( quem está mentindo? )

━━━━━━━ ⟡ ━━━━━━━

MAIS TARDE, NAQUELE MESMO DIA, toda a casa já estava acordada. Cora e Laura na cozinha, preparando o almoço. Wanda, Natasha, Bruce e Clint - que estava com seu filho, Nathaniel, no colo - jugando cartas em um canto da casa. Tony passando os canais da TV a todo o momento, enquanto bebia suco. Visão e Steve arrumando alguma coisa no quintal da casa, enquanto as crianças estavam no andar de cima brincando.

Qualquer um que olhasse para aquela casa, acharia que é apenas uma grande família esquisita - o que não deixa de ser verdade - mas, quem olhasse bem, perceberia que algo não estava muito certo ali dentro.

Quer dizer, eles poderiam estar agindo normalmente, mas no fundo sabiam que aquilo era estranho. Muita gente vivendo dentro de uma só casa. Os vingadores, que estavam impossibilitados de exercerem os seus deveres, uma mulher e seu filho que alguns deles não sabiam do que estavam fugindo e a dona da casa e seus três filhos, que também era esposa de um dos vingadores.

Eles não sabiam até quando levariam aquilo adiante, mas tentariam continuar agindo como se nada estivesse acontecendo.

Bom, teriam continuado se Tony não tivesse parado a TV em um noticiário do jornal local.

O volume da tv estava alto, mas não o suficiente porque as vozes de todos falando ao mesmo tempo, era bem superior. Porém, quando dois nomes foram falados - Cora e Daniel Martin - o silêncio reinou no local. Todos pararam o que estavam fazendo e prestaram atenção na TV.

─ Mãe e filho, após destruir um restaurante, destruíram um posto de gasolina e duas outras lojas de estrada ─ o repórter disse ─ Daniel Martin, é um mutante com o poder de manipular metais. O garoto se mostrou extremamente perigoso e sua mãe, Cora Martin, demonstrou compactuar com seus atos de destruição.

Eles mostraram um vídeo de Cora em um posto de gasolina. Depois mostraram o posto de gasolina sendo destruído da mesma forma que o restaurante. Cora sentiu seu coração parar e depois começar a marte-lar em seu peito. Ela havia passado pelo posto de gasolina, mas nunca destruído ele. Foi super rápida a sua passagem por lá.

Ela também não havia passado naqueles dois lugares que eles estavam mostrando. Naquele horário ela estava na estrada, prestes a chegar na casa de Laura. Não fez nenhuma parada depois do posto de gasolina.

─ Ao todo 6 pessoas foram mortas, graças a esses acontecimentos ─ as imagens dos lugares destruídos passavam na tela.

─ É de suma importância que todos ajudem ─ um policial disse dando uma entrevista em frente aos destroços do posto ─ Essa mãe pode estar usando seu próprio filho para conseguir dinheiro. Os caixas da loja estavam totalmente vazios quando os encontramos no meio disso tudo ─ Cora apertou o pano de prato com força, enquanto eles mostravam o caixa destruído e sem dinheiro nenhum ─ Os dois precisam ser encontrados e parados. Se virem esses dois ─ uma foto de Cora e Daniel apareceu ─ por favor contactem a polícia.

O repórter continuou a falar sobre os acontecimentos. Laura olhou para Cora assustada, sem saber o que dizer. Enquanto Tony foi o primeiro a se levantar e falar alguma coisa.

─ Então é por isso que você está fugindo ─ Tony disse, enquanto apontava para a TV ─ Eu disse para o Rogers não sair confiando em qualquer um.

─ Aquilo não é verdade, eles estão mentindo ─ Cora gritou para Stark.

─ Não pareceu mentira para mim, mostraram o seu filho destruindo aquele restaurante ─ naquele momento, Steve e Visão entraram dentro da casa sem entender o que estava acontecendo ─ Ah, que bom que chegou Capitão. Sabia que a sua nova protegida destrói lugares usando o próprio filho?

