Oito - Diet coke, batom e maconha
Pequenas mãos firmes passam o delineador com um movimento linear sobre as pálpebras, deixando uma linha perfeita perto dos olhos. Camila não era muito adepta a maquiagem, porém aquele era um dia de festa. E mesmo que ela tenho decidido que correria contra o tempo pra pegar o conteúdo que perdeu naquela semana que ficou fora do curso de artes, jamais perderia a festa de Alycia Evans.
Mila sorriu, sentia um bom humor flamejando dentro dela. Ela ainda não conseguia entender como estava de volta ao curso de artes, aquela nuvem de dúvidas não importava nem um pingo. Iria se divertir com as amigas, beijaria em algumas bocas e teria muitas memórias pra guardar.
Finalizou a maquiagem com um batom levemente rosado nos lábios carnudo, usando os dedos para arrumar cabelos que caem como cascatas até quase metade dos seus ombros. Vestia um dress preto, que deixava suas pernas lisinhas amostras, as alças que se ajustavam ao ombro, davam uma breve impressão que iam cair, se ajustando as suas curvas e dando evidencia seu corpo curvilíneo e principalmente a sua bunda. Leve e sexy, ao mesmo tempo. Estava linda.
— ay mamita, quer sair comigo? – Brincou com seu próprio reflexo no espelho. – Você está linda. – Beijou o espelho e gargalhou depois.
Só ela sabia o quanto durante muito tempo foi difícil conviver com o fato que talvez ela não fosse alta o suficiente, talvez seu sotaque fosse carregado demais, ou ela fosse estranha por não querer ser uma líder de torcida, e sim uma artista. Porém, o renascimento da nova Camila se deu quando ela percebeu que o mundo era um prisma, ele apenas refletia o que ela via em si própria. Com 17 anos, ela não tinha ganhado muitos centímetros, amava seu sotaque mais forte, mas acredite, não existia ninguém mais orgulhosa de si mesma em toda Califórnia.
Sua atenção foi diretamente para a tela do celular sobre a penteadeira. Mila pega o aparelho, deslizando os dedos sobre a tela antes de levar até os ouvidos.
— Já está pronta, Walz? – Mila rolou os olhos com um sorriso. Dinah Jane e ela tinham uma lista infinita de apelidos, um mais estranho que o outro.
—Mais ou menos. – Respondeu pegando a bolsa sobre sua cama e voltando quando percebeu que tinha jogado seu sutiã em cima do aquário do seu peixinho "cão".
O quarto era uma bagunça só, milhares de desenhos e telas usadas e não usadas, fotos coladas na parede, seu violão, livros e obvio suas composições que ficavam devidamente espalhadas pelo seu quarto. Tudo junto em uma bagunça que era tão sua cara, que Sinuhe já tinha desistido de tentar fazer Camila organizar.
Esta era sua vida. Uma acumulação de coisas sem fim.
— O que quer dizer "mais ou menos" – A loira quase gritou do outro lado.
—Mais significa que estou vestida e maquiada...
— E menos? – Interrompeu sua fala com outro berro.
— Menos significa que minha amiga que também é minha carona ainda não chegou porque está me fazendo perguntas bobas. – Ela ouviu o som da gargalhada de Sophie na ligação. – Olá, Sophie...
— Olá, Mimi. – A voz da amiga surgiu novamente.
— Vá se foder, eu já estou indo pra ai. Em cinco minutos esteja pronta ou vai ficar sem carona. Bye, vadia.
Camila desce as escadas rapidamente e chega até a sala onde Sinu vê um programa de culinária na TV. A mulher olha a filha de cima a baixo e faz um sinal com um polegar erguido.
— Você está maravilhosa. – Os lábios de Cami repuxam levemente para cima montado um sorriso sincero. – Nem acredito que a minha pequena ninã está se tornando essa mulher linda e confiante.
A mãe dá um beijo demorado no rosto de Camila.
— Mãe! – Ela reclama, mas ainda sem deixar de sorrir. – Eu não sou uma ninã.
— Pra mim sempre vai ser uma ninã. – Insistiu, acariciando o rosto da filha. – Lembre-se, nada de bebidas alcoólicas, nada de garotos arrogantes e não traga nenhum bebe pra essa casa.
— Zero possibilidade disso acontecer.
— Divirta-se, Kaki.
