Capítulo 11

A primeira coisa que Áurea viu foram os narnianos encurralando os telmarinos entre eles e onde elas estavam com Aslan do outro lado do rio, ela também pode ver Caspian, Edmundo, Susana e Pedro.

A feição do lorde era de raiva porque tudo estava dando errado, e Áurea não teve como não sustentar um sorriso irônico nos lábios, ato que não passou despercebido pelo homem telmarino.

Lúcia pegou seu punhal enquanto a Dellavita apontou a espada para os telmarinos, ambas trocaram rápidos olhares para encorajar uma a outra.

– Atacar! – gritou o lorde apontando a espada para Aslan.

O exército foi na direção dos três porém parou após o rugido de Aslan e, em questão de instantes, um senhor de água surgiu do rio quebrando a ponte que por sua vez, derrubou os telmarinos e pondo fim à guerra.

– Acabou – Áurea sussurrou sorridente olhando o povo do outro lado da margem – Finalmente os narnianos estão livres.

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Assim que os Pevensie e Caspian chegaram até onde Aslan estava se ajoelharam.

– Levantem-se reis e rainha de Nárnia – disse o leão que olhou para Caspian – Todos.

– Acho que não estou pronto.

– É por essa razão que eu sei que está.

Áurea notando que era uma conversa apenas dos reis e rainhas, saiu de fininho indo ajudar os narnianos que orientavam os telmarinos nas margens do Beruna.

– Quer ajuda? – ela perguntou para um soldado de cabeça abaixada que mancava, mas ao levantar a cabeça acabou surpreendendo a Dellavita – Oh!

– Não precisa ficar com essa cara, sei que não sou um homem – a voz feminina disse tirando o capacete – E já adianto que fiz isso para proteger meu pai, ele já é de idade.

A garota de cabelos negros e olhos verdes como as árvores no verão tinha uma presença marcante, mesmo machucada, Áurea podia sentir quase que uma luz poderosa emanando da garota.

– Qual seu nome? 

– Mila Bianchi.

– Quer ajuda? Sua perna parece estar bem feia.

– Nada que eu não estivesse acostumada.

– Deixe-me servir de apoio até ali então – ofereceu a loira.

– Não precisa – falou mas fez uma careta.

Ignorando o que a morena disse, Áurea apoiou ela até chegarem em um tronco caído perto da área que estava sendo usada como enfermeira improvisada. Ela observou o corte que sangrava bastante.

– Está bem feio.

– Não diga.

– Só estou tentando ser gentil – murmurou a loira olhando para os lados até ver que a mini reunião com Aslan já havia acabado – Lúcia!

– O que está fazendo? – Mila perguntou vendo que a loira na sua frente acenava para a garota.

A Pevensie mais nova parou na frente das duas com um sorriso, que se desfez ao ver o machucado da morena.

– Está doendo muito?

– Um pouco.

– Pode ajudá-la? – perguntou Áurea.

– Claro.

Ao pegar seu elixir e destampar, Mila segurou a mão da garota. A morena havia visto o leão e os quatro irmãos, mesmo não acreditando muito, sabia sobre as lendas narnianas e principalmente quem estava na sua frente.

– Por favor, não desperdice comigo majestade. 

– Qual seu nome?

– Mila.

– Você está machucada Mila, pode piorar se não fazer algo agora.

– Meu povo merece, fomos o inimigo por muitos anos. Esse corte não é nada do que os telmarinos fizeram a Nárnia.

– Mas sempre há tempo para se redimir – falou Áurea.

– Creio que estava porque era obrigada, estou certa? – perguntou Lúcia.

– Fiz isso pelo meu pai. Ou ficávamos ao lado de Miraz ou morríamos, não podia me dar ao luxo de mandar meu pai que já está de idade enquanto ficava em casa.

– Compreendo – disse Áurea finalizando o assunto.

Lúcia pingou algumas gotas do elixir na perna da garota, em questão de segundos a ferida já tinha parado de sangrar.

– Obrigado majestade – Mila falou fazendo um cumprimento com a cabeça.

– Disponha.

Antes que as três garotas tivessem a chance de falar algo, Edmundo apareceu ofegante e com alguns hematomas no rosto na frente de Áurea.

– Oi.

– Oi – respondeu a Dellavita.

Observando o rei justo, ela nunca o tinha visto tão bonito quanto agora.

– Melhor eu ir ajudar os outros agora – falou Lúcia quebrando a bolha dos dois – Mila, vamos ver se alguns dos faunos que estão fazendo primeiros socorros fazem uma atadura.

– Por favor, estou muito machucada pra segurar um castiçal – respondeu antes de sair, não sem antes dar uma piscadela para a loira que corou.

– Hã... vencemos, os narnianos estão livres novamente.

– Parece que sim – ela disse sorrindo empolgada – E Caspian ocupará o lugar dele de direito, vai ser um bom rei.

– Um bom rei com certeza – falou Edmundo antes de ficar tímido de novo – A coroação vai ser amanhã, e depois o baile.

– Mal posso esperar, lembra do que combinamos?

– Sim lady Áurea, então sugiro escolher seu melhor vestido para dançar com um antigo rei de Nárnia.

– Irei escolher um bem bonito majestade, mas enquanto isso melhor cuidar desses machucados.

As mãos da garota alisaram os cortes e roxos no rosto do rei, era tão suave que Edmundo desfrutava da sensação por dentro.

– Vamos? – perguntou tirando-o do transe.

– Aonde?

– Cuidar dos machucados.

– Ah...claro.

– Não se preocupe, faço mais carinho em você depois.

Os dois riram tímidos antes de se juntarem aos outros narnianos.

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