Um - A nova estrela (é um saco).
Aquele era um grande dia.
Um recomeço. Um grande e novíssimo recomeço!
Outra manha agitada na casa Jauregui-Evans.
Todas as manhãs era assim desde que Lauren havia ido morar com sua tia Lisa e o seu tio Stephen Evans, no final do ano escolar passado. Seus pais precisavam viajar para o exterior a negócios e não queriam arrastar seus filhos com eles para um novo ambiente e sendo obrigados a aprender uma nova língua.
O pequeno Mike, claro, havia ficado em êxtase com a perspectiva de morar com sua tia e tio, que sempre foram suas pessoas favoritas no mundo inteiro, bem como Alycia. Que pelos padrões do menino, era a prima mais legal do universo. Já, Lauren, no entanto, tinha sido muito mais relutante para a mudança.
Na visão dela, mudar de escola significaria que ela teria que se restabelecer completamente na hierarquia social e encontrar química com sua nova equipe de futebol. Michael sabia que sua irmã talvez estivesse exagerando, porque, pelo que Alycia havia dito, todos na cidade já adoravam a sua irmã, e ela não teria problema para se enturmar.
De qualquer forma, aquele dia assinalava um grande marco para Mike. Era seu primeiro dia na escola nova.
Alycia, claro, não conseguia entender o porquê de ele estar tão empolgado, citando que: "Mike, o ensino médio são os quatro anos do próprio inferno, por que está tão animado?", porém Mike manteve a animação lá em cima. Nada abalaria seu dia.
O rapazinho havia passado todo o dia de domingo planejando a volta as aulas. Mas então no meio da euforia, esqueceu-se se colocar o despertador pra apitar. O que resultou na família acordando apenas trinta minutos antes do início das aulas.
Era uma zona de guerra.
Ambos os irmãos Jauregui, queriam fazer uma boa primeira impressão, por diferentes razões, mas no fim dava no mesmo e trinta minutos não era suficiente para algo assim.
Mike escapou das garras da morte, se esquivando da pequena briga entre Lauren e Alycia pela escova de cabelo. As duas convenientemente esqueceram que havia várias outras no banheiro. O garoto agradeceu a qualquer força da natureza que existiam pelos seus cabelos terem sido facilmente domesticado com as mãos. Dez minutos depois, ele pulava pelo corredor tentando entrar na calça jeans skinny pretas, que eram as únicas calças que se ajustavam em seu corpo magro.
Porém em sua pressa para sair de casa, ele esqueceu o sapato, que Alycia jogou na parte de trás da sua cabeça, causando-lhe uma queda para frente. Como resultado o garoto bateu em Lauren, que estava pulando em um pé tentando calçar suas botas. Ele franziu o cenho, esfregando a parte traseira da cabeça enquanto Alycia riu vivamente, encostada na porta da garagem tirando uma foto dos dois irmãos esparramados no chão.
— Vocês estão ridículos – ela zombou, segurando na barriga. – Eu vou chorar de rir. Ai! Mãe!"
—Pare de assediar seus primos, – a voz de Lisa Evans era baixa e imponente como sempre e Mike sorriu alegremente quando ela o levantou de cima de Lauren, sua irmã olhava a prima como uma assassina.
—Eu vou cuidar para que não matem uma a outra no caminho até a escola – O garoto prometeu sorrindo radiante de volta para a mulher geralmente estoica.
—Confio em você pra isso, – Lisa respondeu gravemente apertando uma mão no ombro de Lauren enquanto empurrava os dois na direção do carro de Lauren. Um caro Audi A7.
Lauren sabia que seus pais eram particularmente ricos. Ela também sabia que o carro era um prêmio de consolação, dado a ela como um pedido de desculpas pela falta que fariam durante um ano da sua vida, enquanto se afundavam em negócios. Apesar disso, Lauren ainda desejava ser como seus pais. Tão educados, charmosos e importantes. Por hora, o carro parecia fazer o seu dever de encher seus papéis em sua vida. E isso era muito bom...
— Eu deveria deixar você para trás. – Lauren provocou Alycia que sorriu irônica. Ela sabia que Jauregui nunca faria isso. Lauren era uma bravinha de bom coração.
