Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Camila estava tendo um sonho bastante agradável. Quando sentido o peso dos braços de Lauren puxando-a mais perto. Era uma manhã fria de Dezembro, o ano estava a um ponto de acabar, mas ela não se lembrava de uma época que se sentisse tão plena. As noites cheias de luxúria e promessas de amor e as manhãs calmas sentindo o peso do cheiro de Lauren e sua áurea em uma conjuntura perfeita
O relógio do lado da cama iluminava o quarto precariamente o bastante para Camila lembrar que não deveriam dormir até aquela hora. A volta de Lauren aos campos era aquela noite, e depois de tantas batalhas Camila estava tão ansiosa quanto ela.
— Mi amor. – Sussurrou aos ouvidos da namorada carinhosamente. – Laur, você precisa levantar, é quase meio dia...
— Hmmmm...
Lauren resmungou e virou de costas para namorada, cobrindo o corpo mais uma vez.
— Lauren... – Camila insistiu cutucando sua cintura, porém a namorada continuava dormindo profundamente. – Lauren, é sério... Normani vai te matar!
A convivência nos traz lições valiosas e Camila sabia que Lauren não ia levantar tão fácil, a menos que ela tomasse medidas drásticas. Aproveitando que estava livre dos seus braços, ergueu o corpo só um pouco para cima e pegou um copo com água bebido pela metade sobre a escrivaninha do quarto.
— Bem, eu tentei.
Assim que a primeira gota de água caiu sobre o rosto da jogadora, ela deu um grito que foi ouvido por toda a casa. Lauren pulou e caiu de bunda no chão, enrolada em seu próprio lençol.
— CAMILA! – Xingou enxugando o rosto. – Eu vou te matar! Argh! Eu to toda molhada! – Lauren sacudia as mãos em uma cena dramática.
Camila esperava Lauren em cima da cama, rindo gostosamente. A cara de raiva de Lauren deu lugar a um suspiro apaixonado, quando ela teve tempo suficiente para notar em quão linda ela era. A franja caindo sobre seu rosto, e as mechas do cabelo enorme indo até seus seios, as marcas dos beijos mais fortes deixados pela sua boca em seu pescoço e seios, o sorriso contagiante e os olhos castanhos fumegantes como lava.
— Eu tentei te acordar sem ser drástica. – Justificou-se Camila dando de ombros. – Por que está me olhando assim?
— Porque você é linda.
— Conte-me uma novidade, Lauren.
— Convencida. – Lauren rolou os olhos pulando sobre ela, arrastando a namorada junto com até o chão do quarto, as duas começaram a rolar, brincando para ver quem conseguiria ficar por cima. Até que Lauren roubou um beijo da namorada, e Camila reagiu tapando a sua boca com as duas mãos.
— Lauren eu não escovei os dentes, eca. – Tentou fugir de outro beijo da namorada, mas Lauren segurou seu pulso a prendendo-a sob seu controle.
— Eu gozei na sua boca...
— Dios, cale-se!
Continuaram naquele joguinho até cansar. Camila acabou deitando sobre a namorada. De corpos nus unidos, e Lauren em um carinho delicado com os dedos, alisando os fios se sedosos do cabelo da namorada.
— É bom acordar com você, amorzinho. – Disse Lauren pouco depois, beijando o rosto de Camila até ela sorrir.
— Dormir? – A voz roquinha se aproximou de seu ouvido. – Eu não durmo aqui, Lauren. Eu passo a noite.
— Em minha defesa, se você não tivesse me atacado nós teríamos dormido...
— Ei, baby, bom dia. – Murmurou Camila, sem dar atenção a Lauren assim que notou que Gracie levantava de sua cama de almofadas e com curiosidade correndo em direção as duas, com as pequenas patinhas tocando o piso. – Acho que ela está com fome. Você tá com fome, mi reina? – Sussurrou com voz de bebê para o cãozinho.
— Eu também estou, mas ninguém liga.
A cadelinha se aconchegou entre elas duas e se curvou para dormir. Os olhos de Lauren brilharam vendo a si própria naquele chão, tendo Camila e a Gracie lado a lado, parecia algo muito próximo de felicidade absoluta. Algo muito próximo com o tipo de amor que ela sempre pensou não existir além da ficção.
— Eu amo tanto vocês duas que sinto vontade chorar. – Lauren piscou para evitar o acúmulo de lágrimas nos olhos.
— Eu também amo vocês duas, mi amor, não seja boba. – Beijou o rosto da namorada. – Não chore... Você precisa estar 100% para esse jogo, para mostrar a todos como é grandiosa e essa lesão só te deixou melhor.
Camila enterrou o rosto no pescoço de Lauren, murmurando rapidamente.
— Precisamos levantar. Prometi buscar Sofia para ver seu jogo e você precisa se concentrar. – Lauren franziu o cenho, mas Camila balançou a cabeça antes que ela pudesse falar. – Aproveite para me beijar agora. Porque você não vai poder me beijar assim com meu pai assistindo tudo da janela da cozinha.
Lauren ficou levemente chocada em ver Camila falando daquilo de maneira tão leve e sorriu, cobrindo as bochechas da cubana com as mãos.
