𝟮𝟰. › HOME SWEET HOME.
( lar doce lar )
APÓS MESES, O CASO DOS MARTIN'S
CHEGA AO FIM
Meses após a destruição de um restaurante no centro de Nova York e o início a perseguição a Cora e Daniel Martin, o caso finalmente é encerrado. Mãe e filho são inocentados de todas as acusações e o verdadeiro culpado, um cientista clandestino chamado Benjamin Blake, é colocado atrás das grades. Segundo fontes, o doutor Blake ── como era conhecido ── já era procurado em 8 estados por seus experimentos impróprios em mutantes e humanos.
Blake utilizou de seu conhecimento e sua influência para movimentar uma organização intitulado "Os Sentinelas". Também segundo fontes, ele achava que o extermínio principalmente de Erik Lehnsherr ── um mutante também conhecido como Magneto ──, seria o primeiro passo para solucionar o problemas que o mundo enfrenta. Outra visão que Benjamin também tinha, era que as pessoas com o gene-x nasceram para "servir a humanidade."
Durante seu interrogatório frente as autoridades, Benjamin Blake se mostrou transtornado. Ele foi bem direto e raivoso com suas palavras, expondo todas as verdades por trás de sua visão distorcida do mundo e dos seres humanos. Com a notoriedade de sua loucura e do grau de perigo que o homem apresenta, foi concedida a transferência de Blake da prisão de San Quentin para a Balsa, uma prisão de elevada segurança. O pedido foi feito pelo novo Secretário de Estado, o antigo general do exército Thunderbolt Ross.
Cora Martin foi inocentada pelos crimes que Blake fez em seu nome. Charles Xavier, professor e um dos fundadores de um instituto para crianças e adolescentes super dotados, assumiu o dever de pagar por todo e qualquer dano causado pelo filho de Cora, Daniel. Também foi imposto pelo estado que o menino de 10 anos passe a frequentar a escola de mutantes de agora em diante para que mais nenhum destruição, como a do restaurante, possa se repetir...
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Cora interrompeu a leitura do jornal ao notar a presença de Clint ao seu lado. Barton havia se oferecido para ajudá-la com a mudança para a casa nova. Ao lado da porta de entrada, havia uma banca de jornal e, enquanto seu amigo descarregava a última caixa do caminhão, ela se ocupou em observar o que aquela matéria dizia sobre seu caso.
── Se atualizando das notícias? ── Perguntou Clint, ao deixar a caixa de papelão no chão e parar para descansar.
── Nada que eu já não saiba. ── Disse ela, dando de ombros. ── Mas ainda é interessante. Nem acredito que toda essa bagunça acabou.
── Sinceramente? Nem eu. Mas eu saiba que cedo ou tarde isso ia acontecer. ── Disse Clint, cruzando os braços na frente do peito. ── O mundo todo sabe a verdade e o Blake está onde sempre deveria estar. Atrás das grades. E você está livre.
── Nem tanto. ── Cora respondeu, caminhando com Clint para sua nova casa. Ele levantou a caixa com as mudanças novamente. ── Sei que o governo ainda está de olho em mim e no Dan. Apenas esperam mais um deslize para prender nós dois. Eles não estão satisfeitos com como as coisas terminaram.
── Eles deveriam é estar comemorando. ── Comentou o loiro. ── Prenderam um psicótico terrorista. Isso não é suficiente?
── Você e eu sabemos muito bem que as coisas não funcionam assim, Clint. ── Disse a Martin, segurando a porta para que ele pudesse passar. ── Sabemos como os mutantes são vistos pela sociedade e não é uma visão muito diferente daqueles que estão no poder. Quando mais eles puderem "demonizar" essas pessoas, melhor eles ficam.
── Você está certa, ── Clint pousou a caixa perto das outras. ── mas isso não vai acontecer mais com você ou com o Daniel. Sabe que estamos aqui pra te ajudar e impedir que isso aconteça novamente.
── E eu agradeço muito por isso. ── Ela sorriu. ── Mas isso não depende só dos Vingadores ou dos X-Men, também depende de mim. Preciso ser mais cuidadosa.