Mila dá um breve sorriso pra o apelido, lembrou-se que aquele apelido tinha tudo de seu pai e família feliz que eles um dia foram que agora sumia no tempo como uma mera lembrança.
—Obrigada, mama. – Deu um beijinho no rosto da senhora e tentou forjar seu melhor sorriso. Não queria que sua mãe soubesse das coisas que afligia. Não era culpa dela de qualquer jeito
. Uma buzinada alta, colocou ponto final na interação entre mãe e filha.
— Vá antes que Dinah Jane deixe alguém surdo.
Mila sorriu uma última vez pra sua mãe antes de sair pela porta encontrando suas duas amigas sentadas no capo do carro, numa cena atípica. O carro conversível da mãe de Dinah, chamava atenção de quem passava pela rua.
— Sua mãe tem muita coragem de deixar o carro dela na sua mão. – Mila provocou assim que alcançou a calçada. – Quem você matou pra conseguir?
A última vez que tinha saído com aquele carro, Dinah tinha se chocado contra algumas latas de lixo do velho senhor Maricke. O resultado foi serviço comunitário para loira e os delinquentes durante duas semanas. Até aquele dia as orelhas de Camila esquentavam com tudo que ouviu da sua mãe quando ela foi na delegacia da cidade buscá-la.
— Usei meus métodos de persuasão. – Dinah respondeu com um sorriso presunçoso. Ela olha Camila de cima a baixo e exclama da maneira mais Dinah de ser. – mama, uau! Você está linda.
— Será que a Cami quer impressionar alguém? – Sophie entrou na brincadeira.
A cubana revira os olhos, pois sabia de quem elas falavam.
— Calem–se, estou linda pra mim. – Mila contestou, mas obviamente que a ideia de Lauren babando nela tenha roçado suavemente no seu cérebro.
— Bem, vamos logo, tenho certeza que essa festa não vai começar sem as três espiãs demais. – Mila e Sophie se encaram um segundo antes de caírem no riso. – Vocês só estão rindo porque não tiveram infância. – Dinah provocou as amigas com um sorriso meio carrancudo.
As três amigas se vestiam de maneira diferente, cada uma evidenciando seu estilo próprio. Dinah usava seu conjunto branco de top e saia curta, com saltos que deixavam seu corpo bonito ainda mais bonito. Já Sophie tinha optado por calças jeans de cintura alta e uma blusa baby look com all stars brancos nos pés, deixando os cabelos ruivos soltos numa cabeleira semelhante a lava. A habilidade da ruiva de fazer a roupa mais básica se tornar uma tendência sempre contava ao seu favor.
No mais, era fácil saber porque as três sempre foram admiradas e cobiçadas. Uma era diva de qualquer maneira, outra linda como uma pintura e Camila, era tão Camila que isso deveria ser uma forma de elogio. Só ela era capaz de juntar beleza, sensualidade e uma maneira tão atrapalhada de ser que possivelmente não tinha ninguém igual a ela no mundo.
O carro cruzava a avenida Upside West em direção ao litoral. Um brisa agradável vinha do mar e o estrelado céu da Califórnia era banhado por uma lua cheia enorme. Dentro do carro uma balada baixa soa, enquanto as amigas falavam alto rindo. Era uma noite especial. Jovens se reunindo pra comemorar o início do último ano de muitos naquela cidade.
Camila sentiu-se estranha, tudo bem que a faculdade é uma etapa muito festeira da vida de jovens, mas ela sentia que as festas do ensino médio jamais seriam superadas. Principalmente, porque ela sabia que seria separada das amigas em um tempo muito próximo.
Encarou Dinah Jane mexendo no cabelo loiro, enquanto Sophie ria da amiga loira de sua maneira espalhafatosa, sentiria falta disso.
— Eu amo vocês. – Ela soltou de uma vez. A declaração do nada causou estranheza em um primeiro momento. Contudo, suas amigas não zombaram como seria de costume, talvez aquela ligação que só temos com nossos melhores amigos tenha sido ativada e só por um momento elas dividiram o mesmo pensamento.
— Nós te amamos também, Walz.
— Amamos demais, Mimi. – Sophie completou a frase da amiga sorrindo.
A cubana sentiu o choro prender na sua garganta e fechou a cara:
— Idiotas, não me façam chorar.
—Você começou! – Dinah acusou a amiga, controlando às lágrimas ela própria. – Pare de me deixar emotiva!
