Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Lauren Jauregui de pé ao lado da sua prima na segunda fileira da igreja não sabia muito bem o que fazer com seu nervosismo. Ali, talvez só outra pessoa estivesse pior que ela: O noivo. Dr. Artur Benson estava muito bonito, trajando um smoking preto e uma gravata borboleta, vermelha, os cabelos meio grisalhos penteados para o lado muito bem grudados com gel.
A igreja de Santa Clarita, a padroeira da cidade, lotada de convidados. Jauregui não imaginou que teria tanta gente na cerimônia. Em meio a tantos desconhecidos havia, claro, gente que ela conhecia muito bem. A sua direita na primeira fileira Normani, Nicolas Turner e Sophie batendo fotos da decoração.
Sua prima que estava bastante preocupada em fingir que não tinha ficado abalada com a presença da ex, e mesmo assim conseguiu se sair melhor que ela.
Lauren sentiu que nem deveria estar ali, porém, Mike insistiu tanto e tentando reconquistar a confiança do irmão, ela não soube dizer não. Na verdade, ela não sabia que merecia tanto carinho quanto tinha recebido aqueles dias. Sua família estava decidida a fazê-la sentir-se bem novamente na Califórnia e isso a deixava culpada.
Como poderia ter vivido tão bem sem aquilo, sem aquele carinho, aquela paz? Como ousou imaginar que fugir era a cura?
— Esses saltos estão me matando... – Alycia reclamou ao seu lado, espiando para trás. – casamentos demoram assim mesmo?
— Eu não fui em muitos. – Deu de ombros. Não tinha ido mesmo. Na verdade, ela achava casamentos meio antiquados. O que era uma baita ironia, já que apenas dois dias atrás ela estava noiva.
Sua prima pareceu pensar o mesmo porque deu um riso anasalado e consertou mais uma vez a alça do seu vestido.
— Eu te disse que deveríamos vir de terninho. – Lauren rolou os olhos. As duas tinham debatido por quase meia hora dentro da loja os trajes que usariam no casamento. O que no fim se mostrou inútil, já que saíram com seus trajes atuais. Uma escolha da tia que de saco cheio da confusão, escolheu por elas.
Ambas, Lauren e Alycia usavam branco, apesar de os modelos serem diferentes. Evans com um modelo de alcinhas que terminavam abaixo dos seus joelhos, já Lauren tinha em seu corpo um tomara que caia branco de seda levemente mais curto, com um colar de pano preto. Os cabelos agora mais curtos, soltos, roçavam sobre seus ombros. Alycia convenceu-a cortar, mas nenhuma das duas teve êxito sobre os cachos enormes de Mike.
— Ela está linda. – Al comentou de olho em Sophie Turner lá na frente de braços dados com Nico. Lauren espiou rapidinho, a ex-ruiva que era a fotografa oficial da festa. – E ela também. – Olhou para a fileira de trás onde Lauren reconheceu Eliza Taylor lado a lado com seu marido.
Ela entendia bem o que Alycia estava sentindo, porque mal sabia como ficaria quando visse Camila. Como todo filme, o da sua vida também guardou o melhor para o final.
— Eu ainda não acredito que está pegando sua professora. – Colocou a mão na frente da boca para sussurrar.
— Ex-professora. – Corrigiu Al, repetindo o gesto com as mãos – Tem dois anos que ela não é mais minha professora.
— E isso não impediu você de ficar com ela dois anos antes. – Murmurou de volta. – Al abriu a boca, mas fechou quando a música começou e as duas se viraram para dar as boas-vindas às damas de honra e à noiva.
Lauren girou ansiosamente para trás. Quando as portas se abriram para deixá-los passar, a luz do sol cegou-a rápido, mas assim que sua visão se adaptou, seu coração começou a falhar.
Camila Cabello vinha pelo caminho de rosas brancas com o sorriso mais bonito em seu rosto, segurando o ramalhete da noiva. Seu longo vestido vermelho combinava com os olhos, e os saltos brancos que ela usava estalavam suavemente no piso de madeira. Em seu pescoço um colar de prata esterlina com uma lágrima de safira azul descansando acima de seus seios e seus lábios estavam num rosa suave. A maquiagem que ela usava era pouca, elegante e os cabelos partidos no meio caiam em ondas perfeitas como veludo.
