( ele é meu filho )
DANIEL HAVIA FEITO MUITAS AMIZADES DENTRO DO INSTITUTO. Diferente do costume, ele conseguiu se enturmar mais rápido do que o esperado. Afinal todos ali eram iguais a ele, de certa forma. Todos tinham poderes e passaram pelos momentos difíceis da descoberta e de aprender a controlar os dons que tinham. Todos o tratavam com amor e carinho e Daniel realmente se sentia acolhido ali dentro.
Sempre conheceu os X-Men pelos seus grandes feitos. Por ser apaixonado por heróis, ele acabou se encantando por esse mundo e levando consigo um pouco de inspiração que essas pessoas tinham o costume de deixar pelo mundo. Porém, os Vingadores ainda eram os seus favoritos. O motivo era porque o primeiro desenho que ele assistiu foi o desse grupo de heróis.
Depois da invasão em Chitauri em New York, se tornou algo normal desenhos, filmes e revistinhas inspiradas nos heróis. A partir de um momento de sua vida, Daniel colecionava tudo o que conseguia. Ele se lembrava do seu quarto no apartamento que dividia com a mãe. Era cheio de brinquedos, figurinhas, posters e DVDs dos Vingadores. Suas roupas no armário eram todas com referentes a esse tema.
Daniel sentia saudade da sua casa, das suas coisas e de sua vida comum. Mesmo que não gostasse da escola, sentia falta de acordar de manhã para enfrentar mais um dia. Sentia falta dos seus poucos amigos e de conversar com eles durante as aulas e o recreio. Tudo parecia tão distante agora.
Mesmo estando em um lugar que gostava e se sentia bem, ele não conseguia deixar de pensar em tudo que havia deixado para trás e que talvez nunca conseguisse de volta o que perdeu. E se fosse para sempre um fugitivo? E se no final tudo fosse em vão? Não gostava daquela sensação de não saber o que fazer.
Daniel saiu de seus devaneios quando um bola de tamanho médio acertou sua cabeça. Ele olhou para o menino a sua frente, com quem brincava a alguns minutos.
─ Terra chamando Daniel ─ Aidan disse. ─ Tudo bem aí?
─ Sim, sim ─ ele assentiu, ainda voltando ao normal ─ Só... Acabei viajando um pouco.
─ Sério? Nem percebi. ─ o garoto respondeu, com certa ironia na voz. ─ No que você estava pensando?
─ Nada demais ─ Daniel deu de ombros, tentando não se importar tanto com o que havia ocupado sua mente a alguns minutos ─ Vamos voltar a jogar. ─ pegou a bola do chão e jogou de volta para Aidan.
─ Na verdade não ─ ele segurou a mesma em mãos ─ Enquanto você estava em transe, te perguntei se podia te mostrar uma coisa.
─ O que?
─ Vem comigo ─ Aidan largou a bola no chão e puxou Daniel pelo pulso, correndo para longe dali.
O garoto levou Dan até o chafariz que havia em frente a entrada da Mansão. Era bonito e grande e também um pouco longe de onde eles estavam antes. Aidan só largou o pulso de Daniel quando eles chegaram e logo se sentou na borda do chafariz.
O menino ainda estava confuso sobre o que seu amigo queria. Aidan parecia empolgado e Dan até pensou em perguntar novamente o que ele queria mostrar, porém o garoto foi mais rápido.
Ele levantou a mão devagar e em seguida a água do chafariz se mexeu. No instante seguinte Aidan havia criado um golfinho com a água que estava mexendo. O mesmo mergulhou uma vez e depois se levantou novamente, agora se transformando em um pássaro.
O pássaro voou em volta do rosto de Daniel, deixando o menino mais maravilhado do que já estava. Era impressionante para ele ver o que seu novo amigo conseguia fazer, e também muito magnífico.
─ Então... O que achou? ─ Aidan perguntou sorrindo timidamente, depois de ter devolvido o pássaro para a água.
─ Isso foi muito legal, Aidan! ─ ele respondeu, animadamente ─ Seus poderes são incríveis.
─ Não são tanto assim... ─ sorriu tímido, passando a mão nos cabelos e desviando o olhar ─ Quando cheguei no instituto tudo era uma bagunça. Não conseguia controlar eles direito quando ficava muito nervoso, por isso todo encanamento estourava. O professor teve um certo prejuízo por isso.
