eu quero namorar pelado
Amanhã irei viajar. Falei com minha mãe mais cedo que estou exausto de levar malas, então espero que lá em casa tenha alguma roupa minha e, se não tiver, que possa providenciar para eu deixar por lá para as vezes de eu visitá-los. Ela reclamou por uns cinco minutos, porém finalmente concordou comigo e disse que pessoalmente iria com o James — nosso motorista há anos — conseguir roupas para mim. Agradeci cordialmente e me despedi, uma vez que eu e minha mãe normalmente não temos muita coisa para conversar. Ou melhor, quando conversamos ela só quer saber da minha vida e me julgar, então é melhor que não tenha isso por hoje. Vou economizar minha paciência para quando encontrá-la.
Minha cabeça está doendo. Doendo de verdade. Eu não quero tomar remédios, pois Tae tem posto na minha mente que eu posso beber chá ao invés de pôr droga no meu corpo. Eu não sei qual chá tomar. Ele entende mais disso do que eu. Sendo assim, pego um comprimido e um copo d'água e o resto é de se imaginar. O dia foi cheio, pra variar. Fofoquei na cozinha sobre celebridades que conheci, uma vez que estiveram curiosos, e depois só estresse. Encontrei alguns clientes assíduos, solicitei alguns produtos dos fornecedores e deixei Kun encarregado da cozinha durante meus dias fora. Não quero mais ficar viajando que nem louco. Não por agora, que passei tanto tempo fora.
Eu estive com fome, por isso comi no restaurante. Agora já é noite, estou em casa com os pés descalços, uma calça moletom e uma camiseta de time de basquete que ganhei do Lucas. Checo o relógio pela quinta vez só nesse quarto de hora, porque estou esperando Taeyong aparecer no horário que ambos combinamos. Ele me mandou uma mensagem dizendo que já está vindo, afirmando que já comeu e que não vê a hora de chegar.
sugarr baby: chegando já 🤭
sugarr baby: o ônibus tá naquela rua que tem aquele mercado ladrão 🤮
sugarr baby: tenho que vender o corpo para comprar uma única maçã nele e ainda fico devendo 🐍
sugarr baby: enfim, daqui a no máximo 5 min tô aí 🧸
Eu amo conversar com ele, porque fica enfiando emojis aleatórios, porém fofos, no final das frases. Espero sentado ao piano, porque eu estou compondo uma melodia já tem alguns dias. Honestamente, é mais preguiça da minha parte, não vou negar. Abandono o meu caderno com a caneta sobre o piano e me ergo para atender a porta quando escuto a campainha. Taeyong sorri para a câmera quando checo e me abraça rápido assim que abro.
— Buonasera, Ten — surpreendente, ele me deseja boa noite em italiano.
Eu sorrio pela sua animação e pego a mochila das suas costas, onde ele colocou suas roupas e coisas para passar a noite aqui. Normalmente ele usa meus produtos e minhas roupas, mas que bom que trouxe os dele. Espero-o tirar o tênis e deixar na entrada.
— Buonasera, Taeyong — empurro a porta com as costas e faço um gesto para ele me seguir. — Como foi seu dia?
— Bene — outra vez, responde em italiano.
Eu o guio escada acima para guardar suas coisas no meu closet, já que não adianta se eu colocar ele em outro quarto. Tae iria, no mínimo, choramingar a noite toda para dormir comigo ou aparecer no meu quarto no meio da noite. Eu gostaria de provar quão certo estou, mas hoje eu quero paz e harmonia. Vou ficar zen relaxando, provavelmente assistindo a algum filme ou série e dormir antes das duas. Isso é uma oração.
— Que bom — abro a porta do meu quarto e ligo as luzes. — Deixei um espacinho do meu closet para colocar suas coisas. Então quando você for precisar de algo, é só pegar de lá.
Passo direto pela cama e vou para o closet. Taeyong me segue, observando. Mostro onde vão ficar suas coisas, entre minhas jaquetas e casacos e as calças. Ele concorda quando pergunto se entendeu.
