𝟭𝟵. › BECAUSE I'M A FATHER.
( porque eu sou um pai )
QUANDO ERIK CHEGOU A MANSÃO, FOI RECEBIDO POR UM Hank McCoy bem mau humorado e acompanhado de uma mulher alta, de cabelos castanhos e um olhar sério. Lehnsherr nunca a havia a visto antes e, sinceramente, não se importava com quem ela era. Seu principal objetivo ali, era conseguir utilizar o cérebro.
Natasha Romanoff o acompanhará até o Instituto. Tony Stark e o resto dos Vingadores tentavam ligar a base novamente e, quando isso acontecesse, eles tentariam ajudar dá forma que podiam. Erik já sabia que eles não poderiam fazer nada, o cérebro era solução. Qualquer mutante poderia ser encontrado por ele, mas também era arriscado usá-lo.
O Cérebro era como uma ampliação dos poderes do Professor. Não era qualquer um que poderia utilizá-lo ou que poderia suportar a sua força. Mesmo que quisesse usá-lo, Erik sabia que Hank ou qualquer um outro aluno, não permitiria.
─ O que você quer aqui, Magneto? ─ McCoy perguntou com o tom ríspido, quando ele se aproximou. ─ Já não causou estragos demais?
─ Não estou afim de começar uma discussão agora, Hank. ─ ele respondeu, sem se abalar com a fala do homem. De certa forma, ele sabia que merecia aquele tratamento. ─ Preciso da sua... Da ajuda de todos vocês para encontrar Charles e Daniel.
─ Já estamos trabalhando nisso. ─ a mulher atrás dele respondeu.
─ Vamos encontrá-los e você não precisa se intrometer.
─ Você sabe que apenas o cérebro pode ajudar. ─ disse Erik. ─ Utilize-o.
─ Não, eu não posso. Apenas telepatas podem utilizá-lo, você sabe disso.
─ Então que outro o faça. ─ seu tom de voz saiu mais elevado.
─ Não vou arriscar a segurança dos meus alunos por isso, Erik. ─ Hank respondeu, com o tom de voz ríspido.
─ Hank, ─ Natasha se aproximou, depois de ter saído de seu carro. ─ estamos ficando sem tempo. Eles levaram o Steve também, sabe-se lá o que podem fazer com ele e com os outros.
McCoy suspirou pesadamente, pensativo.
─ Se vai continuar com essa indecisão, então deixe que eu entro e resolvo isso eu mesmo. ─ disse Erik, mas quando tentou andar em direção a mansão, Hank o barrou.
─ Nem pense nisso. ─ McCoy falou, sua voz quase saindo como um rosnado.
─ Ei, não comecem com brigas agora ─ Karen, a mulher que estava junto de Hank, se intrometeu no meio dos dois homens. ─ Não é momento para isso. Precisamos trabalhar juntos.
─ Karen está certa. Vocês dois precisam se controlar. ─ Romanoff concordou.
─ Sobre o cérebro, eu posso utilizá-lo.
─ Karen ─ Hank a repreendeu.
─ Posso fazer isso, Hank. ─ ela garantiu. ─ Também pode ser uma forma de aprimorar minha telepatia.
─ Ou causar um grande estrago em sua mente. ─ ele respondeu.
─ Não importa. Tenho que tentar.
─ Certo, como quiser. ─ ele se deu por vencido. ─ Mas não diga que não sabe das consequências.
─ Sei o que faço, McCoy. ─ ela olhou na direção de Nat e Erik. ─ Venham conosco.
---
Steve a olhava sem a reconhecer.
Bom, ela era... mas, ao mesmo tempo, não era. Era como encarar a versão malvada, arrogante e egoísta da Cora que ele conhecia. Parecia tão vazia e desprovida de empatia utilizando aquele uniforme escuro, os cabelos presos, a maquiagem mais pesada e olhar mais duro sobre ele. Isso o lembrava Bucky. O lembrava o estante em que a mascara do Soldado Invernal caiu. Lembrava da luta no porta-aviões, dos destroços, de quase morrer afogado.
Steve não lutaria contra ela, caso isso chegasse a ocorrer em algum momento. Isso era óbvio. Ele preferia sofrer todos os ferimentos possíveis que ela poderia lhe causar, do que acerta-la com qualquer golpe. Rogers sabia que não conseguiria. Não conseguiria machuca-la nem se quisesse. Em contrapartida, aquela Cora poderia ser capaz de mata-lo sem sentir qualquer resquício de pena ou remorso durante o processo.
─ O que vão fazer com ele agora? ─ a Martin perguntou ao agente ao seu lado. Um homem de estatura mediana, branco e de cabelos escuros, ele havia acabado de entregar uma prancheta a ela.
