isso.

Quase meia hora se passou...

Já tínhamos terminado de comer, o café da manhã estava muito bom. Por mais que preferisse o coreano mesmo, mas eu iria comer em todas as vezes que ele quisesse fazer para nós, é claro. Ficamos alguns minutos meio dispersos em nossos pensamentos, como se tivéssemos assimilando tudo que aconteceu na noite passada.

E principalmente, acho que estamos no tanto receosos para conversar sobre algo no qual estamos adiando tanto como se tivéssemos com medo da reação do outro. Não ousávamos nos encarar de jeito nenhum, mas sei que teria que quebrar esse gelo, já que estava odiando isso demais. Resolvi encará-lo por mais receoso que ainda tivesse, forcei uma tosse com a intenção de chamar a sua atenção:

— Taehyung, precisamos conversar sobre o que aconteceu conosco na noite passada. Sinto que não quer falar isso agora, mas acho melhor fazer isso agora do que ficar deixando pra lá até finalmente, ter a coragem de falar sobre e... — Comecei a falar, mas acabei sendo interrompido pelo mais velho.

— Sei que precisamos. O tempo que você ficou lá no banheiro, tomando o banho para se recuperar um pouco dos efeitos do vinho. Fiquei pensando em como abordar este assunto contigo, porém, confesso que não consegui pensar em nada direito. E quando, você apareceu aqui na cozinha, fiquei mais nervoso ainda e sem coragem de tocar sobre o assunto mesmo. Bom, queria saber se você não se arrependeu no que fizemos ontem à noite ou não? — Começou a divagar, mas terminou fazendo a mesma pergunta que queria fazer para o mesmo. Só que ele o fez primeiro, enquanto encarava o prato vazio sobre a mesa.

— Te entendo, pois, passei o tempo todo no banho, pensando sobre isso e demorei para sair, porque estava com um certo medo de encará-lo. Mas enfim, vou te confessar uma coisa... Taehyung, olhe diretamente para os meus olhos, não me arrependo nem por um milésimos de segundos da nossa noite. E sim, queria te dizer que foi uma das melhores em toda a minha vida, só não sei se foi para você também... — O confessei, assim que elevei o seu queixo com a minha mão direita depois de ter juntado a minha cadeira ao seu lado. Mas acabei sendo interrompido por ele, quando ele simplesmente resolveu selar os nossos lábios para um beijo rápido.

Nos beijamos por alguns segundos, confesso que nunca imaginei que seria essa a sua reação. Jurava que ele iria zombar de minhas palavras e dizer que foi apenas um sexo casual, sem sentimentos algum da parte dele. Mas ainda bem que ele resolveu me surpreender com um beijo como este e só sei que o meu coração está batendo mais rápido do que nunca.

O meu estômago parecia que estava tendo um festival de borboletas, minhas mãos estavam começando a suar e a se tremerem demais. Este beijo está me despertando várias sensações diferentes e desconhecidas por mim, ou seja, não foi o álcool que me fez querer tomar a iniciativa com ele na sala de estar. Simplesmente, fui eu que quis fazer e a ocasião só me deixou mais corajoso em fazê-lo.

Não sei direito no que estou sentindo por ele, mas está sendo pela primeira vez na minha vida. E torço para que seja recíproco, pois, não quero que isso seja um conto de fadas que deu errado e principalmente, mais um trauma da minha vida amorosa.

E assim que cedemos a necessidade de separar os nossos lábios para recuperar todo o fôlego perdido, resolvi perguntá-lo também se tinha se arrependido ou não. Sei que ele me beijou e poderia muito bem, considerar isso de que não tinha se arrependido. Mas eu tinha que ter a certeza para não ficar imaginando coisas daqui pra frente:

— Taehyung, por favor me responda se você se arrependeu ou não da nossa noite passada? — O questionei e acabei mordendo o meu lábio inferior de tão ansioso que estava por sua resposta.

— Mas é claro que não me arrependo em nenhum segundo sequer. Na verdade, foi a melhor experiência da minha vida. E fico feliz que você também não tenha se arrependido, só não sei se você vai querer que isso se repita mais vezes. — Confessou no tanto nervoso e soltou um pequeno riso de tão envergonhado que também se encontrava.

