O primeiro dia de treinamento

"Aprender sobre várias coisas novas são um verdadeiro desafio para mim, porém, com muita persistência e teimosia de minha parte, tenho certeza que conseguirei aprendê-los". — Isabelle González.

E quando achei que tinha acabado aqueles malditos degraus, andamos mais alguns passos até parar em frente a mais um lance de escadas. Estava começando a achar que iria morrer ali mesmo já que elas pareciam longas o suficiente para tocar nas nuvens e sim, mesmo sendo um pouco dramática e fazendo certo corpo mole, não estava afim de encontrar a morte lá em cima agora. Bom, ao menos eu estou subindo filosoficamente falando, e não descendo…

Nesse momento, o que eu realmente queria era um elevador e, estou sentindo muita falta deles nesse meio arcaico. Mas enfim, agora não tenho direito de sentir falta destas coisas e sim, tenho que me concentrar a continuar sobrevivendo nesta época maluca.

Juro que se eu subir mais um degrau vou me debulhar em lágrimas. Mal consigo sentir as minhas pernas de tão cansadas que estavam, o meu vestido verde já estava nojento por falta de lavagem e agora está todo molhado por conta do suor que escorre de meu corpo. Acho que nem quando frequentava a academia eu suava tanto assim, espero que este lugar que ele está me levando tenha água para poder no mínimo matar a minha sede.

De repente, quando estava pronta para hastear uma bandeira de derrota invisível bem no meio da minha testa, os degraus finalmente acabam para a felicidade de toda uma nação. O Mago então andou alguns passos até parar em frente a uma porta de madeira que parecia que iria cair a qualquer momento. Eu apenas respirei fundo para juntar um pouco de forças que ainda me restavam, me apoiei na parede de tijolos de pedras ao meu lado e com isso me posicionei para andar até onde ele se encontrava.

Logo após ter me aproximado dele, abriu aquela porta que fiquei me perguntando como que não caiu com o pequeno empurrão que ele tinha feito. Adentramos no local que não era nem grande e nem pequeno, tinha várias prateleiras de madeiras repletas de frascos coloridos.

Alguns pareciam ter folhas, pedaços de animais mortos e entre outras coisas que não consegui identificá-los. Depois vi uma mesa que estava muito suja, só que o que estava me chamando mais atenção não era nem isso, era um pequeno caldeirão preto que estava saindo uma fumaça branca sob o barulho da madeira quente estalando enquanto era consumida pelo fogo.

Logo a curiosidade me enfeitiçava convidando-me para se aproximar daquele objeto de metal escuro e, quando o vi, pude reparar que um líquido verde víscido borbulhava aturdindo meus sentidos com a sincronia de seu fervilhado e, inconscientemente me senti novamente como uma garotinha, assistindo os tipos mais clichês dos filmes de bruxas. Bom, espero que ele não use esta coisa contra mim.

Odor daquela coisa estava começando a me deixar enjoada, então me afastei dando alguns passos para trás até que acabei encostando em alguma coisa, ou melhor dizendo: Em alguém. Só ouvi uma pigarreada e com isso, me virei rapidamente:

— Oh, me desculpe… Não foi a minha intenção. — Disse toda envergonhada.

— Tudo bem, minha jovem! Fique à vontade. — Ele sorriu. — Há deveres que necessitam de minha atenção, estarei por agora à escolher um livro ao qual possas iniciá-la os primeiros passos para ser uma portadora de magia e… — Dizia, mas acabou sendo interrompido por mim.

— Mas não quero aprender magia, eu quero que o senhor me responda algumas perguntas. Como que o senhor sabe o meu nome? Que coisas que o senhor conhece e que ainda não existe nesta era? — O perguntei, enquanto o encarava seriamente.

— Só respondereis estas tais perguntas, quando aprenderes a primeira lição do livro que irei escolher assim que a senhorita permitir-me. — Respondeu firmemente.

— Então, pelo visto terei que fazer tudo que o senhor quiser em troca de respostas, certo? — Falei, enquanto começava a compreender o jogo dele.

— Exatamente! A senhorita até que és muito esperta, agora dê-me licença, vou até aquela prateleira escolher algum livro. — Disse e com isso foi até o local mencionado, a tal prateleira que ficava próxima à porta.

Não demorou mais do que alguns minutos até que ele se virou já andando na minha direção, trazia consigo um livro enorme e muito grosso que continha uma capa preta. Parecia ser muito antiga por conta da capa não estava exatamente inteira, provavelmente foi vítima das traças.

