𓅂 𝓣𝓱𝓮 𝓔𝓷𝓰𝓪𝓰𝓮𝓶𝓮𝓷𝓽 𝓟𝓽. 2
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#DocedePessego
🍑
Deixem o voto e comentem!
Boa leitura!
Namjoon suava frio.
Sua respiração estava entrecortada e seu corpo trêmulo e fraco fazia os lençóis se soltarem das bordas do precário colchão de palha.
— Não... — ele repetia a palavra incessantemente.
Ter ouvido toda a verdade lhe causou uma dor de cabeça lancinante, que parecia a ponto de explodir.
— Não? — a mulher de longos cabelos vermelhos perguntou com escárnio.
— Você é o mal, Maeve! Você matou pessoas! — ele se engasgou com a própria saliva, olhando seus braços amarrados na cabeceira de ferro maciço da cama.
O local era completamente desconhecido por ele.
— E você é um fraco! — ela gritou — passei por todas as gerações, dos antigos homens até os primeiros alfas e nunca me deparei com um ser tão fraco, impotente... — seus olhos flamejavam em brasas rubras — dediquei dezoito anos da minha infinita vida imaginando que você fosse realmente o escolhido e olha onde estamos! Pensei que eu poderia usar toda sua fúria contra a rainha em uma causa maior, mas você não nasceu para reinar! Você é realmente um bastardo!
Os gritos furiosos da mulher continham um teor de verdade inegável para Namjoon.
Ele havia falhado.
— Você me usou. Confiei meu segredo a você, deixei pessoas que eu amava para trás... — seus olhos pesaram quando a imagem de Seokjin surgiu em sua mente e ele os cerrou, com intuito de prender as boas lembranças apenas para si.
— Esse é o problema! O maldito amor!
A ira de Maeve era capaz de alterar o estado físico das coisas e Namjoon poderia até mesmo perceber que o espaço tempo também se distorcia na presença dela.
— A sua pobre organizaçãozinha decadente nem ao menos foi suficiente para retirar uma boa quantia dos cofres do castelo e ainda trouxe dor de cabeça. — ela se aproximou e cravou suas grandes unhas entre as costelas do peitoral magro do duque — A partir de agora tomarei total controle de tudo, já que em parte, você ainda era livre. — apertou a ferida sangrenta que pulsava no braço esquerdo do alfa, que gemeu de dor.
— Mandarão me procurar, a rainha instaurou uma investigação sobre os desvios, essa caverna é território londrino, não é difícil de encontrar... ah! — ele grunhiu, desejando a morte ante à tortura.
A mulher vermelha cessou o ato e se levantou calmamente, com a feição agora entediada. Num estalar de dedos, uma pequena labareda surgiu, fazendo brilhar suas enormes unhas. Acendeu uma vela que se encontrava disposta em cima de um caixote velho e se virou para Namjoon novamente, com um sorriso diabólico nos lábios.
— Essa caverna nem mesmo existe. Na verdade, tudo é o mero acaso, com alguns toques especiais de minha parte, é claro.
— O que está dizendo?! — Namjoon apavorou-se.
— Sempre fui eu, querido. Sempre.
E a luz se desfez.
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A manhã em Norwich começara como todas as outras. Dahye gritando pelos aposentos, Calista correndo para administrar todas as demandas da casa e Park Jimin, dormindo preguiçosamente no quartinho dos criados.
Era impressionante o malabarismo que ele, Taehyung e Lily faziam para caber os três na singela cama de casal. Calista havia contado histórias de terror noite a dentro e os amigos acordaram naquele momento, agarrados ainda, depois de tantos pesadelos.
— Deveríamos chamar Calista para nos tirar daqui. — Jimin afirmou sem nem mesmo por a cabeça para fora das cobertas.
— Que medroso! Nem parece que irá se casar! — Lily caçoou — Olhem, não tem nada aqui! — ela empurrou as cobertas para longe e Jimin se agarrou ainda mais no pescoço de Taehyung.
— Depois que Jimin se casar, nunca mais teremos histórias de terror na madrugada. Você poderia manter seu plano de fuga, mesmo se casando com o alfa Jeon. — o beta pediu.
— Eu concordo! — e Lily emendou.
Em contrapartida, Jimin permaneceu calado. Seus amigos tinham razão, não poderia mais passar a noite com eles, ouvir histórias e dar risadas como se não houvessem problemas a serem resolvidos no dia seguinte. Se tornaria um ômega casado, recatado, silenciado, com obrigações diárias impostas por alguém que provavelmente nunca tivera amigos.
Talvez a ideia de fugir que havia renascido nas palavras de Taehyung ainda pudesse ser posta em prática.
— Jimin, levante-se, seus pais já estão à mesa! — Calista entrou no quarto com pressa, o tirando de seus pensamentos.
E desamarrotando o vestido deplorável que acabara de vestir, o ômega partiu para a sala de jantar.
E obviamente se arrependeu de ainda dar alguma obediência àqueles sentados à mesa.
