A poção de rejuvenescimento
"O envelhecimento costuma não ser bem aceito entre a humanidade e muitos buscam métodos para sempre se manterem jovens, por mais que isso acabem com a sua saúde no futuro". — Jessica Oliveira.
Vivian
Três semanas se passaram...
Me encontrava deitada em meus aposentos, mesmo sabendo que o dia seria carregado de compromissos que estou cansada de cumpri-las. E que o meu maior desejo és que, meu filho mais velho queira exercer o que nasceu para ser.
Só que ele preferes viver nesta vida de aventureiro sem nenhuma responsabilidade aparentemente e isso estás me enlouquecendo em todas às vezes que lembro disso. Isaac tem que entender que a vida não foi feita para ser desperdiçada com estas coisas inúteis e que temos que aceitar o nosso destino por mais injusta que sejas.
Quando ele estavas com os teus vinte anos, planejei um casamento com uma Duquesa da França para aumentar as relações entre as famílias. Mas o meu filho fez o favor de não comparecer no dia e deixou a pobre moça plantada no altar, fazendo-a passar o maior vexame de sua vida.
Planejei mais dois casamentos ao decorrer dos últimos dez anos e nenhum aconteceu por conta da ausência dele nos dias. Teve um dia que ele simplesmente desapareceu e voltou após dois anos, acompanhado por uma mulher que se exalava impureza.
Que me fez acreditar veementemente que eras uma meretriz, por isso que coloquei-a no calabouço. E desde então, Isaac passou a atormentar a minha vida dizendo que estavas enganada e que aquela pessoa era na verdade, uma boa moça.
Mas sei que ele tem um coração muito bom e ingênuo, deves ter caído nas lábias daquela meretriz que deves ter o encontrado em algum lugar e o convenceu que precisavas de ajuda. Pessoas que não nasceram com sangue puro ou que tenhas pelo menos um trabalho digno, não mereces o meu respeito e muito menos, conviver no mesmo ambiente que eu.
Por mim, aquela mulher irá apodrecer no calabouço e tenho quase certeza que irá morreres dentre de alguns dias. Já que não permiti que levassem nada para se alimentar ou matar a tua sede, acho que isso será a melhor tortura que posso lhe oferecer.
Enfim, já estavas terminando de vestir-me com o meu vestido que a primeira camada de tecido era dourada com detalhes em arabescos. E a segunda camada de tecido era totalmente preto com alguns detalhes dourados, com uma pequena capa da mesma cor que ficava sob os ombros.
A criada Anne e que és também a minha dama de companhia, estavas escovando os meus longos cabelos negros e que iria fazer um penteado digno da nobreza. Iria prendê-lo em um coque e colocaria alguns adereços dourados em volta.
Enquanto ela estavas fazendo isso, eu estavas passando o batom vermelho em meus lábios carnudos e que ficavas bem destacado por conta da minha pele que és exageradamente branca.
Depois de finalmente estás totalmente pronta, levantei da cadeira no qual passei um tempinho sentada e caminhei em direção a porta que davas acesso ao corredor do segundo andar do castelo que o meu falecido marido deixou-me.
Depois de ter passado no corredor que continha vários quartos e quadros pendurados em cada lado das portas. Quadros nos quais estavam pintados os ancestrais da família York e que o principal estava na parede em frente a escada, que era do meu marido que faz-me tanta falta.
Nunca irei perdoá-los aquela maldita família por ter o tirado de mim da pior maneira possível, ele foi morto por tentar salvar aquele imbecil do Rafael Lancaster. Se não fosses por isso, o meu amado ainda estarias comigo e poderias presenciar cada um de nossos filhos se casando com os teus pretendentes.
E assim que me aproximei da longa mesa que estavas farta de comidas de todos os tipos, bebidas e frutas. No qual, os meus filhos estavam esperando-me ansiosamente pela minha presença para terem autorização de comeres os que estão sobre os teus pratos.
Assim que sentei na cadeira ao lado de meu primogênito, Isaac, assenti afirmando que eles poderiam alimentar-se. Minhas duas filhas mais novas, Louise e Katherine, ambas sorriram após ter consentimento para se alimentarem.
As duas já consegui planejar os casamentos com Duques, sendo um que era da Itália e outro da França. Elas ainda não os conheceram pessoalmente, mas tenho certeza que ficarão felizes quando vê-los daqui quatro meses, ou seja, no dia de seus casamentos.
Algumas horas se passaram...
Já estavas quase finalizando todos os meus compromissos do dia, só faltavas assinar algumas coisas lá na biblioteca que és o local mais calmo do castelo. Onde os meus filhos não ousam entrar quando estou, pois, sabem que detesto que me atrapalhem.
Depois de ter assinado o que faltavam, entreguei-os para o meu guarda de confiança, Arthur, e lhe ordenei para que fosses entregues imediatamente. E assim que ele se foi, levantei-me da cadeira no qual passei sentada durante o dia todo e caminhei em direção à porta da biblioteca.
