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A guerra realmente estava acontecendo.
Cibele e Lucien não se viam desde o dia que se divertiram no lago.
Suas Cortes em lados separados naquela guerra.
O pai dela havia se juntado à Hybern.
E lá estava Cibele, em um acampamento de guerra prestes a batalhar a favor dos humanos, prestes a lutar contra Hybern, contra a Corte do próprio pai, sua própria Corte.
Cibele não havia pensado muito no que faria a seguir, quando a batalha começasse.
Bom, ela não costumava pensar muito, na maioria das vezes ela deixava seus instintos falarem e agirem por ela, o que a causava problemas na maioria das vezes.
Se seu pai e irmãos soubessem o que ela estava fazendo...
Seu pai iria dizer como ela o havia envergonhado imensamente, que fêmeas não haviam sido feitas para lutar, e seus irmãos zombariam dela, a dizendo que ela nunca seria como eles, que fêmea nenhuma era páreo para um macho.
Isso se eles descobrissem apenas que ela estava na guerra, se eles descobrissem que ela estava lutando contra eles...
Ela provavelmente seria trancada em algum lugar ou punida severamente, talvez fosse morta como a traidora que ela era.
Graças ao Caldeirão, sua mãe e seu irmão Tamlin a estavam encobrindo, Tamlin um pouco a contra gosto e obrigado pela senhora da Corte Primaveril, é claro.
Entretanto, nenhum deles sabia que na verdade Cibele estava lutando contra a Corte Primaveril.
Ela estava lutando pela Corte de Lucien. Pelos humanos.
Mas Tamlin não era o pior de seus irmãos, pelo contrário.
Ele poderia se estressar muito facilmente, culpar outros por seus problemas e às vezes ser bastante esnobe, mas Tamlin sempre foi aquele que a encobriu, aquele que cuidou dela, a protegeu desde que ela conseguia se lembrar.
Aquele que a carregaria até o quarto e a colocaria na cama, quando ela era mais jovem, quando as dores eram insuportáveis e a faziam nem ao menos conseguir andar.
Ele a contaria histórias antes dela dormir, e ás vezes, acabava adormecendo na cama ao lado dela.
Tamlin tinha um grande potencial para fazer a diferença, assim como Cibele, ele havia puxado a natureza de sua mãe.
E Cibele desejava com todas as suas forças que seu pai não conseguisse colocar suas garras nele, como havia feito com os outros dois irmãos dela.
Mas se ela mantesse o elmo em sua cabeça e controlasse seus poderes, ninguém iria descobrir quem ela era, tudo ficaria bem.
Ou tão bem como pudesse ser em uma guerra.
O frenesi da batalha pulsava com uma intensidade avassaladora, e Cibele sentia-se à beira de uma explosão, de um colapso.
Aquilo era uma experiência completamente nova para ela, algo que nunca havia experimentado antes.
Tudo o que conhecia eram os ensinamentos de Lucien e Tamlin, e eram essas lições e seus instintos que a mantinham viva naquela batalha desesperada.
Um soldado de Hybern a atingiu no braço esquerdo com sua lança, e uma parte oculta e trancafiada dentro dela, aquele ser, aquela besta, ansiava por se libertar e se banquetear com o sangue de seus inimigos.
No entanto, como sempre, Cibele continuou a manter sua fera interior e aquele outro ser, confinado em sua jaula na mente dela.
O ser rosnou contrariado, mas obedeceu.
Ela balançou a cabeça para afastar as distrações e concentrou-se novamente na batalha, sabendo que qualquer descuido poderia lhe custar a vida.
Soldados lutavam e caíam ao seu redor, mas Cibele permanecia firme, determinada. Seu elmo nunca deixando sua cabeça.
Por um instante, seus olhos se fixaram em um Grão Feérico de beleza indescritível, que enfrentava uma dezena de inimigos com uma destreza impressionante.
A escuridão que o envolvia era um indício claro de sua identidade: Rhysand, o herdeiro da Corte Noturna. Embora Cibele não o conhecesse pessoalmente, Tamlin já havia compartilhado histórias sobre seu amigo meio-illyriano com ela.
Rhysand lutava de forma surpreendente, demonstrando habilidades muito além das de Cibele, que nunca havia de fato recebido um treinamento adequado.
Bom, havia algo muito importante a se saber sobre Cibele, algo que explicaria suas ações impensadas: ela sempre foi o tipo que estava disposta a se sacrificar para proteger os outros, fosse por Lucien, Tamlin, sua mãe ou seu próprio povo.
