𝟬𝟭. › A SAFE PLACE.

( um lugar seguro )

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SÁBADO
15:30, Rota desconhecida

CORA PAROU PARA ABASTECER NO POSTO QUE FICAVA O MAIS longe o possível de New York. Quanto antes ela estivesse longe daquele lugar, mais rápido Daniel estaria seguro. Já fazia um bom tempo que estava dirigindo e só parou porque se lembrou que Daniel não havia comido nada, nem no restaurante e, muito menos, durante a viagem. Ele passou a viagem de carro inteira dormindo, estava muito cansado. O que aconteceu no restaurante levou toda a energia do garoto embora.

Cora tirou o óculos de sol e manteve apenas o boné dos Yankees como disfarce. Deixou o carro abastecendo o gás e foi até a loja do posto. Olhou algumas vezes para trás, para se certificar de que Daniel ainda estava dormindo e que ninguém havia chegado perto do carro.

Cora queria ser rápida, então mentalizou tudo o que pegaria na loja. Formou uma listinha mental com refrigerantes, barrinhas de chocolate, biscoito e alguns sanduíches naturais. Pensou nos que eram mais leves e que não deixariam Daniel enjoado durante a viagem.

Ela andou até cada local, onde estava tudo o que queria. Não foi dificil achar cada coisa porque essas lojas de posto tem o costume de serem iguais em tudo.

Colocou tudo dentro da cesta vermelha e levou até o caixa. Na frente dela estavam dois homens, um carregava cervejas e outro biscoitos. Com certeza não estavam juntos.

O homem que carregava os biscoitos parecia estar com os filhos e o com cervejas parecia estar sozinho. Cora fez questão de analisar os dois homens o máximo que pode, uma certa garantia de que eles não eram ameaça.

Analisar pessoas foi algo que ela aprendeu no FBI. Durante anos trabalhando naquele lugar, ela percebeu que o essencial para ser uma boa agente, era analisar toda a situação, mesmo que não seja nada demais.

O seu foco saiu dos dois homens a sua frente, quando a televisão começou a mostrar uma reportagem. 'CAOS EM NEW YORK: MUTANTE DESTRÓI RESTAURANTE'

Cora pode sentir seu sangue gelar, o coração começou a martelar no peito.

Esses mutantes Ela ouviu o caixa dizer só sabem causar estragos.

Enquanto ele aumentava o volume da TV, para ouvir melhor, Cora ajeitou o boné na cabeça para disfarçar caso eles mostrassem a foto dela.

Testemunhas no local dizem que o garoto de, mais ou menos, 10 anos perdeu o controle durante uma discussão no restaurante Disse a repórter enquanto imagens do local destruído passavam Ninguém soube dizer o que causou a discussão.

Não sei como podem deixar aberrações como essa conviverem com a gente Falou o homem que carregava os biscoitos Eles ameaçam a nossa vida, a vida dos nosso filhos.

Não tem como saber quem é e quem não é O homem com as cervejas respondeu, enquanto pagava Afinal, somos todos iguais.

Nem todos, eu já vi um que se transformava em uma fera azul Disse o homem do caixa, entregando o troco do rapaz.

Cora se sentia incomodada pela conversa dos três, mas preferiu não se meter. Ela não estava a fim de chamar atenção.

O homem das bebidas agradeceu ao caixa e saiu pela porta da frente. Chegou a vez do homem que carregava biscoitos e fazia questão de falar mal dos mutantes.

Acho que deviam trancafiar todas essas aberrações em um lugar e fazer um circo dos horrores Cora revirou os olhos com a fala do homem, que morria de rir com a própria fala.

Eu tenho um amigo que faz algo parecido com isso no Kansas o homem do caixa respondeu Você vai gostar de levar seus filhos lá, parece um zoológico.

Pode falar o endereço. Com toda a certeza eu vou lá Os dois riram.

Se Cora pudesse matar aqueles dois, ela mataria. Ela sempre procurou evitar tumultos e discussões em sua vida particular, porque seu trabalho sempre rendia muita dor de cabeça. Mas, aqueles dois homens, pediam tanto por aquilo.