Pois, lembrei-me que tenho um compromisso com o Mago da família York, Elliott, preciso pegar uma coisinha com ele e necessito disso o mais rápido possível. Já que estou sentindo o efeito daquela poção passar entre os meus dedos neste exato momento, não posso permitir que a minha verdadeira aparência reapareça e alguém acabe me vendo.
Desde que a idade começou a pesar sobre a minha beleza que já fores muito desejado no passado e ter surgido aquelas marcas horríveis em meu rosto, tenho corrido a vários métodos. Mas nenhum pareceu esconder perfeitamente o que tanto queria, até que aquele Mago que está a tanto tempo na nossa família, inventou aquela poção e ofereceu-me como forma de agradecimento por termos o acolhido.
Esta poção me faz retornar a juventude, trazendo à mim a sensação de ter a mesma idade da minha filha Katherine, apesar da minha aparência não chegar à flor da idade como ela estás. Contudo, não és como se fosse ruim, faz-me parecer uma mulher com seus trinta e poucos anos. Meus filhos estão tão acostumados com a minha aparência que nem suspeitam de que esteja tomando uma poção mágica que retarda o meu envelhecimento. E espero que continuem assim.
Já estavas no andar de cima do castelo e faltava subir mais um lance de escadas já que ele gosta de ficar na masmorra, onde fazes suas poções e seja lá o que mais fazes. Cada degrau que subo, mais sinto a poção se esvaindo de dentro de mim e o meu desejo de tomar só aumenta.
Parece que o meu corpo estás sentindo falta, sinto meu coração acelerar como se tivesse sentindo falta de tê-los percorrendo no sangue que ele bombeia. Sei que não fazes o menor sentido, mas és o que acho.
Finalmente já me encontro em frente a porta de madeira que parecia que iria se partir ao meio a qualquer momento, depois bati duas vezes. Não demorou muito até que ouvisse passos vindo em direção do outro lado da porta e vi ele se abrindo aos poucos. Olhei para frente, sempre mantendo a pose de superior como uma boa nobre que sou:
— Mago Elliott, nem preciso dizer-lhe o motivo que levou-me até aqui, certo? — O questionei.
— Milady Vivian! Não mesmo e, já estás pronto e irei pegá-lo para a senhora. — Respondeu e deu alguns passos para trás, depois se virou e andou em direção a uma prateleira farta de poções.
Depois, ele voltou com duas poções e entregou-me com um sorriso que todos os idosos dão, aquele mesmo sorriso que derreteria até o coração mais duro deste mundo. Menos o meu que consegue ser mais duro do que uma rocha e sempre será, se depender de mim:
— Muito obrigada e como sempre, não conte isso a ninguém ou irei mandar cortar a tua cabeça. — O ameacei e soltei um sorriso ladino.
— Segredos foram feitos para serem guardados e não revelados, Milady. — Falou simplesmente e pude perceber que soltou um longo suspiro.
— Que continue pensando deste jeito para o vosso bem. — Disse e virei-me em direção às escadas.
Desci até me encontrar no corredor dos quartos e caminhei em direção aos meus aposentos, sempre olhando para ver se não tinhas ninguém que pudesse ver no que estou levando em minhas mãos. Mas no final, não apareceu ninguém e adentrei rapidamente, com isso, tranquei a porta.
Após ter feito isso, dei mais alguns passos em direção ao baú que ficava ao lado da janela que proporcionava uma vista maravilhosa do oceano. Assim que me aproximei, agachei e abri aquele grande objeto de madeira que herdei da minha falecida mãe. Coloquei os dois frascos das poções debaixo de um pano velho e fechei o baú imediatamente.
Me levantei e virei-me devagar, caminhei até a porta e o abri já saindo dos meus aposentos, andei até chegar aos degraus e os desci graciosamente como uma verdadeira nobre que sou. Fui até a sala de jantar onde os meus queridos filhos estavam aguardando a minha chegada.
Me sentei na cadeira de sempre e fui recebida com um aceno das minhas filhas, já o meu primogênito parecia tão distante que não tinhas percebido da minha chegada. E com isso, fez-me desconfiar do que possas estás passando na mente dele e irei perguntá-lo para saber o que sejas:
— Isaac, meu filho, você me parece um pouco distante. Aconteceu algo que possas estás o afligindo? — O indaguei sem pestanejar.
— Perdão, mamãe! Mas não aconteceu nada, só ando pensando em algumas coisas bobas de sempre. E como foi o teu dia? — Perguntou já mudando de assunto.
— Que coisas bobas seriam estas? Meu dia foi cansativo, porém, consegui cumprir todas as minhas obrigações que deviam ter sido feitos pelo homem da família. — Respondi e aproveitei para jogar uma indireta.
— Nada de mais! Por favor, não comece com isso novamente... — Disse, mas acabou sendo interrompido por mim.