Portanto, não foi exatamente uma surpresa quando, movida por esse instinto, ela atravessou até Rhysand, e o empurrou para longe, recebendo em seu próprio corpo o golpe da lança que foi lançada por um soldado de Hybern, que, por pura sorte, acertaria diretamente o coração do herdeiro da Corte Noturna.
Os olhos de Rhysand se arregalaram ao perceber o que acabara de acontecer, enquanto Cibele arfava de dor ao sentir a lança cravada em seu estômago.
O feérico a segurou pelos ombros, incapaz de acreditar no que ele acabou de testemunhar.
ㅡ Pelo Caldeirão. ㅡ murmurou Rhysand.
A besta dentro de Cibele arranhou com mais força, e ela gritou ao contê-lo, uma luz verde emanando dela e matando todos ao seu redor, chamando uma atenção indesejada.
ㅡ Você salvou minha vida. ㅡ disse Rhysand, incrédulo, como se não conseguisse entender por que ela faria isso.
ㅡ De nada. ㅡ sussurrou Cibele antes de desmaiar nos braços do feérico, entregando-se à escuridão que a envolvia, os ecos da batalha se dissipando ao fundo.
Quando Cibele despertou, a primeira coisa que percebeu foi que não estava mais no acampamento. Ou em seu próprio quarto na mansão Primaveril.
A cama em que se encontrava era confortavelmente macia, e o ambiente exalava o aroma suave das flores. A dor em seu corpo a recordava da batalha, como uma lembrança incômoda.
O quarto estava vazio, exceto pela figura masculina encostada na parede oposta à cama: Rhysand.
Cibele ergueu-se abruptamente, se sentando assustada.
ㅡ Ei, está tudo bem. ㅡ Rhysand a tranquilizou. ㅡ Eu não vou te machucar, eu prometo. ㅡ o macho prometeu.
Cibele assentiu, sem saber ao certo o que fazer ou dizer. Ou por que estava alí.
ㅡ Quem é você? ㅡ Rhysand perguntou de forma curiosa se aproximando lentamente e sentando na cadeira ao lado da cama da garota.
ㅡ Se eu contar pra você, você tem que me prometer que não contará para seu pai ou para o meu que eu estive na guerra, que eu estive aqui, seja lá onde aqui for. ㅡ Cibele disse apreensiva, algo naquele macho a fazia baixar a guarda e confiar nele.
ㅡ Tudo bem. É o mínimo que eu poderia fazer pela garota que salvou a minha vida. ㅡ Rhysand disse com um sorriso grato. ㅡ À propósito, muito obrigado por isso.
Cibele assentiu envergonhada e deu de ombros como se não fosse nada demais.
ㅡ Meu nome é Cibele, eu sou a filha mais jovem do Grão Senhor da Corte Primaveril. ㅡ surpresa genuína coloriu a face de Rhysand.
ㅡ Você é irmã de Tamlin? ㅡ Cibele assentiu. ㅡ Mas por que você não quer que seu pai saiba que você estava lutando? A não ser...
ㅡ Eu estava lutando contra Hybern. O que faz eu lutar contra a Corte Primaveril. Meu pai me proibiu de lutar, ele disse que a batalha não era o lugar de uma garota, disse que se eu fosse lutar eu o envergonharia, então eu fui para o acampamento de guerra escondida. Só Tamlin e minha mãe sabem disso. ㅡ Cibele explicou envergonhada. ㅡ Mas mesmo eles, não sabem que eu estou lutando contra Hybern.
ㅡ Que idiotisse da parte do seu pai dizer algo assim. ㅡ Rhysand disse com sinceridade. ㅡ Pelo que eu vi na batalha você é muito talentosa, e poderosa, seu pai deveria se orgulhar de você.
ㅡ Sério? ㅡ os olhos de Cibele brilharam ainda mais quando Rhysand assentiu.
ㅡ Mas por que lutar contra Hybern?
ㅡ Que tipo de pergunta é essa? Você não está fazendo o mesmo? ㅡ Cibele riu levemente. ㅡ Escravidão é algo horrível e os humanos não merecem passar por isso, e eu não quero ser o tipo de pessoa que vê algo injusto e horrível acontecendo e não faz nada. Hybern é um tirano, tem que ser detido.
Ela também estava fazendo isso por ele, por Lucien, o filho mais jovem da Corte Outonal, aquele que ela não via a tanto tempo.
Seu Lucien.
Aquele cujo a Corte estava contra a Corte dela. Mas ela não contou isso para Rhysand, não era da conta dele.