─ Sei bem como é isso ─ Daniel assentiu, rindo fraco. ─ Como você descobriu seus poderes?
─ Foi na escola. Tinha uns garotos mais velhos que adoravam perturbar os meninos da minha idade ─ ele começou a explicar ─ Um dia eles iam afundar minha cabeça no vaso do banheiro dos meninos, quando fiquei muito nervoso e com falta de ar. Todas as tubulações explodiram na hora, saiu água de todo o lado.
─ Nossa...
─ O professor me encontrou depois e falou com a minha mãe sobre isso. Ela deixou ele me trazer pra cá e desde então o Instituto é tudo o que eu tenho. ─ concluiu Aidan.
─ Mas e a sua mãe e o seu pai? ─ Daniel perguntou, franzindo o cenho.
─ Eu não sei ─ deu de ombros ─ Depois que fui embora, ela veio me visitar uma vez e nunca mais apareceu. Meu pai nunca conheci.
─ Eu também não conheço o meu ─ confessou Daniel ─ Minha mãe abandonou ele quando eu era mais novo.
─ Pelo menos ela fica ao seu lado e se importa com você.
Houve um silêncio entre os dois. Dan ficou um tanto incomodado com isso. Não por se sentir privilegiado ou coisa do tipo, mas sim por a mãe de Aidan ter tido coragem de abandoná-lo sem mais nem menos, apenas pelo garoto ser um mutante.
─ Sua mãe não sabe o quanto ela está perdendo ─ Daniel disse, depois de um curto tempo. ─ Ela que devia estar triste, não você. Você é incrível, Aidan. ─ ele sorriu.
Aidan deu um sorriso tímido, suas bochechas ficando rubras pela fala do amigo. Mas aquilo foi o suficiente para deixá-lo melhor. Daniel se aproximou mais do menino, o ombro dos dois se encostando, enquanto observavam a mansão em silêncio. Não em um silêncio constrangedor, era realmente agradável.
Porém, durou muito pouco tempo.
O som de pneus de carro, atraíram a atenção dos dois meninos. Cinco carros pretos pararam em frente aos portões da mansão. Eram grandes e luxuosos, no mesmo estilo dos que haviam invadido a propriedade dos Barton's. Acima deles, apareceu um helicóptero de reportagem, eles filmavam os acontecimentos já esperando pelo pior.
Daniel ficou sem entender, até ver Gabe saindo de um dos carros, mascando um chiclete, enquanto mantinha uma pose de durão. Os típicos óculos escuros escondendo o olhar prepotente que Dan sabia que ele tinha.
─ Querida, cheguei. ─ ironizou Sullivan, enquanto olhava diretamente para os garotos.
Sem pensarem duas vezes, Daniel e Aidan entraram correndo dentro do Instituto, que parecia já estar em alerta. Vários alunos andavam de um lado a outro preocupados, enquanto Hank descia as escadas com Karen e Scott ao seu lado. Sua expressão era de preocupação.
Os dois pararam na frente dele esperando que McCoy dissesse algo. Daniel queria muito que a resposta dele fosse "fique tranquilo, nós temos um plano". Mas, algo lhe dizia que ninguém ali tinha um.
─ Precisamos que todos fiquem calmos agora ─ Hank disse, em alto e bom som para que todos os alunos preocupados pudessem ouvir. Alguns pararam, outros continuaram cochichando ─ A situação será resolvido, mas precisamos que vocês sigam com o protocolo de segurança. Fiquem preparados para qualquer ataque e protejam uns aos outros.
─ Onde está o professor? ─ alguém, algum aluno que Dan não fazia ideia quem era, perguntou.
─ Ele está resolvendo um outro assunto agora, mas logo estará conosco ─ McCoy respondeu.
Depois que os alunos se sumiram aos poucos, cada um indo em uma direção diferente, Steve, Tony, Wanda e Visão apareceram, descendo as escadas.
─ O que está acontecendo? ─ Rogers foi o primeiro a perguntar, assim que se juntou ao grupo.
─ O senhor Sullivan e seu pessoal estão aqui ─ Karen respondeu por Hank.
─ E ele pode fazer isso? ─ Wanda perguntou, olhando para os mutantes do grupo.