── Mas do que você já é? Impossível! ── Exclamou Clint, rindo. Cora o acompanhou. ── Pronto, essa é última caixa. Você está oficialmente com todas as suas coisas na casa nova. O que acha?
── Acho que olhar pra isso tudo me dá sono. ── Disse Cora, olhando em volta. ── Tantas coisas pra arrumar. Já estou vendo o trabalho que vai dar.
── Bom, podemos mandar um trote pra torre dizendo que estamos sendo perseguidos, fazer todos virem pra cá e obrigarem eles a ajudar a arrumar. ── Opinou Clint. ── Tony poderia até dar um jeito de trazer a Sexta-feira. Visão atravessa paredes, então seria super rápido pra ele. Ah, e Steve pode carregar mais de 5 caixas ao mesmo tempo...
── Tá bom, Clint. Chega. ── Pediu a Martin, rindo. ── Você está muito empolgado com essa ideia, eu sei. Mas não vou perturbar mais ninguém.
── Nem mesmo o Capitão? ── Barton perguntou, com a sobrancelha arqueada. ── Essa seria uma ótima desculpa pra vocês dois passarem um tempo juntos.
Vendo onde ele queria chegar, Cora se virou e começou a mexer em uma das caixas. Tentando se concentrar em arrumar e não na conversa que estava começando a ter com Clint.
── O que você quer dizer? ── Perguntou, tentando soar desentendida.
── Ah, qualé. Não começa com essa agora. ── Resmungou Clint, se aproximando dela. ── Tony já me contou que vocês se beijaram na mansão Xavier.
── Tony é um fofoqueiro.
── Sim, ele é. ── afirmou Clint, rindo. ── As vezes isso é uma maldição, mas também é uma dádiva. É assim que me mantenho atualizado das coisas.
── Não sei qual de vocês é pior. ── Disse Cora. ── Depois dizem que as mulheres que são fofoqueiras.
── Tá. Agora, não fuja do assunto. Você e o Steve... Como andam as coisas?
── Bom, estamos na mesma. ── ela deu de ombros, segurando um pato de vidro nas mãos. ── Não conversamos direito desde que deixei o interrogatório. Ele ficou ocupado com os deveres de herói e eu... Bem, tive que resolver minha vida.
── Entendo. ── Assentiu Clint. ── Steve também deve estar todo enferrujado com essa coisa de romance e tudo mais. Vai precisar de um empurranzinho.
── Clint. ── Cora o advertiu.
── Que foi?
── Não se meta. ── ela apontou para ele, tentando soar séria. Clint ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo.
── Quem disse que eu ia me meter? ── Perguntou o Barton. ── Só dar uma ajudinha, nade mais...
── Clint! ── Cora o advertiu novamente. ── Não faça nada. Não tente dar uma de cupido. Você tem as flechas e tudo mais, mas não serve pra isso.
── Ah qualé, Cora. Eu só vou ajudar o Capitão a se situar, nada demais. ── Disse Clint. ── Eu sei que ele gosta de você, você gosta dele. Vocês dois até se beijaram! Que mal tem querer ver dois amigos meus juntos?
── Eu só não quero que você tente forçar as coisas. Talvez ele tenha se arrependido ou sei lá... ── Ela gesticulou indecisa. ── Já se passaram alguns dias. Steve pode ter percebido que aquilo foi só algo do momento.
── Isso é o tipo de coisa que se resolve conversando. Vocês dois podem muito bem fazer isso.
── Eu só... ── Cora bufou. ── Não estou com cabeça pra isso agora, ok? Steve não é a única pessoa com que preciso conversar. Estou evitando uma conversa com a Wanda e isso tá me matando. Entre os dois, o que tenho pra dizer pra ela é mais importante.
── O que é? ── Clint perguntou, com a testa franzida.
── Nada que você precise saber agora. ── Respondeu a Martin, erguendo uma caixa de pratos e levando para a cozinha. ── Te conto depois que eu resolver.