— Vou e irei repetir até que tu entendas que nasceu para assumir a posição que um dia o teu falecido pai se apossou e aposto que ele sentiria vergonha em ver que o teu herdeiro foge de suas responsabilidades como um Lorde. — Vociferei e bati as mãos sobre a mesa.
— Eu não estou fugindo de minhas responsabilidades, só precisavas de um tempo para colocar a minha cabeça no lugar. E queria até fazer um anúncio durante o jantar sobre a conversa que tive com a Vossa Majestade, Rei Carl, mas acho que devo deixar isso para amanhã quando estivermos mais calmos. — Respondeu ríspido e estava quase levantando da cadeira, até que eu o segurei pelo braço.
— Com o Rei Carl!? Como ousas falar com aquele Lancaster? Tu sabes o que aquela família fez conosco e o quanto destruiu as nossas vidas, quando o teu pai morreu para proteger um deles. — Gritei e levantei a mão para dar um tapa em teu rosto, mas ele a segurou com uma certa força.
— Eu necessitava fazer uma reunião com o nosso Rei sobre algo que ainda estavas indeciso se tinha chegado a hora certa ou não de assumir as responsabilidades que um dia foi do meu pai. Ele me escutou sem me julgar e no final, aconselhou-me para que fosses seguir o que meu coração me dissesse. No outro dia, voltei para o castelo dele e o contei da minha decisão, escolhi assumir assim que voltasse para cá. Então, ele fez uma pequena cerimônia e consagrou-me como o novo Lorde de Inglaterra... — Falava enquanto fazia algumas pequenas pausas, mas acabou sendo interrompido pela irmã, Louise que levantou-se correndo em direção para abraçá-lo.
— Ah, não acredito, irmão! Finalmente surgiu alguma coisa de útil nessa tua cabeça de vento, até que enfim, tomou juízo e parar de ser uma eterna criança. — Falou toda sorridente e o abraçava com toda a força do mundo.
— Não estou acreditando nas palavras que saíram de seus lábios, meu filho, acho que vou chorar e serás de felicidade. — Comentei e ainda estava tentando processar no que tinha acabado de ouvir.
— Vamos comemorar com vinho, pois, não és todos os dias que o meu irmão toma juízo. — Vibrou, Katherine, enquanto segurava uma taça de ouro.
— E iremos, mas primeiro quero saber por que o senhor não nos contou assim que chegou e por que levou quase um mês para nos dizer? — O perguntei após perceber o quanto demorou.
— Estavas um pouco receoso em contar-lhes, não sabias em como seriam as vossas reações e também estavas esperando o momento certo. — Respondeu no tanto sem graça.
— Meu filho, você és bem peculiar como vosso pai era e és difícil de compreendê-lo da mesma forma que ele. Então, vamos comemorar um pouco. — Falei e peguei uma taça de ouro o erguendo o mais alto que conseguia.
Com isso, bebemos por um bom tempo e até esquecemos de jantar. Com certeza, amanhã iremos acordar um pouco tarde por conta do alto excesso de vinho.
Na manhã seguinte...
Os raios solares estavam tocando o meu rosto e isso estavas me incomodando ao ponto de desistir de dormir mais um pouco, a minha cabeça estás doendo como se tivesse levado a maior surra do mundo. Assim que abri os meus olhos, o quarto parecia girar muito rápido ao ponto de sentir vontade de vomitar e acho que ficarei deitada na cama até passar esta sensação horrível no qual estou sentindo.
Depois de sentir o efeito do vinho passar gradualmente do meu organismo, decidi levantar sem fazer muito esforço já que estavas temerosa de acabar caindo no chão. E não quero que isso aconteças, seria muito vergonhoso para mim.
Andei com os passos lentos e largos em direção ao baú, agachei com uma certa dificuldade e o abri já me arrependendo por conta dos ruídos que estavas fazendo, minha cabeça latejou no mesmo instante. Peguei os dois frascos que estavam debaixo do pano e coloquei um no chão, enquanto estava abrindo o outro.
Depois disso, o levei em direção a minha boca e o bebi como se fosse água. Mesmo sabendo que o gosto desta poção era pior que qualquer coisa nojenta que possas se imaginar, porém, acabei adaptando-me com o tempo.
Não demorou muito até que os efeitos começassem, primeiro senti um certo formigamento em meu corpo e com isso, a minha pele brilhou por um tempo até que parou. Então, levantei do chão e corri em direção ao espelho, pois, já sabias que tinha voltado a ser tão jovial quanto às minhas filhas.
Olhei para aquele objeto que me refletia e toquei o meu rosto, senti a pele tão macia que nem a de um bebê, os meus cabelos tão sedosos e as rugas que estavam começando a surgirem, simplesmente desapareceram. Segurei a vontade de gritar de alegria, mas não podias fazer isso por agora e sim, queria aproveitar este momento maravilhoso comigo mesma.
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