Capítulo 04

Os dois se abraçaram saudosos ainda sobre o olhar de alguns narnianos que estavam felizes em ver Áurea.

– Me falaram que você estava viva, mas não acreditei que fosse verdade – comentou o príncipe olhando para a amiga.

– E por que não?

– Você sabe o que dizem sobre os bosques e os rios de Nárnia – respondeu o príncipe.

– Tudo mentira – disse sorrindo e vendo que os narnianos carregavam armas – De onde veio tudo isso?

– Pegamos algumas armas que deixaram no rio, aproveitamos que tinha pouco movimento.

– Gostei – concordou – Pena que não participei do saque, mas com certeza participarei da guerra.

– Áurea não acho que seja lugar para você, será sangrenta e nenhum pouco bonita.

– Eu sei disso, afinal é uma guerra – comentou irônica – Não comece com isso Caspian, sabe muito bem que não pode me impedir de qualquer forma.

– Sei, e como sei, possui até seu próprio arco já – falou apontando para a arma nas mãos da garota.

– Essa belezinha aqui veio bem a calhar algumas vezes – sorriu.

– Menina Áurea? – o texugo Caça-Trufas falou se aproximando – É tão bom vê-la novamente.

– Como vai meu companheiro de culinária?

– Muito bem, mas sua companhia enquanto cozinho é ainda melhor.

– Logo faremos mais algumas gostosuras – a garota falou se abaixando e cumprimentando o amigo.

– Lady Áurea! – o pequeno Ripchip apareceu sorrindo – Como está milady?

– Me sentindo muito mais protegida agora que tenho companhia do cavaleiro mais valente de toda Nárnia.

– Certamente sempre a protegerei – o pequeno rato subiu no ombro da garota e empunhando a pequena espada – Não irão tocá-la sem minha permissão.

– Fico feliz em saber disso.

– Espere aqui, tem alguém ali – Caspian falou olhando para frente.

Áurea reparou para onde o príncipe se dirigia sacando sua espada que se chocou com outra que acertaria um narniano distraído pelas costas, iniciando assim, um duelo.

– Parem! – a voz de Lúcia interrompeu os dois ao ver Áurea de longe. A menor da Pevensie atraiu atenção de todos e seus irmãos junto com o anão apareceram.

– Pedro! – brigou Susana.

Caspian olhou para o loiro e para sua espada que tinha o punho com um leão dourado.

– Grande rei Pedro? – perguntou o príncipe.

– Creio que nos chamou.

– Chamei mas, pensei que fosse mais velho – comentou olhando para os outros que imaginou serem os outros monarcas, demorando um pouco mais em Susana.

– Nem vocês – Edmundo falou olhando para alguns narnianos que ele se lembrava de lutarem ao lado de Jadis.

– Por uma causa em comum todos se unem – comentou Áurea atraindo atenção dos Pevensies para si.

– Onde estava? – perguntou Pedro a loira em um tom nervoso.

– Ficamos preocupados com seu sumiço – Lúcia completou de forma gentil.

– Ouvi barulhos na floresta, andei e acabei me deparando com eles – falou olhando para Caspian e os narnianos – Estava segura. Agora chega de papo, precisamos ir guardar todas essas armas.

– Então creio que devo devolver a sua – Caspian disse a Pedro, o rei pegou a arma com uma expressão nada amistosa e andou na frente, como sempre.

Lúcia correu em direção a Áurea dando um abraço apertado.

– Pensei o pior quando não te vi.

– Está tudo bem Lu, não se preocupe – falou começando a seguir os outros com a rainha mais nova ao seu lado.

– Como não? Você é minha amiga.

– Amiga? – perguntou a Dellavita.

– Sim, você não quer?

– É que nunca tive amigas, Caspian era o mais próximo disso que eu tinha em Telmar mas mesmo assim – comentou abaixando a cabeça.

– Fico feliz em ser sua primeira – disse Lúcia – Mas não foi só eu que fiquei preocupada, Susana também ficou, Pedro e Edmundo devem ter ficado mas não vão falar em voz alta.

– Ficaram?

– Sim.

– Pedro também?

– Ele se preocupa sempre com o bem estar de todos, mesmo que não seja muito bom demonstrando isso.

– Edmundo também? – perguntou com as bochechas coradas. A loira não podia negar que o momento que caiu acidentalmente em cima dele rondava sua mente várias e várias vezes.

– Claro, meu irmão gosta de você. Até mais que o necessário de um amigo – Lúcia completou com um sorriso brincalhão.

– Bobagem Lu, vamos? – perguntou andando na frente tentando disfarçar as bochechas coradas.

⟅⛥⟆

Assim que chegaram na fortaleza que ficava em volta a antiga mesa de pedra e todo o povo saudaram seus reis e rainhas, Áurea deixou Caspian explicar para eles toda a situação indo até onde os outros ficavam.

– Precisam de ajuda? – perguntou vendo alguns faunos dando seu melhor para fazerem a comida, até porque seus monarcas estavam de volta após 1.300 anos.

– Acho que não Áurea – respondeu um fauno.

– Por que? Não gostam mais da minha presença?

– Não mas, é que queremos fazer isso por nós mesmos. Ouvimos muito dos nossos pais e avós sobre os grandes reis e rainhas, e cozinhar para eles era uma honra.

– Entendo – sorriu compreensiva.

– Mas se quiser ajudar, pode ir buscar algumas pêras para eu fazer meu doce? – perguntou outro fauno estendendo uma cesta – A árvore está na parte de trás e não é muito alta.

– Farei isso com gosto – a loira pegou a cesta e se dirigiu para fora da cozinha.

A luz do sol tocou sua pele assim que saiu para fora, fechou os olhos por alguns segundos dando um suspiro. Foi andando até a árvore e avistou de longe as frutas que pareciam deliciosas.

Os galhos baixos estavam tão fartos que ela não precisou subir na árvore para pegá-las, o cesto foi enchendo rapidamente.

– Acho que dá.

Quando voltou para a fortaleza, notou que o clima estava tenso entre os narnianos, seus olhares aflitos denunciavam isso. Caminhou até a área da cozinha e viu Caça-Trufas agitado em meio aos potes de comida.

– O que houve? Por que todos estão tão tensos?

– Parece que iremos fazer um ataque surpresa no castelo de Telmar essa noite, o rei Pedro tomou essa decisão.

– Ele não pode fazer isso. Preciso falar com ele, onde eles estão?

– Na mesa de pedra.

Áurea deu o cesto ao texugo e correu o mais depressa que pode até aonde eles estavam, se o seu sonho estivesse certo aquilo não seria uma boa ideia.

– Majestades – falou chegando ofegante – Não podem fazer isso.

– Como assim? – perguntou o anão.

– Áurea? Está tudo bem? – perguntou Edmundo.

– Sim, mas o plano de vocês é que não está. Não podem atacar o castelo de Miraz, aquilo é uma fortaleza.

– Mas faremos, é a única solução – disse Pedro – Acabaremos de vez com isso.

– Não é a única, acredite, isso não irá acabar nada bem – falou a menina – Eu tive um sonho, e não foi dos melhores, por isso peço e suplico se necessário, não vão a Telmar.

⟅⛥⟆

Nota da autora: Hey pessoal, como estão?

Finalmente os Pevensies encontraram os narnianos e agora que a casa vai começar a cair, mudei algumas falas para se adequar a Áurea estar no meio deles mas nada que tire o conceito da cena.

Até o próximo!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top