Clint abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu terminar. Daniel desceu as escadas rapidamente, seus tênis fazendo um barulho alto no chão de madeira. A empolgação tomou conta do corpo do menino. Sem Daniel perceber, Clint sussurrou para Cora as palavras "essa conversa ainda não terminou". O que fez a Martin revirar os olhos.
── Eu adoro meu quarto! ── Daniel exclamou, ao entrar no cômodo. Cora riu com a fala do filho. ── Ele é enorme!
── Que ótimo, Dan! ── respondeu Clint, no mesmo entusiasmo que o garoto. Aproveitou para bagunçar um pouco o cabelo do menino. ── Esse é melhor do que o da outra casa?
── Mil vezes melhor! ── Disse Daniel. Ele foi para perto da mãe. ── Vamos ficar aqui pra sempre, certo?
── Bom, eu não tenho planos de me mudar tão cedo. ── Cora respondeu, rindo fracamente. ── Odeio mudanças. Então por mim, pra sempre parece uma ótima opção. Se não houver imprevistos, claro.
Daniel começou a comemorar, o que fez os dois adultos começarem a rir. A empolgação dele era contagiante e isso enchia o coração de Cora de alegria. Era bom ver que o brilho de seu filho não havia se apagado, mesmo depois de meses fugindo. Daniel também começaria um acompanhamento psicológico, só por garantia. Cora queria ter certeza que ele estava bem, depois de tudo que os dois tiveram que lidar. Estava tão apreensiva quando deixou a delegacia e finalmente pode encarar o mundo sem ser uma fugitiva, a realidade parecia complicada.
A decisão de se mudar já era algo que estava em sua mente a algum tempo. Desde antes do incidente no restaurante, Cora já pensava que comprar uma casa era necessário. Daniel estava crescendo e o apartamento que dividiam juntos não estava mais comportando os dois. Eles precisam de espaço e o menino precisava de um bom lar para crescer. Mas então aconteceu a fuga e a possibilidade de uma mudança ficou para trás.
Quando retornou a seu apartamento a alguns dias atrás e encarou a bagunça que estava ── tudo graças a Benjamin Blake que invadiu sua casa e revirou tudo, fazendo questão de encontrar qualquer possível rastro deixado por eles ── Cora percebeu que era o momento de retomar de onde haviam parado. Dessa vez sem Gabe. Poderia ser apenas ela e seu filho, como sempre foi.
Mas Cora não reclamaria se mais alguém quisesse se juntar a sua pequena família.
── Mãe, podemos dar uma festa? ── Daniel perguntou, olhando para mãe com empolgação. Cora franziu a testa.
── Festa?
── É. Uma festa na casa nova. ── Disse o menino, balançando a cabeça. ── Podemos chamar os Vingadores e o pessoal da mansão. Ah, e o tio Matt, o tio Foggy e a tia Karen também.
── Isso é uma casa ou uma mansão? ── Clint perguntou, rindo.
── Pois é. Acho que não vamos conseguir comportar toda essa gente aqui em casa, Dan. ── Responde Cora. ── É uma casa grande, mas nem tanto.
── Tá, ok. Mas pelo menos podemos fazer alguma coisa para comemorar? ── Daniel perguntou, um pouco desanimado por quanta de não poder fazer uma festa.
── Claro que sim. ── Cora respondeu com um sorriso. ── O que você acha de pedirmos algumas pizzas, jogarmos alguns travesseiros e edredons no chão e colocarmos um filme? Podemos fazer a nossa noite de cinema, igual fazíamos na outra casa.
── Sim! ── Diz Daniel, com muita empolgação. Depois ele aponta para Clint. ── E o tio Clint pode participar também.
── Odeio ter que recusar esse convite, mas não vou poder ficar. ── responde Barton. ── Preciso buscar Lila, Cooper e Nate na casa dos pais da Laura.
O olhar um pouco descontente e triste de Clint não passou despercebido por Cora. Ela sabia que ele ainda estava sofrendo pela morte da esposa e tudo ficava ainda pior quando seus sogros também não estavam facilitando as coisas. No início do dia, Clint compartilhou com ela que eles o estavam culpando pelo o que aconteceu a filha. Não era algo direto, mas era nítido o desconforto dos dois e como estavam se contendo para não jogar tudo na cara dele.