— Eu trocaria esse jogo por uma tarde com você. – Lauren murmurou. – É esquisito, porque nunca pensei que pudesse existir algo que eu amasse mais que jogar futebol e olha pra mim. Eu amo estar com você, amor. Quero estar com você para sempre...
—Não fale de pra sempre, eu sinto que essa palavra é cármica. – Disse Camila, fazendo uma careta adorável.
— Seu lado cínico para o amor mais uma vez se mostrando.
— Eu amo a sua presença, mi amor. Amo sua maneira de me amar. Amo como seus olhos caem em mim quando estamos rodeadas de gente e isso me captura nos prendendo em nossa bolha. Eu amo a maneira que você fala e defende suas ideias e sua mente. – Falar do seu amor a deixou com a voz embargada, mas ela continuou. – Eu amo seu gosto musical e em como você sempre dividir isso comigo. Eu amo quando você me chama de "Camz", porque é algo que me faz exclusiva. Eu amo quando você me chama de Camila. Por que mostra que você gosta da minha parte humana, a parte que erra e que não está preparada para o mundo. Eu amo como você fode comigo, no bom e no mau sentido. Pra sempre é um conceito inventado, dentro de todas essas coisas que você me deu, o tempo é irrelevante.
— Eu te amo tanto.
— Mírame.
— Sabes que esos ojos son sólo suyos.
— Se tivesse falado em espanhol comigo na primeira vez que nos vemos, estaríamos juntas desde o primeiro dia. É sexy!
Lauren sorriu timidamente, erguendo o corpo em direção a namorada. Encostou as bocas levemente, roçando uma na outra. Sorriram ao mesmo tempo, e continuaram sorrindo enquanto se beijavam.
Por que demoramos a perceber que a melhor coisa sobre o amor é sua presença constante? Que estar com quem se ama é a base extra de qualquer relação e ter presença é o que faz um amor inesquecível, mesmo que em dias esse amor seja curto?
Lauren beijava Camila e em sua boca sentia saudade. Não era do seu feitio estragar momentos como aqueles com seus medos acerca do futuro de ambas, mas ela tinha sempre a sensação que estava dando adeus. Mesmo que estivessem tão próximas, a ponto de ouvir seu coração reagir a ela própria.
O caminho para a casa de Alejandro foi feito entre beijos e carinhos delicados das namoradas. Elas eram muito boas naquele negócio de romance, ninguém pode negar. Quando parou o carro na frente do residencial, Camila notou o olhar relutante da namorada.
Lauren fez um movimento para sair, para abrir a porta de Camila. Um hábito que tinha, mas que foi interrompido pela namorada. Camila sacudiu a cabeça, puxando o pulso de Lauren, apreciando o modo como a luz do carro refletia o rosto de Lauren, que estava envolto na escuridão daquele dia frio.
— Eu acho melhor não brincarmos com a sorte, – Lauren assentiu. – Estamos praticamente na casa dele e-
— Eu entendo e meu rostinho agradece.
— Não faça piada com isso, Lolo. – Lauren não deixou que a namorada completasse sua fala. Camila assentiu, inclinando-se para segurar as bochechas de Lauren, lhe dando beijos suaves e leves. Ela suspirou contra seu beijo, suas mãos deslizando para trás alcançando a sua bolsa nos fundos do carro.
— Nos vemos no estádio? – Lauren respondeu qualquer coisa contra seu pescoço, pressionando um beijo forte lá – Se você me deixar mais marcas eu vou te matar. Eu gastei quase toda minha base para esconder os que você fez ontem a noite. – Camila murmurou, enquanto abriu a porta do carro.
Quando saiu do veículo se arrepiou com o ar frio que transitava na rua, decorada por uma camada fina de gelo, produzido pelas temperaturas baixíssimas dos últimos dias. Aquele frio na cidade não contrastava em nada com o clima quente da cidade texana. Tinha que significar alguma coisa.
— Camz? – Uma voz chamou de dentro do carro.
A cubana virou-se e encontrou Lauren sorrindo pra ela. Ela já sabia que não era nada demais, mas amava aqueles momentos da leveza do amor. Lauren não era seu primeiro amor, mas ela fazia parecer como se fosse, cada sentimentos era novo e se repetia de maneira diferente todos os dias.
— Eu esqueci de dizer que te amo.
Os olhos de Camila se arregalaram e ela correu para se aproximar da janela do carro e dar um último beijo nos lábios da namorada enquanto empurrava a morena divertidamente para dentro do carro.
— Eu te amo mais.
Os olhos de Lauren brilharam e Camila brilhou em igual intensidade.
Depois que o carro de Lauren virou a esquina da rua, toda a aura de amor doce, foi lentamente se dissipando. Sem Lauren para ser dona de todos seus pensamentos, Camila já podia se preocupar com o fato de estar indo para mais um encontro com seu pai. Era o primeiro desde que se viram no dia de ação de graças, e única e exclusivamente, por causa da sua irmã. Não queria que Sofia de maneira nenhuma pagasse pelas escolhas erradas do seu pai. Não deixaria que os erros dele refletissem em quem ela era. Independente de quantas vezes ela precisasse passar sobre sua personalidade.