— Park Jimin precisa agir como um futuro duque. Acha mesmo que o duque Jeon Jungkook aprovaria suas visitas ao quartinho dos criados? Garanto que se eu fizer alguma inspeção em seus cabelos, acharei pulgas e carrapatos.
Será que encontrariam cérebro se inspecionassem a cabeça dela? Jimin pensou.
— Bom dia. — ele disse baixinho, ignorando a mãe e o pai resmungou em contrapartida.
— Hoje seu noivo virá à tarde e me pediu para que pudesse levá-lo até Eaton Park, como o primeiro passeio. O valete trouxe o bilhete agora há pouco. Pediu que você fosse acompanhado pelo beta. — Jisung disse indiferente.
Jimin sobressaltou-se.
— Nada disso! Eu sou a mãe, preciso estar presente nos passeios fora da propriedade. Além do mais, os noivos mal se conhecem, preciso estar atenta. — Dahye afirmou prontamente, olhando para Jimin e batendo as unhas na mesa.
Jisung mastigava o brioche sem se preocupar com a etiqueta, parecendo um javali faminto o que fez Jimin imaginar se seu noivo também teria trejeitos tão nojentos à mesa.
Se fosse rei um dia, instauraria a lei dos ômegas solteiros.
— Anda bastante impertinente, condessa. Passando por minhas ordens, falando alto. Acho que não está mais cumprindo com seu papel de ômega honrada nessa casa. — o conde foi ríspido, fazendo a mulher murchar os ombros e abaixar o olhar. — Jimin está noivo do duque mais rico de Londres. Seremos em breve uma família que estará no topo da aristocracia e você deveria estar cuidando dos chás, dos jantares de influência e não em seguir cada passo que seu filhote, já adulto, dá. Espero que esse zelo todo com o bem estar de Jimin resulte na maior festa de casamento que esse reino já viu. — ele concluiu e a condessa engoliu a dose de chá extremante quente que flambou sua garganta apertada pelo ódio.
Jimin pouco se importou com as rusgas de seus pais, queria saber o motivo pelo qual o duque queria um passeio consigo, já que esses encontros fora da propriedade ocorriam apenas às vésperas da cerimônia.
E por que Taehyung deveria ir junto?
— Posso me retirar? — ele pediu.
— Precisa comer primeiro, está magro. Vocês ômegas tem a péssima ideia de que alfas gostam de ossos — ele ironizou — coma muito e deixe seu alfa satisfeito. — as palavras repulsivas de Jisung explicitaram o alfismo enraizado de seu pai e causaram náuseas em Jimin.
— Comerei na cozinha, papai... eu- eu preciso ir ao toalete. — mentiu cochichando a última palavra e recebeu o aval para sair dali.
Correu de volta para o quartinho, precisava contar a novidade para Taehyung.
— Tae! Vamos passear com o duque à tarde! — não era possível compreender se o tom dele era de felicidade ou preocupação.
— Passear? — o beta perguntou, arrumando as alças da jardineira amarela nos ombros.
— Sim, papai disse que foi um pedido do alfa Jeon.
— Mas por que eu tenho que ir?
— Ora, porque eu não posso ir sozinho! — disse o óbvio.
— Eu sei disso, quero saber o porquê de Calista ou até mesmo a condessa não irem com você.
— Foi um pedido do duque. Ele pediu para que você fosse junto.
— O duque me conhece?
— Acho que sim.
— Mas por quê?
— Aish! Para de perguntar! — Jimin perdeu a paciência.
— Pois então, o que quer que eu faça? — Taehyung abriu os braços, rendido.
— Iremos até Eaton Park, preciso saber como é, o que devo vestir e você tem que me ajudar!
Taehyung franziu o cenho.
— Eaton Park? É o mesmo lugar onde me encontrei com Yoongi! — ele afirmou, desconfiado — Aliás, ele nunca mais voltou, nem mandou bilhete. — murchou com a constatação.
O beta estava apaixonado. Seu primeiro encontro com Yoongi serviu para que ele se perdesse naqueles olhos penetrantes e voz marcante do ômega tímido. Mas não sabia se era recíproco e precisava vê-lo novamente e conversar definitivamente sobre o qual seria o interesse real do ômega. Sentia-se angustiado.
E um pouco distante dali, Yoongi também estava ansioso.
— Terá de me agradecer por hoje. Espero que a megera da mãe não estrague o plano. — Jungkook falou enquanto fumava seu charuto, sentado displicentemente na cadeira do escritório em Strand.
— Se deixou claro no aviso que necessita da companhia do beta, o conde o fará com certeza. — o ômega esfregava as mãos, eufórico.
O duque observou a angústia do ômega com um sorriso jocoso nos lábios e fez piada com o fato.
— Está com uma feição terrivelmente acometida pela doença chamada paixão. Quer que eu chame o médico? — debochou com um sorriso zombeteiro.
— Está caçoando agora, mas daqui alguns meses você estará de joelhos pelo ômega. Park Jimin encontrará o caminho para o seu coração.