─ Não temos certeza, precisamos descobrir se Charles sabe algo sobre isso ─ disse Hank, ajeitando os óculos em seguida. ─ Scott, vá até ele no cérebro. Diga o que está acontecendo e que precisamos dos dois aqui agora.
Dos dois?, Daniel se perguntou mentalmente. Enquanto Summers assentia e depois sumia em um corredor que levava até o elevador.
─ Ei, cadê minha mãe? ─ Daniel perguntou.
─ Está com o Professor, Dan ─ Karen o respondeu.
─ Tá, mas o que nós vamos fazer agora? ─ Tony deu um passo a frente ─ Tenho certeza que eles não vão ficar esperando a nossa boa vontade.
─ Odeio dizer isso, mas concordo com o Stark ─ disse a Maximoff ─ Se demorarmos demais eles podem levar isso como uma forma de ignora-los e acabar atacando a Mansão, sem mais nem menos.
─ Vamos falar com eles ─ Steve respondeu.
─ É, vamos chama-los para tomar um chá, convidá-los para o seu casamento com a Cora, quem sabe eles até ajudam a gente a decorar ─ Tony disse, com puro sarcasmo na voz.
─ Casamento? ─ Dan perguntou, confuso.
─ Ah, é, você não sabe Pirralho ─ Stark respondeu, chegando um pouco perto de Daniel ─ Você tem um novo pai agora. Odeio dizer isso, mas é melhor do que o antigo que está lá fora tentando te matar.
─ Tony ─ Rogers o repreendeu.
─ O que foi, Capitão? Cedo ou tarde você teria que contar que beijou a mãe dele.
─ Você beijou minha mãe? Quando isso aconteceu? ─ o garoto perguntou, com a testa franzida e a boca entreaberta.
─ Falamos sobre isso depois, Dan ─ o loiro disse ─ Temos outros assuntos para nos preocupar agora.
─ Não acho uma boa ideia irmos lá fora ─ falou Karen ─ Já sabemos o que eles querem. Acho que vocês devem fugir pelos fundos.
─ Porque faríamos isso, senhorita Hobbes? ─ foi a vez de Visão perguntar ─ o Instituto não tem a proteção do governo? Eles não tem o direito de invadir a Mansão, tem?
─ Para esse caso, sim ─ Charles respondeu, antes que Karen pudesse dizer algo. Cora estava atrás dele, sua expressão não era nada boa. Daniel correu até ela e abraçou a cintura da mãe.
─ Somos considerados fugitivos do estado ─ a Martin começou a explicar ─ Enquanto a Instituto nos abrigar, serão considerados cúmplices e, se não nós entregarmos em 24hrs, todos aqui dentro sofreram as consequências.
Hank passou as mãos nos cabelos, demonstrando sua frustração. Tony estava de braços cruzados, balançou a cabeça de um lado ao outro sem acreditar. De todos naquele grupo, Karen parecia ser a única que sabia desse assunto antes de todos, mas, mesmo assim, ainda demonstrava se desapontamento e tristeza.
─ Então, o que vamos fazer? ─ Wanda perguntou, olhando para cada um dos amigos.
─ Eu não sei... ─ Cora respondeu, tinha um olhar triste no rosto, que logo se encontrou com o de Steve.
O Capitão não podia negar que se sentia tão encurralado quanto eles. Estava com raiva por isso, por não poder fazer nada. A idéia de fugir parecia ser a única alternativa plausível naquele instante.
─ Tony e eu vamos conversar com eles, ─ Steve disse ─ enquanto isso Wanda e Visão acompanham vocês dois pelos fundos...
─ Não, Steve ─ Cora tentou interrompe-lo
─ Vocês vão ter tempo o suficiente para sair daqui e ir para outro lugar, alguma base da SHIELD... ─ enquanto tentava explicar a todos seu plano, deu alguns passos parando perto de Cora, com se quisesse convencê-la.
─ Steve...
─ Eu e Tony podemos atrasa-los por um tempo. Vai dar tudo certo...
─ Eu estou cansada de fugir. ─ Cora disse devagar, com lágrimas nos olhos. Aquilo foi o suficiente para fazer Rogers se calar, ele sentia a dor dela ─ Não posso continuar com isso por muito tempo. Dan não pode continuar nisso por muito tempo.
─ Então o que você vai fazer? Vão se entregar? ─ Rogers perguntou.
─ Não, eu vou. ─ ela apontou para si mesma.
