Capítulo 3

O resto do dia passei mostrando algumas coisas a ela, na hora de jantarmos, acreditei que assim que visse a mesa ela iria pedir para comer em outro lugar, mas por incrivel que pareça não, ela se sentou normalmente e começou a comer, a encarei completamente surpresa, nem mesmo o diretor daqui a se atreve a sentar nisto, vendo meu espanto ela deu um sorriso ladino e balançou as sombrancelhas em zique-zaque;

— O que você disse mesmo? “Digas com quem tú andas que direi quem és.”

— Está mexendo com fogo…

— Sério? — me olhou brilhando, logo balancei a cabeça em afirmancia com o mesmo que ela me proporcionou em meus labios. — Quer saber de uma coisa? Eu sempre gostei de me queimar.

Ali enxerguei um belo convite, sabia que poderia me arrepender depois, mas juntas sabia que iriamos aprontar muitas ainda.
Já estavamos todos em seus devidos barracões, claro que a novata estava comigo, nem morta deixaria ela no barracão dos Feg’s. Podem parecer inofensivos, mas depois de tantos deles que matei, não dúvidaria que algum deles fossem para cima dela querendo me atingir.

Deixei-a dormindo na cama de baixo, só para garantir que não ocorreria nenhum acidente envolvendo quedas e possiveis machucados. Isso é estranho para mim, nunca fui protetora ou zelosa por alguém, muito menos por um ser que acabei de conhecer, mas parece que não tenho controle, que mente e corpo se voltam contra meu raciocinio e decidem por mim, parece que a conheço há muito tempo.

— Aggy?

— Que porra de nome é esse?

— É um apelido! Acabei de criar para você. Gostou?

— Não! E não me chame assim nunca mais.

— Hum… Mas ficou tão fofo e gostei, criei para você.

— Argg. Tudo bem, mas somente e SOMENTE use isso quando estivermos sozinhas, ok?

Não entendo, mas é como se não fosse possivel ser grossa com ela.

— Tudo bem.

Estava de olhos fechados, com meu corpo começando a relaxar quando ela começa de novo.

— Aggy?

— Mais que porra. O que é?

— Você pensa que um dia vamos todos sair daqui?

Se ela que entrou hoje, tem minha proteção e já está louca para ir embora, imagine quem está aqui a vida toda.

— Sim, Galihr. Não sei como ou quando, mas prometo que vamos sair daqui a. Tudo bem?

— Hurum… Aggy?

— Que foi agora, meu saco?

Ela deu uma risada gostosa e fofa, que mesmo estando de olhos fechados, tenho certeza que fez suas bochechas parecessem com as de castores cheias.

— Eu não consigo dormir.

— Se ficar quieta logo mais vai conseguir!

— Não… Eu não consigo dormir, antes de… antes de…

— Antes de?

Abri meus olhos quando percebi sua voz embargada, virei meu corpo para o lado, para assim conseguir olhar para o beliche do lado oposto ao meu, do lado de baixo, encontrando-a encolhida.

— Antes… Antes de minha mãe vir…

Ela começou a chorar. Confesso que fiquei sem reação, claro que imaginei que ela estivesse se segurando desde que entrou para não chorar e lamentar a morte dos pais, mas a ver naquele estado fiquei inerte, sei que para muitos ver os pais serem mortos não é algo agradavel nem de longe, porém não é muita surpresa para mim e, é um tanto dificil saber o que fazer nessa situação.

— Hey. Calma aí, não precisa chorar. — disse me levantando e pulando da minha cama indo parar de frente a sua e ficar ajoelhada na sua frente. — Está tudo bem, ok? Você não está sozinha.

— Ela sempre vinha me ver antes de dormir, beijava minha cabeça, cantava ou recitava um poema enquanto me fazia carinhos. Eles nem sempre estavam comigo, viviam saindo e demoravam dias para voltar, nos mudavamos muito, mas sinto a falta deles.

Parece estranho dizer isso, mas, eu entedia ela não entendendo muito; claro que não sofri como ela, nem ao menos lembrava dos quem me fizeram, contudo, isso não fez com que eu não sentisse falta.

— Sei que isso não ajuda muito, mas você não está sozinha. E tenho certeza que seus pais tentaram te proteger ao maximo. Ok? Agora vamos se acalmar e tentar dormir. — disse tudo com uma voz mança, que assustou até a mim mesma, fazia caricias em suas bochechas, fiquei assim até perceber que ela já resonava tranquilhamente. Me levantei com calma, a cobri com o fino tecido corroido por traças e deixei um tapinha de leve em braço voltando assim para o meu canto e finalmente conseguindo dormir.

Assim como todas as manhãs, acordamos ouvindo as trombetas glaciais, logo pulei dos trilhos em que dormia e me apressei em me arrumar e logo em seguida acordar minha nova obrigação que dormia tranquilamente sobre os ferros, assim que terminei de calçar os coturnos me agachei a sua frente e passei a alisar seu rosto, chamando-a bem baixinho fazendo a mesma acordar sorrindo para mim e, involuntariamente, responde-la com um sorriso maior ainda.

Como podemos ter somente duas refeições por dias e era o segundo dia dela aqui, decidi deixa-la comer o café da manhã em meu lugar, assim, comeria o meu café, o seu almoço e jantar, enquanto ficaria até o jantar sem comer, mesmo dando uma de minhas refeições a ela e passar o dia sem comer, não me encomodei. E mesmo sem descobrir ainda o porquê dessa atração simultanea por ela e pelo bem-estar da mesma, sei que é meu dever.

Ajudei-a a entender melhor como as coisas funcionavam, principalmente as funções e deveres de cada um, por ser minha protegida e todos saberem a “lei” suas obrigações foram trocadas por mim com outro Feg’s, deixando ao meu lado, enquanto o outro ficou onde ela iria. Primeiro mostrei e fiquei ao seu lado enquanto ela fazia seus deveres e depois ela ficou ao meu enquanto fazia os meus, quando terminamos o solar já era forte e ouvimos a gargalha para comer, ao entrar no Cozer me pus diretamente a mesa e encorajei ela a seguir e pegar a comida, fiquei vendo ao longe seus movimentos e o dos que dela perto estavam, meu ar parecia espeço tanto quanto de alguém com fumaça no peito e isto só passou quando a mesma se sentou na mesa, ao meu lado.

— Não vai comer?

— Não. Estou sem fome, não se preocupe comigo e sim com você, coma e vamos logo.

Ela me olhou por mais alguns instantes até suspirar e dar de ombros. Enquanto esperava ela terminar de comer a gosma rosada, fiquei analisando seus traços, assim como antes, eram tão distintos, mas, ao mesmo tempo, parecido para mim, como se tivesse a visto por toda a vida.

Quando acabou a levei para o campo de guerrilha, mesmo não querendo, teria de ensina-la a se defender antes que um deles a desafiasse em uma luta, se fizessem isso não poderia ir contra, seria como mostrar ser covarde e ela morreria durante o sono, e possivelmente, eu junto.

Dei a mesma um par de coejos, bem laminadas e afiadas, facas como essas são fatais, onde quer que toque em seu corpo não tem como aguentar; com somente um corte em certeiro em seu braço, pode tira-lo fora, porém o que mais me preocupa foi que ao entrar no campo vi o jeito estabanado da mesma, assim ela poderá se machucar sem nem ao menos perceber.

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A foto do perfil é a Galihr  (como exemplo, fica na imaginação de vocês a deixarem como quiser)
Bjs de luz.

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