O manuseio das espadas

"Em meio de aprender novas coisas, acabamos aprendendo que não podemos fugir de sentimentos que tanto temos medo de tê-los". — Isabelle González

Dias se passaram...

Desde aquela revelação, nunca mais tive alguma coisa referente a magia como tinha o pedido naquele dia que acabei adquirindo tantas revelações ao ponto que precisei tirar um tempo para entender sobre tudo ou pelo menos, uma parte delas. E enquanto, o Mago e eu só trocávamos algumas palavras formalmente, já que ainda não o tinha perdoado totalmente.

A minha amizade com o Isaac parecia que estava crescendo a cada dia, mesmo que ainda não esqueci por completo sobre aquela sensação que tive durante as aulas de arco e flecha. Não sei se o que senti, foi verdadeiro ou fruto de minha imaginação. Mas acho melhor deixar este detalhe de lado, até porque não queria estragar algo que estamos cultivando aos poucos e que é tão lindo.

Só espero que ele não traía a minha confiança como muitos já fizeram nestes últimos tempos. Porque estou cansada de ser feita de otária, apesar que me manterei sempre em alerta por qualquer indício de que ele possa fazer isso comigo também. E falando nele, o Lorde me convidou para uma aula de manuseio de espadas e confesso que talvez, isso irá me distrair e esquecer por algumas horas sobre tudo que conversei naquele dia com o Mago Elliott.

E neste exato momento, me encontro tomando o café da manhã com a família York. Como sempre, a Lady Vivian insiste em me tratar como se fosse a escória da humanidade e ela só me tolera aqui, por conta de seu filho primogênito e do Mago. Já as meninas, só consegui me aproximar melhor da Lady Louise que é muito gentil. Já a sua irmã Katherine, digamos que ela é muito na dela e prefere os livros do que os seres humanos. Não a julgo porque às vezes tenho esta mesma vontade, só não faço isso, porque escolhi justo a profissão que lida diretamente com as pessoas.

E após termos terminado de comer, as meninas e sua mãe se retiraram do local alegando de que iriam conversar sobre os preparativos de seus casamentos com os nobres. Já o Mago apenas saiu sem dizer nada, como se soubesse que queria ficar sozinha com o Lorde, bom, pelo menos foi a impressão que tive com a sua saída silenciosa.

E por fim, fiquei mexendo nos talheres já que não conseguia pensar em como puxar algum assunto com o homem que estava sentado mais ou menos na minha frente. Ele como sempre, se encontrava disperso em meio de seus pensamentos, até que simplesmente, acabei ouvindo o barulho parecido com uma tosse. E por conta disso, a minha atenção que estava naqueles objetos, acabou sendo direcionada para o homem que emitiu este som:

— Então, me parece que quer dizer algo para mim, certo? — Falei, buscando ser irônica mesmo achando que não deu muito certo desta vez.

— Certo. Então, já separei as coisas para a nossa próxima aula e gostarias de saber se queres começar agora mesmo? Porque no momento, não tenho nenhum compromisso para cumprir, quer dizer, só alguns que terei que fazer após o almoço. — Me indagou no tanto empolgado.

— Claro, quero sim. — Falei e levantei da cadeira no mesmo instante.

— Ótimo. Me sigas e tentes ser discreta, porque ninguém sabes sobre esta aula além de nós. — Me respondeu e desta vez, falando bem baixinho para mim.

— Por que está falando tão baixinho agora? — O indaguei, ingenuamente.

— Oras, não ouviste no que acabei de dizer-lhe!? Não quero que ninguém saiba sobre esta aula, pois, a minha mãe não aprova este tipo de aprendizagem para as mulheres. Agora, vamos antes que não tenhamos mais tempo para a aula. — Se justificou e me puxou pelo braço, acho que isso se tornou meio que um costume dele.

— Me desculpe. — O pedi e foi a única coisa que consegui falar até acabar saindo da sala de jantar.

Alguns instantes depois...

Já nos encontrávamos do lado de fora do castelo, mais especificamente, no mesmo local que tive a aula sobre o manuseio de arco e flecha. E por incrível que pareça, ele tinha escondido as espadas nos mesmos locais que eles. Pelo visto, ele não tinha muita criatividade para esconder as coisas mesmo.

Mas enfim, não tinham só as espadas super afiadas e sim, tinham também as de madeiras. Confesso que torço muito para que o meu lado desastrado não se faça presente hoje, pois, não quero acabar me cortando ou o machucando sem querer também. E só pensar nestas possibilidades, já me deixava bastante nervosa e insegura.