Deixar seus filhos com eles foi a única opção plausível que Clint tinha quando voltou para ajudar Cora. Era óbvio que as crianças estariam seguras com eles, enquanto Barton ainda tinha trabalhos inacabados. Agora estava desconfortável por ter que retornar a casa dos sogros e encara-los novamente. Cora se sentia de certa forma culpada por ter colocado seu amigo em tal situação.
── Mas prometo vir em uma próxima ── comentou Clint, tentando trazer a positividade de volta. ── E junto com as crianças, é claro. Assim vocês podem brincar juntos de novo.
Daniel assentiu, sorrindo e fazendo Clint dar sua palavra que realmente faria isso. O loiro riu e concordou, sem pensar duas vezes. Cora assistiu a cena com a alegria, enquanto guardava alguns pratos.
O tempo passou rapidamente depois disso. Com todos os três focados em arrumar o máximo da casa o possível. Cora sabia que não terminaria tudo em um dia, mas estava empenhada em não deixar se prolongar por muito mais tempo. Pelo menos tinha o final de semana para terminar de colocar toda a sua nova casa em ordem e isso deveria ser o suficiente.
Por volta das 20hrs, Clint foi embora. Cora também viu como uma boa deixa para descansar e começar a preparar tudo para sua noite de cinema em casa com Daniel. Ele também estava animado, tagalerando sobre vários possíveis sabores de pizza enquanto terminava de ajudar sua mãe a arrumar o sofá e perguntava se eles também poderiam fazer pipoca.
Quando terminaram e a Martin estava perto de pedir para seu filho subir, a campainha da casa tocou. Sem estar esperando uma visita naquele momento, Cora franziu o cenho.
── Quer que eu abra, mãe? ── Daniel perguntou.
── Não precisa. Busca alguns travesseiros lá em cima, enquanto eu abro a porta. ── Ela pediu. O menino assentiu, enquanto passava por ela correndo. No que Cora gritou para ele: ── Suba as escadas com cuidado!
── Tá bom, mamãe! ── Daniel gritou de volta, tentando ser mais cauteloso ao subir as escadas.
Cora foi até a porta um pouco apreensiva. Mesmo tendo se passado alguns dias, ainda não sentia que estava totalmente relaxada. Ainda se sentia na defensiva quando andava pela rua e até mesmo quando ia dormir. Se pegava pensando demais, revivendo em sua mente os momentos dolorosos que viveu nos últimos meses. O controle mental de Jane a afetou mais do que gostaria de admitir. Agora estava vivendo as consequências de ter sua mente invadida de forma tão crua e real.
Ao olhar através do olho mágico, não pode conter o suspiro de surpresa ao descobrir quem estava do outro lado. Seu corpo foi de apreensivo a nervoso em questão de minutos. Mesmo sem saber como reagir, Cora fez o melhor para abrir a porta com a maior naturalidade o possível. Toda a sua seriedade desmoronou quando seus olhos castanhos encontraram os olhos azuis de Steve.
── Oi ── ele cumprimentou, um pouco sem jeito. Um sorriso mínimo em seus lábios.
── Oi, Steve. ── Cora respondeu. ── É bom te ver. Uma surpresa e tanto na verdade. ── ela riu, sem jeito.
── Me desculpa ter vindo tão de repente. Não quero te incomodar se você estiver ocupada ── ele começou a se explicar. ── Clint disse que você precisava de ajuda com a mudança e eu não estava fazendo nada importante, então decidi passar aqui pra ver você e o Daniel.
Você me paga Barton, Cora pensou.
── Não, não. Fica tranquilo. Você não está incomodando. ── garantiu ela. Depois olhou para as mãos dele, notando duas sacolas. Uma maior que a outra. ── Você quer entrar?
── Claro. ── Steve assentiu.
Cora deu espaço para ele passar. Enquanto fechava a porta, seu celular vibrou em seu bolso. Retirando o mesmo da parte de trás de sua calça jeans, desbloqueou o aparelho e foi até a mensagem que havia acabado de receber. Mensagem essa que havia sido mandada por Clint.