— Você ainda pergunta!? Mas é claro que quero fazer mais vezes isso com você. Porém, te peço que seja lá o que for que esteja rolando entre nós, que tentamos ir aos poucos até decidirmos o que será melhor para nós daqui pra frente. Pode ser? — O pedi, enquanto segurava a sua mão esquerda e fazia um leve carinho nela.

— Fico aliviado em saber que queira isso e tenho o mesmo pensamento que você. Acho que será melhor por enquanto, até porque estão surgindo uns sentimentos que nunca senti por ninguém. E não sei direito em como lidá-los ainda, mas sinto que com você, logo saberei em como fazer isso. Então, só vamos deixar rolar e ver no que acontece, certo? — Concordou no que tinha proposto para o mesmo e ele soltou um sorrisinho como se tivesse gostado em como as coisas estão tomando um rumo para nós.

— Sim, também estou com uns sentimentos novos e acho que ir aos poucos, será melhor do que ir rápido demais e acabar nos machucando desnecessariamente. Posso te pedir uma coisa? — O perguntei no tanto aliviado.

— Claro, pode sim. — Me respondeu simplista.

— Posso passar o dia com você? Não quero ter que encarar os meus pais agora, pois, foi a primeira vez que dormi fora de casa sem avisá-los antes. Sei que vai me chamar de bebezão, mas não estou com o saco para aturar as perguntas deles. — O indaguei todo agoniado só em imaginar isso.

— Imagina, pode ficar à vontade e irei gostar em ter a sua companhia. — Me respondeu com um sorriso acolhedor e com isso, passou a sua mão no meu cabelo o bagunçando ainda mais.

— Isso me fez sentir um golden retriever, quando você bagunçou o meu cabelo assim. Mas até que gostei, se quiser fazer isso mais vezes!? Não irei reclamar, hein? — Disse com a intenção de descontrair um pouco a nossa conversa.

— Ok, pode deixar. Primeiro foi pescador, agora golden retriever!? A lista de apelidos estão aumentando... Acho que vou te chamar de golden pescador. — Falou dando uma gargalhada logo em seguida.

— Bom, se não me chamar perto dos outros? Por mim, tudo bem e como posso chamá-lo? Porque não quero ser o único a ter vários apelidos aqui. — O indaguei, achando graça em tudo isso.

— Amor de sua vida.... Brincadeira, não precisa me encarar deste jeito. Bom, pode ser o que você achar melhor e que combine comigo. — Zombou um pouco, mas desistiu assim que viu a minha reação de sem graça no início.

— Muito engraçadinho você, hein? Acho que chamá-lo de gato preto, seria uma boa escolha. Não sei se você acompanha as redes sociais.... Mas eu vi uma vez sobre a teoria de gato preto e golden retriever em relacionamentos tanto amorosos e de amizades. Que sempre tem os mais fechados e discretos como um gato preto e, os mais soltos e atrapalhados como um golden retriever. Não sei se é isso mesmo, mas deve ser mais ou menos por aí. — O expliquei e espero que ele não continue me zombando depois disso.

— Confesso que gostei, mesmo achando isso diferente e estranho também. Só não podemos dizer isso perto das pessoas, porque acho que não iriam nos entender de jeito nenhum. — Disse, um pouco pensativo e logo em seguida, beijou em minha testa inesperadamente.

— Por quê fez isso!? — O perguntei surpreso e com as bochechas queimando de vergonha.

— Sei lá, só fiquei com vontade e pode se acostumar, porque farei isso mais vezes do que se possa imaginar. — Falou e soltou um sorrisinho de vitória, como se fosse a sua pretensão desde o começo.

— Idiota. — Falei mais envergonhado do que antes.

E após essa conversa que terminou surpreendentemente bem, resolvemos nos levantar e arrumar a cozinha pós café da manhã. Feito isso, o ajudei a arrumar os outros cômodos do apartamento e terminamos o nosso dia, assistindo vários filmes na sala de estar. E em alguns momentos, trocamos algumas carícias e beijos como se fôssemos um casal oficialmente. Confesso que estava amando a cada momento que estávamos passando juntos, é como se o mundo não existisse mais ao nosso redor e que todos os nossos problemas simplesmente, tivessem evaporados.

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