Rhysand sorriu para ela, um sorriso que mostrava seus dentes brilhantes e o deixava ainda mais bonito, se é que isso fosse possível.
ㅡ Acho que eu e você seremos bons amigos Cibele, da Corte Primaveril.
ㅡ ele riu de forma divertida. ㅡ Agora eu quero te mostrar algo, mas se eu fizer isso, você tem que me dar a sua palavra de que não irá contar para ninguém sobre.
ㅡ Claro. Você tem minha palavra Rhysand. ㅡ Cibele disse com tanta sinceridade, que Rhysand nem precisou olhar em sua mente para saber que ela falava a verdade.
ㅡ Rhys. Você pode me chamar de Rhys. ㅡ ele sorriu novamente para ela, e Cibele correspondeu ao sorriso.
ㅡ Então você pode me chamar de Bele.
Cibele guardaria para sempre em sua mente, o momento onde viu Velaris pela primeira vez.
Ela já havia visto muitos lugares magníficos, como sua própria Corte, e a algumas das outras Cortes, mas nada se comparava àquela cidade.
ㅡ Que lugar é esse? ㅡ sussurrou Cibele em admiração. Rhysand, que a apoiava pelos ombros, sorriu orgulhoso.
ㅡ É uma cidade escondida. Ninguém de fora a conhece. ㅡ explicou ele.
ㅡ Esse é o segredo que você precisa guardar.
ㅡ Claro. Dei minha palavra de que não contaria para ninguém sobre esse lugar. ㅡ assegurou Cibele. ㅡ Mas por que você me trouxe aqui, se é um local secreto?
ㅡ Não havia outro lugar para onde levá-la. Meu pai está na Corte dos Pesadelos, na Cidade Escavada, e levá-la até lá geraria muitas perguntas. ㅡ explicou Rhysand. ㅡ Além disso, eu queria que você fosse tratada por um curandeiro experiente. Seria uma droga se você morresse depois de salvar minha vida. ㅡ brincou o feérico.
Cibele riu levemente.
ㅡ Quanto tempo eu dormi? ㅡ ela perguntou preocupada. Ela tinha apenas um mês antes de seu pai voltar para casa para ver como andavam as coisas na Corte e notar sua ausência.
ㅡ Você dormiu por dois dias. Sua recuperação foi incrivelmente rápida. ㅡ informou Rhysand, aliviando as preocupações de Cibele.
ㅡ Sim, é algo meu. ㅡ disse Cibele, dando de ombros. ㅡ Mas esse lugar super secreto tem um nome?
ㅡ brincou ela.
Rhysand riu e o som era a coisa mais melodiosa e linda que ela já ouviu em sua vida.
ㅡ Cibele, seja bem-vinda à Velaris, a Cidade da Luz Estelar e sede da Corte dos Sonhos. ㅡ anunciou ele.
ㅡ Velaris. ㅡ repetiu Cibele, observando as casas construídas nas encostas das montanhas e a neve que envolvia tudo. A beleza do lugar era verdadeiramente mágica.
Parecia uma cidade saída diretamente de seus sonhos, o nome Corte dos Sonhos fazia todo sentido para ela agora.
Cibele se perguntou se a cidade ficaria ainda mais deslumbrante durante a noite, quando as estrelas brilhassem em seu ápice. Dado o nome da cidade, era bem provável.
ㅡ Posso te levar de volta para o acampamento ou te mostrar a cidade. A escolha é sua. ㅡ ofereceu Rhysand.
Cibele refletiu. Ela estava faminta e sedenta por explorar aquele lugar. E qual seria o mal em aproveitar um pouco? Aquela era uma oportunidade única.
ㅡ Eu adoraria conhecer a cidade, Rhys. ㅡ respondeu Cibele, e Rhysand sorriu ao se aproximar dela, suas grandes asas, o que deixava claro que ele era meio ilyriano, apareceram.
Cibele observou as asas, algo que tantos grão feéricos se referiam com desdém e nojo, o símbolo de uma raça que eles pensavam ser inferior. Aquelas asas eram magníficas, gritavam liberdade. Eram o símbolo de um povo que era livre para desbravar os céus.
ㅡ Posso? ㅡ ele estendeu os braços, e Cibele assentiu, corando ao envolver seus braços envolta do pescoço de Rhysand enquanto ele a segurava no colo.
Rhysand voou acima da cidade, mostrando a vista panorâmica para Cibele e contando sobre os estabelecimentos locais.
E Cibele imaginou que se a liberdade pudesse ser descrita, seria isso. O vento no rosto dela, estar lá no alto sentindo as correntes de ar. Se sentindo verdadeiramente viva.