─ Mãe? ─ Daniel se afastou, incrédulo ─ O que você está dizendo?
─ Querido, me escute ─ Ela se agachou até ele e o segurou pelos ombros ─ Vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem e é isso que importa. Alguém... Uma pessoa está vindo te buscar. Ele vai cuidar de você. ─ Daniel balançou a cabeça de um lado ao outro, negando ─ Preciso que faça isso querido, é para o seu bem.
─ Eu não quero ficar longe de você... ─ Dan respondeu com a voz embargada.
─ Eu sei, querido. Eu sei. ─ Cora lutava para segurar as lágrimas, tentou dar um sorriso ─ Mas vou apenas resolver esse situação. Só não posso arriscar sua segurança por isso. Enquanto isso você precisa ficar em um local seguro e longe de toda essa bagunça.
─ Talvez se sacrificar dessa forma não seja a solução, Cora ─ Hank decidiu opinar ─ Acho que podemos achar uma outra opção.
─ Não ─ ela ficou em pé, limpando as lágrimas que insistiam em cair ─ Eu e o professor conversamos sobre isso e o que será feito. ─ Cora olhou pra Charles, que assentiu ─ Concordamos que esse é o melhor plano que temos agora.
─ Isso é loucura ─ Steve exclamou, claramente descontente com a ideia mas, no fundo, sabia que não poderia fazer mais nada.
─ Mas você precisa aceitar a minha decisão. ─ disse Cora olhando para ele.
Um silêncio ensurdecedor se iniciou. Steve já não tinha mais nada para dizer e tudo que pensava não parecia ser certo. Eles mal haviam iniciado algo e já terminariam daquele jeito? Definitivamente não era algo que ele queria, mas precisava deixar que a Martin fizesse o que achava certo. Mesmo que não concordasse com isso.
─ Cora, está na hora ─ Charles informou e ela assentiu.
A Martin respirou fundo e foi até Daniel que já estava com o rosto molhado pelas lágrimas. Ela se agachou até ele e sorriu. Um sorriso triste e doloroso, mesmo querendo passar tranquilidade.
─ Quando tudo isso acabar, nós vamos tomar o seu sorvete de uva favorito novamente. Naquela praça que você adora. Vamos voltar a comprar roupas de super heróis e pedir pizza em casa ─ Cora disse, deixando alguns lagrimas insistentes caírem. ─ Vamos ser uma família novamente. ─ os dois se abraçaram apertado e Cora queria poder nunca mais solta-lo. Talvez assim cala-se a pequena voz dentro de sua mente que a chamava de mentirosa.
Com muito custo, ela o soltou e deu um beijo na testa do filho enquanto os dois se separavam e ficava em pé novamente. Daniel acompanharia Charles e Karen até o fundos da Mansão, enquanto Steve, Hank e o resto dos Vingadores presentes acompanhariam Cora.
A Martin foi até a porta e a abriu um pouco receosa. Tinha a oportunidade de correr até Dan e ir junto com ele. Poderia fazer isso. Mas sabia que não podia fugir por muito tempo. Essas pessoas ainda a procurariam e não mediriam esforços para isso, matariam todos que pudessem para encontra-los. Alguém tinha que dar um fim nisso e esse alguém tinha que ser ela.
─ Cora ─ antes que ela saísse, Steve a segurou pelo braço ─ Isso não é um adeus. Não vai ser um ponto final. Vamos ficar juntos, nós três. Eu vou dar um jeito.
Ela não disse nada. Apenas olhou para ele por um tempo, enquanto pensava o quão grata foi por tudo que Steve e os Vingadores fizeram. Talvez, realmente não fosse o final. Talvez fosse algo temporário. Cora sorriu para ele e o beijou na bochecha. Dessa vez o loiro deixou que ela saísse. Não tentou impedi-la, porque sabia que não tinha o direito de fazer isso.
Do lado de fora, Cora pode ver os grandes portões de entrada do Instituto e atrás deles os carros pretos. Gabe estava encostado em um, como se estivesse entediado. Quando a Martin apareceu, ele abriu um leve sorrisinho presunçoso. Em sua mente, Cora só sabia pensar que odiava Gabe e seu sorriso idiota.
Quando chegou ao portão, ele estava parado bem na direção dela. A única coisa que a impedia de dar um soco nele, era as barras de ferro. As portas ainda não haviam sido abertas.