— Vai tomar banho para vestir algo mais confortável para dormir — empurro-o pela cintura até a porta do banheiro.
Sim, eu tenho ciúmes do meu banheiro, mas vou deixar ele usá-lo enquanto estiver no meu quarto. O engraçado é que ele finge que vai entrar, mas me agarra pela cintura e me dá um abraço forte e repentino.
— Taeyong, você tá bem? — questiono.
— Tô sim, bebê — afasta o rostinho do meu para olhar-me nos olhos. — Obrigado por me suportar. Eu não sei como você faz isso.
— Também não sei — reviro os olhos de brincadeira.
Ele faz uma careta.
— Gato — me dá um beijo na bochecha bem carinhoso, agora fica girando nossos troncos para a esquerda, depois a direita, como quem brincando ou dançando. — Esqueci de te perguntar sobre seu dia.
— Foi bem — jogo os braços sobre seus ombros, finalmente me entregando ao contato. — Deixei tudo organizado para os dias que ficarei fora.
— Uh, eu também — ele me puxa para perto, inclinando-se mais na minha direção. Ficamos um tempinho assim, grudados e bem próximos. Longos segundos de silêncio. — Você sempre tá cheiroso... Pode beijinho?
— Hoje você não precisa perguntar.
Dito isso, ele me agarra de verdade. No mesmo instante que termino de falar, já sinto sua língua me invadindo e sua respiração tecendo meu rosto. Profundo, movimentado e bagunçado. Mesmo assim, gostoso, como orvalho fresco numa manhã calorosa. Perco toda minha pose nos seus beijos, porque são simplesmente tudo que preciso para derreter. Antes eu achava que nunca que daria certo se ficássemos juntos, mas agora vejo que arde. A gente arde.
— Yong? — rompo o beijo após perceber que está abrindo a calça. Mas já? Que é isso? — T-tá fazendo o quê?
Dá um passo para trás, agora descendo a peça de roupa pelas pernas e deixando no chão. Eu fico com um as sobrancelhas grudadas, sem saber o que falar ou como reagir.
— Eu quero namorar pelado — é o que me diz, antes de arrancar a camisa do corpo bem na minha frente.
Ok, eu juro que isso me assusta. Isso é muito estranho. Muito estranho. Mas eu nem consigo me mover nem nada, só estou observando tentando pensar no que raios está acontecendo agora. Já de roupa íntima, guia-me pela cintura até a cama. Eu caio bem antes de ir contra, ainda querendo saber o que deu nele por ter vindo com esse papo de repente, sendo que mal preparou o terreno.
Ele está com todo um ar dominador quando vem sobre mim, bem rápido, parecendo que irá me acabar de todas as formas sexuais possíveis. Eu pisco os olhos, e ele está puxando o tecido da minha camisa. Olha para o meu abdômen já exposto, depois pousa os olhos nos meus. Eu não sei o que tá acontecendo, mas é algo estranhamente submisso da minha parte. Seus dedos deslizam pela minha barriga bem devagar, subindo ao meu peitoral. Depois disso, para. Tae inclina o rosto ao meu e por alguns segundos penso que irá me beijar, mas não o faz.
E então... Bem... Então tudo mostra-se claro quando ele inicia umas malditas cócegas nas minhas axilas. Ele ri comigo quando me sacudo e tento fugir da cama. As cócegas descem para minha barriga e ele faz de tudo para me impedir de fugir. Eu tenho tanto, mas tanto ódio desse garoto desgraçado, minha vontade é de descer ele na porrada de jeito!
— Viu só como é bom ser enganado? — ele diz. — É minha vingança por ter dito que eu iria pagar tudo com sexo.
— Porra, eu te odeio! — consigo empurrá-lo para longe com os pés e acabo caindo da cama. Pelo menos me livrei dele. — Porra, Taeyong...