Por algum milagre, eles chegaram a tempo. Era um significado claro que o ano estava começando. E começando bem!
Camila se esticou como um enorme gato e bocejou como se pudesse engolir o mundo.
—Bom eu não sei ao certo Dinah, – Disse Sophie, sua amiga. –Talvez duas. Não espere... Três... Eu não contei. – Completou com um sorriso, piscando os brilhantes olhos azuis.
A pequena cubana inquietou-se sugando o que ficou no fundo do seu copo de suco, causando um satisfatório barulho irritante. Sentadas na última mesa da lanchonete quase não eram vistas. Haviam chegado minutos antes, buscando um abrigo contra o calor que fazia na Califórnia. Um golpe de sorte conseguir um lugar pra sentar. À volta as aulas enchiam os corredores e cada espaço vago com alunos, principalmente os que tinham ar-condicionado. Agosto era um mês particularmente quente.
—Baby , – Dinah exalou, quando sentiu o toque em suas costas.
Normani concedeu um sorriso pras amigas antes de sentar-se à mesa, beijando o rosto de Dinah e depois os lábios. As duas não desgrudaram as férias todas, e não pareciam que fossem fazer aquilo agora. O namoro era recente, mas a paixão existia desde o primário, quando Normani salvou Dinah de um cachorro. Eram fofinhas, mas Camila não estava exatamente pensando nisso. Quem quer ficar grudado no calor? A cubana só conseguia raciocinar em como a pele dos namorados grudam e deslizam como gosma. ECA! Mil vezes Eca.
— Então, Mimi – Sophie fingiu casualidade mexendo nos brilhantes e invejáveis cabelos ruivos. – Ainda está saindo com o... Como era mesmo o nome dele? Joe...
— Juan. –Suspirou rolando os olhos. – E não, não estamos mais saindo.
— O quê?
—Exatamente. Não preciso disso no momento.
—De sexo? – Camila fuzilou Dinah com os olhos. –Acho que isso é exatamente o que você está precisando no momento.
Camila odiava profundamente quando o assunto passava dos "encontros de Sophie" para irem diretamente a, "com quem você está saindo, Camila?", o que acontecia quase sempre. Princialmente depois de ter terminado seu namoro com Nash Herrera. Parecia que suas amigas precisavam de uma resposta imediata que Camila não ia cair em uma depressão profunda. Camila, no entanto, estava 0 preocupada com isso.
—Normani não fica preocupada com seu interesse em minha vida sexual? - Provocou ganhando um tapa de leve da amiga.
—Sabe que príncipes encantados não existem, né? – A loira voltou a provocar, parando um segundo de beijar o rosto da namorada.
—Não estou à procura de um. Na verdade a última coisa que eu preciso no momento é de alguém exigindo a minha atenção por segundo. Vou...
—Focar nos meus estudos. – As amigas concluíram para ela a frase. Três vozes irritantes imitando a sua resposta padrão sobre convites de festas.
Sim, era uma frase batida, mas Camila precisava se esforçar ao máximo, cada dia mais. Seu sonho de ir para Juilliard estudar artes, não poderia ser consumido por nenhum tipo de relacionamento. Havia tentado equilibrar isso quando namorou um ano com Nash Herrera, e terminou participando de um triângulo amoroso equilátero. E ela gostaria de ter ficado sabendo antes de todos os habitantes da cidade.
—Ohh Mimi, por que matou a minha festeira? – Sophie se jogou sobre os meus ombros dramaticamente. Os cabelos ruivos roçando no rosto de Camila.
—Então hoje é o grande dia! – Normani exauriu como se tivesse acabado de contar a cura pra o câncer.
—Não entendo o motivo desse oba-oba com uma simples jogadora de futebol. – Ergueu os olhos castanhos lentamente já sabendo o que encontraria.
As três na mesa deram o mesmo tipo de olhar ofendido pra Camila, mas foi Dinah quem respondeu:
—Ela não é só uma simples jogadora. É a melhor jogadora do circuito Junior por três anos consecutivos, e já está na seleção sub-dezessete. Tem mais troféus que armários em casa pra guardar. Você faz ideia do que isso significa? – Camila abriu a boca pra dizer que não fazia ideia e nem se importava, mas Dinah continuou. – Significa que ela tem vaga em qualquer universidade do país e... Vai nos dar o troféu do circuito nacional esse ano, o troféu que esperamos a mais de 25 anos... Quer apostar?