E assim que se aproximou de mim, abriu o enorme livro bem ao meio e o pouco que consegui ver, estava em um idioma desconhecido. Bom, pelo menos para mim era e continham desenhos de plantas, então provavelmente teríamos que ir ao jardim ou pegar uns que estão nestes frascos coloridos.

Mas acho que logo saberei como que será esta primeira lição e farei o possível pra aprender para conseguir alguma resposta deste Mago Elliott. E falando nele, olhou para mim e me entregou o livro que é muito pesado:

— Senhorita Isabelle, terás que aprender a fazer uma flor morta renascer, ou melhor dizendo, desabrochar novamente. Espere um pouco, irei pegar uma que estás guardada no pequeno frasco marrom e irei demonstrá-la. — Falou já se virando em direção da prateleira de frascos.

— O que??? Mas como assim??? Eu não sou uma bruxa ou mago, sou apenas uma humana comum que não nasceu com magia, se é que isso realmente existe e não, um truque de mágica barata. Acho que o senhor realmente deve ter me confundido com alguém que deve estar no calabouço ainda. — O avisei, enquanto tentava controlar o nervosismo que estava crescendo a cada segundo dentro de mim.

— Acalme-se, minha jovem. Magos nunca se enganam, e irei prová-la daqui a pouco. — Respondeu, porém, estava de costa para mim por conta que estava procurando o frasco que tinha sido mencionado antes.

— Mas tudo tem a sua primeira vez! Quem sabe não é a primeira do senhor? — Falei convicta de que ele estava errado sobre mim.

— Menina tola. — Ele suspirou com um sorriso no rosto — Pela sua falta de fé, proponho uma… pequena aposta. Se eu estiver certo, a senhorita terás que limpar cada pequena parte deste lugar e, se eu estiver errado, atenderei o seu primeiro pedido. Concordas quanto à isso? — Lançou uma aposta que me deixou atiçada.

— Sim, já tenho até ideia do que irei pedir para que o senhor faça para mim. — Falei com um sorriso ladino.

E este pedido vai ser o de ganhar uma roupa limpa, pois, este vestido já chegou no ponto que não tem como mais usá-lo de tão nojento que está. Mas agora terei que prová-lo que estou certa e ele não, para poder conseguir o que tanto necessito.

Ele trouxe o tal frasco marrom que detinha uma flor morta, andou até se aproximar da mesa que tinha o pequeno caldeirão e o colocou ao lado do objeto que estava ainda borbulhando. Com isso, ele puxou uma rolha de madeira e tirou a pequena flor que não dava para saber qual espécie que já tivera sido um dia.

Depois o Mago se virou para mim que estava a pouquíssimos centímetros da mesa:

— Observe e aprendas, pois, você terás o dia todo para fazer o que irei fazer agora. — Falou com um tom de voz sério e começou a fazer um pequeno movimento com a mão que não estava segurando a pequena planta, à direita.

Depois ele conjurou dizendo umas palavras desconhecidas, parecem latim ou alguma língua que o lembre. E a tua mão parecia que estava saindo uma coisa branca e brilhosa, como se fosse uma luz ou algo do tipo.

Fiquei observando com atenção a planta que estava praticamente morta, mas que passou a melhorar esteticamente falando já que antes se encontrava totalmente murcha. Depois disso, tanto o caule tanto as pétalas começaram a criar cores. O caule ficou aquele verde vivo e as pétalas ficaram amarelas com algumas manchinhas marrons.

Só sei que fiquei um pouco assustada e ao mesmo tempo impressionada com o que estava presenciando e, com certeza não conseguiria fazer isso mesmo se tivesse nascido com magia que nem este senhor. Isso apenas fez que as minhas dúvidas fossem sanadas e, agora só sobrara a certeza de provar ao Mago que eu estou certa da minha falta de aptidão mágica.

Mas por outro lado, meio que queria saber fazer estas coisas, porque se caso um dia eu conseguir voltar para o meu século seria muito divertido mostrar isso para os meus sobrinhos, com certeza iria tornar a tia favorita deles.

Acabei sendo obrigada a sair no meio de meus pensamentos, quando escuto uma pigarreada e com isso voltei a prestar atenção para aquele senhor:

— Viu o quão és fácil esta lição? — Perguntou simplesmente e, depois me entregou a flor.

— Só se for para o senhor… Qual é o nome desta linda flor? E aquelas palavras que o senhor disse, o que quer dizer? — O perguntei no tanto curiosa.

