02 | Fodidos no amor.
JEON JUNGKOOK.
Checo minha cara de recém-choro na tela do celular, fazendo a minha melhor expressão para esconder os resquícios do meu "surto".
Não gosto que percebam quando estou mal, sinto que vou parecer uma vítima ou algo do tipo. Essa é a última coisa que quero: demonstrar fragilidade. Meus problemas são unicamente meus e ponto final.
Respiro pesadamente antes de tocar a campainha. Em questão de segundos, a porta abre e o sorriso quadrado do meu melhor amigo me traz um pouquinho de alegria.
— Oi, Taeh...
— Jungkook, meu bebê! — grita e pula em cima de mim.
Seguro-o com força para não cairmos. Suas pernas envolvem minha cintura, enquanto abraça meu pescoço. Começo a rir e vou perdendo o equilíbrio pelo peso do castanho.
Posso ser insensível com ele na maioria das vezes e fingir que não me importo, mas Taehyung é um irmão. Nós estamos juntos desde os oito anos, não imagino viver num mundo onde não exista esse bobão para me atormentar. Ele cuida de mim e eu cuido dele. Sempre e para sempre.
— Está bom! Chega, Tae! — o mais novo soluça e desce do meu colo.
E ainda tem a audácia de me chamar de bebê. Seu rosto está molhado por lágrimas dramáticas. Faz jus à sua profissão de ator.
— Parecem um casal de baitolas, que lindos — uma segunda voz manifesta.
Yoongi está encostado no batente da porta, rindo do nosso reencontro. Sorrio e puxo-o para um abraço também. Não fazia ideia do quanto tinha sentido saudades disso... Das minhas amizades de verdade, não daqueles interesseiros filhinhos de papai do exterior.
— Está fortinho, hein, CEO Jeon — brinca e aperta os músculos do meu braço.
Descontei boa parte da minha raiva na academia por três anos consecutivos. Acabou dando bons resultados. Já Taehyung e Yoongi, não mudaram tanto como pensei. Tae está com o cabelo castanho mais escuro e Yoon apenas deixou o dele crescer até a nuca, estilo mullet. Está charmoso.
— E você, patrão Min? Tem malhado essa bunda branquela ou continua vagabundeando? — ele revira os olhos e eu rio.
Dou uma checada geral no apartamento deles. É bonito, de um tamanho médio e ideal para duas pessoas. Aposto que quem comprou foi Yoongi — ele é herdeiro de uma grana preta e está liderando a empresa da família com a mãe. Taehyung levou uma bronca dos pais pela escolha de profissão "sem futuro" e teve um corte na mesada.
Pelo o que sei, se instalaram há dois anos, mas o engraçado, é que ainda há caixas de mudança espalhadas pela sala. Preguiçosos.
— Paipai, fome!
Finalmente, percebo um menininho me encarando no corredor que conecta os quartos. Há um urso de pelúcia em sua mão. Tem o cabelo num tom ruivo escuro e faz uma cara de choro apontando para a própria boca.
— Já acordou, Dodo?
Arregalo os olhos vendo Yoongi ir até o mesmo e pegá-lo no colo. Que porra está acontecendo?!
— Espera... Não sabia que estavam juntos e tinham adotado uma criança — insinuo e os dois fazem uma careta de nojo.
— Eca, nunca!
— É o filho da nossa vizinha, seu maluco — Taehyung dá um tapinha na minha nuca. — É gostosona e paga para gente cuidar dele enquanto trabalha. O Yoongi quer levar ela para cama, aí fica fingindo ser pai de família. Ele tem três anos e é um fofinho, não é, Dojin?
O tal menino abre um sorrisão para o meu amigo. Coço a bochecha, completamente perdido.
— Você namorou com o Hoseok até o final da faculdade, achei que tinha saído do armário...
— Jungkook, você é ultrapassado — Yoon vai para cozinha americana e põe o garotinho sentado no balcão. — Se tem buraco, eu 'tô fodendo.
Rio soprado, não acreditando no que disse.
Sigo Taehyung e sento ao seu lado no sofá. O chão da sala está repleto de brinquedos e bonecos de super heróis. Seria cômico ver esses dois idiotas criando um bebê, consigo imaginar a baderna.
