Sentidos apurados

O som desagradável de ossos sendo partidos por algo extremamente afiado soava, o cheiro de chuva estava começando a irritar, pois do que adiantava o cheiro da garoa quando não havia um pingo caindo sequer?
Seungmin estava a beira de um colapso, a agonia do breu em sua frente, ao seu redor, a baixo e a cima de si, estava o deixando a um passo de enlouquecer.
Seungmin confiava perfeitamente no melhor amigo, porém sabia que se ele vise algo extremamente perigoso, a última coisa que faria, seria fugir, mas sim dar uma forma de salvar o amigo mais vulnerável.

O Yang era um livro aberto, S-seungmin o conhecia de có e salteado, não valeria a pena tentar contrariar o mesmo caso ele teimasse em levar o Kim consigo, mesmo em um caso de vida ou morte o Yang não desistiria do seu amigo para salvar sua vida e era isso que preocupava Seungmin.

– Algo preocupante? – S-seungmin questionou, ouvindo um murmuro como resposta, o medo de falar estava presente, se Jeongin não disse nada, talvez deveria manter-se mudo.

O som de algo sendo mastigado estava mais alto, conforme andavam, o som ficava mais presente, até o Yang parar brutalmente e simplesmente não mover um músculo sequer.
O Kim além de temer falar, agora também temia se mover. Era agonizante, desesperador, queria ver, precisava, o medo apertava em seu peito como um infarto, queria gritar, mas como se não sabia se tinha tal oportunidade?

– Tem... Uma criança aqui... – Jeongin sussurrou, o Kim franziu as sobrancelhas confuso, tentando entender como uma criança iria parar naquele inferno.

Talvez estivesse perdida? Com toda certeza que sim.
O olhar repleto de lágrimas, a garganta soltava ruídos, sinal de pavor, desespero e desejo de fugir, pelo tamanho, não passava dos cinco anos, o vestido rosa manchado de sangue e o rosto fofo sujo de lama.
Seungmin tremeu, queria ver, queria ajudar, mas estava tão assustado quanto o Yang, além de só saber que havia uma criança ali graças a afirmação do mais novo, pois sequer pensaria nessa possibilidade.

Jeongin olhou um pouco além, a visão da criança chamava a atenção, mas atrás da pequena havia uma sombra, uma sobra enorme, como um monstro invisível, que comia e mastigava as costas da sombra da criança, que gritava e chorava cada vez mais.

Era como se ela realmente sentisse a dor por cada vez que a sua sombra fosse atacada pelo ser invisível.
Jeongin tremeu, vendo o braço da sobra ser decepado e a criança gritou ainda mais alto, expondo sua dor, seus olhos sairam de órbita, seu corpo batendo de encontro ao chão, enquanto o sangue cobria o chão.
A criança estava intacta, mas seu braço sangrava cada vez mais.
A sobra da garota ainda estava em pé, sem braço, tentando sobreviver do monstro, quando a criatura "saltou" e atacou diretamente seu rosto.
A silhueta havia sido decapitada, o Yang engoliu a própria saliva a força vendo o sangue que jorrou do pescoço da garota caída e sua sombra finalmente havia sumido.

Jeongin não sabia o que fazer, olhando para cima, pode ver uma lâmpada amarela, pendurada sobre um vintage lustre antigo, como os postes de luzes que existiam nas ruas nas décadas de 90 e 80.
O Yang se abaixou, buscando uma pedra nas mãos trêmulas, ignorando as perguntas confusas do Kim sobre o silêncio da menina.

A pedra foi lançada contra o lustre, o breu tampou o caminho, não via mais monstro, não via mais criança, apenas o chão, vazio e limpo.
Aquilo estava o deixando cada vez mais confuso.
Afinal, aquilo tudo foi real ou não? Estava ficando louco!

– V-vamos... – o Yang sussurrou, puxando Seungmin consigo, conforme andava no breu, lembrando que aonde agora pisava, antes havia a menina morta, aquilo realmente não foi real.

As lágrimas pintavam seu rosto, enquanto mantia a caminhada, vendo que mais a frente, havia um portão, feito de barras firmes e curvas de ferro dourado, porém o ferrugem era notável, o bizarro, estava vendo aquilo perfeitamente bem, o lugares tava escuro, aquilo não fazia sentido.

Jeongin engoliu sua saliva, percebendo que isso se tornou um cagoete seu, uma mania.
O pavor se tornou tão presente nos últimos momentos de sua vida, que percebeu que o ato de demonstrar vulnerabilidade e pavor estava lhe entregando.

– Estou com medo... – disse o Yang, a imagem da criatura peluda com as costelas a mostra e a face distorcida estava o corrompendo, estava se lembrando do circo, aquele momento apavorante, enquanto via aquela criança, aquilo lhe deu uma sensação de dejavu. – A criança me lembrou de todas as mortes do circo... Estou com muito medo...

O Yang contou, se encolhendo em seu canto, buscando não tremer, enquanto o Kim esticava sua mão para frente, como não sabia aonde estava o amigo, então tentou ao menos achar aonde se encontrava, quando sentiu as grades grossas e a testura espeça da ferrugem.

– Um portão... Então era por aqui. Não precisa ter medo! – o Kim tentou soar corajoso, mas seus ossos estavam trêmulos, seu cheiro exalava o horror de sobreviver nesse absurdo, mas tentou, tentou soar o mais corajoso possível.

Mas a quem queria enganar? Estava mais apavorado que o jovem Yang... Dois medrosos no meio de uma tragédia em carnificina.

– Seung... O bicho... Do medo... – o Yang sussurrou, olhando para o outro lado do portão.

A criatura estava na forma humana, seu corpo foi praticamente jogado contra os espinhos do muro, o sangue escorreu de suas costas, mas a criatura gemeu, o corpo nú se ergueu, quando uma sombra rapidamente o alcançou, ambos se abraçaram naquele instante.
Jeongin tremeu, o rapaz ruivo beijava o homem da neblina, ambos pareciam inertes, em seus próprios mundos, enquanto o ruivo estava aceitando com que os espinhos adentrassr sua carne até se estabelecer em sua coluna.

– Meu doce Han... Eu queria tanto te levar para conhecer o mundo... – o Yang ouviu, sem entender como não perceberam sua presença ali.

O homem da neblina acariciou a face bochechuda do garoto sardento, no qual agora sabiam que se chamava Han.

– Know... Se não pode me mostra o mundo... Me leve para as estrelas... – a declaração romântica era bela, mas as pessoas ruins por trás de tais palavras causavam arrepios.

Jeongin queria vomitar.

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