Após alguns minutos, quase cedo demais para Cibele, ele pousou, e Rhysand disse que a levaria para almoçar em um restaurante que ele adorava.
ㅡ Tem certeza, Rhys? ㅡ Cibele perguntou, apreensiva. ㅡ As pessoas podem fazer perguntas ou comentar se me virem com você.
ㅡ Não se preocupe. Dirão apenas que viram o herdeiro da Corte passeando pela cidade com uma linda garota.
ㅡ assegurou Rhysand, e Cibele corou ao ser pega de surpresa pelo elogio.
ㅡ Se você diz. ㅡ ela deu de ombros, e Rhysand soltou uma risadinha ao vê-la corar.
Eles compartilharam uma deliciosa refeição enquanto conversavam sobre suas vidas.
Cibele contou sobre seu amor por tocar piano, passear por sua corte e o jardim que ela cuidava com a mãe, além de sua vontade de lutar e ajudar feéricos menos afortunados e também os humanos.
Em troca, Rhysand compartilhou histórias sobre sua irmã e mãe, sobre sua prima Morrigan e seus melhores amigos, Cassian e Azriel, que agora estavam separados dele por ordens de seu pai, Rhysand também contou sobre sua amizade com Tamlin e as coisas que ele mudaria na Corte Noturna quando fosse Grão Senhor.
As pessoas os observavam discretamente enquanto comiam, comentando em voz baixa sobre a bela companhia do herdeiro da corte.
Foi tão fácil para ambos falarem tudo um para o outro, como se uma conexão instantânea os unisse. Como se fosse pré determinado que eles seriam próximos.
ㅡ Aquilo é um lago congelado? ㅡ perguntou Cibele enquanto caminhava por Velaris com Rhysand, apontando para onde algumas crianças deslizavam sobre o gelo.
ㅡ Sim. As crianças adoram patinar quando o lago congela. ㅡ respondeu Rhysand.
Os olhos de Cibele brilharam. Ela nunca havia experimentado algo assim, mas parecia tão divertido. No entanto, a vergonha a impedia de pedir para ir até lá.
ㅡ Você quer ir lá? Posso te ensinar a patinar. ㅡ Rhysand, sempre observador, percebeu o desejo da garota.
ㅡ Mesmo? Não quero abusar de sua hospitalidade e gentileza.ㅡ disse Cibele envergonhada.
ㅡ Você salvou minha vida, Bele. Levar você para patinar não é nada.
ㅡ exclamou Rhysand. ㅡ Além disso, eu quero. Será bom me divertir um pouco antes de voltar para a guerra.
Cibele sorriu e correu em direção ao lago congelado.
Rhysand balançou a cabeça em negação e sorriu, antes de segui-la.
ㅡ Como eu faço isso sem cair e parecer patética? ㅡ Cibele perguntou tentando se equilibrar nos calçados que eram utilizados para patinar.
Rhysand gargalhou enquanto a segurava pelos braços quando ela quase caiu no chão.
ㅡ Não ria. ㅡ ela o socou no peito e ele voltou a rir. ㅡ Eu não quero mais fazer isso. ㅡ ela fez um biquinho frustrada ao escorregar novamente.
ㅡ Eu vou te ensinar, calma. ㅡ Rhysand ficou atrás dela e a segurou pela cintura.
Um arrepio passou pelo corpo de Cibele ao ter ele a tocando, ele era o primeiro macho, sem ser da sua família ou Lucien, que a tocava assim.
As bochechas dela coraram, Rhysand pareceu achar aquilo bastante adorável.
ㅡ Eu vou te guiar no começo certo? Prometo que não vou te deixar cair.
ㅡ ele prometeu e Cibele se firmou em pé. ㅡ Agora tudo que você precisa fazer, é deslizar o seu pé para frente, sem medo, eu estou aqui. Não vou te deixar cair.
Após uma hora com Cibele se locomovendo de forma lenta e quase caindo, apenas para ser segurada por Rhysand, ela estava patinando.
Ela estava realmente fazendo isso.
ㅡ Viu? Você está patinando.
ㅡ Rhysand murmurou feliz, agora segurando a mão dela.
ㅡ Eu estou fazendo isso! ㅡ ela soltou um gritinho animado enquanto patinava.
ㅡ Você aprende rápido. ㅡ Rhysand disse enquanto soltava lentamente a mão dela e a deixava patinar sozinha.
ㅡ Talvez. Mas devo isso a você, você é um bom professor.ㅡ ela retrucou sorrindo.