— Esta flor se chamas astromélia e és o favorito da Milady Vivian. Bom, se fores para traduzir de uma forma bem simples... Seria mais ou menos assim: Pequeno ser renasce e mostre-me a tua beleza que um dia já teve. — Respondeu, enquanto passava a tua mão esquerda na longa barba branca.

— E eu jurava que estava xingando alguém. — Acabei deixando um riso escapar. — Mas enfim, que língua que usou para fazer esta flor voltar a vida, florinês? — Falei, tornando a mais gargalhadas.

— Latim, sei que deves ter lhe soado como uma língua amaldiçoada, mas era apenas o bom e o velho latim. — Respondeu dando de ombros.

— Sério?! O senhor não está brincando comigo, né?! Apesar que nunca iria desconfiar de que seria este idioma, já que nunca cheguei a ter oportunidade de aprendê-lo. E me fale aquela frase só que em latim, por favor. — O pedi e finalizei com um suspiro.

— Tudo bem, preste atenção porque só direi-lhe numa única vez: Parvus renascitur, ostende mihi faciem tuam, et pulchritudo quae quondam erat. — Falou como se fossem palavras fáceis de se decorar.

— O senhor não pode repetir, eu acho que não ouvi muito bem. — O pedi com uma certa frustração no olhar.

— Não, o que disse estás naquela página do livro que estás em tuas mãos. — Disse simplesmente.

— Mas não sei ler no que está escrito nele, por favor só diga mais uma vez. — O supliquei.

— Tudo bem, mas só direi desta vez e não me peças para repetir porque não atenderei mais as tuas suplicas... Parvus renascitur, ostende mihi faciem tuam, et pulchritudo quae quondam erat. — Disse e dava para perceber que estava começando a perder a paciência.

— Ok, acho que consegui decorar. Na verdade, já tinha decorado quase tudo e só faltava as últimas palavras mesmo. Eu preciso fazer aquele movimento com as mãos? — O perguntei.

— Sim, só precisas movimentar como se tivesses fazendo um círculo em volta da planta e terás que imaginar a flor perfeitamente, senão, nada irás acontecer. — Me respondeu e tocou a minha testa com o teu dedo indicador.

Com isso, ele pegou a flor e o livro que estavam nas minhas mãos, os deixando sobre à mesa e tirou uma flor morta que estava dentro do frasco marrom:

— Agora tente fazer enquanto termino de fazer esta poção. — Falou, enquanto dava a volta para o outro lado da mesa.

— Que poção o senhor está fazendo? — O perguntei no tanto curiosa.

— Não posso contar, porque és um segredo e agora vá fazer o que acabei ensinar-te. — Respondeu como uma forma de acabar com o assunto que mal tinha começado.

— Sem graça. Mas vou tentar e tenho certeza que não conseguirei reviver esta planta. Então, lá vai: Parvus renascitur, ostende mihi faciem tuam, et pulchritudo quae quondam erat. — Falei e depois, ditei cada palavra desta conjuração e com isso, busquei imaginar esta flor igual à do Mago Elliott.

No começo, enquanto estava fazendo aquele movimento com a mão e tudo mais, nada estava acontecendo. Mas depois, a flor que estava praticamente murcha e sem vida, começou a desabrochar que nem a anterior.

Após alguns segundos a flor ficou exatamente que nem a outra, porém, ao invés de ser amarela que nem a anterior, ficou rosa com manchinhas marrons. E com isso, automaticamente a joguei no chão o quão assustada que estava.

Mal podia acreditar no que tinha acabado de fazer, como consegui fazer este tipo de coisa? Será que sou uma bruxa e foram os meus poderes que resolveram despertar bem no dia de meu aniversário de trinta anos, que me trouxeram para cá?

A minha vontade era de sair correndo dali, mas antes que pudesse fazer isso, o Mago Elliott aplaudiu todo contente e parecia que estava orgulhoso de mim:

— Meus parabéns, eu sabia que irias conseguir fazer este feito. — Me parabenizou.

— Eu não fiz isso, não pode ser. O que eu sou? Uma bruxa? — O perguntei ainda muito assustada.