Não fiquei deste jeito nem com as aulas de arco e flecha, já que só precisava acertar aquela árvore, mas agora terei que aprender a manuseá-la como se fosse um combate. Mas não posso ficar assim, porque sinto de que uma certa forma, este negócio de aprender a usar estas armas arcaicas, acabarão me ajudando de uma certa forma nesta tal missão.

E assim que ele pegou as duas espadas de madeiras, após ter deixado as que são afiadas encostadas em uma árvore. Ele me entregou uma e ficou com a outra, é claro. Ele não disse mais nada e ficou numa posição como se fosse me atacar com aquela arma de mentira, os seus olhos se escureceram no mesmo segundo. E com isso, o meu coração começou a disparar já que não estava esperando por esta reação dele. Com isso, apenas joguei aquela espada no chão e o encarei por mais que tivesse a vontade de sair correndo dali:

— Eu não estou conseguindo entender no que está acontecendo. Por que você está parado nesta posição? Primeiro, você não teria que me explicar pelo menos o básico de manuseio de espadas? Estou começando a achar que você se esqueceu de que não entendo nada destas coisas e detalhe, nunca vi um combate de espadas na vida. — O indaguei, toda sem graça.

— Perdoe-me pela minha ignorância. És que quando se trata desta arma, eu meio que entro no modo de combate, como se estivesses preparado para alguma guerra. — Se desculpou, mas sem conseguir me encarar de tão desconcertado que se encontrava.

— Não, tudo bem. Então, vamos começar tudo de novo e se esquecer deste episódio, pode ser? — Eu o propus um acordo para acabar com este clima estranho que se formou entre nós.

— Podes. Para começar esta aula, peço que uses este colete simples que fiz para ti. Não irás te proteger de todos os golpes das espadas, mas serás bom para usares mesmo assim. — Comentou e retirou um colete que estava o vestindo, juro que não tinha percebido que estava usando isso já que estava meio que escondido neste amontoado de roupas que ele cisma em usar o tempo todo.

— Ok, muito obrigada. — O agradeci e ele me ajudou a colocar este colete que me fazia lembrar claramente de um saco de batatas, porém, mais reforçado e pesado, como se tivesse colocado metais nele.

Após ter feito isso, levei alguns segundos para recuperar este pequeno contato físico que tivemos agora. Estou me sentindo uma adolescente que nunca teve uma aproximação de um garoto e confesso que estou achando isso, ridículo. Mas por ora, vou buscar deixar isso de lado já que o meu objetivo é de tentar aprender a lutar com uma espada.

E depois disso, ele ficou parado enquanto me encarava, como se estivesse pensando em como explicar os princípios básicos de manusear. Confesso que se ele não parar de ficar me encarando deste jeito, não responderei pelo meus atos. Quer dizer, nem sei no que estou pensando aqui. Acho que o tempo que estou neste século, está me fazendo imaginar e querer fazer coisas sem nenhuma explicação.

Fui obrigada a sair no meio de mais um devaneio que com certeza, irá entrar na minha lista eterna, quando sinto alguém balançar as mãos na minha frente como uma forma de chamar a minha atenção:

— Isabelle! Isabelle! Estás prestando atenção no que estava dizendo-lhe? — Indagou com um tom de voz de quem estava prestes a perder a paciência.

— Sim, estava ouvindo cada palavra que estava saindo de sua boca. — O respondi e torcia para que ele acreditasse nisso.

— Sei e então, o que estavas falando? — Me perguntou com um tom de voz de deboche.

— Algo relacionado à espada, o que mais seria? — Falei, enquanto olhava para qualquer coisa menos para os seus olhos que são tão escuro e brilhantes, como uma noite estrelada.

— Podes falar a verdade que a senhorita estavas perdida em seus pensamentos. Não és vergonhoso dizer que não estavas prestando atenção e sim, mentir e acreditar de que eu não irias perceber que não estavas me ouvindo. — Disse, totalmente ríspido para mim.

— Está bem, eu estava com os pensamentos longe e não escutei nada que você estava explicando. Pronto, satisfeito agora? — Falei por vencida e soltei um suspiro no final.

— Viu, como não és difícil admitir que não estavas prestando atenção no que eu estavas te falando? Bom, vamos parar de perder tempo por motivos fúteis e agora, irei explicaste como manusear esta espada de madeira e quando, eu perceber que aprendeu a lutar com esta arma? Ireis permitir que lutes comigo com uma de verdade, tudo bem? — Falou todo vitorioso e terminou, dizendo como que iria funcionar a aula.