Os olhos de Lauren estavam fixos nos de Camila. Hipnotizada, encantada com um feitiço onde sua magia a levava, e não havia poder no mundo que pudesse quebrá-la desse transe.
Alycia inclinou-se para mais perto de Lauren e sussurrou:
— Você está chorando.
O único poder que poderia quebrar esse transe era o próprio constrangimento de Lauren. Ela piscou envergonha de seu olhar óbvio, limpando o rosto, se arrependendo de ser tão vergonhosamente burra de deixar aquela mulher sair da sua vida.
Quando passou por elas. Camila discretamente olhou para a ex-namorada e se isso a abalou, guardou perfeitamente dentro de si, porque ela manteve seu passo perfeito em direção ao noivo.
Dinah seguia Camila, parecendo tão linda quanto a primeira-dama de honra usando um vestido rosa tubinho, caiando perfeitamente bem no seu corpo avantajado.
Alycia ficou de pé e puxou Lauren pelo braço, arrancando-a da inércia quando de repente todos se levantaram para dar as boas-vindas à noiva. O modelo da noiva era simples, um vestido salmão, nos cabelos loiros presos, uma tiara decorada com pedras brancas refletiam a luz.
Lá na frente, Artur Benson olhava para esposa como se ela fosse a única mulher do mundo e Lauren entendia, oh! deus como ela o entendia. Olhando pra Camila, sentia como se não houvesse outra mulher no mundo.
— Ele está parecendo um rockeiro. – Alycia murmurou e recobrando a consciência, Lauren riu.
Sinu vinha de braços dados com Sofia e no outro Mike seu irmão, muito elegante num terno azul bebe. O garoto piscou para as duas quando passou direto conduzindo a noiva até o Dr. Benson. Nunca tinha o visto tão grande como ele estava, nem tão bonito. Mike parou ao lado de Camila que o recebeu com um brilhante e afetuoso sorriso.
Sabia o quanto ela era unanimidade no coração do irmão e, que naqueles anos seus tios, Alycia, Sinu e Camila, mesmo a distância, tinham o ajudado a superar a saudade que Mike sentiu dela. Amor não é uma dívida, mas ela seria grata para sempre.
A cerimônia começou e logo as lágrimas foram derramadas quando os votos foram trocados e as promessas feitas. Lauren não poderia dizer que estava prestando atenção nisso quando Camila parecia mais um anjo do que um ser humano diante dela.
Naqueles minutos ali de pé, imaginou uma vida em que Camila era quem dizia o 'sim'. Se perguntou se existia essa chance em outra realidade. Se elas se amariam e dariam certo em outro mundo. Outras e melhores versões de si. Se essa versão fantasiosa dela, amaria Camila mais ou menos que a sua atual.
Então foi acordada pelos aplausos quando Sinu e Dr. Benson compartilharam o beijo que simbolizava sua união. Lauren olhou novamente para Camila, dessa vez ela estava olhando para ela. Morreu naqueles olhos castanhos.
Desejou profundamente que se existisse outra Lauren, em outro mundo que ela estivesse pronta para cuidar daquele amor como ela não fez.
A recepção foi organizada no centro de cultura latina da cidade. O que fazia muito sentido. Balões vermelhos, brancos e decoração tipicamente cubana acertadamente brilhava ao redor da festa. Um grupo de salsa tocou músicas para os convidados apreciarem, e uma variedade de pratos cubanos estava pronto para ser servido. Com muita pimenta e tequila.
Após a primeira dança dos noivos, e das damas de honra que encheu o peito de Lauren ao ver Camila e Mike, dançando na sintonia boa que ambos tinham. Depois disso a pista foi liberada para os convidados. Todo mundo estava muito entusiasmado e rindo o tempo todo com o clima festivo.
As horas foram passando e Mike e Alycia mantiveram Lauren bastante entretida. Principalmente porque ela estava bebendo mais do que tinha planejado quando saiu. Poderia dizer que estava bêbada de amor.