— Encontrei a Dahyun no caminho para cá — comento e os olhos de Tae saltam para fora. — Foi tenso, digamos assim...
— Merda. Ela estava com uma pirralha bocuda de uns cinco anos de idade? — o castanho pergunta, mas dá a entender que já sabia.
Assinto. Meus amigos se entreolham apreensivos, como se conversassem por telepatia. Yoongi — nos vendo da cozinha aberta — faz um sinal com a mão e Taehyung vira-se para me encarar novamente.
Eles estão de segredinho. Sabem de algo sério que, com certeza, me deixará chateado. Conheço a peça.
— Jun, não sei o que dizer...
— É filha dela, né? — corto-o. — De boas, não me afetou em nada, é normal.
Mentira. Uma grande e imensa mentira. Ao meu ver, se continuar fingindo que não ligo, vou acostumar.
— Não apenas isso — Tae mede bem as palavras antes de soltar: — Paramos de nos falar, porém a Dahyun está namorando...
Aquela pontada no coração, retorna. Deveria ter me preparado melhor para escutar essa temível frase.
É óbvio que eu presumia que ela tinha seguido em frente. Lutei contra a insistência da minha mente e o desejo profundo de acordar um dia e descobrir uma mensagem sua na barra de notificações; uma ligação, um sinal de fumaça ou qualquer ato que indicasse arrependimento e sua volta para mim. A volta de nós dois: Dahyun e Jungkook contra o mundo.
Hipócrita? Sim, muito. Em Nova York, nesses cinco anos, devo ter pegado tantas garotas que até perco a conta. No entanto, não teve significado, foram noites de prazer sem um pingo de amor ou paixão — o que compartilhava somente com ela. Portanto, dói saber que Dahyun encontrou outra pessoa. Um outro cara que a ama, a faz feliz, dorme pertinho sentindo seu cheiro e acaricia os cabelos castanhos — antes acariciados por mim.
Confesso que no fundinho alimento um ódio profundo da forma que me tratou. Apesar, estou feliz, de verdade. Não queria que ainda estivesse sofrendo. Eu não parei de amá-la, afinal.
— E o pai da menina? É o você-sabe-quem? — aperto o punho, puto de raiva só de pensar na possibilidade. Detesto, com todas as minhas forças, lembrar daquela noite.
Pela segunda vez hoje, os dois paspalhos se olham, decidindo contar ou não. Estou literalmente aqui, como é possível serem tão descarados? Mereço.
— Essa pergunta está num nível de complicação que não cabe a nós explicar — Yoongi diz, saindo da cozinha com o garoto no colo.
E qual caralhos é o sentido disso.
— O quê? Responde direito, Yoongi!
Ele senta na poltrona e ajuda o ruivinho a comer um sanduíche. Fofo.
— Simples: a gente não sabe, Jungkook. No começo, achamos que fosse você, mas não temos ideia. O "você-sabe-quem" desapareceu depois que levou uma surra sua.
Um ponto de interrogação enorme cresce na minha cabeça. Ninguém nunca comentou comigo sobre a gravidez da Dahyun. Por vários meses, suspeitei desse silêncio. Quando falava com Taehyung pelo telefone, ele aparentava estar nervoso, evitava tocar em qualquer assunto que a envolvesse — a mesma coisa com Haneul.
Agora entendo o porquê. Eu, provavelmente, teria surtado para valer ao saber.
— Sinto muito, maninho — Tae profere baixo.
— Esquece — mexo os ombros. — Não dou a mínima para mais nada relacionado a ela.
Um clima estranho prevalece no cômodo por alguns segundos. Dojin corta a tensão espirrando feito um esquilinho e nós rimos. Yoon fica parecendo um pai babão, apertando as bochechas da criança.
— Enfim, me contem as novidades, estou desatualizado — cruzo a perna, pronto para fofocar. — Como está o resto do pessoal?
Taehyung ri irônico.
— Daqui para frente, é só para trás, meu amigo — franzo o cenho. — Namjoon foi morar em Busan por causa do trabalho dele. Continuou namorando com o Jin a distância, mas eles terminaram há uns meses. Foi um término normal, está tudo bem, ainda são amigos.
Fico chocado pela informação. Achava que de todos, eles que iriam durar. Me enganei feio.