Elas se entreolham e sorriem, e não dizem mais nada o caminho todo.
As casas do condomínio New Life eram do outro lado da praia. Quando estavam sendo construído, diziam que seria o novo point dos famosos, mas quem quer vir pra uma cidade de interior podendo topar com Britney Spears em Calabaças a qualquer momento? Por isso, poucas casas estavam habitadas, e na maior parte do tempo às mansões serviam apenas como local para festa.
Às amigas foram imediatamente recepcionadas pela sorridente Alycia Evans que segurava um copo de bebida nas mãos e conferia a lista em outra. Seu sorriso alargou-se e ela remexeu nos cabelos sem disfarçar a demorada secada na ruiva parada ao lado de Camila.
— Uau, vocês estão maravilhosas. – Disse, não exatamente olhando para as amigas, e sim pra Sophie. Turner tratou de ignorar o olhar Alycia acenando para um casal de amigos entrando na festa.
— Obrigada, Evans. Você também não está de jogar fora, mas onde está minha namorada? – Perguntou Dinah.
— Tenho certeza que vi aos beijos com outra loira e-ai, Dinah Jane! – Reclamou do tapa recebido no braço. – Ela está lá dentro com a Lauren, esse pessoal não sabe brincar.
Foi inevitável pra Camila não reagir aquele nome. Nem percebeu que Dinah seguiu pra dentro da casa, deixando Sophie e ela com Alycia.
— Então... Sophie – Alycia começou. – Podemos conversar um segundo?
— Não, Alycia. – Ela grudou no braço de Camila e arrastou-a pelo gramado – Não quero te ouvir.
As amigas receberam muitos olhares e algumas piadinhas de garotos que estavam sentados a porta parecendo um pouco bêbados demais. A casa onde ocorria a festa era enorme, com vários quartos e uma enorme varanda de frente a piscina que nesse momento se encontrava cheia de objetos.
Sophie arrastou Camila pra dentro do imóvel e a música alta se confundia com os corpos se balançando. Alguém colocou um copo de cerveja na mão da cubana, e o sabor amargo inundou sua língua. Mila fez um careta, e da segunda vez que bebeu a cerveja o gosto incomodou menos. Dinah foi até as amigas e apontou pra frente, onde Nicolas Turner está sentado. Mila da um abraço demorado no amigo, porém Dinah interrompe puxando a amiga pelo braço empolgada.
— Vem, Mila, vamos mostrar a essa gente como se dança.
Camila identificou exatamente que na pista tocava All in my head do grupo Fifth Harmony e ela amava aquela música. Começaram a se mover no ritmo que a batida da música pedia. De longe ela viu Normani correndo até elas com um sorriso. Claro, aquele era seu ritual, dançar aquela música em qualquer festa que estivessem.
— Não acredito que vocês iam começar sem mim.
Dinah se posiciona atrás de Camila e Normani na frente. Os corpos fervem no meio da sala que se tornou pista de dança. E Mila se movimenta um pouco mais lentamente, sentido-se mais solta a medida que o álcool fazia efeito. As amigas sorriem o tempo todo em quanto dançam, e pode se dizer que elas tinham uma plateia na festa, respondendo empolgada aos seus passos de dança com gritos.
E é exatamente em um desses movimentos que ela vê: Dois imensos e maravilhosos olhos verdes grudados em cada movimento que seu corpo faz.
Mila sente seu corpo travar um segundo. Céus! Ela estava linda. E Camila não sabia como era possível. Os cabeços pretos desarrumados de maneira proposital estão jogados de um lado só, zero maquiagem no rosto. Lauren usa uma blusa vermelha curta na frente que deixa apenas um pouco da sua barriga de fora, por cima dessa blusa uma jaqueta jeans do exército. Está vestindo uma calça branca skinny colada em seu corpo e coturno pretos nos pés.
Ela enfia as mãos dentro dos cabelos e bagunça um pouco mais, sem tirar os olhos de Camila. Ignorando plenamente a presença da sua namorada falando qualquer coisa do seu lado.
Com um estalo, Camila percebe que já tinha impressionado alguém naquela noite.
— O que vai ser? – Uma mulher de cabelos curtos, e uma bonita tatuagem tribal no braço perguntou, recostando no balcão.
