Ele sabe

O Kim olhou a sua volta, haviam cinco rapazes e duas garotas próximos a sua fileira, que pareceram entrar em modo robô, eles sequer piscavam quando a névoa começou a os cobrir.

Lentamente a lógica passou a existir.
Se existiu o monstro da audição, o da visão e o do cheiro... Era óbvio que esse seria o tato, parte dos cinco sentidos, porém se existiam cinco sentidos, então esse não era o último monstro? Havia mais um?

O medo lhe cobriu, a névoa estava na altura de seu pescoço, quando apertou os olhos e se permitiu tentar relaxar.
Aquela névoa toda subiu ate alcançar o teto, quando tudo ficou tão branco que não era mais possível enxergar, os gritos de dor vieram como música tema do momento.
As duas pessoas que haviam tentado fugir foram mortas e o que mais dava medo, era o fato de não saber como que elas morreram, porém pelos sons constantes dos gritos desesperados e sons de pele sendo estraçalhada, com certeza não era uma morte indoloro e rápida.

– Eu sei... Eu sei que estão aqui... – sussurrou uma voz, era uma voz doce, afiada e ao mesmo tempo passava um ar intimidador, era tão aconchegante, mas ao mesmo tempo, tão frio, uma voz que era carregada do ar contraditório de sua própria existência – Vocês não podem ficar parados para sempre... Eu sei que estão aqui... Sei quantos são... Sei como são...

O Yang engoliu seco, quando parou seus movimentos novamente, apenas sentiu um dedo tocar em seu pescoço e uma respiração ofegante bater em seu ouvido.
Em uma outra situação, poderia obter um sério problema entre as pernas, porém mediante aquela situação aonde se encontrava, tudo o que pensava era em jamais mover um músculo sequer.

– Um único dedo... Um engolir de saliva... Não importa o que seja... É o suficiente... – o homem parecia gemer suas palavras, desaparecendo do lado do Yang antes de voltar sua atenção a pequena vibração da névoa.

Os sons de passos eram inexistentes, eles sequer parecia tocar naquele chão barulhento de madeira, quando a garota soluçou ao sentir a névoa fria em contato a ferida exposta, a risada sarcástica do ser soou.

– Tão nobres... Deixando a garota ferida sozinha para que morra... Me dá pena... – ele dizia ter pena, porém seus dedos tocando profundamente na coxa desmembrada da mulher que berrou em desespero não parecia condizer as próprias palavras – Eu deveria te cortar em pedacinhos e fazer todos eles mastigar a sua carne...

A mulher tremeu, gritando quando a mão do misterioso ser invadiu seu estômago em um único movimento, ela sequer via sua sombra, apenas a névoa branca e o respirar próximo a si.

– Creio que eu seja a criatura que mais conversou com vocês... Deveriam agradecer... Meu amável e doce Hannie não vai ser tão bom quanto eu... Ele irá amar desmembrar qualquer pessoa... – riu alto, uma risada doentio, que se extendeu a mais uma gargalhada quando a garota cospiu seu próprio sangue.

A mão do homem invadiu a garganta da mulher, seus olhos finalmente ficaram visíveis a loira, que a esse momento não pensava em nada além de implorar um golpe único de misericórdia.
Os olhos violetas batiam contra os olhos negros e refletiam o ódio que ele sentia, o brilho neon era de pura repulsa do que via, até a garota se apagar ao ser golpeada no peito.
Mesmo com a pele e a carne protegendo, seu coração não pôde evitar ser segurado com fúria e esmagado contra os dedos do ser, a névoa diminuía como se abrissem uma janela, a gargalhada satisfeita do homem era alta, enquanto de cima a baixo, as pessoas presentes finalmente puderam respirar.

O homem já estava no centro do palco, e pelos céus, ele era lindo, carregando os fios negros com fios de ouro encravados desde a raíz, seus olhos violetas eram mais opacos na luz da claridade, mesmo que em algum momento, alguém tenha jurado ter visto a iluminação neon daquelas orbes sobre a névoa.

O homem sorriu, desaparecendo como uma névoa fina e deixando para trás os rostos chocados e mais uma vez apavorados com as cenas agonizantes dos três corpos mortos, a garota que já estava com suas horas contadas e dos dois humanos tolos que correram quando começou a subir a névoa, desmembrados expalhados pelo chão.

– Audição, visão, olfato, tato... Qual o quinto? – o rapaz de fios negros, Jin, havia perguntado em alto e bom som, chamando a atenção dos outros presentes para si.

– Paladar! – gritou a garota de fios cinzas do outro lado da platéia.

– E como sobrevive a um ser que não gosta de paladar? – Seungmin perguntou – Eu... Só queria sair daqui...

– Eu também não sei mas... Apenas tente ficar atento... Vamos tentar entender...

Vocês podem estar se perguntando "como seria Han Jisung", porém a pergunta certa seria... "O que é Han Jisung" – aquela voz assombrava mais uma vez, a iluminação diminuía, surgindo apenas um centro focado pela luz e um rapaz de fios laranjas como o primeiro, surgia entre as cortinas.

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