Camila rolou os olhos pra o discurso inflamado da amiga. Era óbvio que Dinah decoraria tudo aquilo. Além de namorar Normani, que fazia parte do time e estava tão excitada com a possibilidade que mal conseguia se conter, Dinah era uma das lideres de torcidas e apaixonada por futebol.
O time de Alexander Maximus era o orgulho da pequena Clarita Priesty, uma típica cidade californiana de interior. Ainda que naquele momento o time colecionasse mais derrotas que vitórias. Parecia que o panorama estava prestes a mudar com a chegada da nova estrela, ou era isso que os fanáticos por futebol esperavam acontecer.
—Eu não vou apostar com você, Dinah. - resmungou levemente irritada. – Só queria que a pauta em todos os cantos não fosse essa tal... Laura... Luana...Lorena. – Provocou.
—É, Lauren!
Novamente a cubana cerrou os olhos fulminando as três amigas por corrigi-la, como se fizessem parte de um fã clube afetado.
—Tanto faz!
Não era que Camila odiasse futebol, ou qualquer coisa. Ela apenas queria que seu último ano no ensino médio fosse... diferente. Tolerável. Ela queria começar a sentir os dezessete anos que tinha. Desejava esquecer Nash Herrera e seguir em frente. Ela queria um ano livre de dramas com as melhores amigas, conversas sobre arte, música, as grandes faculdades e lugares que elas poderiam viajar para estudar e óbvio usufruir um pouco dos últimos momentos do ensino médio. Ela tinha controle de tudo, até a tal Lauren surgir.
Camila não queria falar sobre a nova "estrela". Uma garota, que nem havia aparecido na escola, e já era o assunto em todas as rodas de fofoca do universo. Quando a notícia que Lauren Jauregui estudaria em Alexander Maximus explodiu pela escola. Cada aluno, pai e membro do corpo docente ficaram admirados com seus feitos. Eles ouviram histórias, a viram competir, principalmente, quando ela aparecia anualmente pra massacrar a escola.
Essas pessoas tinham trabalhado duramente para elaborar mitos e lendas sobre suas habilidades, sua vida familiar, de onde ela vinha... até o que ela comia, ou o que tocava em sua playlist.
Essas estórias corriam de uma maneira que deixava Camila profundamente irritada. Como se a tal Lauren fosse uma deusa ou muito próximo disso.
Infelizmente para Camila, ela não uma apaixonada por futebol como a maioria na escola e cidade. Ela não conseguia aceitar a ideia de idolatrar alguém só porque ele é bom chutando uma bola. Isso é idiotice, dizia a plenos pulmões.
E não, Mila não estava esnobando os feitos de Lauren, como Dinah havia insinuado quando elas rumaram pra sala. Ela só... não conseguia entender toda a hype.
Então ela viu Lauren Jauregui, pela primeira vez...
Não foi como se tivesse abalado sua vida, ou qualquer coisa assim.
Não foi como se o tempo tivesse congelado e ela tivesse deixado de ouvir a cacofonia da conversa entre suas amigas, ignorando-as pela primeira vez, talvez a primeira da sua vida.
Não foi como se as luzes fluorescentes da classe revelassem uma deusa, com mechas marrons escuras, emoldurando um acinzentado rosto angelical.
A sua já conhecida falta de habilidade com a gravidade, obrigou Camila a derrubar seu caderno, no maior clichê da vida, bem na passagem de Lauren. A morena usava botas e o mais atraente jeans skinny que Camila já havia visto, levando até uma camisa apropriadamente apertada e uma jaqueta do time de futebol que completou a sua imagem de fodona.
OK, talvez tenha sido tudo assim. Mas Camila se fez jurar, milésimos de segundos depois, que nunca admitiria, Piorou em voz alta.
Então, em sua pressa para sair da mesa e pegar o livro, os dedos dela roçaram em mãos delicadas, com um único anel em forma de pérola no dedo. Seus olhos foram dos anéis frios até os olhos verdes, e ela congelou.