— E você e a Yerim? — pergunto, pois não estou sabendo a razão de terem separado. — Por telefone não me disse nada.
Agora é Yoongi que ri.
— Dois anos atrás, nós estávamos numa festa — Yoon conta — e eles, literalmente, traíram um ao outro na mesma noite! É o que dizem "chifre trocado não dói".
Balanço a cabeça, rindo. Taehyung faz um bico e resmunga por estarmos o zuando.
Yerim e Tae não tinham um relacionamento muito concreto. Tirando sexo, beijar e sair em encontros para motéis às vezes, não rolava nada mais sério. Era uma diversão para os dois.
— Deixa eu adivinhar... — cantarolo, apontando para ele. — Ainda se pegam. Acertei? Duvido que tenham parado.
— Opções em aberto, querido — ele joga os cabelos para trás, se gabando. — Percebemos que funciona melhor como amigos que beijam, do que presos num lance sem rumo. E porque eu estava querendo pegar uns caras e ela não queria trisal...
Que orgulho, meu menino está crescendo e pensando como um adulto.
— Quer chutar o único do grupo que teve sucesso na vida amorosa? — o branquelo pergunta para mim.
Sei que ele e Hoseok acabaram com tudo pouco antes da graduação — estavam brigando direto e a família do Yoongi é preconceituosa. Após a morte do pai dele, a pressão cresceu. Yoon é um babaca orgulhoso e terminou com o J Hope para assumir as questões da empresa no lugar do pai, ao lado da mãe viúva.
Tenho absoluta certeza que ele o ama e, se pudesse, voltaria. Só não admite em alto e bom som.
— O Jimin...?
Por incrível que pareça, nós não mandamos indiretas depois de toda a confusão do passado. Recebi umas mensagens suas afirmando que Dahyun estava triste e queria conversar, mas eu ignorei e fui embora. É o único que não tive notícias até hoje. Ele deve me odiar.
— Você acredita que esse filho da mãe pediu a Chaewon em casamento? — abro a boca, surpreso. — Falta dois meses e meio para a cerimônia.
Maldita cobra bunduda, nem me convidou.
— O cara que ficava de vela vai casar, e nós, que vivíamos esfregando nosso namoro na cara dele, estamos fodidos no amor! — Taehyung reclama. — O Karma existe mesmo.
Pessoas são complicadas, cada uma com seus próprios demônios atormentando suas vidas cotidianas. Para ter um relacionamento saudável, é preciso compartilhar suas dores, porém isso piora tudo. Você arrasta a pessoa para o seu poço e a afunda consigo.
Paciência, honestidade, confiança e milhares de outros requisitos são essenciais; somente amar alguém, não sustenta a relação. Se não estão em sintonia, nada dura. É por essa e outras razões que prefiro continuar solteiro, namorar trás diversos problemas.
Pensei nisso quando estava longe. Fiquei tão cego de paixão pela Dahyun, que não notei que apenas eu estava me dedicando. Eu estava amando sozinho. E me arrependo de ter perdido tempo organizando um futuro para nós dois.
— Estou ótimo sendo "fodido no amor".
— Você está é fodido da cabeça, Jungkook! — Taehyung retruca, levantando e indo para varanda com um maço de cigarro em mãos. — Pior que antigamente. Tem tomado os remédios direito?
Ignoro a questão e passo a mão no cabelo cacheado do ruivinho. Minha saúde mental não é da conta dele e de ninguém.
— Sai, é meu bebê — Yoongi estapeia minha destra, forçando-me a parar de tocar o garoto. Ciumento. — E você não está bem, seu puto. Mas relaxa que eu e o Tae temos um plano.
— O que os idiotas pretendem fazer?
Taehyung dá uma tragada no cigarro e solta a fumaça olhando para mim. Um sorriso malicioso brota nos lábios rosados. É aquele sorriso travesso, de alguém que está planejando uma boa besteira.
— Daremos início à Operação Jungkook Corno Feliz — dou um soco no ombro de Yoongi, que gargalha sem controle. Odeio eles e esses apelidos. — Vamos te levar para uma festa de boas-vindas no final de semana!
— Meu pai vai me matar, ele está no meu pé para ser cuidoso e não sujar a imagem da nossa "família perfeita".
Não sei nem do que ele é capaz se descobrir.