O apartamento que eles moravam era um dos prédios disponibilizados pela prefeitura para pessoas com uma renda muito baixa. Haviam pichações por todos os lados, vozes altas e sons confusos.
Mila suspirou, insuflando coragem para dentro dos seus pulmões, então bateu à porta. Da janela de vidro, com um buraco enorme, um vento frio, castigante entrava.
Camila ficou surpresa quando viu seu pai diante dela. Precisou de um segundo para se recuperar da figura cansada e dos olhos sem expressão que a encarava. Seu lábio puxava para cima, em uma clara tentativa de sorriso, como se ele tivesse esquecido-se de como fazer aquilo naturalmente.
— Oi. – Disse ela. Ainda estava em choque.
— Você demorou, achei que não viria mais. – Seu tom era quase casual, pena pra ele que Camila não estava com paciência para casualidades.
— Eu costumo cumprir as coisas que prometo.
— Vamos abaixar as armas, mija. Ok?
— Não existem armas de pé, é só uma frase. – Ela esclareceu e seu pai assentiu, o que não impediu ela de continuar falando. – São seus erros que fazem você achar que estou falando de você.
— Indiretamente está.
— Não mando indiretas, pai. Onde está Sofia?
— Está terminando de organizar as coisas dela. – Ele entrou na casa, e mesmo que Camila não estivesse muito afim, ela o seguiu. E Alejandro prosseguiu falando na língua nativa dos dois. – Ela não dormiu desde ontem, só fala sobre esse jogo e em você...
Camila não estava mais prestando atenção no que seu pai dizia, porque seus olhos foram diretamente a algumas garrafas de bebida jogadas aqui e ali, pelo armário da cozinha. Sentiu mais uma vez dentro dela alguma coisa morrer. Que tipo de pessoa seu pai tinha se tornado?
Alejandro parou na cozinha/sala e recostou-se na parede, cruzando os braços.
— Então...Ela estará lá? Vocês são uma espécie de...
— Namoradas. – Camila fez questão de concluir. – E sim, ela estará lá.
— Não sente vergonha?
— Vergonha? Você só pode estar brincando comigo. Por que eu sentiria vergonha de alguém que me ama e me respeita? Uh? – Lembrou-se de Sofia, provavelmente ouvindo tudo no quarto ao lado e acalmou-se, ou, pelo menos, tentou. – Eu não vim falar da Lauren, e eu não estou interessada no que você pensa sobre ela.
— Espero que cuide para que sua irmã não veja suas... demonstrações físicas de carinho, ela só é uma criança.
Camila riu sem qualquer humor, sentia vontade de rir e quebrar alguma coisa de preferência contra sua cabeça.
— Minha irmã vê muita coisa que ela não deveria. – Puxou uma das garrafas largadas na pia cheia de pratos e estendeu na direção dele. Notou em como ele desviou o olhar do dela e engoliu em seco. – Já que estamos falando de coisas que os dois julgam inapropriadas, agora é minha vez: Você está se tornando um alcoólatra?
— Eu só bebo as vezes.
— Às vezes? Saiu do emprego, está morando nesse lugar, será que consegue uma vez na vida pensar em suas filhas? Pensar nela? A Sofia é uma criança, e infelizmente ela precisa de você.
— Você me odeia. – A voz do seu pai foi branda, mas carregada de sentimentos.
Cabello podia sentir dentro de si que em meio aquele tom existia vergonha e medo. O homem sonhador se tornava lentamente um homem derrotado. O homem que nunca teve coragem de criar laços porque era egoísta. Era esse homem que devorava seu pai de dentro pra fora. Era esse homem que Camila odiava.
Sua constatação foi interrompida pela presença de Sofia que saia saltitante do quarto, com uma pequena mochila rosa nas costas.
— Kaki? – Sua irmã correu, lhe abraçando pelas pernas e rindo quando Camila beijou no rosto. – Eu pensei que você não vinha!
— Eu te prometi, lembra?
— Onde está a Lauren? – Alejandro trocou um demorado olhar com a filha. Algo oculto detrás daqueles olhos escuros, algo que ele não teve coragem de dizer, mas quis. – Eu pensei que ela viria.
— Ela foi concentrar com o time, estaremos com ela em breve.
— Eu preciso agradecer a ela pelo kit de química. Como ela descobriu que eu quero ser a maior cientista do mundo todinho duas vezes?
— Não faço a menor ideia. – Camila fingiu dando de ombros. – Eu acho que ela tem poderes mágicos.
— Ela é uma vampira! – Arregalou os olhos como se de fato acreditasse nisso.
— Eu também acho.
— Eu tenho um presente para você e ela. – Sofia enfiou a mão dentro da jardineira rosa que vestia. Retirando ansiosamente do bolso duas folhas um tanto amassadas de papel. – Não está tão bom quanto os seus, mas eu vou treinar todos os dias para chegar perto.
— Está ótimo, mija. – Seu pai assegurou, pegando a filha no colo e lhe dando um beijo encorajador. Camila foi tocada com o que viu.