Camila sorriu um pouco largamente demais, já tinha perdido a conta da quantidade de álcool que estava em seu corpo. O bar posicionado perto da escada estava vazio agora, grande parte dos alunos já tinham ido embora ou estavam muito bêbados pra chegar até ali.
— Qualquer coisa com álcool.
Uma cerveja surgiu na frente de Camila alguns instantes depois. Ela deu um pequeno gole sentindo uma cosquinha no fundo da garganta.
— Olá. – Mila virou-se para contemplar a voz tênue.
Ela tinha cabelos escuros, olhos azuis bem clarinhos quase cinzas. Seus cabelos cortados um pouco acima do ombro, loiros reluziam. Era muito, muito bonita.
Bebeu mais um pouquinho da sua cerveja.
— Está buscando alguém? – A mulher perguntou sendo simpática.
— Não. – Camila respondeu dando outro gole na cerveja e reparando a pequena tatuagem de cruz em seu pescoço. – Estou com minhas amigas, já você, com certeza, não está no colegial.
— Brooke. – Ela estendeu a mão, no seu dedo polegar um anel de cobra adornava. Sexy. – Brooke Lauren.
Mila ergueu uma das sobrancelhas em uma reação clara aquele nome.
— O que foi? – A loira perguntou sem mover seus olhos.
— Nada. Conheço outra pessoa com esse mesmo nome.
Brooke Lauren, curvou-se sobre a mesa mais um pouco.
— Você ainda não disse seu nome.
— Camila Cabello.
— Camila Cabello. – Ela repetiu o nome de maneira sexy e deu um gole em sua bebida. – Então Camila, como descobriu que não sou uma colegial?
— Foi um chute.
Ela sorriu, um belo sorriso por sinal. Mila sorriu de volta sorvendo sua cerveja.
— Quer tentar algo mais forte? – Estendeu seu copo pelo meio de uísque.
— Achei que não tínhamos wisky.
— Eu trouxe de casa. – Sacudiu um pequeno cantil de prata escondido no bolso da sua jaqueta de couro. – Não me dou muito bem com cerveja.
—Então... Acho que não devo aceitar bebidas de estranhos.
— Eu não sou completamente uma estranha, já sabe meu nome.
— Isso não quer dizer nada.
Ela se enfiou os dedos nos cabelos loiros e Mila acompanhou o movimento.
— Então?
— Coloque no seu copo primeiro e beba. – Brooke sorriu e fez o que Camila mandou.
— Você é muito esperta, Camila.
— Bem, obrigada — Mila respondeu. Dando um gole como se fosse cerveja. Sua garganta e peito queimaram na mesma hora. Ela fez uma careta engraçada. – Porra! Isso é horrível.
— Acho melhor continuar bebendo cerveja. Desculpe, foi a única forma que achei de falar com você. Estou te observando desde que você chegou. Sou acostumada a organizar todo tipo de festa e a muito tempo não via alguém como você.
Camila quase rolou os olhos para aquela cantada batida, mas deu de ombros, um pouco de bajulação não fazia mal pra ninguém.
— Onde estuda?
— Alexander Maximus.
— Isso é incrível. – Brooke sorriu e colocou sua mão sobre o joelho de Camila.
— E você?
— Universidade da Califórnia. Música. – Mila franziu o cenho. – Terceiro semestre. Faço esses trabalhos organizando festas pra render uma grana extra.
— Mesmo? Isso é incrível.
A mulher continuava distribuindo olhares nada contidos para Camila. Talvez o álcool tivesse mexendo com Camila, mas ela sentiu vontade de beijar seus lábios. Agora, com muitas cervejas na mente, a loira parecia boa o suficiente pra isso. Brooke pareceu ler sua expressão, pois se aproximou mais um pouquinho, quase derrubando o seu whiskey.
— Cabello?
Assustadas, se afastaram bruscamente. Mila fechou a cara quando vi Alycia Evans parada com os braços cruzados e uma expressão divertida na sua face. Do seu lado, Lauren, a verdadeira Lauren estava parada parecendo levemente envergonhada.
— Que coincidência. – Alycia comentou divertida, olhando com uma sobrancelha erguida para Brooke e depois para a amiga. – Estava te procurando Brooke, tivemos um problema com a máquina de gelo.
Camila olhou rapidamente para Lauren. A jogadora estava concentrada dando uma avaliada poderosa em Brooke.
— Eu já pedi pra olharem. – Brooke respondeu com simpatia. – Acontece quando está em uso constante, mas nada que prejudique sua festa.