Por um minuto ela imaginou o tal lugar no Kansas, que o caixa havia dito. Imaginou crianças, adolescentes e adultos de vários estilos diferente sendo tratados como bichos só por terem poderes. Cora pensou em Daniel no meio deles e sentiu o coração apertar ainda mais no peito.

Quando chegou a vez dela, Cora evitou falar muito com o caixa e foi o mais direta o possível. Não só porque ela estava com raiva do homem mas, também, porque precisava ir embora.

Ela pagou, pegou suas sacolas e foi embora. Ela andou até o seu carro, que já estava abastecido e colocou as sacolas no banco de trás. Cora deu de cara com um Daniel sonolento, porém acordado.

Oi, querido Ela sorriu para o garoto, tentando deixar todas as suas preocupações de lado. Como se sente?

Cansado ele respondeu, coçando os olhos com as costas das mãos.

Cora foi para frente, se posicionando atrás do volante. Ela já havia pagado, então só tinha que ir embora. Ela sorriu para o filho e disse que o cansaço logo passaria.

Para onde estamos indo, mãe? Daniel perguntou, enquanto Cora saía do posto e voltava para a pista.

Com toda a correria, Cora esqueceu de dizer para Daniel para onde os dois estavam indo. Tudo o que ela fez foi entrar em seu carro e dirigir o mais rápido o possível até o apartamento dos dois. Pegou tudo o que achou mais necessário e foi embora.

Dan não fez perguntas, ele apenas acompanhou a mãe e depois dormiu no banco de trás do carro.

Vamos visitar a tia Laura e o tio Clint ela respondeu ao garoto.

Mas não é natal, sempre visitamos eles no natal Ele indagou

Daniel sempre adorou tradições, uma das suas favoritas era visitar os Bartons no natal. Eles sempre faziam isso, se tornou um tipo de ritual para os dois, igual a ir a caça aos ovos na igreja junto com Matt, amigo de Cora.

Mesmo Matt sendo cego, ele sempre ajudava bastante Daniel e, na maioria das vezes, encontrava mais ovos que Dan. O garoto tinha sérias dúvidas sobre Matthew ser realmente cego, parecia que ele enxergava melhor do que as pessoas que realmente enxergavam.

E, depois da caça aos ovos, sempre vinha o melhor. Comer chocolates com a mãe até a barriga doer e assistir a vários filmes de ação, aventura e terror.

Vamos visitá-los mais cedo esse ano. De novo Cora e Daniel já haviam ido para a fazenda dos Barton, à alguns meses atrás, para conhecer o mais novo filho do casal, Nathaniel.

Estamos indo...por causa do que aconteceu no restaurante, não é? Daniel perguntou, um pouco inseguro e triste Estamos indo para a fazenda mais cedo por minha causa.

Por um curto tempo, Cora não disse nada. Apenas olhou triste para o filho através do vidro, buscando as palavras certas.

Eu só faço besteira, desculpa mamãe Depois de Daniel falar isso, Cora fez questão de parar no acostamento. Ela se virou para o filho.

Você não tem que me pedir desculpas por nada, filho Ela começou a falar Tem coisas que simplesmente acontecem, não tem como evitar. Não foi culpa sua.

Mas,...eu machuquei aquelas pessoas, eu...

Eu sei que é algo chato, que é uma coisa ruim. Mas, até os melhores super heróis cometem erros querido, ninguém é perfeito. Cora pousou a mão sobre a perna do filho Você ainda tem muito o que aprender sobre seus poderes, vai ser difícil mas, com o tempo, eu sei que você vai conseguir controlar isso.

Ela sorriu para o garoto, que parecia estar mais tranquilo.

Ser diferente na sociedade em que vivemos, é muito complicado. As pessoas não vão te tratar da mesma forma que eu te trato, elas são...complicadas demais. Cora disse E é por isso que estamos indo embora, porque elas são o problema, não você. Você nunca foi um problema para mim e nunca vai ser.Ele deu um pequeno sorriso para a mãe.

Eu te amo, mãe Daniel segurou a mão de Cora e apertou de leve, passando segurança a mulher.

Também te amo, querido.

Tenho novidades sobre o nosso Robocop Infernal Sam disse do outro lado da linha.

Estou ouvindo, Sam Falou enquanto jogava a tora cortada ao meio na pilha.