Se enxergou com a mesma idade de Sofia, ela refletida na atitude da irmã. Sentiu saudade de ter aqueles braços em volta dela. De ter o homem que lhe ensinou tudo que sabia sobre arte, ao seu lado dia após dia. Imaginou se ele teria ensinado qualquer coisa de bom a sua irmã. Se Sofia teria visto alguma vez o lado mais bonito do pai dela, algo que Camila viu muitas vezes em sua infância. Alejandro parecia distante, como se as rugas em seus olhos o deixassem quase um ser irreconhecível.
Quando Camila segurou a folha entre os dedos e viu o desenho, foi inevitável erguer os olhos e encarar o pai. Era uma família, constituída por Sofia, Alejandro e Camila. Simplesmente isso, ou tudo isso. Lembrou-se de quando era criança, lembrou-se de quando ele a pegava pela mão e a levava para seus lugares favoritos, quando a ensinava a arte e a música, e em como seus olhos estavam sempre carregados de luz. Porém, olhando-o perto, percebeu que ele já não possuía luz alguma.
— Acho melhor irmos, Sofi. – Disse ela. Verdadeiramente estava exausta de ficar naquela casa, diante da presença do seu pai. Pegou na mão da irmã e se virou para Alejandro. – Eu trago ela amanhã pela tarde. Até mais.
— Mija... – Ao chamado do seu pai, Camila virou-se e ele continuou falando. – Eu tenho algo aqui pra você. Deveria ter lhe entregado no Natal, mas como você não quis me ver de jeito nenhum, eu... – Ele estendeu pra ela um colar, um colar mexicano, com detalhes em pedrinhas de todas as cores. Era uma peça muito bonita. – Eu comprei esses dias, é artesanal, do México.
— Eu...
— Não seja cabeça dura, carajos! É só um presente.
Camila olhou para o lado vendo que sua irmã, encarava sua ação com a mesma expectativa que seu pai tinha nos olhos. Suspirou e aceitou o presente, sorrindo para a irmã e mantendo o sorriso para seu pai.
— Obrigada, é muito lindo.
Seu pai assentiu satisfeito e ela insistiu em olhar para ele buscando mais uma vez algum sinal de reconhecimento naqueles olhos. Não tinha nada.
Camila sabe que o seu pai não existe mais dentro daquele homem, isso deixou o caminho livre pra ela desistir dele também.
Na avenida principal de Santa Clarita, havia mais problemas precisando ser resolvidos, enquanto o Audi cortava as ruas em uma velocidade baixa, e Oásis tocava dentro do carro, condicionando a trilha sonora daquele dia frio. A metade jovem da família Jauregui-Evans estava dividindo suas inseguranças na tarde fria.
— Você não pode simplesmente ignorar a existência desse tal Joe? – Alycia rolou os olhos xingando baixinho. Sempre Joe, o maldito playboy que parecia estar em todos os cantos.
— Como? Sério, Einstein? Como eu vou fazer isso se minha namorada o convidou para passar o ano novo conosco na praia?
Lauren parou o carro no sinal e ponderou o que ouviu. De fato, ela tinha que admitir que não saberia lidar com a presença de alguém claramente interessado em Camila. Podia entender, Alycia.
— Então diga isso a ela, você passou tanto tempo com medo de compromisso que está desparafusada.
— Eu não vou lhe dizer o que tá desparafusado, sua vadia. – Alycia rosnou defensivamente. – Eu não tenho medo de compromisso. Eu estou sendo fiel...
— Isso não é um favor que você faz pra ela. – Retrucou Lauren. – É sobre caráter.
— Olha só... A pessoa que traiu a namorada por meses querendo me dar lição de moral. – Devolveu a loira.
— Não precisa bater tão forte, querida. – Lauren zombou de Alycia. – Escute, abstraia esse Joe. Sua namorada está sendo fiel, se continuar com essas paranoias foderá o namoro de vocês. Você quer isso?
— Eu não, mas ele quer. O canalha fica rondando-a, chamando-a de bela. – Alycia deu um tapa contra sua própria perna. – Ele é todo educadinho e almofadinhas, com aquele maldito bigode do mindinho. Sério, qualquer dia desses eu vou oferecer a ele uma lâmina de barbear. É insuportável, é simplesmente um saco!
— Confie em sua namorada, Alycia. – Ponderou Lauren. – Se por acaso ela vacilar, quem paga a conta é ela. Ok?
— Eu juro pra você que eu estou ficando no meu limite – Por um momento Alycia parou de surtar e olhou o primo quieto nos fundos do carro. Quase tinha esquecido que ele estava ali. – Você não tá achando o nosso baby meio caladão?
Lauren suspirou, sim, ela já tinha percebido. Mike estava a evitando, dando respostas curtas às suas perguntas. Talvez fosse a crise da adolescência, mas seu senso de proteção gritava que tinha algo mais. Algo que ele estava escondendo dela.
— Precisamos ficar de olho nele. – Alycia pontuou.
— Talvez seja porque ele está apaixonado.
— Ele não parece apaixonado... – Lauren novamente o encarou pelo espelho do carro. – Parece... triste?
— Deixe com o centro de investigação, Alycia Evans. Agora você precisa focar no jogo.
— Você seria imprescindível no jogo de hoje.
— Toda vez que eu olho para a cara daquele filho da puta eu sinto vontade de dar um soco nele. Não vou deitar pra esse verme, Lauren.