ㅡ Eu sou mesmo. ㅡ ele disse de forma convencida, um sorriso bonito em seus lábios.
ㅡ Convencido. ㅡ ela revirou os olhos enquanto ria.
Tão feliz. Tão livre. Como ela nunca havia sido antes.
Sorrisos eram coisas raras para ela na Corte da Primavera. Mas pareciam vir facilmente para Cibele nessa Corte dos Sonhos.
Eles patinaram até o anoitecer.
Suas risadas e provocações ecoando por Velaris, os moradores observando de longe, sorrisos em seus lábios ao ver o herdeiro da Corte tão feliz.
Depois de tomarem uma xícara de chocolate quente, Rhysand a levou para o topo de uma das montanhas de Velaris, para observar às estrelas.
A visão foi tão bela, que Cibele desejou saber como pintar apenas para reproduzi-la, e a guardar para sempre.
Ela e Rhys, sentados observando as estrelas e conversando. Cibele guardaria aquela memória á sete chaves em sua mente e coração.
A memória do dia que pareceu um sonho.
A memória que ela se agarraria quando as coisas ficassem difíceis em casa.
Rhysand observava Cibele olhar para as estrelas enquanto se perguntava qual havia sido a última vez em quê ele havia rido e se divertido tanto quanto ele fez naquele dia, e o feérico não conseguiu encontrar uma resposta facilmente.
Cibele era adorável, gentil, engraçada e havia salvado sua vida sem nem o conhecer.
Ela estava disposta a lutar contra a própria Corte por aquilo que ela acreditava ser o certo.
Além disso, havia essa aura nela, essa coisa brilhante e maravilhosa que parecia o atrair como se ele fosse uma mariposa e ela, a luz mais linda e mais pura.
ㅡ Isso é tão lindo. ㅡ Cibele murmurou ainda impressionada com a vista de Velaris. Ainda impressionada com aquele santuário de sonhos.
ㅡ É sim. ㅡ Rhysand concordou, mas ele não olhava para a cidade ou para às estrelas que ele conhecia tão bem.
Ele olhava pra ela.
Para Cibele da Corte Primaveril, aquela que salvou a vida dele sem nem hesitar.
Cibele se virou para ele e sorriu envergonhada ao perceber que ele a observava.
ㅡ Obrigada por hoje Rhys. Eu nunca vou me esquecer desse dia. ㅡ ela disse emocionada. Ela havia sorrido e se divertido mais alí, em uma Corte desconhecida, do que em sua própria Corte, em sua própria casa.
ㅡ Você não precisa agradecer. Eu me diverti muito hoje. De verdade. ㅡ ele confessou. ㅡ Quando a guerra acabar, poderíamos fazer isso de novo. Eu quero te mostrar a sala de música da Casa do Vento. Tem um piano lá que eu tenho certeza que você irá adorar tocar, e eu vou adorar escutar você tocando.
A proposta foi jogada no ar e Cibele sorriu com a possibilidade de voltar naquele mágico lugar uma outra vez.
Ela sorriu brilhantemente para ele e Rhysand pensou que nunca havia visto algo mais bonito do que o sorriso dela.
Ela se inclinou e o beijou na bochecha, pegando o feérico desprevenido, foi a vez de Rhysand corar.
ㅡ Eu adoraria Rhys.
Entretanto, o que os jovens não sabiam era que uma tragédia impediria seus planos de se ver novamente depois da guerra, assim como impediria que algum dia ambos pudessem se tornar algo mais que amigos.
A magia entorno deles seria quebrada, assim como o coração de Cibele, ao ver seu mais novo amigo, alguém que ela poderia amar romanticamente, ajoelhado ao lado do corpo de sua mãe.
Mas naquele momento, enquanto observavam o céu e sorriam um para o outro, a dupla não sabia disso. Não sabia o que os esperava.
E em meio àquelas estrelas e segredos compartilhados, uma amizade florescia, unindo dois espíritos livres e determinados.
E, embora suas vidas estivessem entrelaçadas por acontecimentos sombrios e perigosos, eles encontrariam consolo e força um no outro, como se fossem as duas metades de um mesmo destino, unidas por laços que desafiavam todas as fronteiras impostas.
I. Oiiee pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Eu amo muito a relação da Cibele com o Rhysand, eles têm muita química e confesso que shippo eles um pouquinho, mas eles nunca, nunca mesmo, vão ser um casal.
III. Próximo capítulo teremos tristeza e choro (O que é bem comum nas minhas histórias).
IV. Por hoje é só, mas nos vemos em breve.
Byee ❤.
12.09.2023
Duda.
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