— Não há nada para encontrar. — deu de ombros — Pretendo ser o mais breve possível, logo Park Jimin encontrará o caminho de volta para casa. — ele soltou a fumaça, reconfortando-se com o efeito relaxante do tabaco.
— Deixemos para ter essa conversa futuramente, alfa. — Yoongi o fitou seriamente e avisou: — Apenas trate bem aquele pobre ômega.
— Não o importunarei, tem minha palavra. — prometeu — Park Jimin parece mais esperto do que a maioria dos ômegas e não sonha com um casamento, não há como dar errado. — repousou o charuto no cinzeiro de modo que a chama se apagasse lentamente e prosseguiu — Aliás, vou usar nosso passeio para me colocar a par dos movimentos de Jisung, saber sobre seus negócios. Park Jimin é inteligente, deve conhecer o mínimo sobre o pai.
— Não acho que o conde falaria sobre negócios na frente do filho ômega, não é usual. — Yoongi ponderou.
— Mas tentarei mesmo assim. — Jungkook foi enfático — O quanto antes eu tiver todas as informações, mas rápido liberarei o ômega para encontrar seu grande amor, se assim o quiser. — ele se levantou — Sairemos em vinte minutos.
Yoongi apenas observou com preocupação o duque sair do escritório.
Não estava certo se aquele plano seguiria intacto por muito tempo.
Mas para Jungkook, aquele era o passo seguinte de sua tão esperada vingança.
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— Será que realmente preciso vestir isso? Sinto-me como se estivesse com um carrinho de bebê na cabeça.
Jimin odiava os sunbonnets. Assim como todos os acessórios que compunham parte da vestimenta para passeio, contudo Dahye exigiu que ele se vestisse bem, não seria agradável se algum vizinho lhe visse mal vestido ao lado do noivo. Abriria brechas para comentários maliciosos.
— Quando estiver longe daqui, você poderá retirá-lo, sim? — Calista cochichou e ele acenou com a cabeça, seguindo o conselho.
— O que eu devo dizer ao duque? — direcionou o olhar aflito para a mulher.
— Responda o que ele perguntar e não fale muito. — ela terminou de amarrar os laços de cetim da luva de renda e ajeitou a aba do sunbonnet. — Agora vá meu raio de sol, espere pelo seu noivo na sala de visitas, ele chegará em breve.
Jungkook nunca tivera um encontro de noivado antes e dada a circunstância, também não fazia ideia de como eram os costumes. Perdera a chance de ajustar esse pequeno detalhe com Magnólia, que não estava em Strand naquele momento e resolveu então fazer como achava melhor.
Os seus métodos não eram dos mais apropriados, absolutamente.
— Você alugou o que? — Yoongi perguntou embasbacado.
— Uma carruagem, por quê o espanto? — o duque respondeu com indiferença.
O ômega negou com a cabeça, já sem esperanças com a falta de jeito de Jungkook.
— Ouça, alfa. Carruagens são usadas apenas no dia da cerimônia de casamento. Você irá assustar a família Park chegando assim.
— Com a mãe insolente como é, acabarei caindo nas graças de todos, estou certo disso. — Jungkook disse altivo, ajustando a lapela do casaco de linho impecável — Vamos, o cocheiro nos espera.
Seguiram chamando a atenção dos arredores de Strand até Norwich. Yoongi tentava se encolher ao ponto de se tornar invisível dentro da cabine enquanto olhava curioso para o duque que sustentava as duas mãos em cima da bengala de nogueira negra e olhava um ponto qualquer para fora da pequena janela.
— São em situações como esta que consigo provar minha amizade e lealdade a você, duque. Não haveria qualquer outro que me faria passar por isso, estou completamente envergonhado.
— Deveria estar honrado, ômega. Esta carruagem me custou um bocado. — sua feição era leve — A propósito, lhe apresentarei como meu valete, haja cordialmente.
E pensando que a humilhação não poderia piorar, Yoongi apenas bufou desolado.
O trote compassado dos cavalos puro sangue inglês, despertou a atenção dos habitantes do casarão dos Park. Calista olhou pela janela e foi acompanhada pela condessa que estranhou a visita inesperada.
— Alguma visita real? Jisung não me avisou sobre nada. — ela espiou pelos cantos, indagando.
— Creio que não, condessa. — Calista ainda olhava para fora com curiosidade.
O cocheiro desceu da carruagem e abriu a portinhola da cabine. Jungkook foi o primeiro a descer, seguido imediatamente por Yoongi.
— É o duque! — Dahye gritou.
Jimin, que não dera atenção à conversa anterior, alarmou-se ao ouvir a exclamação de sua mãe.
— Vamos, levante-se. Seu noivo chegou para buscá-lo em uma carruagem. — ela disse num tom desconhecido que não transpareceu amargura, surpreendentemente.
Sem restar tempo para pensar, o barulho da aldrava ressonando na madeira pesada da porta principal, direcionou a atenção de todos no ambiente.
Taehyung correu escada acima e se colocou ao lado de Jimin, aguardando as próximas instruções, enquanto Calista recepcionava os visitantes.
