29. (parte 1)

[Ontario - Toronto ]
2 anos atras
Brooklyn Point of view

Eu não estou acreditando, isso não pode acontecer, não de novo.

Acabei de receber minha prova de física e eu fui muito mal.

Estou com medo pois já sei o que vai acontecer quando eu chegar em casa.

Estou na esquina da minha rua com a prova na mão, pedindo muito a Deus para o meu pai não estar em casa agora, assim eu tenho mais tempo para me preparar psicologicamente.

Entrei em casa tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Olhei para o lado e vi meu pai na cozinha lendo um jornal e apressei meu passo para chegar logo na escada sem ser parada por ele, mas infelizmente não deu certo.

-Por que está agindo como se não quisesse ser notada? -ele perguntou sem tirar os olhos do jornal.

Eu fechei os olhos e respirei fundo, tentando controlar minha respiração ofegante.

Me concentrei tanto na respiração que acabei esquecendo de responder meu pai, só me dei conta quando ele novamente se pronunciou.

-Eu te fiz uma pergunta Brooklyn. -colocou o jornal na mesa e começou a me encarar. -E eu quero a resposta.

-Não estou agindo desse jeito, deve ser só impressão sua. -foi o melhor que eu consegui.

-Está me chamando de maluco, garota? -alterou o tom de voz.

-E-eu não disse isso. -minha voz falhou.

-Foi o que pareceu. Agora fala o que foi.

Não consegui respondê-lo, apenas peguei a prova dentro da mochila e entreguei pra ele, já podia sentir meus olhos marejadas e aquela enorme vontade de sumir imediatamente dali.

-Você é uma inútil mesmo né? -gritou me puxando pelos cabelos até a sala. -Nem pra tirar notas boas você serve. -me jogou no sofá. -Vai querer ouvir aquele maravilhoso discurso de novo?

Eu tinha um enorme argumento de defesa em mente, mas não iria ousar enfrentá-lo de novo, pois da última vez não deu certo.

-Eu estou cansado, completamente cheio de você. -gritou na minha cara, me fazendo estremecer. -Você tirou sua mãe de mim, arruinou a minha vida, não foi capaz de fazê-la feliz, então ela nos trocou por um engomadinho cheio da grana.

-Não foi minha culpa se o casamento de vocês não andava bem. Se VOCÊ não conseguiu fazê-la feliz o suficiente. -disse entre soluços dando ênfase no "você". Novamente enfrentei ele, e sei que vou me dar mal.

-Cala a porra da boca. -mais uma vez, gritou. -Isso é pra você aprender a me respeitar.

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