— Eu sei, eu sei. – Ela acenou, parando o carro no estacionamento do estádio.
— Uau! Parece que teremos casa cheia, mesmo com esse frio desgraçado.
— Estou nervosa e com medo.
— Camila colou sua patinha com muito amor e comida cubana, literalmente. – Piscou pra a prima com um riso safado. – Você vai arrasar.
Lauren deixou os dois irem para a lanchonete enquanto rumava com a mochila nas costas em direção aos vestiários. Sua mente pairava entre o medo por aquele jogo e a saudade de Camila. Suas duas paixões.
Quando Lauren empurrou a porta do vestiário foi surpreendida por Tyrone Rodgers. Ele encarou ela com seus olhos de gavião, e Jauregui precisou se segurar para não derramar nele toda sua ira. Ela tinha que pensar com clareza, o momento não era aquele.
— Jauregui. – Disse ele em um tom solene.
— Professor Rodgers.
— Estava exatamente precisando falar com você. – Lauren suspirou baixinho. Tudo que ela queria, uma reunião com ele.
— Eu fiz o envio dos meus exames ontem e-
— Eu vi todos os relatórios médicos que você mandou, está tudo bem de fato com seu ombro e você está em plenas condições físicas.
— É.
— Não vejo motivos para não te colocar em jogo e sinto que temos grandes chances de vencer hoje com sua ajuda, obviamente.
— Sim.
— Por isso, eu estou te devolvendo a braçadeira de capitã. – Lauren encarou o objeto diante de suas mãos e sorriu por dentro. O desgraçado estava tentando grudar seus tentáculos mais uma vez nela.
— Não a quero.
— Como? – Piscou rapidamente os olhos sem entender.
— Sinceramente, professor Rodgers, mas eu acho que Normani precisa ser a capitã, isso caiu muito bem nela.
— Você é a melhor do time, sei que tivemos algumas diferenças, mas estamos em um novo momento, correndo em direção a um título inédito. Se isso estiver no seu braço, os holofotes estarão em você.
— Eu já tenho holofotes demais diante de mim. – Retrucou. – Normani ajudou o time quando eu não estava apta. Não vou aceitar mais nenhum benefício, se me der licença, eu preciso me trocar.
— Lauren...
A jogadora parou a porta e disse a única coisa que parecia coerente naquele momento.
— É minha última palavra, Rodgers.
A movimentação em volta e as vozes deixavam Camila sem paciência para a quantidade de pessoas surtadas com o jogo. Ela sabia que ali estavam alguns jornais da cidade e até Keana Marie entrevistava alguns torcedores. Era tudo culpa de Lauren, uma garota tinha reacendido a paixão da cidade seu amor pelas lobas e a pompa, antes reservada para o time masculino agora parecia se dividir em doses iguais.
Sua lesão e a maneira que ela se recuperou, treinando no estádio da cidade, dando o seu melhor, quando poderia ter ido para Barcelona, parecia para Camila a construção de um mito para aquela torcida apaixonada. Lauren era seu novo amuleto.
— Onde ela está? – Perguntou Sofia pela segunda vez. – Quero dar a ela o meu desenho.
— Ela já deve estar chegando... Espere só mais um pouco.
Camila também estava estranhando a demora de Lauren, mas seus pensamentos incoerentes foram interrompidos por um grito estridente da irmã.
— LÁ ESTÁ ELA!
Camila virou-se ao grito da irmã, vendo Lauren sendo entrevistada na área onde a placa do seu patrocínio ficava. Ela notou Camila, e deu uma piscadinha sutil que iluminou seu coração. Mila sentiu como se tivesse esperado a eternidade quando enfim sua namorada conseguiu se livrar daquelas pessoas e caminhar até ela. De repente Camila se sentia tímida. Lauren estava usando sua jaqueta do time, vestindo shorts curtos e tinha de volta sua postura imponente de grande estrela do futebol.
— Você parece... – As duas começaram ao mesmo tempo, rindo como idiotas quando notaram.
— Lauren? – Sofia esticou sua blusa, exigindo sua cota de atenção.
— Sofi! – Lauren abraçou a menina, assim que notou, tirando-a do chão rapidamente dando-lhe um beijo na bochecha. – Você também veio me ver?
— Sim, e vim lhe entregar um presente. – A menina abraçou seu pescoço tão forte e com tanto carinho que Lauren fechou os olhos. – Obrigada pelo presente. Foi o melhor do mundo todo duas vezes...
— Uma fada me disse que você ia amar. – Ela piscou pra Camila, com a menina ainda no colo.
— Tome... – Sofia colocou o desenho em sua mão. – Fiz um da minha irmã e do meu papai também.
— Um vampiro jogador de futebol. – Ela sorriu de bom humor. – Retiro o que eu disse, você é um terror. – Beijou mais uma vez o rosto da menina. – Eu amei, você é muito talentosa. Acho que sua irmã terá uma concorrência pesada nos próximos anos.
— Ela é a melhor. – A menina rechaçou a ideia. – Eu vou sentir uma cientista, pintora e astronauta.
— Nenhum tempo para futebol?
— Se você me ensinar, eu posso ser cientista, pintora, astronauta e jogadora de futebol.