Clint (20:30)
Surpresa!!!
Estou apenas retribuindo o favor de alguns anos atrás.
Você me deu uma oportunidade com o amor da minha vida, agora estou dando a sua. Aproveite!
Cora bufou, mas não respondeu. Ao invés disso devolveu seu celular ao bolso da calça e ergueu o olhar para Steve, que olhava para ela um pouco preocupado.
── Está tudo bem? ── Ele perguntou, com a testa franzida.
── Ah, sim. Claro! ── Cora respondeu. ── Só conferindo algumas mensagens, nada demais. ── em seguida ela apontou para as sacolas. ── Quer guardar isso em algum lugar?
── Ah, na verdade os dois são para vocês. ── Steve disse, rindo fracamente. ── Antes de eu chegar aqui, Clint me mandou uma mensagem dizendo que eu devia trazer refrigerante. Eu perguntei o porque e ele me disse pra não fazer perguntas.
── Clint é um idiota. ── Disse Cora, revirando os olhos. Pegou a sacola com o refrigerante das mãos de Steve. ── Eu sinto muito por isso. Ele tem essa mania de se meter onde não é chamado.
── Como assim "se meter"? ── Rogers perguntou.
Cora abriu a boca para tentar dar uma explicação pelo o que havia acabado de dizer, reparando que não devia ter dito isso pois agora teria que explicar também a conversa que havia tido antes com Clint. Porém, antes que ela pudesse fazer isso, Daniel apareceu no topo da escada.
── Steve! ── ele gritou, alegremente. Daniel deixou os travesseiros que carregava no topo da escada e desceu a mesma apressadamente até pular nos braços de Steve e abraça-lo. O homem retribuiu sorrindo.
── Ei, Dan! ── Disse Steve. ── Como você está? Gostou da casa nova?
── Eu estou bem. E a casa nova é incrível! ── Respondeu o menino, se afastando um pouco. ── Steve, você vai ficar pra assistir filmes com a gente? Minha mãe vai pedir pizza e podemos fazer pipoca!
── Bom, isso depende da sua mãe. Eu não quero incomodar, nem nada do tipo...
── Pode ficar tranquilo, Steve. Já disse que você não está incomodando. ── Garantiu Cora. ── Dan, que tal você levar os travesseiros para a sala? Vou levar o refrigerante pra geladeira e fazer o pedido.
O garoto assentiu e puxou Steve para ajudá-lo. Cora riu com a cena dos dois e com a forma como seu filho falava entusiasmado sobre seu quarto, sobre a casa e sobre a escola Xavier que começaria a frequentar na segunda. Assim que as vozes dos dois sumiram no andar de cima, Cora guardou o refrigerante na geladeira quase vazia e retirou o celular do bolso.
Enquanto fazia o pedido, Steve e Daniel foram para sala com os travesseiros e cobertores. Os dois rindo e conversando. A cena aqueceu o coração da mulher, vendo como eles pareciam tão felizes e se davam tão bem. Um grito animado foi ouvido, o que atraiu o olhar arregalado de Cora. Daniel apareceu na cozinha radiante, mostrando para mãe um escudo do Capitão América em tamanho médio. Uma réplica idêntica aquele que Steve utilizava.
Cora olhou para o loiro interrogativamente. Como a mulher estava ao telefone, Rogers murmurou para ela "presente do Tony" e isso foi o suficiente para fazê-la entender. Depois que terminou de pedir as duas pizzas, Daniel já havia retornado para a sala e Steve estava com ela na cozinha.
── Tony disse que deu um presente pro Daniel de aniversário, mas não achava tão bom quanto esse. ── Steve explicou. ── Ai ele comprou um escudo de brinquedo em uma loja, não gostou da qualidade e acabou reforçando o escudo pra deixar "mais verdadeiro".
── Por favor, me diz que ele não deu um escudo de vibranium pro meu filho. ── Disse Cora, o que fez Steve rir.