— Oh! Então desculpe o incomodo. Eu não sabia...
— Vamos, Alycia. – Lauren disse empurrando levemente a prima. – Não queremos atrapalhar.
— Exatamente, vocês atrapalharam. – Camila respondeu com ironia. – Xô!
Jauregui ergueu o dedo do meio em resposta a Camila, arrastando Alycia pra fora da casa mais uma vez.
— Bem mau educada sua amiga. – Disse Brooke.
— Ela é uma idiota, arrogante e não é minha amiga.
A loira sorriu novamente. De repente, seu sorriso não era tao bonito, talvez faltasse algo nela. Mila notou imediatamente, para o seu desespero, que os dentes de Brooke, eram um tanto tortos em baixo.
— Quer dançar?
Sem esperar Camila responder, a moça a pegou pela mão.
— Com licença. – Os pés da cubana travaram imediatamente quando ela reconheceu aquela voz.
Lauren estava parada de frente para Brooke e ela, com uma expressão esquisita no rosto.
— Lauren o que...
— Seu nome também é Lauren? – Brooke balbuciou confusa.
— Sim, porquê?
As duas Lauren's franziram o cenho confusas.
— Posso roubá-la um segundo. – Jauregui deu um passo a frente segurando no braço de Camila, sem deixar a cubana responder arrastou ela pra dentro da casa, repetindo o mesmo gesto que fez no dia anterior. Mila puxou seu pulso bruscamente, fazendo ela parar e encarar.
— O que pensa que está fazendo? Pare de me arrastar como se fosse minha mãe!
Lauren cerrou os olhos e se afastou mais um pouco.
— Talvez salvando sua vida de uma possível assassina.
— O quê? – Riu, sem acreditar no que ouvia.
— Exatamente, você não conhece essa garota, nem sabe de onde ela vem. Estou te salvando.
— Olha só, eu não me importo com o que você pensa. Você não é minha babysiter. Achei que tínhamos um trato. Fique longe de mim que farei o mesmo, obrigada.
— Dance comigo? – Lauren pediu de supetão.
— O quê?
— Isso, eu amo essa música, dance comigo.
— Eu não vou dançar com você, Jauregui. Onde está Lucy? Por que simplesmente não vai tomar conta da sua namorada?
— Lucy foi pra casa. – Camila continuou encarando-a com a expressão fechada. – Nós brigamos.
— Pior ainda, não quero outros boatos naquele blog idiota.
— Cabello, é só uma dança.
Talvez se Camila não estivesse um pouco bêbada, sua resposta aquele pedido teria sido um categórico não. Mas Lauren parecia tão bonitinha pedindo uma dança daquele jeito que ela quase esqueceu que na verdade era um cretina arrogante e sem escrúpulos. Brooke Lauren desapareceu da sua mente da mesma maneira que surgiu.
Cami deu uma olhada para os cantos, notando que estavam na cozinha da casa, e dali só era possível ouvir o som da música. Uma balada lenta cantada pela voz rouca de Rihanna.
— Eu amo essa música. – Lauren sussurrou antes de se aproximar pegando em sua mão direita, e escorregar delicadamente a outra pela sua cintura. Uma quentura gostosa explodiu por ambos os corpos e Camila nasceu e morreu dentro de uma constelação de agulhas espetando seu corpo.
— É perfeita. – Mila admitiu, sem saber ao certo ao o que ela se referia.
Começaram a balançar o corpo seguindo a batida da música romântica que enchia a boate. Cada célula do seu corpo estava ganhando um aspecto esponjoso, como derretessem em seu contato.
Elas se odiavam, não é? Então porque seu corpo parecia tão seguro e confortável nos braços de Lauren?
Mais tranquila, Mila deixa seu rosto lentamente descansar sobre o peito de Lauren, apertando os dedos contra a jaqueta da jogadora, aproveitando o cheiro primordial que exalava da sua roupa.
Cabello ergue os olhos minimamente e Jauregui repete o movimento fazendo os olhos se encontrarem. Mesmo se tentassem buscar explicação seria difícil. Era uma coisa muito abstrata para caber explicações. Perdida, Camila desceu os olhos mais um pouquinho e os lábios de Lauren se repuxaram em um sorrisinho discreto de lado que franziu minimamente sua bochecha.
— Cretina. – Camila murmurou um pouco alto demais.