— Ele que enfie o dedo no cu e gire! — Yoongi, exclama. — Prepare-se para beber até cair, Jeon. Será uma noite longa.
Sorrio, gostando da ideia. Senti falta dessa má influência.
Eu estou precisando esquecer de todas as minhas responsabilidades e festejar um pouco. Não consigo lembrar a última vez que me diverti de verdade, sem pensar nas consequências do amanhã. Meu pai e as reuniões dele que se fodam.
Bem-vindo de volta, Jungkook de 17 anos.
ᴛ ᴇ x ᴛ ᴍ ᴇ ᴀ ɢ ᴀ ɪ ɴ
Yonsei University,
5 anos atrás, 2025.
— Como assim não deixou? — Taehyung questiona, indignado. — Seu pai pode impedir vocês de casarem?
Bagunço o cabelo, frustrado. Nem queria ter vindo para essa festa, mas sabia que Dahyun viria, então teria uma chance de conversarmos.
Nós discutimos faz uma semana. Desde que começamos a namorar, essa é a primeira briga que ficamos tão bravos um com o outro, que nos ignoramos por sete dias seguidos. Quer dizer, ela me ignorou. Mandei mensagens e liguei várias vezes, porém a baixinha é uma chata infantil e não me responde.
— Talvez — bufo, irritado. — Ele disse que era um erro. Que deveria me casar com alguém da mesma classe social que eu. Ou seja, a filha mimada de um dos acionistas.
E foi justamente esse o motivo da nossa discussão.
Eu, finalmente, depois de quatro anos na felicidade e na tristeza, a pedi em casamento. Prometi que estaríamos juntos para sempre. Seu sorriso, os olhinhos brilhantes escorrendo lágrimas, o anel em seu dedo, a voz trêmula respondendo um "sim, amor" para mim; tudo isso está fresco na minha memória, apesar de ter sido há um mês.
Fui burro de anunciar nosso casório num jantar que preparei na minha casa, incluindo a família de Dahyun. Namjoon e os pais dela me deram total apoio, mas, é claro que teria alguém para estragar, e tinha que ser o filho da puta do meu pai.
Ele mentiu. Mentiu na frente de todos que eu já estava prometido para Gyul — a filha mais velha de um parceiro de negócios dele. Humilhou Dahyun, disse coisas horríveis que causaram uma confusão enorme entre nossas famílias. E agora, estou tentando consertar a situação.
— Vocês não podem vazar do país e pronto? Enquanto o chefão Jeon estiver por perto, não terá liberdade.
Gostaria que fosse fácil assim. Infelizmente, ainda dependo do dinheiro dele. Estou estudando e trabalhando, me esforçando ao máximo para ter minha própria renda, porém não é o suficiente. Preciso de mais tempo. Preciso, principalmente, que a Dahyun fique do meu lado e confie em mim.
Só vou conseguir se ela estiver comigo.
— Não posso, ele iria dar um jeito de me tirar de perto da Dah. Não quero me separar dela. Nunca.
— Você quem sabe — dá de ombros. — Falando nela, já a procurou?
— Nós conversamos um pouco quando cheguei aqui — bebo um gole da bebida na minha mão. — Ela disse que eu poderia levá-la para casa e a gente resolveria lá.
Acho que está tudo bem, ela precisava de um tempo para respirar. Eu sei que deve ser uma merda escutar do seu sogro que você é interesseira...
— Oh, entendi... A reconciliação será na cama?
— Tomara que seja — sussurro e ele ri.
Um vento frio arrepia os pelos da minha nuca. Estamos na varanda, pois Tae queria fumar — começou essa palhaçada recentemente.
A festa é de aniversário de um veterano. Ele convidou quase a faculdade inteira para ficar se achando o gostosão rico, só porque mora numa mansão gigantesca. Óbvio que a maioria veio; não é todo dia que um dos "populares" libera a festa para os outros anos, até os calouros.
— Bom — olho a hora no relógio de pulso e me desencosto do parapeito —, está tarde, vou procurar a Dah para irmos embora.
— Ela deve estar com a Yerim.
A música alta preenche meus ouvidos e causa dor de cabeça. Pego o celular para ligá-la, mas cai na caixa postal. Conforme andamos pela multidão de pessoas dentro do local, tento mais uma vez. De novo, não atende.