Dois imensos olhos verdes como intensos jardins, brilhantes e escuros simultaneamente, avaliando Camila antes que ela conseguisse reunir coragem pra falar. Os lábios de Camila abriram, mas as palavras não saiam de sua boca. Ela não tinha certeza se era bom ou ruim, porque tinha certeza que se tivesse sido capaz de inventar alguma coisa, teria sido algo estúpido, ou embaraçoso.
O silêncio, no entanto, foi uma glória de curta duração.
—Você deixou cair isto? – Lauren Jauregui se levantou, ficando de pé. Camila imitou o movimento, enquanto Lauren passou o caderno de esboços de volta para ela.
Jauregui desviou o olhar, e então voltou a olhar pra ela, com as sobrancelhas esculpidas levantadas no que só poderia ser descrito como um olhar expectante. Ela olhou para seu pulso, onde Camila viu um brilho negro e dourado do relógio, transmitindo o tempo, e os olhos de Lauren se arregalaram ligeiramente, quando ela percebeu que a sala estava se enchendo rapidamente.
—Uh. - Camila enfim respirou. – Obrigada. Camisa legal.
Camisa legal? Uma voz irônica repetiu dentro da sua cabeça um segundo depois. E Camila desejou que o chão se abrisse e ela pudesse pular dentro de um buraco. Beeeem fundo, por favor.
Lauren lhe respondeu com um rápido sorriso. Arrogante, convencido, mas... deu a ela algum tipo de sentimento elétrico. Percorrendo-a como frio. Com aquele sorriso ou falso sorriso, Lauren Jauregui virou-se e sentou-se diretamente em frente à Camila, embora houvesse muitos disponíveis atrás ou ao redor dela.
Camila lutou contra o impulso de franzir a testa.
Inclinou-se de volta para a sua carteira e olhou para cima em direção à frente da sala movimentada. Nenhum professor à vista.
— Camisa legal. – Ouviu Dinah sussurrar aos seus ouvidos com um risinho. – Parabéns, nota 0.
— Nem uma palavra sobre isso. – Implorou. – Eu pago...
Camila respirou profundamente duas vezes, tentando dissimular os seus pensamentos. Aparentemente, ela não conseguiu esconder suas bochechas coradas.
Os olhos de Sophie se iluminaram nas feições de Camila, um sorriso afetado surgiu em seus lábios.
— Parece que a Mimi arrumou um crush. E que crush...
Dinah sorriu.
— Estranho não vejo o Nico aqui.
Camila revirou os olhos, afundou-se ainda mais em seu assento, rezando pra que Lauren fosse surda.
— Não gosto do Nico, não assim. Desistam.
A ruiva inclinou-se pra dar um soquinho no braço da amiga.
— Espero que não. Você seria uma péssima cunhada.
Mila fingiu-se de ofendida.
— Ei! Em primeiro lugar, eu seria uma cunhada maravilhosa. Em segundo lugar, eu sou fabulosa, quem não quer namorar comigo? – Dinah deu um tapinha fraco no braço da amiga, quando percebeu que aquele discurso era seu.
— Não roube minhas frases, senhorita "camisa legal".
Antes que a cubana pudesse protestar, a porta começou a abrir, revelando a forma perfeitamente esculpida de Anabeth Thompson, a professora mais interessante que Camila já teve sorte de ser lecionada.
— Pare com esse olhar apaixonado, Cabello. – Camila tirou os olhos da mulher à frente da sala e olhou feio para Dinah.
Ela suspirou, antes de virar a cabeça mais uma vez pra olhar Anabelle, que estava apresentando Lauren Jauregui para o resto da sala.
Como se alguém já não soubesse quem ela era. A garota era o único assunto. Era sempre "Lauren Jauregui isto" ou "Lauren Jauregui aquilo".
Sinceramente, era enlouquecedor.
Mas lá no fundinho, já não era tão ruim assim.
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Até mais, amiguinhos.
Lembrando que essa fic eu vou atualizar no próximo sábado, ou eu posso voltar antes. Não sei ao certo.
Bjjs
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