─ Tony! ─ Laura o advertiu.

─ Você não sabe o que está falando ─ Cora soltou, com raiva pelo noticiário estar inventando coisas e por Anthony estar acreditando em tudo.

─ Do que você está falando, Tony? ─ Steve perguntou.

─ Estão procurando pela Cora e pelo filho dela, Steve ─ Natasha informou ─ Os dois estão sendo acusados de destruir lugares e matar 6 pessoas.

Steve olhou para Cora. Ele não estava a julgando, apenas perguntando se era verdade. Cora ainda estava irritada, por isso bufou.

─ É mentira o que eles estão falando ─ ela se pronunciou, apontando para TV e olhando para cada um dos vingadores naquela sala. ─ Daniel é um mutante e ele tem poderes de controlar e manipular o metal. Ele realmente destruiu aquele restaurante ─ Tony cruzou os braços e revirou os olhos, ele estava perto de dizer algo mas Cora foi mais rápida ─ Mas, meu filho não matou aquelas pessoas e eu não o usei para ganhar dinheiro. O incidente no restaurante foi sem querer, ele perdeu o controle. Mas, aqueles dois lugares, eu nunca passei por eles.

─ Mostraram um vídeo seu no posto de gasolina ─ Tony jogou.

─ Eu parei naquele posto quando estava vindo para cá, mas Daniel nem chegou a sair do carro ─ Cora tentava a todo custo provar sua inocência para eles, provar a inocência dos dois ─ Estão mentindo. Tem alguém manipulando a mídia e tentando fazer eu e meu filho sairmos como vilões da história.

─ Quem seria capaz de uma coisa dessa? ─ Bruce perguntou com o seu tom calmo de sempre.

─ Eu não sei ─ Cora respondeu.

─ Ah, tá bom ─ Tony disse depois de revirar os olhos mais uma vez ─ Vão mesmo acreditar nela? Ela pode estar querendo enganar a todos nós.

─ Nós não temos certeza, Tony. ─ Steve argumentou. ─ Não podemos sair julgando as pessoas.

─ Rogers, ela praticamente confessou. Está apenas se fazendo de vítima para que tenhamos pena e não a levemos para a polícia.

─ Você é um idiota ─ Cora disse para Tony, já farta de suas acusações.

─ É muito difícil acreditar que ela não tenha feito isso ─ Bruce disse ─ A mídia realmente mostrou as coisas de uma forma que tudo aponta para uma Cora vilã e um Daniel descontrolado.

─ Mas não devemos acreditar em tudo o que a mídia diz ─ foi a vez de Laura falar.

─ Está tudo muito estranho ─ Wanda falou ─ Se for realmente mentira, porque estariam fazendo isso com vocês? E se for realmente verdade, porque eles só noticiaram isso agora?

─ Como assim? ─ Natasha perguntou. Wanda suspirou antes de falar, já esperando algumas reações contrárias.

─ Eu vi uma notícia falando sobre o que aconteceu no restaurante, ─ ela entregou ─ mas eles não falaram nada sobre os outros 3 lugares.

─ Você sabia disso e não contou para ninguém? ─ Tony questionou levemente irritado.

─ Na verdade, Wanda mostrou a notícia para mim ─ Confessou o Capitão.

─ Ah, ótimo ─ Stark disse ironicamente ─ e você escondeu isso de todos nós. Muito bem, Capitão. Agora me diga, o que mais você anda escondendo da gente? ─ ele deu alguns passos na direção de Steve.

─ Tony, para com isso ─ foi a vez de Clint advertir o amigo ─ Você tá passando dos limites.

─ Todos estamos, Barton.

─ Mas você está sendo extremamente infantil, Stark ─ a Maximoff disse com um tom ríspido e seu sotaque carregado.

Aquela estava se tornando a pior discussão dos vingadores. Eles não andavam concordando em nada ultimamente e deixá-los confinados naquela casa estava piorando tudo.