— Tudo bem. — O respondi simplista, ignorando totalmente a primeira frase que tinha dito.

Após a minha resposta, ele começou a explicar sobre tudo que fosse referente a espada. E eu fiz o possível para prestar atenção por mais que estava achando esta explicação muito chata. E quase comemorei mentalmente, quando percebi que estava quase acabando e chegando na parte que interessa, a aula prática.

Ele me pediu para que o imitasse inicialmente e que, precisaria fazer quase a mesma coisa com o arco e a flecha. Ou seja, precisaria sentir que a espada e eu, somos apenas um só. Confesso que não sei se conseguirei em fazer este tipo de coisa. E ele disse também para que, primeiro treinasse os golpes numa árvore após que ele demonstrasse como faz isso em uma outra árvore. Por isso que ele falou para o imitar, só entendi depois que falou isso.

Logo após esta explicação que até agora, não sei se entendi completamente. Ele me pediu para imitar a sua posição de combate e foi isso que acabei fazendo. Ainda bem que nesta era, não existe câmera ou celular, porque tenho certeza de que se existisse, alguém gravaria esta cena ridícula por causa desta posição que fui obrigada a imitar agora.

Assim que voltei a focar na árvore que está na minha frente, ele me pediu para que o imitasse em cada movimento que fizesse com a sua espada. E é claro, fiquei o imitando mesmo achando que não estava fazendo isso direito. Porque eu percebia que as vezes, ele me olhava com um semblante de reprovação ou pode ser apenas, uma paranóia de minha parte.

Mas assim que ele percebeu que estava começando a melhorar, simplesmente parou de golpear a sua árvore para ficar apenas me observando. Às vezes, ele soltava umas palavras inaudíveis como se estivesse resmungando. Tenho quase a certeza de que estava me julgando e muito, mas juro que estava dando o meu sangue para aprender a golpear àquela árvore como ele tinha me explicado e mostrado.

Mas acho que não estava dando muito certo, só que não irei desistir até ficar tão boa que ele irá se sentir muito orgulho de meu progresso...

Uma hora se passou...

E quando estava levantando uma bandeira branca como redenção, pois, não aguentava mais em golpear a coitada da árvore que estava cheia de marcas da espada de madeira. O Lorde resolveu dizer que já poderia parar com isso, porque ele iria falar algumas coisas para mim:

— Pois bem, a senhorita com certeza irias ser a primeira a morrer numa batalha. Sorte que as mulheres não participam disso... Mas até que não és tão ruim assim, precisarás de mais alguns dias de treino para chegar o mesmo nível que uma criança de dez anos e... — Falava, mas acabou sendo interrompido por mim.

— Nossa, mas não precisava me humilhar assim, né? Uma criança de dez anos!? Acho que você pegou muito pesado. — Disse, fingindo drama enquanto colocava a mão sobre o meu peito após ter recuperado um pouco de energia.

— Desculpe-me, mas não poderias te iludir dizendo que estavas indo muito bem, sendo que com isso, não irás fazê-la se tornar uma guerreira habilidosa. Bom, agora iremos lutar com as nossas armas de madeira e por favor, preste atenção porque agora serás perigoso, se caso perder o foco por mais que seja por alguns segundos. Estamos entendidos? — Explicou, sendo o mais sincero possível e finalizou, me pedindo para não ficar dispersa.

— Estamos sim, senhor. — Falei com uma voz firme, mesmo que por dentro estava mais nervosa do que nunca.

E com isso, entramos na posição de combate e ele deu o primeiro golpe de espada, por milésimos de segundos, por pouco consegui o desviar. Depois, tentei o imitar e é claro, ele se desviou perfeitamente. E ficamos nesta troca de golpes por alguns minutos, mesmo parecendo uma eternidade para mim que estava querendo loucamente em deitar nesta grama de tão cansada que já estava.

Até que consegui acertar a sua barriga e ele, simplesmente se jogou no chão fazendo uma cena como se estivesse sido golpeado de verdade. E até levou a sua mão e a encarou, como estivesse suja de seu sangue imaginário. Confesso que me segurei para não gargalhar por esta atuação digna de Hollywood. Mas me mantive com a expressão mais séria possível, porém, acabei não me aguentando e soltei uma risada por mais que não tivesse tanta força para isso.