— Ai, droga... — ele senta na cama. — Eu devia ter sido mais violento. Tipo, te jogado com força na cama e... Sei lá, te bater...
— Você tá maluco, menino? — eu giro pelo quarto atrás de alguma coisa pra bater nele, porque eu não quero machucar minha mão.
— Maluco por você! — ele se aproxima e me abraça por trás, deixando alguns beijos no meu pescoço. — Não achou justo?
— Foi injusto — reclamo, mas não saio do abraço. — Eu não te seduzi, então não fica igual.
— Reclame aí sozinho, então... Eu vou tomar banho — ligeiramente morde meu ombro esquerdo e sai correndo antes que eu me vire para batê-lo.
— Eu vou estar lá embaixo te esperando pra descer no soco.
— Mal posso esperar pra apanhar do Ratatouille... O cozinheiro nanico! — ele grita lá de dentro, rindo da própria piada sem graça.
Eu só não quebro essa porta agora porque eu não quero ter que pagar por outra. Mas eu já sei o que vou fazer, porque não sou besta nem nada. Eu não nasci ontem, bebê. Tenho meus truques. Enquanto ele está lá, eu vou atrás das chaves extras no andar de baixo, aposto que deve ter em alguma gaveta ou sei lá. Deixo o otário achando que ganhou, mas aqui estou eu fuçando minhas coisas e... Tcharam! Ainda bem que sou maluco e perco as coisas, senão eu nunca teria chave reserva de nada.
Na pontinha dos pés eu volto ao quarto. Aproximo-me da porta do banheiro, consigo escutá-lo cantarolar alguma coisa enquanto a água do chuveiro cai. Ao máximo tento enfiar a chave no miolo com cuidado para chamar a atenção dele. Devagarinho e com muita paciência, eu giro e destranco a porta do banheiro.
Pronto. Agora eu olho ao redor à procura do que fazer. Não sei. Calma. Preciso pensar rápido. Entro no closet correndo, vasculho as coisas e vou até as roupas, acessórios ou objetos que eu pouco uso. Penso... Penso... Acho a pistola de água que compramos na Grécia e acho que ela será valiosa agora. Mas... Oh... No meio das coisas eu acho uma máscara de V de Vingança que eu usei numa festa de Halloween do Jaehyun e quis me vingar de alguma coisa que não me lembro. Até hoje não sei porque eu simplesmente compro essas coisas, ao invés de alugar. Sempre fica aqui escondido, morto. Um dia desses eu junto tudo e vou levar para doação.
Enrolo um lençol na cabeça para esconder meu cabelo, ponho a máscara no rosto, a arma nas mãos e volto à porta do quarto para gritar:
— Taeyong, não saia do banheiro! — faço de tudo para a minha voz soar naturalmente trêmula e medonha. — Tem um cara esquisito aqui. Acho que ele tá vindo me pegar...
— Quê? — ele grita lá de dentro, fechando o chuveiro.
Chego bem pertinho da porta agora, abro bem depressa, fazendo o máximo de barulho, e entro gritando coisas aleatórias enquanto aponto a arma para a direção do box. A primeira reação do Taeyong é gritar também, e se grudar na parede como se ela fosse transportar seu corpo para algum lugar seguro. Essa brincadeira tinha tudo para dar errado, porém a reação dele foi só de horror até me reconhecer.
— Ai, Chittaphon... Você é um panaca mesmo, hein? — ele está ainda tentando regularizar a respiração depois do susto, já eu tiro a máscara do rosto. — Nunca mais caio nas suas palhaçadas.
Eu lhe dou tchauzinho com um sorriso ousado no rosto antes de retirar-me do banheiro para que ele possa terminar o banho. Eu apareci numa hora bem aleatória, porque ele está repleto de sabão... Mas eu confesso que gostei de vê-lo assim, não vou negar. Ele normalmente fica com vergonha quando vejo-o nu, só que dessa vez estava tão ocupado me chamando de panaca que nem teve tempo de se cobrir. Ai, ai... O menino é besta mesmo...
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