— Então temos um acordo. – Estendeu a mão para Sofia quando a colocou no chão. – Fechado.
— Fechado.
Os olhos de Camila brilham enquanto observa em silêncio a interação das duas. Já não acha que Lauren estava sendo gentil. Ela está sendo boa. O que é mais um sinal de caráter do que a mera gentileza. A bondade tem a ver com quem você é, enquanto a gentileza tem a ver com o modo como quer ser visto.
— Sofia, olha onde a Dinah está. – Camila apontou para a amiga do outro lado agarrada em Normani. – Vá lá e exija um sorvete. Diga que é dos 25 dólares que ela me deve desde a oitava série.
As duas esperaram a menina correr até o casal, e viram Dinah acenar um xingamento para Camila, para então sozinhas poderem ter seu momento.
— Que lindo colar. – Lauren tocou a peça em seu pescoço com delicadeza. Ela sempre tocava a sua pele com delicadeza, mesmo quando queria impor força.
— Meu pai me deu de presente.
— Sério? Que bom que você aceitou. – Lauren beijou sua mão.
— Eu não tive muitas opções, mas não quero falar sobre isso.
— Tudo bem. Então... eu diria que você está linda, mas eu preciso dizer o quanto você é sexy. – Lauren brincou descaradamente, sorrindo quando as bochechas da namorada ficaram vermelhas. – Você fica ótima com essa blusa. – Camila sorriu em resposta, observando os olhos verdes devorá-la. – Meu numero lhe cai muito bem.
Lauren esticou os braços para puxar Camila para um beijo.
— Eu estou muito feliz.
Jauregui tinha certeza, pelo jeito que os olhos de Camila brilhavam, e o jeito que ela sorriu, que ela não estava mentindo.
— Ai camren, parem com esse mela, mela. – Ouviram a voz de Alycia vindo ao seu encontro. – Tem uma criança observando.
— Camren? – Sofia se empolgou, parando de lamber seu sorvete. – O que é isso?
— Meu shipp. – Disse Alycia.
—Eu já te disse que odeio esse negócio. Pare! – Camila riu da reação da namorada, sacudindo a cabeça e puxando Lauren para perto.
— Eu acho bonitinho. – Deu de ombros, para provocar Lauren ainda mais. – Camren é um ótimo nome, Alycia.
— Camz. – Lauren olhou a namorada com uma sobrancelha erguida. – Não alimente isso! Já não basta nas redes sócias, toda foto que eu posto com você aparece essa coisa. To começando a achar que elas são uma seita.
— Quanto mais você surtar mais vai demonstrar que te afeta, é só você ignorar.
— Mas...
— Mas nada.
Camila distribuiu beijinhos pelo rosto de Lauren, enquanto ela ainda resmungava. O grupo de amigos, que se tornava cada vez maior, aprendia a lidar com as diferenças um do outro e se fortificava em suas diferenças. Era bonito ver de longe ou de perto como era cúmplices e dispostos uns com os outros.
O casal deixou que os amigos rumaram para o camarote principal, para aproveitar e ter um tempo só para elas na sala principal de imprensa. Vazia por aquele momento.
— Seu cabelo está tão bonito. – Camila comentou, olhando o jeito que caía em ondas suaves sobre o ombro de Lauren. – Posso prender pra você.
Lauren sorriu e sentou-se encostando a cabeça no colo da namorada. Camila foi para o banco atrás dela, as mãos caindo nas ondas sedosas da morena, Lauren deu um suspiro satisfeito.
— Eu realmente amo o seu cabelo. – Confessou.
— E eu amo o seu. – Lauren disse-lhe gentilmente. – Sempre cheira a baunilha.
Camila corou, inclinando-se para frente, pegando as mechas pesadas e usando para prender os cabelos um elástico solto. Jamais usava o elástico que Lauren tinha lhe dado meses antes do pulso, nem pra prender seu cabelo. Lhe trazia sorte.
— Acabei. – Camila respirou devagar, terminando de prender o cabelo. Ela se inclinou para frente, plantando um beijo na cabeça da namorada. Lauren se virou para encará-la, sorrindo em agradecimento.
— Você está nervosa?
— Um pouco. – Ela admitiu suavemente. – Medo de me machucar.
— Eu também. Preciso lembrar que isso é o que você ama fazer.
Camila estendeu a mão e segurou seu ombro machucado beijando suavemente. Lauren soltou um suspiro trêmulo e puxou Camila para seu colo, segurando seu rosto enquanto se inclinava para frente para beijá-la corretamente, os braços da cubana segurando seu pescoço instantaneamente quando ela soltou um suave choramingar.
— Você me deixa... – Parou a frase, murmurando contra aqueles lábios cheios. – Tome cuidado, não sabemos o que aquele imbecil pode aprontar.
Lauren sorriu, seu olhar suavizou enquanto ela olhava nos lábios de Camila.
— Não precisa se preocupar, eu vou ficar bem. – Garantiu ela. – Meu amuleto da sorte está aqui. Para distribuir socos, ou para cuidar de mim.
O coração de Camila quase se derreteu com isso.
— Eu pensei que Mike fosse seu amuleto da sorte. – Ela brincou.
— Vocês dois são.
— Eu estou arruinando sua roupa.