— Você vai me embebedar com seu hálito. – Lauren disse chegando mais perto.
— E você com esse cheiro de maconha.
Riram e Mila notou imediatamente que os dentes de Lauren não eram nem de longe tortos.
As milhares de borboletas na sua barriga roeram um pouco mais do seu equilíbrio. Algo dentro delas sabia. Como a primeira vez que você faz alguma coisa que te dá prazer, real e genuíno. Ela notou que estava pouco se importando com o que fosse acontecer no dia seguinte... Ela queria saber que gosto tinham aqueles lábios vermelhos.
Então Camila aproximou sua boca bem devagar, Lauren quis fugir um segundo, mas ela era tão linda, tão sensual, perdeu as forças que nem pensou ter.
Um segundo...
Um olhar...
Um beijo...
Lauren aproximou-se mais uma vez e antes de beijar a boca, de propósito deixou que a pontinha dos narizes se tocarem pra só então o beijo começar de fato. Camila com cuidado sugou os lábios vermelhos pra dentro dos seus, com maciez e uma impetuosidade monumental. Jauregui tinha gosto de Diet coke, batom e maconha. Maconha parecia tão tolerável nos seus lábios que Camila, sugou com mais força. Suas mãos percorreram o rosto dela até suavemente prenderem sua nuca.
Lauren afastou-se rapidamente, em um surto de consciência para dizer:
— O que estamos fazendo? – Mila colocou seus dedos na frente da sua boca, e tornaram a se beijar.
Os mãos de Lauren se fecharam em torno da cintura com um pouco mais de força, apertaram a carne macia ali. A tranquilidade que iniciou o beijo deu lugar a uma coisa mais pesada, como se uma onda de vapor quente circulasse pelo cômodo. O beijo não tinha mais nada de tranquilo, pelo contrário. Mila agarrou os cabelos de Lauren com às mãos, ouvindo um leve suspiro escapar dos lábios da jogadora. Era um aviso pra parar.
Lentamente os lábios foram se separando, o beijo terminando. Lauren deu mais dois selinhos demorados, tentando manter contato com sua boca antes de se separarem e cada uma ir pra um lado seguro da cozinha.
— Até que você não beija mal, cretina. – Mila provocou recebendo um sorriso de Lauren em resposta.
— Acho melhor voltarmos pra festa. – Coçou a cabeça mordendo os lábios sem tirar os olhos de Camila.
Cabello não sabia ao certo o que fazer, mas ficou parada no mesmo lugar que estava esperando que Lauren tomasse qualquer decisão pra ela apenas seguir o roteiro.
—Eu...ou você? – Apontou para a porta.
— Eu saio primeiro. – Camila foi caminhando até a porta, lentamente tendo sua sensibilidade nas pernas de volta. Mas voltou-se um segundo segurando a porta pra não fechar. – Isso não mudou nada entre nós, eu ainda te acho uma cretina arrogante...
— É bom saber, Camila, porque eu ainda te acho uma egoísta, sem educação.
— Vá se foder! – Respondeu, batendo a porta antes que Lauren percebesse que ela estava sorrindo.
Mais tarde, já no aconchego da sua casa, quando colocou sua cabela no travesseiro sua mente morava no beijo, nos lábios, na pele. Mila recostou a cabeça no travesseiro e o pensamento que habitava ali, escapou pelos seus lábios:
— Eu estou fodida!
AAAAAAAAAA ENFIM o beijo dessas duas cabeçudas. Devo dizer que esse beijo é o começo de muita coisa... mas n se animem muito hahahahahaha
Ufa, juntando esses dois capítulos entreguei quase 8 mil palavras, espero que seja o suficiente para vocês ficarem sem att até a metade da próxima semana :D
3k de visualizações gente, vocês me deixam sem palavras. Serio, eu nem sei mais o que dizer o quando sou grata, vocês são maravilhosos.
Ahhh antes que eu esqueça. Eu tento responder os comentários gente, o problema é que esse bendito wattpad não está me dando notificação de comentários, apenas de votos. Já tentei falar com o suporte, mas como qualquer erro no wattpad, eles me mandam aguardar, etc. Não quero nem me estressar. Mas eu amo ler os comentários de vocês, são engraçados e me animam cada vez mais.
É isso, babys, desculpe o falatório e até mais.
Atualização em qualquer dia da semana que vem. :*
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