Então, ele ainda está em New York. Não sei o lugar exato mas sei que ele está aqui Steve pegou outra tora, enquanto Sam falava E está com uma mulher.

Uma mulher? Sam respondeu com um 'sim' Acha que ela trabalha para a HYDRA?

Eu não sei qual é a aparência de uma pessoa que trabalha para a HYDRA Sam disse Mas ela não parece uma pessoa que trabalharia para uma organização nazista. Produtos Hinode, talvez. Mas não para a HYDRA.

Como ela é? Rogers perguntou.

Loira. Não muito alta. Bastante bonita. Acho que ela não sabe quem ele é, se for uma cívil qualquer. Porque estava conversando bem sorridente com o nosso Soldado.

Quem te deu essa informação, Sam? Steve observou a fazenda dos Bartons, enquanto esperava a resposta.

Uma amiga fotografa. Todo sábado ela tira foto de algum lugar de New York. O escolhido da vez foi o seu antigo lar, o Brooklyn. Sam respondeu, parecia que ele estava ocupado procurando alguma coisa. Ela tirou algumas fotos, durante um tipo de feira de rua que aconteceu. Quando foi me mostrar, eu reparei no cabelo Loreal Paris do sargento Barnes e pedi a foto a ela. Posso te enviar se você quiser.

Pode mandar, Sam Rogers respondeu Talvez eu a reconheça de algum lugar.

Ok. Se quiser eu posso ir investigar para você...

Melhor não. Nós não sabemos como o Bucky está, pode ser perigoso demais. Quando eu voltar, vou buscar saber mais sobre.

Como achar melhor, capitão. Vou ter que desligar, nos falamos depois.

Tudo bem. Tchau, Sam. Steve pode ver Natasha se aproximar, enquanto se despedia de Sam.

Quando Sam se despediu e encerrou a ligação, Steve colocou seu celular no bolso novamente. Natasha se aproximou do mesmo com uma caneca de café em mãos. Ela tinha um leve sorriso no rosto, enquanto caminhava calma até o amigo.

Se continuar assim, Clint vai poder abrir uma fábrica de toras A ruiva brincou. Rogers sorriu de lado pegando o machado novamente, para continuar seu trabalho.

Preciso manter a mente ocupada, Romanoff Steve cortou a tora ao meio com o machado e depois pegou os dois pedaços, deixando o machado de lado.

Você pode fazer isso lá dentro, me ajudando a resolver a brigar do Tony e do Clint Natasha bebeu um pouco do café, ainda olhando para Steve.

Achei que eles fossem maduros o suficiente para resolver seus próprios problemas.

Estamos falando do Tony e do Clint, Steve. Eles não tem tal capacidade Romanoff deu um riso sarcástico Além do mais, você pode apostar comigo e com o Banner se quiser. Estamos apostando para saber qual dos dois desiste primeiro.

Por que os dois estão brigando?

A perguntar certa seria pelo o que. Eles estão brigando pelo controle da TV.Steve riu fraco e balançou a cabeça de um lado ao outro sem acreditar que os amigos estavam brigando por tal coisa. Eu estou apostando no Tony. Clint pode ser o dono da casa mas Tony é mais irritante, ele vai conseguir levar essa.

Não acredito que está levando isso a sério, Nat Limpou as mãos no pano, dado por Laura.

Preciso manter a mente ocupada, Steve Ele deu um sorriso de lado, Natasha arqueou a sobrancelha enquanto bebia mais um pouco do café Não tem muito o que fazer aqui, essa é a minha única diversão.

Pensei que a sua única diversão fosse tentar flertar com o Banner e ver ele ficar envergonhado.

Ele não está tão envergonhada como antes.

As coisas estão caminhando então?

Defina 'caminhando'. Natasha arqueou a sobrancelha novamente, enquanto Steve continuou o trabalho com as toras, dando um leve riso com a fala da mulher.

Depois de todos os acontecimentos envolvendo Sokovia e o robo maligno, Ultron, os vingadores andavam bem estranhos ultimamente. Steve sentia o ar meio pesado toda fez que todos eles ficavam juntos. Então, o máximo que ele poderia ficar longe, ele ficava.

Continua procurando pelo Barnes? Natasha mudou o assunto.