── Ele queria, mas eu não deixei. ── Respondeu Rogers. ── Então, nas palavras do Tony, é uma versão "genérica" do escudo do Capitão América só que mais resistente. ── percebendo o olhar dela, ele continuou. ── Nem me pergunte o que isso significa. O gênio é ele, não eu.
── Céus ── ela riu, levando a mão ao rosto. ── Agradeça ao Tony quando retornar a torre.
── Pode deixar. ── respondeu ele.
── E como estão os outros? ── Ela perguntou. ── Nem tive a oportunidade de me despedir e agradecer adequadamente.
── Eles estão bem. Todos estão bem. ── Disse Steve, no que Cora assentiu. ── A propósito, Natasha mandou um abraço e disse que vem te visitar em breve.
── Tenho certeza que ela vai aparecer aqui quando eu menos esperar. ── a Martin disse, fazendo com que Steve assentisse.
── A Nat é exatamente assim. ── Afirmou Steve, o que fez Cora rir fracamente. Com um silêncio desconfortável prestes a se instalar entre eles, Steve limpou a garganta. Sem saber para onde olhar. ── Então...
── Então... ── ela repetiu, um pouco desconfortável.
── Você disse algo sobre o Clint estar se metendo em algo. ── Disse Steve. Cora arregalou os olhos.
── Ah, não é nada demais... ── Cora riu, nervosa. ── Você sabe como o Clint é. Ele é um chato quando quer ser. Ele que disse pra você vir pra cá por causa do que conversamos mais cedo.
── O que vocês conversaram? ── Steve perguntou.
Cora abriu a boca e fechou algumas vezes. Estava realmente tentando chegar a algum lugar com aquela conversa, mas ainda se sentia um pouco incerta sobre o que deveria fazer. Talvez fosse o medo da rejeição tomando conta de si.
── Sobre nós... Eu e... Você. ── ela respondeu, mordendo o lábio em seguida. Steve soltou uma respiração surpresa.
── Ah, certo. Nós. ── Ele murmurou. Ajeitando a postura, seu olhar recaiu sobre ela novamente.
Cora respirou fundo. Aquela conversa não estava indo pelo caminho que ela gostaria. Na verdade, parecia estar indo para lugar nenhum.
── Desculpe, eu não devia ter falado sobre isso. ── Ela riu nervosamente, desviando o olhar para o piso. ── O que aconteceu na mansão foi coisa do momento, eu entendo...
── Não! ── respondeu Steve, abruptamente. O que assustou Cora. ── Sinto muito. Não, eu não quis fazer você pensar isso, eu só... Desculpa é difícil pra mim dar esse passo, sabe? ── Cora assentiu, compreensiva. ── A última pessoa que eu amei ficou no passado.
Com as palavras dele, ela suspirou surpresa. Steve deu alguns passos na direção de Cora, aproveitando para continuar o que tinha para dizer.
── Tudo o que eu disse para você no instituto era verdade. Realmente me apaixonei por você, só não sei como reagir e agir em relação a isso. ── Confessou o homem. ── Também não quero que se sinta obrigada a corresponder o que eu sinto ou começar algo agora depois de tudo que passou nos últimos meses.
── Sinceramente, estar com você foi uma das melhores coisas que me aconteceram nesses dias conturbados. ── Cora disse. ── Estou disposta a tentar fazer isso funcionar, Ste. Se você quiser, é claro.
── É o que você quer? ── Ele perguntou, se aproximando mais dela. Seus corpos a poucos centímetros um do outro.
── É o que eu quero. ── garantiu, sorrindo.
Depois disso, Steve não pensou duas vezes antes de puxa-la para perto e beija-la. Cora sentiu como se várias borboletas estivessem voando em seu estômago. A forma como os lábios dele eram delicados sobre os dela, como a mão dele estava firme em sua cintura e a outra passava como um fantasma por sua bochecha. Todos os pequenos detalhes a deixavam tão envolvida.