─ O Dr. Blake tem alguns planos para o Capitão. ─ respondeu o homem. ─ Quer que tirem amostras do sangue dele para o laboratório. Pode ser útil para algo futuro.
Cora levantou a folha na prancheta, analisou algo que estava escrito e depois se virou novamente para o homem ao seu lado.
─ Chame a equipe médica ─ ela devolveu o objeto que estava em suas mãos. ─ Diga que venham para cá e tirem o sangue dele agora. Eu fico de olho enquanto isso.
─ Não acho que é uma boa ideia... Dr. Blake disse que faria isso depois.
─ E eu digo que vamos fazer isso agora, Davenport. ─ a Martin lançou um olhar sobre ele. ─ Sou a segunda em comando, obedeça.
─ Sim, senhora. ─ Davenport se retirou, segurando a prancheta em frente ao corpo e batendo a porta atrás de si.
Quando se viu sozinha naquela sala, apenas com a companhia do Capitão América acorrentado, Cora puxou uma outra cadeira e se sentou de frente para o homem de cabelos loiros. Braços cruzados, a perna direita balançando em cima da esquerda, enquanto ela analisava o rosto de Steve sem dizer nada por um tempo.
A verdade era que agente Martin não tinha certeza do porque ter feito aquilo, do exato porque de querer ficar sozinha com o Capitão. Sua mente tentava puxar memórias, qualquer momento que tenha passado ao lado daquele homem, mas não se lembrava de nada. Nem um pedacinho de quer de um momento passado com ele.
Ela se lembrava de Erik. Do Magneto tentando mata-la, do mutante ter transformado seu filho em uma arma descontrolada, em Daniel destruindo aquele restaurante a mando do pai. Mas não se lembrava de Steve Rogers em qualquer estante que se passou. Mas, de alguma forma, podia sentir que já o conheceu antes, que os dois já estiveram cara a cara como agora.
─ Vai ficar apenas me encarando ou... ─ Steve começou a dizer. ─ tem algo importante pra me contar. Tipo, seus planos para me matar ou ideias do seu chefe para dominar o mundo.
─ Vou te poupar dessa ladainha por enquanto. ─ ela descruzou os braços e pendeu a cabeça um pouco para o lado. ─ É cansativo demais.
─ Então, eu posso pular para a parte onde tento te convencer a parar com isso?
─ Tente o seu melhor. ─ disse, dando de ombros.
─ Cora, estou falando sério. Não pode continuar com isso. ─ Steve insistiu, olhando para ela sem desviar ─ Daniel precisa de você e se continuar apoiando Blake dessa forma, seu filho pode morrer.
─ Um bem necessário, você não acha? ─ a Martin respondeu, com o tom de voz sério. ─ Sem Erik para influenciar os mutantes, viveremos finalmente em paz.
─ Eu vivi o suficiente para saber que não importa quantos "ditadores" você tente derrubar, sempre aparecerem mais como ele. ─ respondeu o loiro. ─ De qualquer forma, Erik errou em muitos pontos, mas nunca foi alguém tão ruim assim.
─ Ele precisa pagar pelo o que fez.
─ Mas não com a morte.
─ As vezes essa é a única saída, Capitão.
─ Céus, o que eles fizeram com você? ─ esbravejou Steve, revirando os olhos e respirando profundamente ─ Você nunca falaria algo desse tipo, Cora. Deus... Você morreria pelo seu filho.
Ela contraiu o maxilar, mas não disse nada.
─ A Cora que eu conheci era uma mulher tão valente. ─ ele prosseguiu. ─ Corajosa. Ela nunca falaria algo assim.
─ Talvez ela apenas estivesse cega. ─ deu de ombros, cruzando os braços novamente.
─ Acha que Blake abriu seus olhos? ─ Rogers perguntou, indignado ─ Pôs eu acho que ele apenas te cegou. Seja lá o que ele fez com a sua mente, você precisa se livrar disso. Precisa se lembrar de quem realmente é, do que realmente fez. Se lembra da Laura, da sua melhor amiga, que morreu tentando fazer de tudo por você e pelo Daniel. Não deixa que o que ela fez tenha sido em vão, Cora.
─ Você não sabe do que está falando... ─ ela ficou de pé bruscamente e de costas para o Capitão. ─ Erik matou ela.
─ Foi Blake quem te disse isso? Quantas outras mentiras ele colocou na sua cabeça? ─ Cora levou as duas mãos as temporas enquanto ele falava. ─ Ele te faz acreditar que Erik é culpado por tudo de ruim que aconteceu na sua vida, da mesma forma que ele vê o Erik. Blake é louco Cora. A vingança dele é sem sentido e isso o torna uma pessoa perigosa, precisa ser preso. Podemos por um fim nisso juntos, você só tem que abrir os olhos para...