Cora entendia que Tony estava desconfiado, ela sabia que todos estavam. Mas tudo aquilo a deixava nervosa demais e não a deixava pensar direito. Não conseguia achar uma resposta, um alguém para culpar. Sem respostas, ela não sabia como provar que era inocente. Ela tinha medo dos vingadores decidirem levá-la até a polícia. Se isso acontecesse, Daniel seria tirado dela. Seria levado para algum lugar distante.

Ela estava saindo como a vilã, aquela que usava seu filho para benefício próprio. Com toda a certeza do mundo seria presa. Colocada em uma cela e ficaria atrás das grades para o resto de sua vida.

─ Não vamos começar uma briga aqui ─ Laura deu alguns passos a frente, determinada a tentar apartar aquela discussão ─ Não vale a pena.

─ Vamos resolver isso de uma forma pacífica ─ Clint continuou ─ Conhecemos Cora a tempo suficiente para afirmar que ela é uma boa pessoa. Ela não seria capaz de fazer uma coisa desse tipo, ainda mais com o próprio filho.

─ Como Wanda disse, algo está estranho ─ Natasha disse ─ Alguém está mentindo.

─ Todos estão mentindo, todos estão escondendo algo pelo visto ─ Tony olhou para Steve.

─ Sério que você vai problematizar isso também? ─ Steve perguntou.

─ Somos uma equipe, Capitão. Você faz parte dela, precisa compartilhar o que descobre com a gente.─ novamente os dois estavam cara a cara ─ Não pode tomar decisões por todos nós. Isso aqui não é o exército.

─ Em nenhum momento eu disse que manteria isso em segredo, eu ia contar para vocês.

─ Mas não contou, esperou que descobríssemos sozinhos. Está satisfeito agora, Rogers? ─ Tony perguntou ríspido.

Steve estava prestes a responder Stark, quando a TV começou a anunciar uma notícia urgente. A atenção de todos na sala foi novamente para a reportagem que passava.

Novamente falando sobre a destruição de mais um lugar. Um que havia acabado de acontecer. A repórter citou o nome de Cora e Daniel novamente, dizendo que os dois foram os culpados do acontecimento.

─ Acho que acabamos de descobrir quem é que está mentindo ─ Bruce soltou, enquanto Cora foi até o controle da TV e aumentou o volume.

O lugar ficava em New York, era uma loja de conveniência. 6 pessoas ficaram feridas. A loja de conveniência foi ao chão, pessoas no local disseram que viram um menino de mais ou menos 10 anos fazendo aquilo com seus poderes.

Definitivamente aquilo era impossível. A menos que Daniel também tivesse o poder de estar em dois lugares ao mesmo tempo, claro. Mas era óbvio que não tinha.

Todos na sala olhavam para a TV sem acreditar. Cora estava falando a verdade, desde o início. Por mais que ela estivesse brava por estarem a usando, ela não pode negar que sentiu um alívio tão grande. Se aquela notícia não tivesse aparecido, os vingadores continuariam brigando por causa dela.

Cora respirou um pouco mais aliviada, mas ainda assim preocupada. Os vingadores poderiam acreditar nela agora, mas as outras pessoas não. O resto do mundo via ela e Daniel como fugitivos perigosos agora.

─ Mãe...─ Cora ouviu a voz de Daniel lhe chamar, ela olhou para trás e o viu na escada, olhando para ela com a cara preocupada e triste ─ Por que estão dizendo que eu fiz aquilo?

─ Daniel ─ ela andou até ele ─ Não liga para aquilo, ok? Não é nada demais, você não tem que se preocupar...

─ Mamãe, estão dizendo que eu machuquei aquelas pessoas ─ ele começou a chorar. Cora o segurou pelos braços, tentando acalma-lo.

─ Querido, você não tem que se preocupar. Eles apenas cometeram um engano ─ Cora passa alisava os braços de Daniel de uma forma que ele pudesse se acalmar, mas não adiantava.