A minha risada foi se intensificando até acabar me jogando no chão e aproveitei este momento, para recuperar um pouco da minha dignidade que fora perdida nesta aula super exaustiva. Me virei por lado para ficar o encarando, estava esperando que ele abrisse os olhos e parasse de fingir de que morreu do meu golpe final. Até que acabei perdendo a paciência e o cutuquei até que ele não aguentasse mais, com isso, ele finalmente abriu aqueles olhos hipnotizantes:

— Isabelle, como ousas interromper o meu cochilo? Estavas chegando na melhor parte de meu sonho, agora nunca mais sabereis qual será o seu desfecho por sua culpa. Espero que fiques com o peso de consciência por causa disso. — Resmungou e parou, quando percebeu que estava o encarando e com isso, poderia sentir as minhas bochechas esquentarem, já que ele começou a fazer o mesmo comigo.

— Ah, pare de drama. O senhor está muito crescidinho para ficar de birra, porque o acordei antes de finalizar este sonho que tenho certeza que deve ser muito bobo. — O respondi, assim que voltei ao meu normal.

— Mas que tolice. Não sou mais uma criança, porém, quero que saibas que por sua culpa, nunca mais poderei retornar para este sonho incompleto. — Disse, ainda preferindo permanecer neste drama.

— Vamos parar com isso, por favor. Isso já está me deixando agoniada aqui. Enfim, tem mais alguma coisa que queira me ensinar agora ou poderemos dizer que a aula por hoje, já acabou? — Falei, um pouco nervosa e levantei do chão logo em seguida.

— Sim, tenho mais uma coisa para ensinaste. Queria que aprendesse a caçar pequenos animais desta floresta, prometo que a morte deste bichinho não serás desperdiçada e iremos levá-lo até a cozinha do castelo para que, o cozinheiro faças um prato dele. — Explicou sobre algo como se fosse super normal dizer isso para alguém.

— Vamos o que!? Nada disso, me recuso a tirar a vida de um serzinho tão indefeso. Não estou afim de aprender algo deste tipo... — Falei, porém, acabei sendo interrompida por ele.

— Calma, você só irás acertá-lo com uma flecha e eu, ireis terminar de matá-lo para que não sofras mais. — Me respondeu numa naturalidade que me assusta.

— Ok, mas será a última vez que farei este tipo de coisa. Estamos entendidos? — Falei por vencida, já que sei que ele não iria desistir até conseguir o que tanto quer.

— Sim, senhorita. Agora, vou pegar os arcos e as flechas para usarmos na nossa pequena caçada. E enquanto isso, poderias guardar as espadas de madeiras e as de verdades, para mim? A sua aula com as espadas reais, só ocorrerás numa próxima oportunidade que surgir no futuro. — Me pediu e se retirou para pegar os objetos mencionados.

Alguns instantes depois...

Já estávamos numa parte mais densa da floresta e buscávamos permanecer mais escondidos possível atrás de um arbusto espinhento. Estávamos tentando ser bem silenciosos, apesar que estava muito envergonhada de estar tão perto dele, podia jurar que poderia sentir a sua respiração perto da minha orelha direita. Mal conseguia acreditar que estava tendo esta reação por quem que era somente o meu amigo.

Eu realmente, deveria separar as coisas antes que seja tarde demais. Não quero ter que me afastar dele por medo de me machucar, já que não seria recíproco e mesmo se fosse, não poderíamos ficar juntos por eu não ser uma nobre que nem ele. Então, terei que trabalhar bastante para exterminar este sentimento que nem deveria ter ousado a surgir em meu coração. Um sentimento que não sei direito como descrevê-lo, mas já quero  que suma imediatamente de dentro de mim.

Me afastei por alguns centímetros dele e é claro, ele acabou percebendo. Porém, não disse nada e sim, apontou o seu dedo da mão esquerda discretamente em direção ao um coelho cinzento. E pediu através de sussurros para que pegasse a flecha, a posicionasse no arco e o apontasse em direção ao pequeno animal que estava distraído, enquanto comia uma frutinha que encontrou em seu caminho.

E foi isso que acabei fazendo, por mais que não quisesse em ter que fazer este tipo de coisa. Fiquei por alguns segundos parada, enquanto buscava por alguma oportunidade do pequeno roedor ficasse por mais alguns centímetros próximo do arbusto que estávamos. Após ter surgido isso, atirei a flecha em direção do animalzinho que fora acertado em cheio e com isso, ele soltou um gritinho enquando caía no chão todo ensanguentado.