Lauren suspirou, recuando momentaneamente.
— Se eu não tivesse um jogo agora, elas não estariam mais em meu corpo.
— Você é impossível.
— Você que é gostosa.
— Acho que é hora de você ir.
Lauren lhe deu outro beijo na boca, assentindo enquanto se erguia, entrelaçando a sua mão com a de Lauren. As duas atravessaram o estádio de mãos dadas, ouvindo os gritos de motivação da torcida. Lauren parou na entrada para as cadeiras principais do estádio.
— É aqui que nos separamos. – Camila suspirou.
— Cada gol será seu.
— Boa sorte, capitã. – Camila murmurou contra os lábios de Lauren.
— Eu não preciso disso, eu tenho você.
Camila não pôde evitar o pequeno gaguejar em seu coração quando Lauren parou diante da multidão de líderes de torcida e cumprimentou e tirou foto com elas. Até Lucy, parecia interessada em uma foto com a ex. Lauren sorria simpaticamente para elas, conversando e se curvando para ouvir conversas ao seu ouvido. Claro que a maioria estava tentando flertar. Dinah não podia nem ao menos afastar todas aquelas garotas empolgadas demais?
Ao apito de Tyrone Rodgers, Lauren se despediu delas e correu de volta para a equipe. Camila sentiu um gosto amargo em sua boca enquanto tentava fazer contato visual com sua namorada. Mataria aquela exibida assim que aquele jogo acabasse.
Ela sentou-se ao lado de Sofia e Mike, o garoto estava com um olhar distante usando um moletom preto por cima do cabelo.
— Qual problema, ninõ? – Camila cutucou Mike de brincadeira. – Você não parece muito feliz. É porque a Millie não pode vir?
— Não. – Respondeu e voltou a fingir que estava prestando atenção no campo.
— Ei, o que tá acontecendo? – Insistiu ela.
— Nada, eu to bem. – Ele aprontou para o telão, – a Lauren vai entrar em campo.
Assim que Lauren cruzou o campo o rugido dos torcedores arrepiaram Camila. "Lauren", eles gritavam e uivavam para ela, e Camila podia ver a felicidade absoluta em seu rosto, enquanto seu habitual sorriso arrogante lentamente surgia em seu rosto. Ela acenou, sorriu e saudou sua torcida, mando beijo para a câmera. Um beijo que Camila sabia ser só dela.
— Limpa a baba, Cuba. – Alycia gritou duas cadeiras depois de Camila.
— Sophie? Tem certeza que você está dando atenção suficiente a sua namorada? Ela não para de tomar conta da minha vida.
— Ela tem razão, Mimi. Você só falta babar.
— Sofia. – Chamou a irmã e colocou as mãos em volta dos seus ouvidos, mandou o casal sonoramente tomar naquele lugar.
O jogo começou e, como sempre, Lauren rasgou o estádio com aplausos retumbantes. Camila podia notar como Lauren estava fenomenal trocando passes rápidos com as companheiras de time e principalmente com Normani. Cada passe era feito com uma precisão mortal, e ela dava ordens para que o jogo que poderia ser difícil se tornar mais fácil.
Ela e Normani eram como uma dupla mortal. Quando o intervalo voltou, às lobas já venciam por dois a zero, com dois gols de Normani com passes de Lauren.
Camila e, com certeza, todos os torcedores e até rivais estavam absolutamente surpresos e incapazes de se conter com a apresentação de gala de Lauren. Era emocionante saber que a melhor e mais dominante jogadora da sua geração marcava época dentro daqueles campos. Mas Camila sabia que o que Lauren buscava era o seu gol, só o gol traria ela de volta para seu melhor momento.
E ele aconteceu da maneira mais genial possível. Vero que estava de volta ao gol, cobrou o tiro de meta com força obrigando a bola a cruzar todo o campo e parando com a delicadeza de uma pena diretamente nos pés de Normani que avançou cortando as duas defensoras que se aproximavam para dar apoio.
Camila não prestou atenção em Normani, mesmo que o estádio naquele momento estivesse de olhos nela, era pra Lauren que ela olhava e ela viu sua namorada correr em direção a entrada da área e ficar parada ali. Quando a bola foi cruzada por Normani, e a zagueira cabeceou para longe do gol, a maioria dos torcedores gemerem em frustração, mas não Lauren, ela sabia que tinha algo de especial naquela bola. Era sua última chance.
A atacante cortou a linha em direção a bola e com toda a sua elasticidade voou em direção a bola inclinado todo o corpo em um voleio que só pela plasticidade do movimento já era meio gol. Camila ergueu-se, primeiro ela, antes de qualquer um. Então quando a bola parou no ângulo ela teve certeza que foi a primeira a gritar gol. Ela foi a primeira a comemorar. Depois tudo virou um borrão confuso de gritos e aplausos.
Ela pulou e gritou, abraçada com sua irmã e seus amigos, enquanto Lauren beijava fazia um coração diante do estádio. Enquanto Lauren era ovacionada. O jogo acabou ali mesmo, nada mais importava, sua namorada foi carregada nos ombros das amigas do time e ria com seus olhos brilhando de felicidade.
