Above all
Parte do capítulo será narrado em primeira pessoa e no final, saberão quem está a narrar.
Boa leitura.
Nesse lugar mágico e cruel, algumas pessoas possuem a sorte de morrer primeiro e outras possuem o azar de sobreviver, para no final, agonizar até o seu último suspiro.
Poucos são os que morrem sem sofrer, quantas pessoas que conhecemos, conseguiram morrer sem dor? Particularmente falando, nunca conheci alguém que morreu sem dor.
Quando eu morri, senti cada pedaço do meu corpo sendo devorado, senti meu interior ardendo, tanto quanto o exterior.
Quando eu morri, vi quem eu mais admirava, sendo deixado aos lobos, enquanto eu tentava não sofrer tanto, pois sabia que minha hora chegaria ali.
Quando eu morri, eu aceitei que estava morrendo, apenas... Não nessitava ser tão doloroso.
Mas não tem problema, eu não fui o único.
Quando eu vi pessoas boas morrerem, eu pensei em uma forma de ajudá-los, mas como o faria? Não conseguiria segurar monstros humanos em jaulas, os humanos sabem ser mais cruéis do que monstros enjaulados, famintos e maltratados.
Porém eu poderia mudar isso.
Pessoas boas mereciam uma morte boa, pessoas ruins, mereciam uma morte ruim, mas nem sempre conseguimos o que queremos.
As vezes pessoas boas também morrem de formas ruins, mas não tem problema, pois no final da vida, os mortais acreditam plenamente que existe um paraíso bom e amplo, ou um inferno cruel e quente.
Mas ninguém foi até lá para ver... Por isso, acredito que matando essas pessoas hipócritas, que dizem para superar suas perdas, pois eles estão em um lugar melhor... Essas pessoas podem morrer, e assim, ver o lugar melhor de perto.
É tão hipócrita... Ter medo de morrer, mas idolatrar algo que os quer mortos no tal paraíso... Tão falsos...
Por isso eu fiz cada um pagar... Tão tolos... Mas... Não era assim. Não era para ser assim.
Era para apenas as pessoas ruins entrarem no circo, mas vieram pessoas boas, eu não deveria permitir, mas... Minha curiosidade em matar alguém sorridente, estava me destruindo.
Depois de anos matando pessoas ruins, eu finalmente poderia destruir alguém que não era ruim... Alguém... Bom, puro e justo.
Mas eu me arrependo...
Eu deveria ter me escutado, deveria ter acreditado nas palavras do Bang, ele me disse que eles eram bons. Mas o que está feito, não tem como desfazer...
O corpo destruído descansava sobre o chão do nosso santuário, enquanto o outro, desmembrado, estava largado para os corvos.
Eles eram bons, porém apenas um conseguiria vir, e este seria o dono da chave.
– Hyunjin... – o meu doce e ruivo menino me chamou – Você não deveria...
– Eu estou concertando meus erros, meu pequeno. Não precisa ter medo. – disse ao ruivo, que ignorou, mostrando aquela linda feição séria e irritada, ele é tão amoroso... – Bang... Faça-me as honras?
O loiro se aproximou do falecido, beijando seus lábios em um selar apaixonado, já estou vendo o casal se formando, estou tão grato.
Em breve seriam mais um par, como Felix e eu... Como Minho e Jisung... Como...
Meus olhos se caíram sobre o Seo, o mais baixo olhava para o corpo desmembrado, parecia triste.
Ele não enxergava, mas sabia que o corpo estava ali, ele sempre soube.
Seu corpo se aproximou do morto, beijando seus lábios, como se tentasse o trazer.
Em anos, Changbin nunca conseguiu trazer alguém para nossa família, ele não consegue, pois não possuiu a mesma forma de morte que nós tivemos.
Estupro, Assassinato, Suicídio, Acidente, Doença, tantas formas de morrer, e entre todas... Changbin faleceu dormindo.