— Bom dia, condessa. — Jungkook segurou a mão da mulher e depositou um beijo rápido — Bom dia, Jimin. — acenou brevemente para ômega e lhe entregou o buquê de flor de laranjeira, esquecendo-se propositalmente das flores da futura sogra.
Não fazia questão alguma de parecer cordial ou forçar aproximação com Dahye, começara a nutrir uma aversão irremediável à ela e nem ele entendia o motivo, a propósito.
Logo atrás de Jungkook, o valete impostor deu um breve passo para o lado e Taehyung se engasgou com a própria saliva, tamanho o espanto diante da figura conhecida.
O clima na sala já beirava a claustrofobia quando Jungkook se aproximou de Jimin e estendendo-lhe o braço, pediu:
— Por gentileza. — disse com leveza na voz e Jimin o acompanhou, sendo seguido por Taehyung que ainda não havia feito contato visual com Yoongi, afinal sentia-se envergonhado e apreensivo.
Alguns curiosos observavam a imponente charrete e os dois cavalos pomposos que a guiava, com olhar desconfiado. Jimin suava, não havia sequer olhado para cima desde que segurou no braço do alfa.
Sentia-se estranho.
Qual era a necessidade de uma cena tão grotesca como aquela?
Levantou a cabeça apenas para observar com clareza o cocheiro abrir a portinhola da cabine e estender-lhe a mão para ajudá-lo a subir. Taehyung foi o próximo a entrar e sua face ainda tomada pelo choque recente não ajudou a amenizar a atmosfera tensa e carregada.
Todos os passageiros estavam devidamente acomodados, sendo Jimin e Taehyung sentados de frente para Jungkook e Yoongi e num grito característico, o cocheiro deu sinal para que os cavalos começassem a andar.
Yoongi mantinha o olhar preso ao beta, com os cotovelos apoiados nos joelhos e alerta, tentando decifrar se a surpresa não fora tão agradável ou se o outro estava apenas tímido.
Rompeu o silêncio, portanto.
— Não havia forma segura de avisá-lo, me perdoe. — falou baixo, mas deixando claro que falava com o beta.
Taehyung por sua vez, não respondeu. Não sabia o que dizer.
Contudo foi encorajado por uma cotovelada certeira de Jimin no alto de sua costela.
— Ai-eu-eu compreendo. — grunhiu a frase se recompondo da dor, esfregando o ponto onde Jimin desferiu o golpe.
Mais desconfiado do que antes, Jimin começou a tirar conclusões por conta própria diante do pequeno diálogo.
Então aquele passeio era na verdade um encontro marcado entre Yoongi e Taehyung?
A falta de ação do duque tornava suas ponderações ainda mais absolutas e Yoongi usou de sua mesma tática para cutucar Jungkook e fazê-lo tomar algum partido.
— Bom, na verdade eu faria esse passeio apenas com Jimin e sua aia, porém Yoongi me suplicou para que fizéssemos juntos, já que ele e Taehyung estão nutrindo sentimentos um pelo outro. — o duque passou os olhos por Yoongi e os depositou no beta.
Antes que alguém pudesse manifestar qualquer reação, o cocheiro anunciou a chegada em Eaton Park.
Um pouco perdido em seus pensamentos, Jimin desceu da carruagem e o sol escaldante da tarde ofuscou seus sensíveis olhos azuis. Viu Yoongi segurar a mão de Taehyung gentilmente, com uma delicadeza e romantismo que o fez arrepiar.
— Quer dar uma volta? — Yoongi perguntou ao beta e antes de receber um aceno positivo em resposta, Taehyung olhou para Jimin, como se pedisse permissão.
E Jimin sorriu para ele, sabia o quanto o amigo estava apaixonado. Não impediria de vê-lo feliz.
— Gostaria de se sentar no coreto? O sol está escaldante. — esfregando o lenço na testa para retirar o suor, Jungkook guiou Jimin até o recinto.
O fato curioso para Jimin naquela conjuntura era estar sozinho ao lado de um alfa que por consequência era seu noivo. Certamente sofreria serias represálias se fosse visto com o duque sem a companhia de Taehyung que como agravante, também estava sozinho na presença de um ômega.
Relembrou de ter lido algo parecido com a situação em algum livro.
— Jimin, eu gostaria de dizer que estou muito feliz com nosso noivado.
Sentado a uma distância cordial, Jungkook iniciou a conversa.
— Quero dizer também que você é um ômega muito formoso e de incontestável inteligência. — ele prosseguiu, relembrando as falas de Magnólia a respeito dos elogios que deveriam ser feitos aos ômegas.
O duque era extremamente seguro de si, dominava a fala e a escrita, mas ao lado de ômegas da aristocracia, não tinha o menor tato. Odiava com todas as suas forças as convenções e costumes reais.
— Obrigado. — Jimin foi econômico nas palavras, seguindo os conselhos de Calista sobre falar somente o necessário.