─ Cala a boca! ─ ela gritou, agora olhando para ele. ─ Você não sabe o que fala! Está tentando bagunçar a minha mente, mas isso não vai acontecer... ─ colocou as mãos na cabeça, a dor aumentando aos poucos.
─ Sei que uma parte sua acredita em mim. ─ Steve continuou, agora com o tom de voz mais calmo e baixo. ─ Sei que a Cora por quem me apaixonei ainda está aí dentro e eu nunca vou desistir dela.
A Martin olhou para ele assustada, mas não disse nada.
A porta da sala foi aberta em seguida, com a entrada de dois médicos e o agente Davenport. Cora saiu pela porta sem dizer uma palavra se quer, apenas saiu esbarrando nas pessoas que entravam. Ela parou no corredor, encostando em uma das paredes e respirando de forma desregulada. Flashes rápidos passando em sua mente, como imagens soltas e perdidas de alguma parte de sua memória, mas nada concreto.
A possibilidade de Steve estar falando a verdade existia, mas ela não consegui se concentrar o suficiente para ter certeza. O que Benjamin Blake havia feito com sua mente?
Mas Cora não teve muito tempo para pensar nisso.
O som do alarme soou por toda a base, sendo mais alto do que sua dor de cabeça. Isso foi o suficiente para deixá-la em alerta novamente. Seus olhos olhando para todos os lados, tentando compreender o que estava acontecendo. Davenport apareceu na porta, com o mesmo olhar que a Martin tinha no rosto.
─ O que está acontecendo? ─ ele perguntou, vendo alguns agentes passando correndo no final do corredor.
─ Não sei... ─ Cora finalmente conseguiu dizer algo. Tentou voltar a pose novamente, fingindo não estar abalada pelos acontecimentos anteriores.
Antes que Davenport pudesse dizer algo a mais, o agente Sullivan apareceu, com seu olhar bravo. Ele mantinha a cara fechada, desde que fora rebaixado. A Martin agora ocupava seu lugar em comando.
─ Vamos, idiotas. ─ ele disse, mau humorado. Passando a frente dos dois ─ A segunda parte do plano está entrando em ação. Ele está aqui.
─ Ele quem? ─ Cora perguntou. Gabe parou no meio do caminho e olhou para eles por cima do ombro.
─ Erik Lehnsherr. ─ riu fracamente. ─ Mais quem seria?
---
Erik poderia levar aquele lugar abaixo se quisesse, mas não o fez por Daniel e, querendo ou não, por Cora também. Então, apenas fazer uma grande abertura no teto da sala onde seu filho se encontrava, foi o suficiente.
Naquele local, se encontrava alguns cientistas e o menino desacordado, dentro de uma máquina que se lembrava uma cápsula. Havia uma alta voltagem em um tom azul em volta dele e parecia aumentar com o passar do tempo, como se sugasse sua energia vital.
─ Ora, ora. ─ uma voz se fez presente, fazendo Lehnsherr desviar o olhar de Daniel e observar um homem de cabelos escuros e sorriso prepotente. ─ Erik Lehnsherr. Magneto. É um prazer finalmente conhece-lo pessoalmente.
─ Solte o meu filho. ─ mandou Erik, agora pousando no chão. ─ Agora.
─ Eu adoraria fazer isso. Adoraria mesmo. ─ respondeu o homem. ─ Mas não posso.
Lehnsherr levantou uma das vigas de ferro e a colocou bem perto do rosto de Blake, algo que só fez o sorriso do homem aumentar. Alguns agentes que estavam na sala apontaram suas armas para ele.
─ Eu não pedi, eu mandei você tirar meu filho de dentro daquela coisa. ─ rosnou Lehnsherr ─ Faça isso ou se não...
─ Você me mata? É isto? Pode fazer, eu realmente não me importo. ─ Blake deu de ombros. ─ Se me matar, não vai ter ninguém que possa soltar o garoto de dentro da minha máquina. Nem mesmo esses outros idiotas ao meu redor.
Erik estreitou os olhos, mas não abaixou a viga.
─ Ah, você poderia tentar salva-lo, utilizando seus poderes e tudo mais, porém apenas iria mata-lo mais rápido. De qualquer forma você perde.
─ O que você quer? ─ Erik abaixou o objeto aos poucos, depois de um curto período silencioso.
─ Veja bem, senhor Lehnsherr. ─ Benjamin colocou os braços para trás ─ Eu sou um visionário. E, como um bom visionário, eu quero muitas coisas e vejo muitas coisas também. Porém, nesse momento, eu só idealizo um futuro melhor e para que isso aconteça, você não deve existir.
─ Se o seu problema é comigo, não precisa envolver o meu filho nisso.
─ Pegar alguém como você sempre foi algo complicado. Você sempre conseguiu deslizar das mãos do governo tão facilmente. ─ balançou a cabeça de um lado ao outro. ─ Estudar seus poderes se torna mais fácil quando existi alguém com dons semelhantes. Posso criar algo que irá te destruir de vez a partir do gene dele.