─ Corinha ─ ele começou a dizer ─ Por que não está sorrindo? Pensei que fosse ficar feliz em me ver.
─ Para com as suas graças, Gabe.
─ Estou tentando quebrar o gelo, amor. Sabe como é, todo essa tensão no ar. Parece até que alguém vai ser preso ou... morrer. ─ Sullivan riu.
Os portões começaram a abrir e, enquanto isso acontecia, Cora olhou para a entrada Mansão. Steve e o resto do pessoal estavam parados em frente a ela. Suas feições estavam sérias e até um pouco tristes.
─ Espera ai ─ Gabe disse, chamando a atenção de Cora para si novamente ─ Acho que está faltando alguém, não querida? Cade o pirralho?
─ Ele não vem ─ ela respondeu. ─ Eu o manipulei desde o inicio, esqueceu? Estou me entregando as autoridades por que utilizei o meu filho como arma.
─ Você só pode ser idiota ─ falou Gabe, rindo enquanto Cora se aproximava ─ Acha mesmo que isso vai colar? Eles ainda vão vir atrás do garoto. Os poderes dele são considerados perigosos.
─ Não se eu tiver confessado ter manipulado e utilizado o meu filho para o meu próprio favor. ─ o sorriso de Gabriel se desfez aos poucos ─ E isso foi o que eu fiz. Confessei.
─ Ela está falando a verdade ─ um dos agentes de Gabe disse, ao se aproximar com um telefone em mãos ─ Charles Xavier conversou com o Presidente. Ele aceitou a condição de levar Cora Martin a julgamento, já que o garoto é menor de idade.
─ Você se acha tão esperta... ─ Gabe disse, olhando para ela.
─ Não, Gabe. Eu não sou ─ ela disse com um olhar debochado ─ Vocês que são. Descobriram sobre a mãe horrível que eu sou. Estão ajudando o governo americano a colocar uma criminosa atrás das grades. Você é o herói agora. Isso não era tudo o que você queria? ser melhor do que eu. Este é o seu prêmio.
Sem dizer nada, Gabe fez sinal para que um de seus homens prendesse Cora. Ele foi até ela com algemas e a prendeu com os braços para trás. Gabe estava claramente irritado, mas se deteve em fazer qualquer outra coisa a não ser pegar seu celular e telefonar para alguém.
Pela forma como ele falava, parecia ser com seu chefe. A pessoa por trás de toda aquela confusão. Se não tivesse presa e cercada por mutantes raivosos, ela com certeza pegaria o aparelho da mão de Gabe apenas para xingar aquela pessoa e questiona-lo sobre o porquê de estar fazendo isso.
Quando Gabe terminou de discutir com o homem, se virou para o seu pessoal e disse: "coloque ela dentro do carro". Ele havia voltado a dar um sorriso, agora parecia estar escondendo algo e isso deixou Cora levemente preocupada, porém ela não disse não. Se manteve em silêncio enquanto estava perto de ser empurrada para dentro do veículo.
Mas, antes que isso acontecesse, a atenção de todas caiu sobre Daniel, que apareceu na porta do Instituto, ofegante e nervoso. Havia claramente fugido de Charles e Karen.
─ Mãe! ─ ele gritou. Depois correu as escadas, antes que alguém o segurasse ─ Vocês não vão levá-la!
Ele ergueu as mãos e arrancou os dois portões de ferro. Daniel os envergou e fez mesmos atravessarem os carros, fazendo com que os agentes fossem para o chão tentando se proteger. Cora viu um dos ferros passar raspando perto de seu braço. Por sorte ela havia se agachado na hora.
─ Atirem nesse pirralho! ─ Gabe gritou, enquanto se escondia atrás de um dos veículos.
─ Não! ─ Cora gritou, mas já era tarde. Os agentes começaram a atirar na direção de Dan. Graças aos seu poderes, ele segurou todas e fez com que elas voltassem na direção contrária.
As balas acertaram vários dos agentes de Gabe, fazendo com que eles caíssem feridos. Cora estava encostada em dos carros, assustada. Ela não temia por Daniel, ou por si. Temia pelas pessoas a sua volta. Seu filho estava fora de controle e, sempre que isso acontecia, pessoas saíam feridas.