─ Mamãe, por que eles estão fazendo isso? ─ o choro de Daniel se intensificou e com isso seus poderes também.

Ele não tinha o controle de seus poderes. Era algo que acontecia do nada, da mesma forma que aconteceu no restaurante. Daniel nem percebeu quando começou a fazer algumas coisas na sala flutuar.

Tudo começou a se chocar, da mesma forma que havia acontecido da primeira vez. As janelas quebraram e os vingadores foram ao chão. Clint protegeu Laura e Nathaniel com seu corpo. Natasha fez o mesmo com Bruce. Tony e Steve se jogaram no chão quando uma cadeira estava prestes a acerta-los, cada um foi parar em um lado diferente da casa.

Wanda acertou alguns objetos com seus poderes, mas não pode continuar fazendo isso. A casa não era muito grande e ela poderia acabar machucando alguém.

─ Precisa fazer ele parar, Cora ─ Steve gritou para a mulher, enquanto tentava se proteger.

─ Eu estou tentando! ─ ela gritou de volta ─ Daniel, filho, você precisa se concentrar ─ os olhos do menino estavam fechados e ele chorava muito ─ Por favor, Dan. Você precisa parar.

Era assim que os poderes de Daniel despertavam, quando ele se sentia ameaçado ou quando sentia que Cora estava ameaçada. Ele sentia medo e quando sentia medo, seus sentimentos e seus poderes ficavam uma bagunça.

Ele não queria fazer aquilo, não queria machucar ninguém, mas não sabia como fazer - e Cora também não. A única pessoa que saberia, era alguém que a Martin queria manter bem longe de seus pensamentos.

─ Dan, vai ficar tudo bem ─ suas palavras saiam calma, mas Cora já estava chorando também ─ Você só tem que se concentrar filho, você consegue. Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. Ninguém vai te machucar. Não liga para o que eles disseram, é tudo mentira querido.

─ Aconteça o que acontecer, não fica verde ─ Natasha pediu para Bruce, enquanto ela mesma tentava proteger aos dois.

Daniel ouviu as palavras de Cora e tentou se concentrar. Tentou tomar o controle da situação. Sua cabeça já estava começando a doer, quando ele conseguiu parar.

Aos poucos, tudo foi parando. Tudo que voava pelos ares, foi caindo e Daniel se acalmando aos poucos. Ele ainda soluçava e seu rosto estava um pouco vermelho, mas ele estava mais calmo. Alguns Vingadores suspiravam aliviados, enquanto viam os objetos parando de colidirem.

Cora suspirou, um pouco mais tranquila por finalmente ter conseguido fazer Daniel parar. Ele abriu os seus grandes olhos azuis e olhou para a mãe. Sua respiração ainda estava um pouco irregular, algumas lágrimas ainda desciam. Ele se sentia um pouco tonto e enjoado.

─ Me desculpa, mamãe ─ sua voz saiu arrastada. Daniel esfregou as costas das mãos no olhos, Cora deu um sorriso triste para ele.

─ Está tudo bem, filho.─ ela o abraçou e fez um carinho nas costas, uma forma de mostrar para ele que não precisava se preocupar ─ Você só precisa descansar. ─ Cora pegou Daniel no colo.

Ele escondeu o rosto na curva do pescoço dela, enquanto Cora passava a mão nas costas e cabelo dele. Daniel estava se sentindo tão cansado, seus olhos estavam pensando. Todas as suas forças foram embora, graças a sua demonstração de poder não desejada.

Cora se virou para os vingadores que naquele momento já estavam em pé novamente. Estavam um pouco desconcertados, não sabiam como agir depois daquilo.

A casa havia ficado uma bagunça, mas bagunçada do que já estava antes graças a estadia de tanta gente.

─ Me desculpem por isso ─ ela começou a falar ─ ele não tem controle sobre os poderes, isso acontece do nada ─ Steve assentiu para ela, tentando passar solidariedade.