A torcida ainda comemorava quando o rosto de Lauren apareceu nas telas do estádio minutos depois, diante de uma repórter. Ela sorria e passava mão sobre a testa suada, tentando conciliar provavelmente a quantidade de sentimentos ambíguos.
— Você passou por momentos difíceis nos últimos meses, o que ganhou de valioso com isso? – Lauren assentiu, sorrindo largamente e Camila se derreteu.
— Eu tive muito apoio, meus amigos, meu irmãozinho, minha prima idiota e obviamente essa torcida. – Disse ela com um riso de gratidão. – Mas teve alguém que se destacou, na verdade, você me dá licença... – A jornalista assentiu quando teve seu microfone "roubado". – Eu tive a ajuda, e a paciência de uma pessoa. Ela está aí perdida entre todos esses torcedores maravilhosos, mas eu quero dizer que eu te amo, Camila Cabello. Obrigada por ter cuidado de mim, pelas noites que ficou sem dormir, pela nossa filhinha Gracie e por tudo que só nós duas sabemos.
Toda a plateia se derreteu em aplausos e gritos, fazendo mais barulho, enquanto o rosto da jogadora brilhava na tela e o circuito de som penava para fazer seu trabalho.
Camila não sabia dizer se ela gritava, ou se chorava, ou se combinava os dois. Ela estava tão apaixonada por Lauren. Podia sentir o amor escorrendo pelas suas veias como algo vivo. Todos os olhos, estavam colados nela. Os habituais gritos ensurdecedores se calaram e ninguém parecia disposto a se mexer. Ela podia ouvir o som de celulares piscando ao seu redor.
Levou algum tempo até ela entender o motivo. Primeiro, ela pensou que seus olhos estavam brincando. Não. Era sua Lauren se aproximando as arquibancadas aos ruídos ensurdecedores de apoio ao casal.
Lauren atravessava a arquibancada, pulando a cerca separando os estudantes que surgiam como obstáculos para elas. O sorriso da jogadora ficou ainda mais divertido quando ela viu o quão nervosa Camila estava. Ela não podia sentir suas pernas ou o coração. Estava tremendo, literalmente tremendo.
Quando Lauren atravessou a última barreira de alunos, Camila abriu um sorriso radiante e surpreendeu a todos pulando nos braços de Lauren. Atacando seus lábios enquanto ela jogava os braços ao redor do seu pescoço.
Lauren facilmente segurar seu peso, inclinado-se no beijo carinhoso enquanto sorria contra os lábios de sua namorada. Ao redor delas os flashes soavam cada vez mais alto em meio a palmas e sorriso de aprovação.
Lauren se separou para olhar Camila, as duas rindo como idiotas.
— Eu vou te matar! – Camila respirou, enfim. – Eu te amo.
— Você é meu sol. – Lauren respondeu, apertando o quadril de Camila. – Obrigada por me amar.
Camila emocionou-se, enterrando o rosto no lado do pescoço da namorada.
É no tempo que o amor ficar marcado, e é no tempo que a chama que alimenta a saudade come. A ambiguidade do adeus, é mais dolorosa que a certeza do futuro. São nos dias de caos que aprendemos a valorizar os dias de amor.
Ces lembram a ultima vez que viram esse gif? No capitulo "consequences" pois é...
PQP! PEGUEI VOCES. Sim é o fim do primeiro livro de teoria e eu to só chorando. Meu bebê tá indo pra o fim. O que é bom, mas é ruim ao mesmo tempo. E exatamente quando chegamos a 200k, 200 mil visualizações em minha história. Nunca vou acreditar, sério!
Espero que tenham gostado. Obrigada mais uma vez por todo o apoio, por todas as coisas boas que trocamos, por todos os elogios, alguns que eu nem mereço. Só apenas alguém que gosta de contar histórias, não quero ser famosa, não quero milhares de seguidores, nem pessoas concordando com tudo que digo. Eu quero contar histórias, dar várias vidas a pessoas que eu não conheço, mas amor.
Me dar a chance de fazer isso em meio a tantas pessoas, muitas delas que escrevem melhor que eu, é algo que eu nunca vou esquecer. Muito obrigada. Muito, Muito, Muito Obrigada. A vocês, ao 5h que me inspirou, que me deu boas recordações da infância, amigos e que vão continuar nos dando porque independente da opinião que cada um tenha a respeito delas nos dias atuais, elas são cinco mulheres boas e fortes e bem-sucedidas. Não é sobre números, são pessoas vivendo sonhos, são meninas que viraram mulheres diante dos nossos olhos e que passaram por coisas que a gente nem sonha. É a maior lição.
Sonhem. Sonhem muito e sonhe alto. Isso ninguém tira de vocês.
É isso. Obrigada.
Vejo vocês em breve (que pode não ser tão breve assim).
Um leitor vive muitas vidas, quem não lê, só vive uma.
George R.R. Martin.
Só mais uma coisa... Espero que tenham desfrutado do clima dos últimos capítulos da história, eles acabaram... rsrsrs. inclusive quem se emociona fácil, o próximo está bem pesado.
Como disse no fim do livro. É no fim do amor que o caos começa.
Nos vemos em breve, tenho novidades maravilhosas em profanos, mas só vou contar no dia que eu att.
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