Pedaços de metal da estrutura da mansão e até mesmo dos carros foram arrancados. Eles voavam pelo céu colidindo com tudo que encontrassem pelo caminho. Não havia como chegar perto de Daniel, todo o seu poder lhe cercava como uma barreira. Steve e Tony haviam tentado, mas acabaram sendo jogados longe. Além dos dois, Charles havia se mantido do lado de fora e mandado que o resto do pessoal entrasse. O professor mantinha uma das mãos na cabeça, parecia tentar se comunicar com Dan.
Cora tomou coragem para andar na direção do filho. Sabia que ele não lhe machucaria - mesmo que uma parte de si estivesse com um pouco de medo disso acabar acontecendo. A Martin deu alguns passos na direção dele. Daniel estava parado perto do chafariz de entrada, não era muito distante.
─ Daniel! ─ ela gritou, tentando chamar a atenção dele para que parasse de machucar os outros ─ Você precisa parar. Agora! Você não é assim.
─ Eles não vão te levar! ─ Daniel gritou de volta ─ Eu não vou deixar!
─ Daniel, faça o que estou te pedindo. Confie em mim, eu sei o que estou fazendo. ─ Cora tentou explicar ─ Sei que está com medo. Sei que não quer ficar sozinho. Filho, eu também estou. Mas sabe o que me deixa forte e decidida a continuar? Saber que você está seguro. Então, Dan, por favor para. ─ implorou ─ Por favor, filho.
Sem conseguir parar de chorar, os poderes de Dan pararam aos poucos. A movimentação causada por ele cessou, até todos os destroços estarem espalhados pelo jardim. O garoto caiu de joelhos, fraco e cansado. Sua cabeça estava abaixada e fitava o chão, enquanto as lágrimas salgadas caíam de seu rosto em direção a terra.
Cora engoliu o seco, nervosa. Excitante, ela deu apenas um passo para frente, quando ouviu o destravar de uma arma. Olhou para o lado e viu Gabe mirando na direção de Daniel. Seus olhos se arregalaram e, antes que ele atirasse em seu filho, ela se jogou na frente.
Antes de atingir o chão, Cora pode jurar ter ouvido a voz de Steve chamando seu nome. Daniel também gritou por ela. A bala havia atingido o canto de sua barriga. A dor crescia cada vez mais, enquanto seu olhos, marejados, observavam Gabe a distância e de forma retorcida.
Cora se virou na direção de Daniel que ainda estava de joelhos. Sua mão esticada tentando mover algum objeto, mas não conseguia. Estava cansado demais para continuar. Ele gritou de raiva e em seguida também atingiu o chão, exausto.
Tudo parecia um grande borrão para a Martin. Até mesmo quando viu alguém, no céu, se aproximando de Dan.
Erik.
Ela pensou. Ele havia chegado e foi exatamente na direção do filho. Com uma mão, Erik empurrou Charles para dentro da Mansão e fechou as portas com um pedaço de ferro. Como uma forma de mantê-lo longe para que o homem não tentasse interferir em nada, muito menos qualquer outra pessoa do Instituto.
Gabe mandou seus homens atirarem nele, assim que o mesmo pousou e pegou Dan nos braços. Mas Lehnsherr fez o mesmo que o filho e fez com que as balas voltassem. Só que, sem piedade alguma, ele fez com que todas atravessasem as gargantas dos homens. Seus corpos caíram sem vida no chão.
Enquanto voava novamente, perto de ir embora. Erik olhou para a Cora. O rosto impassível. O homem não disse nada quando seus olhares se cruzaram, muito menos quando um dos agentes puxou a mulher pelo braço e a colocou dentro de um carro que estava parcialmente intacto. Gabe também entrou no veículo, sentindo medo por si mesmo.
Depois disso, Cora fechou os olhos e tudo se tornou escuro.
Cora: é levada pela equipe do Blake
Daniel: É levado pelo Magneto
Steve:
Esse capítulo demorou muito pra sair pq eu tive alguns bloqueios para escrever ele. Porém finalmente aconteceu e eu tô bem feliz / triste pq ele me deixou levemente emocionada em algumas partes.
Cora estar se "sacrificando" pelo bem estar do Daniel é definitivamente algo que mexeu muito comigo. Ah, caso algo tenha ficado confuso para vocês agora, podem ficar tranquilos que terá explicações mais para frente.
Enfim, espero que vocês tenham gostado e que estejam preparados pq tem muito mais para vir!
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