Seus olhos procuraram ao longo da noite pelos olhos castanhos de Camila. Isso era inevitável. Quanto mais Lauren tentava impedir sua mente, ela sabia que era impossível. Tinha uma atração magnética, como uma corda invisível conectada ao coração que a puxava constantemente até que finalmente ela pudesse encontrar aqueles olhos.
Estava fazendo isso justamente naquele momento, desejando-a, mas sem coragem de simplesmente levantar e ir até ela.
Foi direto para o bar para tentar reprimir o calor intenso que estava sentindo em seu coração. Se sentou à mesa bebendo um martíni e depois outro. Lauren tentou relaxar, aliviar a ansiedade.
— Evitar ela não vai fazer ela sumir da usa cabeça, sabe, né? –Lauren bebeu seu coquetel, ignorando a prima.
— Eu não estou evitando ninguém.
— E eu estou saindo com a Rihanna. – Alycia suspirou.
— Só em seus sonhos.
— Pois é, na realidade você está se sentindo terrível pelo jeito que as coisas terminaram e arrependida por ter deixado ela ir embora em Nova York.
— Eu não quero falar disso, Al. – Lauren tomou outro gole da sua bebida, deixando o copo vazio sobre a mesa. – Não aqui. Não hoje.
— Deveria ter tirado ela para dançar... – Al sugeriu, mordendo o canudinho de sua batida.
— Não.
— O que você tinha a perder? Ela de novo?
— Não precisa passar recibo disso.
— Preciso sim. – Alycia respondeu. – Quando a Dinah te deu a opção de voltar ela estava falando pela Camila e você rejeitou-a. Não sei o que está esperando acontecer, mas se quer sua vida de volta precisa mais do que essa carinha de cachorro que ficou atrás na mudança.
— Por que está me dizendo isso quando você está fugindo de Sophie a noite toda?
— Eu não estou fugindo dela. – Alycia afirmou, observando a ex em seu círculo de amigas, batendo fotos e rindo. – Nosso momento vai chegar. Já o seu passou, porque Camila foi pra casa tem uns quinze minutos.
Ela sabia que a situação que estavam era absurdamente diferente. Sophie e Alycia lidaram muito melhor que Camila e ela com a distância.
Lauren exalou terminando de tomar sua última dose. Foi só colocar o pé no chão que ficou zonza automaticamente.
— Está bem?
— Sim. Já passa da meia-noite, vou pra casa.
— Lauren...
Ela nem ouviu, passou rapidamente pela pista de dança onde a Salsa ainda retumbava fortemente, indicando que a festa não tinha hora pra acabar. Distraidamente, caminhou pelas escadas. Estava no último lance de escadas quando alguém agarrou seu braço.
Lauren voltou-se assustada, reconhecendo de pronto Dinah Jane.
— Ei, Jauregui. – Ela ficou desconcertada, sem saber ao certo o que dizer. – Tudo bem?
— Sim. – Sua voz grave acompanhou seu nervosismo. – Tudo bem.
— Já vai embora?
— A festa terminou para mim.
— É uma pena. – disse ela, de um jeito que parecia realmente verdadeiro.
— Uma pena eu ir?
— Uma pena ela ter esperado você convidá-la para dançar a noite toda. – Disse com aquele olhar julgador furioso. – Você é uma idiota.
— Eu sei.
— Sabe o que de pior esse tempo fez com você? – Lauren balançou a cabeça negativamente esperando a pedrada em forma de palavras. – Te deixou covarde...
— Eu sei. – Repetiu a frase anterior. Ela faria qualquer coisa para não brigar mais uma vez com Dinah.
— E o que vai fazer para mudar isso?
— Lamentar?
— Não sua burra! Largar o medo e ir em busca do que quer.
Medo. Dinah usou a palavra correta.
Medo de encarar a si mesma, vergonha e o desespero de lidar com as consequências de suas escolhas passadas. Era o medo e a culpa que agora a sufocavam por todos os lados sem deixar escapatória.
— Camila foi pra casa. – Dinah disse por fim e Jauregui arregalou os olhos. – Ela vai para o México amanhã bem cedo se encontrar com a Shay – concluiu.