─ Tudo bem, Cora.─ ele disse ─ Nós entendemos ─ Steve olhou para os vingadores, esperando que todos assentisem também. Todos fizeram isso.

Ela assentiu de volta, dando um sorriso triste. Se voltou para as escadas e subiu para o andar de cima. Daniel já estava dormindo em seus braços, quando ela chegou no quarto. Foi a mesma coisa que aconteceu depois do restaurante. Ele praticamente desmaiou de tão cansado que estava.

Cora o colocou na cama devagar e o ajeitou na mesma, de uma forma que não o incomodasse. Se sentou perto dele e o observou. Ela já havia feito muitas coisas por Daniel. O impossível e o possível para que ele crescesse de uma forma normal e saudável. O melhor para uma criança, algo que o deixasse orgulhoso quando adulto.

Uma mãe protetora, mas nem tanto. Ela não o sufocava, dava amor e carinho na medida certa. Estava lá em todos os momentos dele. Dias das mães, dias do trabalho, recitais, festas de Halloween. Ela fazia toda a infância dele valer a pena.

Mas, em todos os 9 anos do garoto, Cora nunca esperou por aquilo. Nunca esperou que tivesse que fugir da cidade que adorava, que tivesse que deixar tudo e todos para trás. Achou que pudesse fazer as coisas darem certo e que tudo daria certo. Porém, existia uma coisa chamada destino e o de todos nós já está traçado.

Não, ela pensou, Não está.

Cora não ia aceitar aquilo de uma forma fácil. Seu destino não seria se esconder para o resto de sua vida. Ela não faria isso com seu filho.

Ela resolveria aqui, acharia uma saída. Afinal, é isso que se faz quando ama alguém. Você faz de tudo pela aquela pessoa, tudo o que está e o que não está ao seu limite para que ela tenha uma boa vida, para que ela esteja e seja feliz.

Daniel era seu filho e ela faria de tudo por ele, assim como fez em todos esses anos.

---

De volta a parte de baixo da casa, todos estavam reunidos no que restou da cozinha. Eles conseguiram arrumar algumas coisas e jogar outras fora, a casa já não estava tão bagunçada quanto antes.

Eles estavam em busca de respostas. Tentando pensar em algo para responder a atual pergunta que rodeava a mente de todos: Quem estava criando aquelas notícias falsas?

─ Você não tem ninguém em mente? ─ Natasha perguntou, enquanto dava alguns passos pela cozinha ─ Alguém que não goste de você, alguém que esteja atrás de você e do seu filho?

─ Não ─ Cora respondeu, ela tentava pensar em alguém, mas não conseguia ─ Eu poderia dizer meu ex-noivo, mas Gabe não seria inteligente a esse ponto. É muita coisa para ele manipular, ele não conseguiria.

─ Mesmo assim não podemos risca-lo da lista ─ Clint disse ─ As vezes a resposta está nas pessoas mais improváveis.

─ Qual é o sobrenome dele? ─ Bruce perguntou enquanto pegava um papel e um lápis ─ Talvez possamos investigar sobre ele. ─ ele deu de ombros.

─ Gabriel Sullivan ─ Bruce anotou o nome em um papel.

─ Ok. Precisamos pensar, talvez estejamos deixando algo passar ─ foi a vez de Tony passar.

─ Eu realmente não consigo pensar em ninguém.

─ Não precisa se forçar, Cora ─ Steve falou ─ Vamos focar em outra coisa agora: os lugares que foram destruídos.

─ Todos eram lojas de estrada. Posto de gasolina, loja de conveniência, essas coisas ─ foi Natasha que respondeu ─ Nenhum lugar muito grande.

─ Ok, então não estão fazendo estragos realmente grandes.

─ É um aviso ─ Wanda se pronunciou, sua voz saiu baixa mas todos ali ouviram. Todos olharam para ela ─ Seja lá quem estiver fazendo, ele quer que você pare de se esconder, que apareça e se entregue.

─ Se não, ele vai continuar fazendo estragos ─ Clint continuou.