Sam descobriu que ele ainda está em New York.

Não sei dizer se isso é bom ou ruim.

Ele conseguiu uma foto do Bucky, onde ele conversa com uma mulher.

Até o soldado invernal arranjou alguém e você não.

Natasha. Steve advertiu a mulher.

É sério, Steve. Você precisa arranjar alguém.

Arranjar alguém é a menor das minha preocupações agora, Nat. Tenho coisas mais importantes para me preocupar Natasha ia responder, quando Tony chamou os dois.

Stark estava na entrada da casa, com o controle da TV em mãos.

O tapa olho tá chamando ele disse. Quer falar com todos nós.

Natasha e Steve se entreolharam e depois começaram a andar até a casa juntos. Já fazia alguns dias que Fury não enviava uma mensagem ou fazia uma chamada. Ele disse que traria novidades em breve, só que esse 'em breve' para os vingadores, parecia uma vida toda.

Banner me deve 10 dólares Natasha cochichou para Steve, assim que os dois chegaram perto da entrada.

Ao entrarem na casa, viram todos os vingadores na cozinha. Bruce e Clint sentados na cadeira, Wanda tomando café perto da bancada e Visão em um canto apenas observando os três. Laura havia acabado de subir com as crianças.

Pronto, os dois estão aqui Clint disse ligando o aparelho e atendendo a chamada de Fury. Um holograma de Nick se projetou do pequeno aparelho, que estava em cima da mesa.

Vingadores. É bom ver todos vocês Fury disse.

Também é bom ver você, Fury o capitão se prontificou Espero que tenha novidades.

Tenho novidades, mas não acho que vocês irão gostar.

Por favor, não me diga que terei que suportar o Barton por mais tempo Tony falou com os braços cruzados.

Infelizmente, Stark Nick continuou Vocês terão que continuar ai por mais tempo. Era visível a decepção no rosto dos vingadores.

Quanto tempo, mais ou menos, chefe? Natasha perguntou.

Não sei dizer. Estive em várias reuniões com o conselho e eles ainda estão irritados com os acontecimentos em Sokovia. Isso está dificultando demais a volta de vocês.

E não podemos fazer nada para ajudar? perguntou Bruce, Fury negou com a cabeça.

Tudo o que vocês podem fazer no momento é não dar vida a nada, Stark revirou os olhos Não destruir nada e não se meterem em confusão. Posso resolver mas, apenas se vocês não arrumarem mais bagunça.

Pode deixar, vamos manter tudo o que é eletrônico longe do Tony. Clint brincou e logo recebeu uma careta de Stark, que não estava nada feliz com a conversa.

Depois dos acontecimentos de Sokovia, os vingadores tiveram muitos problemas com o conselho nacional que estava decidido a dar uma punição para os heróis. Fury não viu outra escolhe, se não manda-los para um lugar seguro e mantê-los longe da mídia.

Não sei qual é o problema de vocês comigo Tony começou A Barbie Asgardiana rodou o seu martelinho, saiu voando, levou sua namorada junto e não voltou mais. Acho que eles deviam estar aqui também, lidando com as consequências.

Os vingadores começaram uma pequena discussão quando a campainha tocou. Estavam todos ocupados demais como seus próprios problemas para escutarem.

No lado de fora da casa dos Barton's, Cora tocava a campainha pela segunda vez. Daniel estava do seu lado com a sua mochila do Capitão América nas costas. Ele observava todo o lugar, bastante ansioso para rever os primos e os tios.

Depois da terceira vez, finalmente alguém abriu a porta. Laura Barton segurava o seu filho mais novo no colo, enquanto ajeitava a alça de sua blusa. Ela ficou surpresa ao ver sua amiga de longa data.

Cora?

Oi, Laura. Me desculpa ter vindo sem avisar Cora começou a falar, estava um pouco sem graça É que...tivemos um problema em New York. Daniel... ela olhou para o filho, que agora segurava a mão dela, depois voltou seu olhar para a amiga É uma longa história. Será que poderíamos ficar aqui, por um tempo? Precisamos de um lugar seguro.

Bom, ela olhou para trás e depois voltou a olhar, depois sorriu envergonhada Acho que aqui está mais do que seguro.

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