O silêncio prevaleceu novamente e Jungkook passou a observar o casal de amigos ao longe, irradiando felicidade enquanto Yoongi segurava a mão de Taehyung que andava na beirada no enorme chafariz central, tentando se equilibrar.
E pisando em falso, o beta acabou caindo na água que por sorte era rasa, provocando uma risada solta em Jimin, que também os observava em sua própria bolha.
Jungkook por sua vez, não via nada além de dois bobos molhando a própria roupa e correndo o risco de pegar um resfriado.
Deu de ombros e Jimin se recompôs após um pigarro.
— Já esteve aqui antes? — o duque retomou a conversa.
— Não, eu saio pouco de casa.
— Não passeia com sua aia? Ou com Taehyung? — Jungkook insistiu.
— É bem raro, meus pais não gostam que eu saia.
— Há algum motivo para isso? — o alfa viu naquela resposta a chance de iniciar seu interrogatório.
— São super protetores, eu acho. — Jimin disse entristecido olhando para as próprias mãos.
Sabia que a atitude dos pais consigo significavam tudo, menos proteção. Nunca lhe fora permitido agir como ômegas de sua idade.
— Ah, sim. Seu pai parece ser um homem bastante atarefado, é compreensível que ele seja protetor com seu filhote. — Jungkook amenizou, percebendo o desconforto de Jimin.
— Eu não sou mais um filhote. — ele foi direto.
— Desculpe, você tem razão. — Jungkook sentiu o golpe — A propósito, seu pai trabalha apenas para a rainha ou tem outros negócios?
— Meu pai não fala sobre negócio em nossa casa, eu e minha mãe somos ômegas. — relembrou o alfa sobre o óbvio e Jungkook soltou uma risada nervosa, lamentando a investida sem efeito.
As palavras não se encaixavam naquela conversa e o mesmo não poderia ser dito logo mais a frente, na animada interação entre Yoongi e Taehyung.
— Isso é para você.
O ômega retirou do bolso um pequeno papel pardo dobrado e entregou à Taehyung que o abriu imediatamente.
— É linda! E roxa!
A flor seca ainda mantinha sua cor exuberantemente viva apesar da técnica de conservação retirar esse atributo ao longo do tempo. Mas Yoongi era especialista nisso, havia preparado o presente há pouco tempo.
— Você me disse que gostava de flores e também de roxo. Essa se chama sálvia, há um campo delas na fazenda.
— Obrigado, vou guardá-la com muito carinho. — ele aproximou a flor de seu peito e a apertou ali com delicadeza.
— Vamos dar uma volta? — Yoongi pediu e foi prontamente atendido.
Haviam poucas pessoas no local, talvez o sol forte fosse a causa.
— Então você trabalha com o duque? — o beta perguntou, segurando firme a mão de Yoongi enquanto caminhavam pelo parque.
— Sim, eu e meus pais moramos em Newbrook's Farm, cuidamos dos animais e da plantação. Jungkook é atleta de polo, eu o ajudo na doma e treino também.
— Você é tão virtuoso, até parece um alfa. Eu sou apenas um empregado na casa dos Park, não sei fazer nada impressionante. — Taehyung puxou o ômega pela mão para que pudessem se sentar.
— Você é impressionante apenas por existir. — o beta foi surpreendido pelas mãos ásperas do ômega acarinhando sua face com gentileza — Sabe que não consegui tirá-lo dos meus pensamentos desde a primeira vez que o vi? Creio que o destino foi generoso comigo, por tê-lo reencontrado.
Se o ômega dissesse mais alguma palavra Taehyung provavelmente derreteria ali.
Sentia-se amado por Calista, Lily e Jimin, contudo ser elogiado e receber carinho tão singelo de alguém que conhecera a pouco, era realmente importante.
Estava nas nuvens. O coração batendo forte, despertando em si a paixão.
— Também estou muito feliz por vê-lo novamente. — mordeu os lábios para esconder um sorriso tímido.
— Verdade?
— Sim. — cochichou, escondendo um sorriso.
Yoongi aproveitou a confirmação para fazer um pedido. Segurou a outra mão do beta e procurou pelo seu olhar, afagando-lhe o queixo.
— Ouça, Jungkook e Jimin irão se casar em breve e provavelmente eles morarão na fazenda. Pensei que talvez pudesse pedir ao duque para que leve você também, já que Jimin precisará de alguém para auxiliá-lo.
— Não sei se será tão fácil... — Taehyung foi reticente, tudo parecia como um sonho.
— Confia em mim? — interrogou — Assim que vier morar em NewBrook's Farm quero que seja meu noivo, sei que é cedo demais para nos casarmos, mas eu quero um futuro ao seu lado.
Ouvir as palavras ditas com tanta propriedade fez o coração do beta palpitar em descompasso. Reconhecia seu destino e estava conformado com ele até Yoongi aparecer e lhe trazer de volta a vida. Seus últimos meses não estavam sendo dos melhores já que a notícia do casamento de Jimin era também sinônimo de despedida e possivelmente na casa do futuro marido do seu melhor amigo já haveriam criados o suficiente para que não precisassem dos seus serviços.