— Estranho... A Yerim e a Chaewon estão ali com o Jimin — Tae aponta para um grupo de universitários bêbados jogando Beer Pong. — Vou ligar também, se acalma.
eu
onde vc tá, sua tonta?
| 01:23 • ✓ |
Nem a mensagem está chegando... Será que ela foi sem mim? Estou ficando preocupado, não é costume seu sumir desse jeito.
Avisto uma garota que faz o mesmo curso de artes da baixinha e me aproximo. Pergunto se a viu passando pela porta da frente ou indo para o quintal, e ela conta que mais cedo Dahyun subiu para o andar de cima — onde ficam os quartos — acompanhada de outro cara.
Junto as sobrancelhas, confuso.
O Hoseok, talvez? Não, ele e Yoongi saíram há uma hora... Quem poderia ser?
Taehyung sobe as escadas atrás de mim. Nos dividimos para conferir, pois o corredor é longo e tem várias portas. Checo dois quartos vazios e um trancado. Ao encostar a orelha no fechado, ouço gemidos de mulher.
Definitivamente, não são os dela.
Sobrou apenas um quarto no fundo. Dou um toquinho antes e espio dentro com a porta entreaberta. Vejo Dahyun sentada na ponta da cama envolta por um cobertor. Solto um suspiro de alívio e entro de uma vez.
— Amor, você me assustou! O que está fazen...
Paro de falar, não entendendo. Meu olhar cai sobre um homem que não reconheço, deitado no outro lado e, aparentemente, sem roupas. Dahyun levanta espantada por me ver e eu percebo que ela também está seminua — usando só suas peças íntimas.
— Jungkook, eu...
— Por que não me disse que tinha namorado, linda? — o cara fala em tom de deboche.
Eu estou doido? Não é possível. Minhas pernas perdem a força. Sinto vontade de morrer aqui e agora. De todas as pessoas do mundo, por que justo você, Dah?
Abro os olhos, sobressaltado. Meu coração está acelerado e estou suando frio. As gotas escorrem pelo canto das minhas bochechas, indo para o pescoço. Sento no meio da cama, atordoado. A fronha do travesseiro ficou com uma marca de suor.
Droga, não paro de pensar em você, Dahyun. Por que não me liberta logo?
O relógio na cabeceira marca cinco horas da madrugada. Esfrego o rosto numa tentativa de livrar minha mente dessas lembranças perturbadoras. Fazia um bom tempo que não sonhava com o dia que ela me traiu. Até hoje, não sei quem é aquele cara e fico irritado para caralho em imaginar que seja ele o pai da garotinha.
De repente, as palavras de Yoongi revivem: "No começo, achamos que fosse você, mas não temos ideia".
Uma semana antes da nossa briga, Dahyun e eu transamos sem proteção... A gente vivia se arriscando e brincando que nada aconteceria, já que ela tomava anticoncepcional. Não é uma garantia cem por cento, mas funcionou nos quatro anos que namoramos, então para mim não tinha risco.
Puta que pariu, como não prestei atenção? Teria alguma chance de ser eu? Por que ela não me procurou? Porra, Dahyun...
Aperto os fios do cabelo, estressado. Terei que cancelar meus compromissos de amanhã. Não posso simplesmente ignorar, como normalmente faço com qualquer probleminha. Se ela for minha filha de verdade, preciso saber.
A merda está feita. É hora de esclarecer isso de uma vez por todas.
• ♡︎ •
capítulo maior e mais alegrinho pra vocês se acalmarem e n me mataremKKKKKKK taehy, jk e yg juntos pra causar novamente 🙌🏻
essa parte 1 do flashback é o da festa que aconteceu a traição da dah. o jungkook tinha pedido ela em casamento um mês antes, mas como vcs leram, o pai dele não aprovou... tem caroço nesse angu hm
prestem atenção nas mudanças de anos/linha do tempo da fic, senão vcs irão se perder!! e eu esqueci de colocar nos avisos, porém é tipo assim q eles estão atualmente:
jungkook corno pinguço heterorr (sem o piercing infelizmente, só o estilo do cabelo ok):
taehyung bi festinha maria fumaça:
e papai yoongi panTERA aurrr:
enfim, gostosos
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