— Shay?
— Surpresa? Esse é o efeito colateral a sua covardia. Tem menos de oito horas para convencê-la a ficar contigo e que Deus te ajude, porque eu conheço bem minha amiga pra saber que se ela embarcar naquele voo, nunca mais vai tê-la novamente na sua vida.
Lauren explodiu bem ali diante de Dinah. Ela queria dizer algo, queria mesmo, mas achou mais importante retirar seus saltos. Não deixaria passar somente um segundo. Afinal, as palavras guardadas em seu peito durante tanto tempo não eram para a loira.
Quando a garota passou direto por um táxi e não parou, DJ deu um riso. Lauren estava tão bêbada, já poderia imaginar Camila e ela envolvidas numa briga épica que terminaria em sexo para acordar os vizinhos. Foi assim que tudo terminou na sua cabeça.
Alycia, Mike, Dinah, Nico e Normani encaravam Lauren correndo desesperadamente pela calçada, parados ao lado de Dinah. É como diz na música de Amy Winehouse: o amor é um jogo de azar. Eles tinham apostado suas últimas ficha. Agora era com elas.
— A Camila vai te matar quando souber disso. – Nico disse com um riso. Ele já estava sem o paletó, segurando uma garrafa de vinho nas mãos.
— Ela vai me perdoar. – Dinah deu de ombros, fechando os olhos, muito satisfeita com o carinho de Normani em seu pescoço.
— Acham que dessa vez vai dar certo? – Mike perguntou.
— É nossa última esperança, certo?
— Eu acredito que nascemos para ser cupido delas duas. – Dinah murmurou. – Quem sabe sozinhas elas se acertam.
— Espero que elas tenham filhos suficientes não vou renunciar a vaga de madrinha pra você, Dinah. – Alycia provocou.
— Você espera que essas duas idiotas procriem? Eu espero que elas não se matem dentro daquela casa.
— Gente e se elas brigarem? Tipo... muito. – Mike pareceu realmente muito assustado quando sugeriu aquilo. Conhecia bem o gênio da irmã e o de Camila.
Os amigos trocaram olhares safados. O mesmo irritante olhar quando queriam esconder algo dele. O que não fazia o menor sentido já que ele já tinha 16 anos, mas para aquele grupo de amigos, alguns hábitos jamais teriam fim.
— Mike. – Dinah suspirou puxando Normani para mais perto. – As melhores coisas da vida acontecem depois de uma briga.
— Vamos dançar? – A jogadora sugeriu. – Ainda tem bastante tequila no bar.
— Sim. – Mike exalou feliz.
— Você não guri. – Alycia esticou o primo animadinho pelo braço. – prometi a meu pai que não ia tirar os olhos de você. Sua namorada está te esperando... ela vai fazer o isso por mim. Vaza.
— E pra onde você vai?
Alycia deu de ombros.
— A pessoa mais bonita dessa festa não mereceu nem uma foto?
Alycia Evans disse com a sua confiança habitual, se aproximando de Sophie Turner. A princípio quando viu as fotos de Sophie de cabelo loiro odiou, mas olhando bem de perto, ela estava muito mais sexy do que já tinha sido um dia. Aquela máscara era só para ocultar o quanto seu coração acelerou logo que os olhos azuis estavam nela.
Sophie pareceu surpresa com a aproximação, mas nem um pouco descontente. Tinha esperado por aquilo toda noite.
— Nunca vai mudar esse seu lado cafajeste de meia tigela?
— Acredito que não. – Al ficou séria por um instante, mordendo o lábio inferior daquele jeito que deixava quem via pensando em beijá-los.
— E sua amante misteriosa... – Disse a fotografa, ainda sem tirar os olhos da telinha da sua câmera checando as fotos. – Nossa ex-professora.
Alycia nem estava surpresa dela ter matado tão facilmente a charada. Mas se perguntou se sua confiança ludibriava sua coragem e até arrogância em pensar que ninguém sabia. Ela não queria falar de Eliza agora, queria falar delas.
— Isso faz alguma diferença pra você?
— Por que deveria fazer?