E agora, surgiam novas perspectivas bem diante de si.
— Mas se o duque Jeon não concordar? — seu medo era real e pertinente.
— Ela irá concordar.
— Mas se...
— Eu fujo com você.
Sentiu o coração parar e o bater de asas das dezenas de borboletas em seu estômago se intensificou.
— Eu aceito! — declarou, entrelaçando mais forte seus dedos nos do outro, recostando sua cabeça no ombro dele.
Aquele era o início de uma linda história. Entre duas almas que haviam se dado tão bem desde o primeiro olhar.
Entretanto a alguns metros dali, Jimin olhava para eles com ternura, mas não deixava de demonstrar sua decepção com a abordagem de seu noivo.
Estavam sozinhos e o alfa sequer quis segurar sua mão.
Não que ele fosse ceder, porém a indiferença era nítida.
— Geralmente alfas de negócios como seu pai costumam falar algo durante o jantar, o café da manhã, mas você nunca ouviu nada, nenhuma conversa, algum assunto atrás da porta? — Jungkook riu, tentando fazer piada.
Com um suspiro demorado e resignado pelo destino sem sorte a que estava condenado, Jimin apenas o ignorou, mantendo os olhos atentos ao casal apaixonado que não se desgrudava logo mais a frente.
Pelo menos alguém sairia feliz daquele encontro de casais.
Mas para ele, seu papel havia terminado ali.
— Alfa, se quer tanto saber sobre os negócios do meu pai, por que não pergunta pessoalmente à ele? — foi duro na resposta, estava fatigado da cena — Estou me sentindo um pouco indisposto, gostaria de ir para casa. — concluiu com firmeza.
Jungkook pigarreou, espantado com a fala direta e não ponderada de Jimin.
— Sim, claro, o sol está demasiado quente, chamarei Yoongi.
Sendo pego desprevenido pela resposta do ômega, Jungkook perdeu a pose inquiridora e se levantou rapidamente, sentindo o golpe.
Definitivamente, Jimin não era como os ômegas citados por Magnólia. Não havia qualquer tentativa por parte dele em ser meloso ou até mesmo se insinuar subliminarmente como era de praxe.
Respirou fundo enquanto acenava para o casal.
Colocou as mãos na cintura e relaxou os ombros. Teria de refazer o plano.
E recomeçaria por conquistar a confiança do ômega.
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Sentado na tina, com a cabeça recostada na borda, Jimin ainda rememorava o passeio desastroso. Pediu para ficar sozinho por alguns instantes e Calista o atendeu. Ela percebera na face dele que algo não havia saído bem em Eaton Park, mas Jimin forçou um sorriso, dizendo apenas que estava cansado devido ao forte calor.
Talvez por ter ficado enciumada com toda a cena da carruagem, a condessa inventou inúmeras tarefas para Taehyung assim que chegaram e por esse motivo os dois amigos ainda não haviam se falado.
Voltando ao quarto de Jimin, Calista levava consigo suco de morango e pães de canela. Deixou-os em cima da mesinha e se aproximou da tina, colocando o dedo indicador para testar a temperatura da água.
— Está esfriando, venha. Eu trouxe um lanche. — ela abriu a toalha que segurava, esperando que Jimin se levantasse.
Enrolou gentilmente o corpo do ômega e passou a secar-lhe os cabelos dourados com a outra toalha.
— Olha como você cresceu, quase tenho que ficar na ponta dos pés para secar-lhe o cabelo. — brincou, contudo Jimin não reagiu.
— Calista, assim que me casar, demorará muito para que eu consiga dar filhotes ao meu alfa?
A pergunta fora completamente inesperada.
— Oh, querido, eu não sei. — ela piscou rapidamente os olhos, como se pudesse fazer brotar as repostas dali. — Depende do seu heat e também do rut do alfa, quando estiverem alinhados, conseguirão gerar filhotes.
— E por que eu nunca tive um cio? Sei que meus pais me davam supressores desde muito cedo, mas faz tempo que não os tomo mais, desde que sangrei naquela noite. — a voz dele era firme e seu tom era como o usual. — Me diga, Calista, eu não sou um tolo.
E ele realmente não era um tolo, sabia de sua real condição.
— O doutor Acton disse uma vez que os supressores eram ruins para a sua saúde, mas ele não deu certezas sobre a gravidade. Talvez ainda precise de tempo até você entrar no cio normalmente.
— Acho que devo contar isso ao duque Jeon. Não é justo eu me casar sendo que não irei cumprir com meus deveres de ômega.
— Santo Deus! Não diga isso ao alfa! — ela o segurou pelo braço e o levou para cama, fazendo-o sentar-se ali. — Não está nada decretado quanto a sua condição fértil, o doutor pediu que observássemos e é o que estamos fazendo. Você nunca mais relatou dor ou sangramento, seu corpo está se recompondo.
— E se não voltar? O que acha que o duque fará comigo se descobrir que sou seco?
Ele estava a procura de um motivo, apenas um.
