Capítulo 14
O dia amanheceu em toda Nárnia e assim que abriu os olhos, Áurea se sentiu estranha como se alguma coisa fosse acontecer.
Algo estranhamente bom.
A garota se arrumou colocando um vestido laranja que gostava e deixando seus cabelos soltos, estava animada por razões desconhecidas.
– Bom dia Mila – disse para a amiga antes que a mesma batesse na porta – Como vai?
– Eu vou bem, e você vai melhor ainda pelo que vejo – a morena comentou após ver a loira andar praticamente dançando pelo quarto – O que houve? Teve algum sonho?
– Oh não! Sem sonhos mas...sabe quando você sente que algo bom vai acontecer, por mais que pareça estranho? Estou assim hoje.
– Tudo bem – Mila comentou desconfiada – Não tem nenhuma programação para hoje, o que planeja fazer?
– Acho que vou até a antiga fortaleza de Nárnia, faz tempo que não vou até lá.
– Quer que eu peça pra preparar os cavalos ou…
– Não é necessário – Áurea interrompeu Mila – Pode cuidar dos seus projetos, hoje vou apenas me divertir e andar por aí.
– Tenha cuidado – alertou Mila.
– Sempre tenho – Áurea saiu do quarto sorridente e foi saltitando pelo corredor.
Aquela seria a última vez que Mila veria a loira.
⟅⛥⟆
Áurea passou quase boa parte do dia com os narnianos que restauravam a fortaleza, um dos projetos de Caspian era trazer partes de volta da antiga Nárnia, e ver que todos trabalhavam duro para isso deixava seu coração alegre.
Principalmente as ruínas de Cair Paravel. A magia da Nárnia antiga ainda lhe encantava de certa forma e a cada dia se sentia ligada com a mesma, embora não soubesse o motivo certo.
Durante cada passo que dava na floresta lembrava-se de tudo o que havia acontecido ali, seu encontro com os irmãos Pevensie num período tenebroso por conta da maldade de Miraz que lhe parecia ter sido anos atrás ou em outra vida.
Algumas pétalas de flores envolveram ela em um redemoinho como cumprimento e a Dellavita sorriu animada, as árvores eram tão bondosas com quem passasse pela floresta e agora vê-las tão livres, se perguntava como deveria ter sido doloroso se resguardar por tanto tempo.
– Áurea.
A loira virou para trás e viu Aslan parado lhe esperando com um sorriso.
– Aslan! – ela correu para abraça-lo – Como está?
– Muito bem, e você?
– Bem! O que o trás aqui? Temos algum problema vindo por aí? – questionou arregalando os olhos.
– Não minha querida, vim apenas lhe trazer uma mensagem e te conduzir para um lugar.
– Que lugar?
– O mesmo lugar de onde vieram os reis e rainhas de Nárnia, tenho uma missão para você lá.
– Mas e Nárnia?
Era fato que a Dellavita não recusava uma aventura, mas a sensação de sair de sua bolha para se aventurar num mundo onde poucos conheciam lhe dava um certo receio.
– Não é necessária aqui minha querida, pelo menos por enquanto – explicou Aslan – Neste outro mundo, irá encontrar alguém que vai te ajudar e acreditar em você.
– E como vou para esse outro mundo? Qual a minha missão?
Aslan apenas sorriu e soprou na face da garota.
– Cuide-se pequena Áurea, e encontre Digory Kirke que ele vai lhe ajudar. Na hora certa saberá sua missão.
– Como vou saber quem ele é?
– Saberá em seu coração – respondeu o leão.
As folhas das árvores cercaram Áurea tampando praticamente a sua visão antes de sentir que estava em queda livre.
⟅⛥⟆
A garota sentiu o sol batendo em seu rosto mesmo com as folhas em cima de si, e num impulso levantou-se sorridente balançando os cabelos tentando tirar qualquer folha que tivesse ficado preso.
– Isso foi divertido – comentou baixinho antes de se levantar.
O local estava perdendo o verde e sobrando apenas o laranja com vermelho das árvores, significava que o outono estava presente algum tempo naquele lugar.
– Acho que é hora de explorar então, você queria uma vida de aventuras Áurea, pois bem, ela chegou – falou olhando para os lados até ver no céu um sinal de fumaça resolvendo seguir nessa direção.
Áurea andou por um tempo tentando sair da floresta onde estava até avistar uma majestosa casa que lhe dava uma sensação de segurança, respirou fundo e lembrou-se das palavras de Aslan.
– Saberei em meu coração – falou baixinho antes de bater na porta.
Alguns minutos depois, um homem idoso atendeu com um cachimbo na boca.
– Pois não? No que posso ajudar? – perguntou a garota e quando olhou um pouco mais arregalou os olhos – Ah meu Deus! Você é de…
– Digory Kirke? – perguntou Áurea.
– Sim, sou eu.
– Preciso da sua ajuda.
⟅ FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA ⟆
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