A única reação que tive foi de chorar pela morte que fora provocada pela minha flecha. E o Lorde simplesmente me levantou junto à ele, me abraçou e depois de nos desvencilharmos, ficamos nos encarando. E ele elevou a sua mão direita até o meu rosto e tirou uma lágrima que estava descendo sobre a minha bochecha do lado direito. E o seu rosto se aproximou ao meu, podia sentir a sua respiração se misturar com a minha.

O meu coração começou a acelerar freneticamente, pois, já sabia no que iria acontecer e era algo que estava querendo evitar o máximo possível. Já que temia que com isso, colocaria a nossa amizade em risco e acabaríamos nos machucando no final. Mas como sempre, o destino gosta de brincar conosco mesmo. E quanto menos esperava, comecei a sentir os seus lábios se encostarem nos meus e acabei cedendo a atração que sentia por ele.

O nosso beijo começou lento, como se estivéssemos receosos em aumentar um pouco da velocidade. Porém, estava sendo um dos melhores da minha vida. Depois de alguns segundos, acabei permitindo a passagem que a sua língua estava pedindo e com isso, o beijo foi se intensificando. Até que tivemos que parar por conta da necessidade de respirar e ele aproveitou esta pausa para beijar o meu pescoço e comecei a sentir a sua barba roçando na minha pele. Confesso que isso, estava muito bom ao ponto que poderia passar horas assim com ele.

Até que o meu lado racional resolveu se fazer presente e o empurrei, quando percebi que estávamos indo longe demais:

— Isaac, não podemos deixar que isso ocorra novamente. Isso não é certo, somos apenas amigos e amigos, não fazem este tipo de coisa. — Falei, enquanto dava alguns passos para trás.

— Podemos deixar sim, por favor, não deixes que isso acabe antes mesmo de começar. Não esqueças que sou o Lorde da família York e a minha mãe não podes determinar com quem devo me relacionar ou não. Só deixes este sentimento acontecer e nós iremos decidir no que faremos a partir disso. — Me pediu, com a esperança de me convencer a deixar rolar.

— Não sei, acho que irei precisar de um tempo para pensar sobre isso. Tenho medo do que pode acontecer, se caso não dermos certo. — O respondi no tanto frustrada.

— Tudo bem, não ireis forçá-la a nada. E sim, ireis esperar no seu tempo até que decidas se irás permitir este sentimento no qual, nem eu mesmo sei direito o que estou sentindo também. — Falou, buscando ser bem cuidadoso em suas palavras.

— Obrigada por não ser do tipo que gosta de forçar alguém a fazer o que quer. — Disse e não tive uma outra reação a não ser em abraçá-lo como agradecimento.

— Só estou fazendo o mínimo. Meu pai ensinou-me a ser bem respeitoso com as mulheres e ter paciência com elas também. Quando estiveres pronta? Iremos conversar sobre isso novamente, tudo bem? — Propôs um pequeno acordo entre nós e beijou a minha testa, após termos nos desvencilhados.

— Então, aposto que ele foi um grande homem... Por mim, tudo bem. — Disse, com um sorriso ladino.

— Sim, ele foi e você terias gostado muito dele. Bom, vamos tirar aquela flecha do pequeno animal que já deves ter morrido, enquanto estávamos conversando. — Falou e andou em direção ao coelho.

E após termos feito isso, o levamos até ao local que tínhamos treinado com as espadas. Deixamos os arcos e as flechas no esconderijo de sempre. Depois disso, andamos até que já estivéssemos dentro da cozinha do castelo e entregamos o pequeno animal ao cozinheiro que nos recebeu com um grande sorriso. E nos disse que fará um ótimo prato para nós por termos trago isso à ele.

Assim que saímos do cômodo, nos despedimos e cada um foi para o seu lado. Eu resolvi subir as escadas com a intenção de ir ao meu quarto, mas antes de fazer isso. Resolvi procurar pela criada Rebecca para pedi-la que preparasse o meu banho, já que me encontrava nojenta de tão suada e suja.

E com o banho tomado, estava finalmente deitada na minha cama e buscava superar aquele beijo que acabou acontecendo lá naquela floresta. Um beijo que nunca sairá de minha memória, torço para que ninguém tenha visto isso. E não sei no que farei, se irei permitir que este sentimento que está crescendo a todo instante em meu coração e deixar que as coisas rolem com o Isaac ou não.

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