O circo
– A magia... Está no ar... – voz soou pelo espaço, a escuridão não permitia que notassem de onde vinha, até uma única fonte de luz iluminar o centro do palco, aonde um rapaz de belos fios loiros e uma maquiagem leve em tom de rosa segurava o microfone, sua expressão era triste, como um adulto ao se desapontar com a vida – As bailarinas nas pontas de suas sapatilhas, possuem a magia do balé... Porém o circo, possuí a magia da alegria das crianças que os vêm... Mas... O circo dos horrores? Somos abandonados...
– Eu estou com pena dessa história... – sussurrou Seungmin no ouvido do Yang, que apenas concordou com a cabeça.
– Para compensar tanta magia que nos negam por pura negligência... O circo dos horrores nasceu, com intuito de tirar de seus pulmões o ar, arrancar as batidas de seu peito e quem sabe... Causar um bom pesadelo... Com vocês, o circo dos horrores! – a luz se apagou, o rapaz havia sumido, ninguém entendia mais o que viria a seguir.
A música havia diminuído, até o som do murmurar do público confuso passou a soar pelo local.
Jeongin por outro lado forçava a vista o máximo que podia, até o som de correntes soar, no início era baixo, comparado ao barulho da plateia, impedindo de que conseguissem ouvir o som tão baixo, porém com a aproximação, aquele som soava mais alto.
Um rosnado soou, como uma fera enjaulada, o que não era longe do que estava por vir.
A luz fraca iluminou mais uma vez o centro do circo, um homem de lindos fios laranjas e olhos castanhos encarava o público como se pudesse a qualquer momento saltar sobre seus corpos e devorar cada pedaço de sua carne.
Uma corrente prendia seus braços para trás, como uma algemas, havia uma corrente pequena também prendendo seus pés próximos, como os presidiários em uma cadeia.
Em seu pescoço havia uma coleira, o nome Felix brilhava em ouro, enquanto o último rosnado escapou de sua boca antes das correntes magicamente caírem de seu corpo.
Jeongin estava com medo, Seungmin segurava sua mão com tanta firmeza que poderia acreditar que teria seu braço arrancado, o garoto no centro daquele palco era assustador, mesmo que suas roupas fossem inteiras e belas, com o brilho azul de um circo, seus olhos eram estranhos, pareciam olhos de uma fera.
– Ele é bonito! – uma garota disse, sua voz ecoava por todo canto.
O som pareceu se propagar, até o rapaz olhar diretamente na direção da garota e rosnar.
Uma espuma branca descia por sua boca, pelos surgiam em sua pele, seus músculos pareciam crescer e seus ossos estalavam conforme o rapaz se contorcia em pé, quase como um zumbi dos filmes americanos.
O grito de dor que ele soltou foi agonizante de se ouvir, suas garras enormes e assustadores se prenderam contra o chão, arranhando o piso do palco que estava prestes a ceder devido ao peso excessivo do rapaz.
Um último chiado doloroso escapou da fera, uma criatura estranha, seus dentes eram afiados, possuindo um sorriso em seus lábios cortados e baba branca espumosa descendo do canto de sua boca.
Parecia como um tipo de urso comprido e mais musculoso, seus olhos eram enormes e afiados como o de uma fera, olhando para a mesma garota que agora não parecia o achar tão bonito quanto antes.
O Yang sentiu seu pulmão chiar, até perceber que estava esse tempo todo prendendo a respiração.
Seus olhos se arregalaram quando a luz se apagou o silêncio reinou, ninguém falava nada, o medo foi nítido a todos.
Quando a luz se ascendeu, aquela mesma fera estava no mesmo lugar, sequer parecia ter saído do centro do circo, enquanto em baixo de sua pata esquerda da frente havia um par de pernas e metade de um tronco, a fera rosnou uma última vez antes de lentamente se transformar em sua aparência humana e o corpo esmagado daquela garota aparecer do espaço aonde a enorme para havia coberto.
O sangue estava espalhado pelo chão, parecendo uma tinta a mais no tapete vermelho rasgado.
O ruivo simplesmente buscou sua coleira no chão antes de a vestir por vontade própria e se retirar.
O choque de realidade se desfez enquanto a atração sumia do palco e o grito desesperado dos acompanhantes daquela garota ecoava, acarretando numa série de caos, pânico e desespero.
– Temos que sair daqui...
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