─ É muita loucura para um dia só ─ Tony disse.

─ Mas porque? ─ Cora perguntou, ela não via motivo para aquilo ─ O que Daniel tem que essa pessoa quer? Existe vários outros mutantes com poderes bem maiores que o dele. Isso não faz sentido.

─ Pode existir vários mutantes com poderes superiores, mas não anula o fato dos poderes dele serem únicos ─ falou Bruce.

Não, não são. A própria mente de Cora corrigiu Bruce.

Outros mutantes poderiam ter poderes únicos, Daniel não. Ele não era o único com aqueles poderes porque eles vinheram de uma outra pessoa. Foi algo hereditário, que passou de pai para filho.

Os poderes de Daniel não eram únicos e era justamente por isso que o queriam. Precisavam dele para conseguir Erik.

Já havia anoitecido. O tempo havia passado rápido. Cora passou o resto da tarde tentando arrumar uma solução junto com os vingadores. Ela não contou a eles sobre sua teoria. Ela decidiu guardar aquilo apenas para ela.

Deixou o tempo passar e escurecer. Quando a casa já estava silenciosa o suficiente, ela conversou com Laura e pediu a chave do carro de Clint. Explicou de uma forma rápida e vaga que precisava fazer algo importante. Laura não protestou, apenas disse para a amiga tomar cuidado.

Daniel acordou apenas para jantar, depois voltou a dormir. Dessa vez ele estava no quarto de Lila e Cooper.

Os vingadores o trataram muito bem depois do ocorrido. Não citaram o acontecimento em nenhum momento e foram super gentis com ele. Tudo para mante-lo confortável e bem. No final, até Daniel esqueceu do que havia acontecido.

Cora desceu as escadas devagar, sem fazer nenhum barulho para não acabar acordando alguém. Saiu da casa e foi até a caminhonete de Clinton. Destrancou as portas e entrou no carro.

Ela tinha planos de ir na segunda cidade mais distante dalí, tudo para garantir que ninguém descobrisse onde eles estavam. Demoraria um pouco para chegar, mas ela seria rápida na cidade. A Martin sabia que precisava fazer aquilo, por mais arriscado que fosse.

Depois de quase 3 horas dirigindo, Cora chegou no lugar. Já estava dando duas da manhã quando Cora finalmente achou uma vaga perto de um olheirão. Ela desligou o carro e saiu, logo depois trancando as portas.

Ela ajeitou o capuz do casaco e andou em passos largos até o telefone público. Já tinha as moedas em mãos, ela só tinha que fazer a ligação agora. Colocou a moeda e discou o número que já conhecia muito bem.

Não demorou muito para a voz sonolenta de sua ex parceira de trabalho soar em seu ouvido.

─ Alô? ─ a voz do outro lado da linha disse.

─ Dakota? Sou eu, Cora ─ ela disse com o tom de voz baixo.

─ Cora? Meu Deus, onde você está? ─ Dakota Sloan perguntou, agora mais acordada do que quando atendeu ─ Eu vi tudo o que aconteceu na TV, Cora o que aconteceu?

─ É uma longa história, Dakota. ─ Cora suspirou ─ Tudo o que eu te peço agora é que você acredite em mim quando digo que Daniel e eu não temos nada haver com aquilo. Eu juro.

─ Eu te conheço, Cora. Sei que você não seria capaz de uma coisa daquelas ─ Cora sorriu com as palavras da amiga.

─ Obrigada, obrigada mesmo.─ ela se sentiu mais aliviada com aquilo.─ Agora, eu preciso da sua ajuda. É para algo muito importante e arriscado. Vou entender se não quiser fazer.

─ Já fizemos muitas loucuras trabalhando para o FBI Cora Martin, uma a mais e uma a menos, não faz diferença para mim ─ Dakota falou com um tom brincalhão.

Cora apenas riu.

─ Preciso que você faça uma coisa para mim ─ o tom da Martin ficou um pouco mais sério ─ Preciso que investigue algo.