— Mas fez e, não diria que és bruxa, diria que és domadora de magia elementar. Manifesta-se no teu caso o controle sobre a terra e toda a sua mais vasta extensão, principalmente os pequenos organismos, as plantas. Mas dentre tudo, tu continuas sendo uma reles humana, contudo, uma qual nasceu abençoada com esta oferta de dons. Antes que me esqueça, o processo de conjurar és mais simples do que o feito agora, tu não precisas dizer palavras e muito menos fazer movimentos com tuas mãos, basta apenas imaginar e se concentrar em seus anseios, naquilo que querer fazer. Você tem dons ocultos minha pequena, dons estes que podem lhe trazer muito e, também tirar-lhe muito. Um deles já és desperto em ti a certo tempo e o outro, apenas o próprio destino o trará em seu momento oportuno. — Respondeu, enquanto fazia algumas pequenas pausas para respirar.

— Isso é muita loucura, é demais para mim processar. Então, quer dizer que decorei aquelas palavras e fazer aqueles movimentos idiotas átoa? — O perguntei, enquanto dava passos para trás na intenção de sair pela porta e fugir de toda esta esquisitice.

— Não diria isso, mas foi engraçado ver-te toda empolgada naquele momento, iniciantes sentem-se mais seguros com regras à magia, mesmo algumas sendo inexistentes. E eu sei o que estás pretendendo fazer. — Comentou e depois fez um pequeno movimento com a mão esquerda, fazendo a porta se fechar imediatamente.

O que me fez assustar mais ainda com o barulho que acabou fazendo com o impacto ao ponto de fazerem os meus olhos arregalarem:

— O senhor não tem direito de me prender neste lugar e muito menos, me convencer de que sou "domadora de magia elementar". — Falei, enquanto fazia aspas com os dedos.

— Eu sei que precisas de um tempo para compreender e aceitar o que és. Também aconteceu isso comigo um dia, mas acabei aceitando e hoje sou um Mago muito habilidoso. — Disse e podia perceber um certo orgulho em suas palavras.

— Não sei se irei aceitar toda esta loucura. — Disse no tanto relutante.

— Mas irás, podes ter certeza disso. Mudando de assunto, pareces que alguém ganhou uma aposta… A vassoura estás ali, se quiseres. E como sou um Mago muito piedoso, irei atender o teu pedido que iria usares se tivesse ganhado de mim. Qual pedido que queres fazer? — Falou todo vitorioso e finalizou com uma pergunta.

— Não estou certa quanto à isso... Quero roupas limpas, porque como pode ver, digamos que o meu vestido não está utilizável. — O pedi, enquanto o mostrava.

— Tudo bem, assim que eu terminar a última parte da poção, irei descer e pedir para alguma criada para trazer-lhe um vestido limpo, senhorita Isabelle. — Falou e com isso, voltou a mexer naquela poção verde e fedorenta.

— Mas o senhor não podia simplesmente fazer aqueles movimentos malucos com as mãos e me fazer parecer com uma roupa limpa? — O perguntei, enquanto mexia as minhas mãos.

— Bem que poderia fazer isso, mas não estou com o ânimo em gastar a minha magia com estas coisas fúteis. — Respondeu, mas sem olhar para mim.

— Mas não são fúteis e sim, necessidades básicas. — Falei no tanto ofendida e com isso, cruzei os braços no mesmo instante.

— Que sejas, mas deixe-me terminar a poção. Agora limpe aqui com aquela vassoura que tinha lhe dito antes, por favor. — Falou, depois apontou para a vassoura que tinha sido mencionada antes.

Com isso, apenas andei em direção e o peguei, comecei a varrer com toda animação do mundo. E fiquei o observando por algum tempo, enquanto ele jogava um monte de coisas naquele pequeno caldeirão preto e fazia toda hora aqueles movimentos estranhos com as mãos.

Mas depois, comecei a montar uma estratégia de como farei para sair deste lugar, quando o Mago Elliott fosse descer para encontrar alguma criada e pedir para trazer um vestido limpo para mim. Apesar que agora fiquei pensando se aquele senhor também saiba ler mentes, pois afinal, mal o conheço e não sei de tudo que ele é capaz de fazer.

Vinte minutos depois...

Ele já tinha terminado de fazer a tal poção, pegou uma rolha ou seja lá o que for e podia jurar que tinha "PW" gravado nela. Deve ser para algum cliente, ou porque ele simplesmente gosta destas letras.

Aquele senhor fechou o frasco que antes estava transparente e vazio, mas que agora se encontra totalmente verde por conta da poção que não faço a mínima para o que serve. Com isso, andou até parar em frente a prateleira e o guardou entre os frascos.

Logo após ter feito isso, o Mago me disse que iria descer e fazer cumprir o que dissera mais cedo, me trazer o que fora pedido. E assim que saiu da masmorra — salvo engano era assim que eles chamavam esse tipo de lugar — ele deixou a porta de forma a me impossibilitar de sair daquele ambiente. Janelas? Nem pensar, ainda não tinha aprendido uma magia de vôo, aquela queda me faria virar um pastel no chão.