Steve também não estava muito diferente. Tão absorto na sensação que era tê-la em seus braços, a forma como Cora envolveu seus braços em volta do pescoço dele e o puxava para mais perto. Tudo era tão real, tão impactante. Aquela era a segunda vez que eles se beijavam, mas Rogers se sentia exatamente como da primeira vez. Tê-la em seus braços também o deixava saber que Cora era real, que ela ainda estava ali, que ele não a perdeu, que os dois haviam sobrevivido. Isso era tudo que importava no final.
Quando os dois se separaram por quanta da falta de ar, sorriram docemente um para o outro. Adoração brilhando nos olhos dos dois, derramando todas as palavras que não conseguiam dizer.
── Estamos juntos agora? ── Ela perguntou, um pouco ofegante.
── Acho que oficialmente, sim. ── Respondeu Steve, sorrindo amplamente. Um tom de vermelho cobrindo as maçãs de seu rosto. Ele parecia ainda mais lindo de perto.
── Ótimo. ── Cora murmurou, radiante.
── Ótimo. ── Steve repetiu.
── O que vocês dois estão fazendo? ── a voz de Daniel soou, fazendo com que o casal se afastasse rapidamente e olhasse para o garoto parado na frente da porta. ── Vocês estavam se beijando?
Cora e Steve se entreolharam, sem saber o que responder e como responder. Eles abriram e fecharam suas bocas várias as vezes, intercalando o olhar entre si e entre o garoto. Totalmente desconcertados.
── Vocês estavam se beijando de novo? ── ele perguntou.
── Como assim "de novo"? ── Cora perguntou, com a testa franzida. Direcionou seu olhar aos dois. ── Sabe que nos beijamos antes?
── Tony meio que deixou isso escapar. ── Steve explicou, coçando a parte de trás da cabeça. Os lábios de Cora formaram um 'O' surpreso.
── Essa informação é nova pra mim. ── Disse ela.
── Vocês ainda não me responderam. ── Disse Daniel, cruzando os braços. ── Vocês estão juntos agora?
── O que é isso agora? Um interrogatório? ── Cora perguntou, rindo fracamente. ── Seria algo ruim se estivéssemos?
Daniel fingiu ponderar sobre a pergunta, mas logo abriu um sorriso.
── Não. Na verdade, seria bem legal. ── o garoto respondeu. ── Posso dizer que o Capitão América é meu padrasto. Eu posso dizer isso, né?
── Claro que você pode, Dan. ── Rindo, Steve respondeu.
Com animação, Daniel saiu correndo e puxou os dois para um abraço. Eles não puderam evitar rir com a reação alegre do menino. A felicidade dele contagiando os dois e os deixando envolvidos no momento, que acabou sendo quebrado pelo som da campainha tocando.
── As pizzas devem ter chegado. ── Disse a Martin. ── Steve, pode pegar o refrigerante e levar pra sala? Vou atender a porta.
── Claro. ── respondeu o Capitão.
Depois que Cora pegou e pagou as pizzas, e Steve levou a garrafa e os copos pra sala, os três se juntaram no chão, sentados nos travesseiros e envolvidos pelos cobertores. Daniel colocou o filme para rodar e eles se aconchegaram mais, enquanto comiam e bebiam juntos. Dividindo as fatias entre si e conversando minimamente enquanto o filme passava.
A noite transcorreu naturalmente, com algumas risadas, alguns comentários e depois pipoca. Cora adorou a normalidade de tudo, como se sempre tivesse sido assim. Quando deitou a cabeça no peito de Steve e pode ouvir seu coração batendo tão tranquilamente, ela percebeu que aquilo era o que sempre queria ter. O tipo de vida que sempre queria e o que mais precisava depois de meses difíceis e dolorosos.
Sorriu olhando Daniel deitado em suas pernas. Passou a mão suavemente sobre os cabelos de seu filho. Aquilo era realmente um lar. Um lar verdadeiro e que ela faria de tudo para manter. Aquela noite sabia que dormiria tranquilamente sabendo que, por hora, não havia mais nada para temer. Eles estavam seguros juntos.
── NOTES;
PENÚLTIMO CAPÍTULO!
ainda não acredito que essa história está chegando ao fim :(( ai caras, eu quero chorar ksksksks
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