— Não diga bobagens! — ela se sobressaltou. — Você dará filhotes ao seu alfa, tudo é uma questão de tempo, não se preocupe com isso agora. — afagou a face inexpressiva do ômega e ordenou: — agora coma tudo e descanse, irei preparar o jantar.
Ficando novamente sozinho, Jimin se desfez da toalha molhada e deitou nu na cama macia ainda feita. O vento fresco entrava pela janela aberta e acariciava seu corpo imaculado, fazendo-o relaxar com a sensação.
Talvez aceitar seu destino e para de brigar contra a realidade lhe deixasse menos cansado psicologicamente.
Talvez o melhor era ser como sua mãe sempre quis que ele fosse.
E assim permaneceu, divagando pela noite.
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— Eu disse que isso não ia dar certo. Que ideia brilhante perguntar ao ômega sobre o pai dele no primeiro encontro. Ficou bem claro que você não faz ideia do que está fazendo, Jungkook. Você ao menos perguntou sobre a cor favorita dele?
Yoongi parecia mais nervoso do que o alfa já havia visto antes.
— Cor favorita? Por que eu deveria ter essa informação? — Jungkook estranhou a pergunta.
— Eu sinto em te informar alfa, mas não irá chegar a lugar nenhum se não conquistar a confiança do ômega. Jimin não é do tipo bobo apaixonado, Taehyung me disse que ele não gosta da ideia de se casar e ser um submisso como todos os ômegas são. Terá de mudar sua abordagem.
— Hm. — resmungou — Se Park Jimin não gosta de alfas, então o que o fará se afeiçoar por mim? — a indagação veio em forma de súplica, faria qualquer coisa para não perder seu alvo.
— Pergunte-o sobre seus interesses. Fale sobre algo que ele goste, se engaje nos assuntos favoritos dele. Mas é óbvio que para saber isso, você precisa começar pelo básico e isso inclui saber a cor favorita dele! — Yoongi quase gritou a última frase e Jungkook se encolheu na cadeira, acuado.
E o jantar que já estava no fim, culminou definitivamente naquele momento.
Jungkook havia bebido algumas doses de conhaque, agora sozinho em seus aposentos. Segurava o anel de corvo em sua palma fechada, lamentando o fracasso do encontro.
— Por que é tão difícil, papai? — jogou as palavras ao vento, certo de que não haveria respostas.
Colocou a cabeça entre os joelhos, rendendo-se à incapacidade de raciocinar coerentemente e então atirou-se de uma vez para trás.
Precisava dormir e recobrar a sanidade.
Havia remorso em seu peito, fora completamente frio e calculista com o ômega. Não nutria sentimentos por ele, mas precisava agir com racionalidade, afinal Park Jimin era uma pessoa com sentimentos, envolvida em algo que não fazia ideia.
Casaria-se contra a própria vontade, deveria valer a pena de algum modo.
— Prometi que não ia machucar o ômega e preciso cumprir com minha palavra.
Decretou a si mesmo que iria bem cedo a Norwich reparar o dano. Contaria sobre os animais de NewBrook's Farm, já que ômega havia manifestado interesse quando se falaram no primeiro encontro. Faria a vida de Jimin ser menos pior do que morando com seus rigorosos pais.
Ele sabia, observou bem os Park, sabia que o ômega era aprisionado, privado de liberdades.
Se quisesse adentrar a vida de Jisung deveria dar algo em troca, ponderou com sensatez, finalmente.
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Sem conseguir dormir, pensando em como seria possível conversar com o duque sem a presença de seus pais, Jimin andou na ponta dos pés até o escritório do pai. Sua tinta havia acabado e ele precisava de mais para poder escrever o bilhete que contaria sobre toda a verdade.
Contaria ao duque que não poderia gerar filhotes.
Notou que o interesse do alfa nos negócios seu pai poderia certamente ser por dinheiro.
O duque estava prestes a dar um golpe, pensou friamente. E por mais que não tivesse apreço por seus pais, era sua herança que estava em jogo.
Pediria para Taehyung entregar o bilhete assim que fosse buscar a feira pela manhã.
Girou a maçaneta devagar e segurando a lamparina que trouxera do quarto, sentou em frente à mesa, decidindo que escreveria o bilhete ali mesmo. Seria perda de tempo voltar ao quarto, já que ali também tinha papel.
Traçou as letra com cuidado, foi breve e objetivo nas palavras. Dobrou o bilhete ao meio e assim que se levantou para sair do local, foi surpreendido pela presença assombrosa da condessa em sua frente.
— O que está fazendo aqui a essa hora da noite, Jimin?
Ele tentou sutilmente colocar a mão que segurava o bilhete atrás de seu corpo, mas Dahye mantinha os olhos focados naquele papel.
— Me dê! Vamos! — aproximou-se com a mão estendida, encurralando Jimin na parede, coagindo-o.
Sem nem mesmo ter como escapar, ele apenas engoliu em seco e entregou o bilhete à mulher, que o abriu imediatamente, arregalando os olhos em pavor ao ler as palavras escritas pelo filho.