─ Isso não vai acontecer.
─ Por que? Por que irá tentar me matar?
─ O seu ódio dissimulado só se refere a mim. ─ Erik se aproximou em passos calmos, mesmo que estivesse borbulhando de raiva por dentro. ─ Resolveremos nossas desavenças, mas você manterá Daniel fora disso.
Lehnsherr não sabia do que Benjamin Blake era capaz, mas sabia conhecer um homem fora de si quando via um. Blake não estava blefando enquanto falava, levaria aquilo até o fim e, se a morte de Daniel fosse o caminho para isso, assim ele o faria.
─ Vamos fazer um acordo. ─ prosseguiu Erik. ─ Pare agora o que está fazendo e eu me entrego. Termine sua vingança comigo e não o envolva nisso, deixe-o viver em paz.
Houve um curto momento de silêncio e Blake realmente não disse.
Até começar a rir.
─ Oh, e eu achando que você não iria conseguir me surpreender, sr. Lehnsherr ─ disse Benjamin, sorrindo largamente. ─ Realmente seria tão louco de se oferecer em sacrifício pelo garoto?
─ Por Daniel, sim. ─ Erik olhou brevemente para onde o menino estava deitado, seu tempo se esgotando cada vez mais. ─ E porque eu sou pai e esse é meu dever, mantê-lo em segurança.
─ Lindo, realmente lindo. ─ Blake bateu palmas e riu. ─ É uma merda isso não anular nenhuma das merdas que vocês fez no passado. ─ ele estendeu a mão na direção de Erik. ─ O capacete, por favor.
─ Desligue a máquina primeiro e o tire de dentro.
─ Se ousar me atacar, por um minuto se quer, ─ ameaçou Blake. ─ a maquina será religada no mesmo estande, de forma que levará todo esse lugar a baixo, junto com o último suspiro do seu precioso filho.
Lehnsherr não respondeu.
Blake caminhou em passos lentos até o painel de controle. Ele mexeu em alguns botões, que começaram a mudar o que ocorria dentro da cápsula. Em questões de segundos, o azul intenso diminuiu e a máquina começou a parar, até o momento em que não se ouvia mais nada. Mas Benjamin ainda estava com o dedo perto do botão que a reiniciava, Erik poderia acerta-lo, mas não seria rápido o suficiente.
O doutor fez sinal para que seus homens se aproximassem. Lehnsherr retirou o capacete e entregou para um deles. A cápsula foi aberta, mas Daniel ainda não havia sido retirado de dentro dela, até que Erik estivesse definitivamente posicionado para entrar naquela que estava ao lado.
─ Mudança de planos. ─ disse Blake. Antes que Lehnsherr pudesse assimilar, uma coleira que inibia seus poderes mutantes, foi colocada em seus pescoço. Ele esbravejou, mas foi derrubado no chão por um dos agentes ao seu redor. ─ Te ver morrer ia ser muito divertido, mas... ─ Benjamin apertou o botão ─ te ver sofrer será melhor ainda.
Queria deixar algumas explicações para vocês, caso fiquem com dúvidas:
sobre o cérebro: ele é utilizado apenas por telepatas (Charles, Jean e a Karen que tem telepatia como um dos seus poderes, but não é o principal, seu poder mesmo é a pirocinese/fogo. E outros também já utilizaram nas HQs) porém, se um telepata não preparado usa-lo, pode causar em insanidade, coma, dano cerebral permanente ou até mesmo a morte. Por isso a preocupação do Hank no início do cap ;)
Sobre a máquina do Blake: ele a produziu com o objetivo de destruir/matar mutantes nível ômega. Explicação: "MUTANTE NÍVEL ÔMEGA: um mutante cujo poder dominante registra - ou alcança - um nível superior e insuperável ao visto nessa classificação específica de poder.
POR EXEMPLO: Magneto e Forge são os mutantes mais poderosos no seu tipo de poder no planeta Terra (magnetismo e tecnopatia, respectivamente), mas o que torna Magneto, e não Forge, um mutante nível ômega é o fato de o limite mensurável dos poderes de Forge poder ser hipoteticamente superado (e de fato foi, por muitos humanos no planeta), enquanto o poder máximo de Magneto não pode ser superado em nenhum cenário."
Enfim, em HOUSE OF X, HQ da Marvel, saiu uma listinha com os mutantes que são nível ômega, caso vocês queiram saber mais sobre.
E é isso, só queria tirar qualquer dúvida que tenha ficado no ar.
Era pra esse cap ter saído domingo, mas eu só enrolei, enrolei e não produzi nada nos últimos dias kaksks
Mesmo assim, espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top