Ele sofreu cada segundo antes da morte e por isso nosso santuário o trouxe, de um país de distância, o deixando diretamente no centro deste labirinto mágico.
Ele estranhou muito cada um de nós, porém ele achava que conseguiria também... Tão inocente.
Enquanto o Seo tentava reviver um, Chan levantava o corpo ainda um pouco fraco, que lentamente se reconstruia, sem suas lembranças, sem sua personalidade, apenas... Ele.
Christopher foi um adolescente meigo, pena que o mundo não pensava o mesmo do rapaz, pois se de fato se importassem com ele, ele jamais estaria aqui.
Quando seu sangue estava diluído a água como suco em pó, já não haviam mais formas de voltar atrás e foi assim que devido ao seu suicídio, ele veio parar aqui, depois de mim.
O rapaz de fios castanhos e a franja rosa acordou, estava caminhando com o loiro, os dois deram as mãos, isso chega a beirar o romântico. Pena ser tão trágico... Eu sei bem sobre seus sentimentos, mas sinto muito garoto... Seu amigo não volta mais.
Mais um dizendo por assim, seria Minho, o terceiro a cair nesse espaço vazio, pois o quarto foi Changbin.
O famoso homem da névoa, o melhor mágico do mundo.
O rapaz sempre trabalhou em circo, assim como eu.
Porém enquanto meu corpo era desflorado em um lado, Minho aguentou o que viu calado do outro, mas uma hora sua hora chegaria e essa veio, com seu corpo tendo o quase mesmo final que o meu, sendo a diferença, que seu sangue espalhava sobre o chão do palco.
Quando ele apareceu, o circo dos horrores se tornou mais... Vivo.
Mas nada se compararia ao único momento aonde dois caíram.
Jisung e Felix, os irmãos Han.
Ambos moravam nas ruas de Paris, porém quando em um acidente, Jisung caiu nas águas profundas e jamais voltou, Felix procurou seu irmão, se afogando do outro lado.
Dois adultos esfomeados que não sabiam nadar.
Uma pena o final... Porém a continuação valeu cada segundo de assistir, pois eu pude assim ter o meu menino e Minho encontrou a sua metade.
Quando nasci, eu não sabia como, mas já possuía esse meu dom, eu sempre soube, eu conseguia trazer a vida qualquer pessoa que caísse nesse santuário, contando que nossa divindade o escolhesse também.
Assim nossa linda família se formou.
Passeando por cidade em cidade, com nosso mágico circo, ludibriando os burros e matando os podres.
Agora a família estava maior, com Seungmin.
O rapaz se tornaria lindo, como meu doce Felix e Jisung, os dois eram feras a ver com sentido de audição e medo, pois Jisung ouvia o medo, Felix ouvia os sons.
Agora Seungmin, ouvia seus pensamentos.
Seria difícil fugir? Tenho certeza.
Agora talvez entendam o motivo que meu sentido é o paladar, pois fui o primeiro a cair e receber esse dom.
Não seria difícil adivinhar, porém com tantas mortes, obviamente escolheriam se preocupar com as suas sobrevivências ao invés de desvendar algum mistério.
Deveriam aquietar o coração, se esconder.
Tão tolos...
Quando Seungmin passou por Jisung, inteiro, eu já sabia quem havia feito isso.
Christopher nunca aceitou que eu matasse todos, no caso, o rapaz sobreviveu graças ao loiro, que quando viram a tal ilusão que apenas Christopher consegue criar, o Kim, por estar cego, estava sendo protegido, enquanto Jeongin absorvia, não é atoa que teve visões estranhas depois... Aquilo era o sinal que eu precisava, para dar a ordem e acabar com todo aquele sofrimento.
Mas óbvio que não seriam os últimos.
Esperavam demais que acabasse assim... Ainda tem muita gente podre pronta para morrer por aí, mas não tenham medo...
Eu irei fazer questão de destruir cada um deles.
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