Bom, observando mais atentamente a porta parecia velha e decrépita, totalmente comprometida com os traços do tempo, então com certeza não teria dificuldade em derrubá-la. Deixei a vassoura encostada na parede e andei em direção da mesma, ficando apenas menos de dois metros e me posicionei na intenção de chutá-la.

E com isso, respirei fundo e corri juntando toda a força do mundo, depois a chutei, mas nada pareceu surtir efeito. Para uma porta velha, me parece ser muito mais resistente do que grandes portas blindadas de bancos renomados, mas mesmo assim não irei desistir até conseguir sair daquela espelunca.

Tentei fazer isso várias vezes até acabar dando como vencida, pois, as minhas pernas estavam começando a doer demais, uma pior do que a outra. E acabei parando por conta disso, mas também porque acabei ouvindo passos vindo na direção contrária à porta. Então corri em direção da cadeira e me sentei rapidamente, fingindo que não tinha feito nada contra aquela coisa que insistem em chamar de porta.

Com isso, apenas a vi se abrindo com o empurrão que o Mago tinha feito e, ele adentrou junto com uma criada jovem que trazia consigo um vestido simples dobrado:

— Desculpe pela demora, mas aqui estás o que tinha me pedido e, agora sairei, para que possas se trocar com o auxílio da criada Rebecca. — Disse já se retirando, depois fechou a porta.

— És um prazer em conhecê-la, senhorita Isabelle. Com licença, irei tirar estas vestes que estás usando. — Me comunicou, assim que estendeu o vestido e o colocou sobre o teu ombro esquerdo.

— É um prazer te conhecer também, Rebecca. Mas não precisa me ajudar a tirar o vestido, obrigada. — Falei e comecei a tirar por conta própria.

Depois de ter feito isso, a jovem criada que tinha os cabelos louros e olhos verdes, me olhou incrédula no que tinha acabado de fazer em sua frente:

— Mas por que a senhorita fez isso? — Me perguntou sem entender nada.

— É que às vezes gosto de me sentir independente. — A respondi simplesmente.

— Entendi, mas por favor deixe-me te ajudar a vestir este vestido? — Pediu um pouco frustrada.

— Tudo bem, mas só desta vez. — Após ter dito isso, ela pegou o vestido que estava sobre o teu ombro e começou a me vestir delicadamente.

Era um vestido que a parte de cima era branco e parte rodada era vinho com preto, as mangas eram curtas com um lacinho preto nelas. Assim que ela me vestiu, colocou o espartilho das mesmas cores que a parte rodada e com a delicadeza de um elefante, ela o amarrou bem forte ao ponto de ter quase certeza de que iria perder todo o ar de meus pulmões.

Feito isso, eu a agradeci depois que consegui recuperar o fôlego e o meu orgulho. Ela se retirou rapidamente e o Mago Elliott entrou logo em seguida:

— Você estás linda, senhorita Isabelle. — Me elogiou assim que me viu.

— Obrigada, agora o senhor pode responder uma pergunta minha, certo? — O perguntei sem perder o tempo.

— Sim, acho que posso. Faças logo a tal pergunta. — Me pediu e soltou um longo supiro.

— Como o senhor sabia o meu nome e este dom elementar? — O perguntei.

— Amanhã… amanhã irei te responder estas perguntas. Isso se mereceres, és claro. — Respondeu dando de ombros.

— Mas por que amanhã? Sério que o senhor irá me deixar dormir sem estas respostas? — O perguntei e o vi saindo daquele cômodo, com isso, o segui sem pensar em duas vezes.

— Sim e agora venha que irei mostrar-te o teu novo quarto. — Avisou, enquanto andava pelos corredores.

— Mas isso não é justo. — Falei e cruzei os braços imediatamente.

— Nada nesta vida és justa, minha cara. E aqui estás o teu quarto, és humilde, mas lhe garanto que não passarás frio esta noite que estás por vir dentre de alguns instantes. — Falou, assim que abriu a porta do quartinho que ficava no final do corredor.

E com isso, disse que iria me chamar assim que o jantar estiver pronto e depois fechou a porta sem deixar que dissesse ou protestasse sobre alguma coisa. Então, não me restou outra alternativa a não ser deitar-me nesta cama de palha que estava coberta com um tecido branco nem tão confortável assim e esperar em como será este bendito jantar com a família York.

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