Capítulo 1

Estava caida após receber mais um golpe nas costelas, tentava respirar fundo enquanto sentia o formigamento tomando cada vez mais de mim. Enfrente a mim, estava Filipe, um dos mais miseráveis e sádicos soldados antigos, seu sorriso ironico me deixava com mais vontadede levantar e arrancar sua cabeça, porém a única coisa que pude fazer foi me virar apoiando as mãos no chão de terra batida e me erguer. Contudo, assim como os sovinas, o tolo soldado tentava se mostrar. Era só mais um dos muitos que se perdiam em minhas mãos, que enquanto se vangloriavam e pensavam em pissar em mim, já estavam sem suas cabeças.

Ele chutou minhas costelas no momento que estava de costas, tentando me levantar, logo depois pisou nas minhas costas e guspiu, me fazendo soltar um grunido.

— Cadê sua força agora? Em?Você não serve para nada, nem mesmo com essa espada, Pentelha.

Sua voz fez minha irá chegar ao ápice, minhas mãos esquentraram e logo tudo parecia em câmera lenta; me levantei e em um só movimento, pendendo minha arma para cima fiz um corte em seu antebraço direito.

— Vagabunda.

Ele com suas duas facas em mãos veio para cima de mim, mas em mim não havia mais nada; nada a não ser fúria.

Seus movimentos eram ágeis acertando meus braços e meu rosto com facilidade, mas também não o deixei liso, logo já havia feito um corte profundo em uma de suas bochechas, aproveitei — me do momento de distração do enquanto tocava em seu ferimento e o surpreendi por trás, forçando minha espada em seu pescoço e logo o vendo cair enquanto sangue jorrava de sua garganta e sua cabeça estava erquida em minha mão esquerda.

Virei minha espada com destreza me virando para os outros soldados que assistiam à disputa;

— Quem vai ser o próximo?

Além dos mais novos, ninguém realmente estava surpreso pelo que acabaras de ver, a lei era clara; sobrevive o mais forte, e mesmo sendo um soldado antigo, todos sabem dos resultados de uma luta comigo, de uma luta com Aghata, ou como conhecida por alguns; Adastreia.

— Já chega de show Adastreia, já à morta de mais para antes mesmo do almoço!

Fegbier, oficial aposentado do exército e diretor do Cast., o local onde filhos de rebeldes, lutantes contra o rei.

Seu sorriso me dá naseas, sua frase é como um mantra dos deuses, ninguém ouve, nem o mesmo já que sem dúvidas ele levará outros adolescentes para aforca pensando que ninguém repara. Mesmo assim não faço ou digo nada, a não ser virar mais uma vez minha espada e caminhar calmamente até ele e jogar a cabeça de seu antigo “amigo” em seus braços o deixando assustado e completamente enojado por perceber estar sujo de sangue.

Caminho a passos lentos pelo chão de terra vermelha, indo em direção adentro da prisão que chamamos de Cast, o local onde tudo e todos são suspeitos, até mesmo sua própria sombra. Fui diretamente para o Cozer, onde cozinhamos e fazemos nossas refeições, se é que podesse chamar aquilo de comida.

Possiciono a espada no colete das costas e continuo a seguir, logo entrando na fila e pegando um prato e um garfo, sem esperar muito ou nada, me sento na mesa do canto, a mesma e feita de pedras cerradas e ácido corroido, ninguém senta nela além de mim, não por não permitir e sim porque todos tem medo de chegarem perto de mim ou de se machucarem na mesa.

Embora a comida em si não tivesse gosto não reclavama, foram provavelmente um dos novatos que fizeram e até que esteja melhor que outras, mas claro que isso nunca falo, não falo com ninguém daqui a não ser extremamente necessário, uma palavra e pode desencadear sua sina. Mesmo não conseguindo aceitar o fato de ter que pagar pelos erros daqueles que me fizeram e que nem ao menos me lembro, não reclamo disso também, aqui aprendi a lutar e conseguir por meus proprios meios sobreviver, com certeza que se não estivesse aqui estaria há muito tempo no campo de lava; se aqui todos pensam ser o purgatório, lá é o verdadeiro inferno;
Lavas de vulcões descem todas as noites entre as montanhas tomando conta de uma boa parte da pouca vegetação presente no lugar, todos falam que é a luz de sangue fazendo seu trabalho, então, a cada doze horas; quando a luz nasce e se põe, são jogados cinco pessoas vivas dentro do vulcão como se fossem oferendas a um Deus.

Depois de comer, largo o prato de ferro e o talher dentro da talha e sigo para os barracões, ao chegar e subir a na beliche de aço velho recosto no trilho coberto por madeiras e trilhos quebrados. Aqui não a colchão ou cama de verdade, com armarios sem portas revestidas por madeiras, panos velhos e trilhos de ferro quebrado, não a cobertores ou travesseiros, mesmo assim, considero melhor que o chão de terra coberta por sangue e esterco.

Fecho os meus olhos tentando descansar antes de ser chamada para alguma tarefa, mas assim que minhas palpedras se encontram as imagens tornam a voltar;

Um homem rindo, se vangloriando enquanto vê mais um ser esquartejado, mas este homem já era diferente do outro, assim como os antes dele, este era de cabelos negros, pele amorenada e barba por fazer, ao canto da sala uma mulher parecia gritar por ele, enquanto o mesmo tentava se soltar, ela tentava fugir de um dos guardas que arrancava suas vestes e apertava seu corpo com um sorriso vermelho nos lábios. O homem sentado parecia se divertir, sorria com escário enquanto passava seu dedo indicador no queixo, até que depois do guarda acabar de usar a mulher na frente do moreno, o corifeu simplesmente levantar dois dedos de sua mão direita para trás para que a mulher seja empalada enfrente ao seu consorte, o mesmo já se debatia fracamente enquanto gritava e chorava olhando com dor a mulher agoniante no chão, os soldados se preparavam na sua frente para lhe atingir com uma arma, então ele grita algo que não consigo entender;
— Királyságod már tonkrement! On vége, az órok jonnek.

E então meus olhos são abertos, como de forma involuntária e me sinto jogada para fora da cama caindo diretamente no chão. Minha respiração está falha, procuro ar desesperadamente e então vejo que não estou sozinha, desnorteada me arrasto para o canto da parede, sem saber o que fazer ou quem é a pessoa coberta pelo veu negro, mas antes de conseguir dizer ou fazer algo sua mão é erguida e sua voz sai firme e grossa;

— A luz azul já está perto, protege-a! A era está proxima.

E então ele sumiu, como se nunca ouvesse ocorrido nada, estava tudo normal aos meus olhos extremamente abertos pelo susto, mas antes mesmo de minha mente começar a questionar algo, me levanto batendo as mãos suadas e tremulas nas calças, encosto minha cabeça na parede e me obrigo a respirar normalmente.
Para muitos isso é maldição de Zalar (cria dos anjos), mas isso acontece desde que sou pequena.

Embora tenha certeza que não são sonhos e nem mesmo fruto da minha mente pertubada,  não digo nada a ninguém, posso ser morta no mesmo instante e embora minha vida não seja lá grande coisa, ainda quero chutar a bunda de algumas pessoas.

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