— Seu corpo está queimando em brasa para vê-lo? — ela espumava em cólera — está se correspondendo com seu noivo como um ômega mundano! — suas mãos trêmulas balançavam o bilhete, amassando-o.
— Não é nada disso, mamãe, eu posso expli...
Não houve tempo para que Jimin dissesse nem mais uma palavra e o peso da mão da condessa atingiu-lhe a face esquerda.
Desequilibrou-se com o golpe e manteve a cabeça abaixada, ainda processando o que acabara de acontecer.
Nunca havia apanhado, nem mesmo uma palmada quando era criança.
— Você é um imundo! Por isso está saindo com aquele alfa sem supervisão! E tudo diante de meus olhos! — Dahye já não controlava mais o tom de voz e seus gritos já eram ouvidos pela habitação — Eu notei seu olhar desejoso, suas mãos agitadas quando está perto dele! Você desonrou nossa família, é um prostituto! — ela o segurou pelos cabelos na intenção de que ele a olhasse nos olhos — Me diga, quantas vezes? Quantas vezes se deitou com ele? ME DIGA! — gritou a plenos pulmões.
— Eu nunca, mamãe, eu juro! — Jimin se defendeu, aterrorizado com as acusações infundadas da mãe.
O ômega buscou rapidamente uma rota de fuga, porém o grande corpo de seu pai surgiu à porta.
— Mas o que está acontecendo aqui? — Jisung entrou às pressas no escritório, acompanhado de Calista, Taehyung e Lily que estavam bastante assustados.
— O seu filho está se deleitando com o alfa, conde! Ele desonrou nossa família! — Dahye entregou o bilhete já amassado nas mãos do marido que o leu prontamente.
— Está se correspondendo às escondidas com seu noivo, Jimin? — o conde inquiriu severo, espantando os demais presentes com a indagação.
Jimin, sentindo doer a face e o coração, já sem forças, negou mais uma vez.
— Eu juro que não, papai. — a voz quase inaudível, embargada pelo choro, os joelhos fraquejando, buscando sustentação nos calcanhares.
— Então do que se trata esse bilhete? Por que está usando um tom íntimo na escrita?
— Eu não sei... eu...
Culparia aos autores dos livros de romance por tê-lo inspirado uma escrita intimista, com forte teor romântico. Queria parecer informal, sem rispidez, mas definitivamente não havia sido intencional.
— Ele está sujo, conde! Sabe-se lá o que ele já fez às escondidas, foi no parque? Como os cachorros no cio? Garanto que deve ter marcas em seu corpo, deve ter marcas das mãos pesadas do alfa nele! Imundo! — ela olhou para o lado e depositou seus olhos ferozes em Taehyung — E você, beta? O alcoviteiro, sempre pelos cantos, envenenando Jimin com sua mente podre! Fora da minha casa! — ela apontou em direção à porta.
— Não! — Jimin gritou, sentindo a dor lancinante em ver seu amigo envolvido num mal entendido inteiramente causado por ele.
Calista e Lily por sua vez, nada diziam. Era melhor apenas aguardar o trágico desfecho.
— Cale-se, condessa! — Jisung apenas observava, procurando em seu silêncio a solução para aquele caso. — Chamarei o duque na primeira hora da manhã, vamos antecipar o casamento. — decretou.
— Apenas isso?! Seu filho está agindo como um cachorro de rua e ainda ganhará o troféu?
— Resolverei este caso nos meus termos, condessa. Aconselho-te a apressar os preparativos para o casamento, será na próxima semana. Deixe que das decisões importantes, cuido eu — e antes que se virasse completamente e saísse pela porta, Jisung teve as pernas agarradas por Jimin.
— Papai, por favor, Taehyung não teve culpa de nada, não o expulse! Eu imploro, faço o que o senhor pedir! — Jimin estava ajoelhado, os braços agarrados à perna do pai como se sua vida dependesse daquela resposta.
Jisung olhou para Taehyung por alguns instantes e viu a face arrasada e descrente do beta olhando de volta para si, praticamente implorando misericórdia.
E num rompante de compadecimento desconhecido, o conde decretou:
— O beta fica e você está proibido de sair de seu quarto e se comunicar com qualquer outra pessoa que não seja os criados até o próximo sábado, dia do seu casamento. — deu a ordem e completou — Não quero mais discussões e esse assunto se encerra aqui, fui claro? — olhou para Dahye, direcionando a pergunta apenas para ela.
— Sim, conde. — respondeu a contragosto, ainda havia muito mais a dizer.
Assim que o pai saiu, Jimin correu para o quarto e ainda em choque, jogou-se na cama em prantos.
Já não havia nada mais a ser feito.
Casaria-se em menos de uma semana.
Era o fim.
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Só quero lembrar que foram vocês que pediram por atualização, hein! Eu não tenho nada a ver com esse desfecho aí...👀
Estão bem?
O próximo capítulo é o casório e os noivos mal conversaram...
Vontade de dar um chute na bunda do Jungkook, só digo isso.
Adeus!
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