Sophie pesou o seu olhar azul contra o verde de Alycia. Evans sorriu primeiro, sendo levada pela atmosfera dela que sempre conseguiu instigá-la.
— Não faz.
A britânica deu de ombros. O olhar de Alycia era intenso, embora houvesse um brilho de diversão escondido ali em algum lugar.
— Sentiu saudade de mim? – Evans perguntou dando um golinho em sua bebida.
— Suponho que foi você quem sentiu. Não aguentou ficar no mesmo lugar que eu por uma noite sem aparecer. – Sophie provocou, porque ela tinha ficado muito boa naquele jogo também.
Al abriu um sorriso, mas nada disse. Turner teve coragem para lhe avaliar de perto e consequentemente babar. Seus cabelos loiros estavam mais para castanho e o batom vermelho nos lábios carnudos sempre pendendo em um sorriso, bem como a postura imponente que fizerem seu coração palpitar. Era como uma deusa que precisava ser eternizada, então ela simplesmente bateu uma foto.
Evans piscou várias vezes reagindo ao flash, encarando-a interrogativa:
— Estou tirando uma foto da mulher mais bonita da festa. – Justificou.
— Acabei de ofuscar o álbum dos noivos com esta foto.
— Essa não vai para o álbum principal, ela é minha.
Alycia segurou seu braço. A reação imediata aquele toque fez as duas olharem nos olhos da outra. O perfume que ela usava era o mesmo do reencontro. Isso amoleceu o coração de Evans.
Puxou a britânica pela mão sem se importar com os convidados. Aquela hora todos estavam bêbados demais para notar as duas em seu momento. Segurou-a pelo pescoço com firmeza e a beijou. Foi um beijo daqueles que fazem suspirar. Sophie derreteu no momento em que os lábios grossos tocaram os dela, desbravando-a de fora pra dentro. Ela afastou-se, embora ainda quisesse muito mais, e as duas arfaram.
— A vida atualmente tem me deixada tão aturdida. – Ela teve que dizer. – Eu nunca pensei que teria você de volta a minha vida.
— Eu sempre vou voltar, mesmo que leve mais dois.
— Isso não é suficiente. – Admitiu Sophie inalando o cheiro primordial de Alycia. – Desde que voltei, redescobri coisas que tinha esquecido.
Sophie acariciou-a. Ela fechou os olhos e os abriu, tentando se concentrar, mas era impossível diante dela, quando percebeu estavam aos beijos de novo, numa sinfonia de cabelos esticados e gemidos contidos. Num desejo que implorava para ser queimado bem longe dali, em quatro paredes.
Se afastaram novamente, ainda em necessidade para falar mais.
— Eu te amo a anos, Al. Ninguém jamais chegou próximo do que você me faz sentir e eu não quero isso de outra pessoa. Eu quero você, mas ainda assim-
— Mas ainda assim você precisa ir. – Alycia concluiu o que ela não teve coragem os olhos verdes azulados, fitavam Sophie com intensidade quando ela completou – Nosso destino atualmente está desconectado. Né?
— Sim.
Evans sabia disso, embora não quisesse aceitar a verdade. Tocou a testa de Sophie com a sua e respirou fundo. Aceitar que ser adulto também significa crescer em rumos diferentes das pessoas que ama é muito doloroso. Não eram mais adolescentes no colegial, preocupadas exclusivamente com sua diversão. Eram mulheres adultas com faculdade, vida e empregos para lidar.
— O que eu falei antes é verdade, sempre voltarei pra você.
— Eu sou grata por isso. Não queria que as coisas entre a gente ficassem tão difíceis quanto ficaram para Camila e Lauren. Quero saber sobre sua vida, quero ver você crescer, mas não posso exigir que deixe tudo para trás. A Inglaterra está minha vida, na Califórnia a sua.
Alycia pensou na sua vida nos últimos anos e que tinha sido tudo menos de crescimento.
No começo, ela se motivou a provar sua inocência e não só conseguiu, como fez Ryan D'Champs admitir isso publicamente com um pedido de desculpas tardio, porém, necessário. Acusado de estupros e a irmã de se unir a um criminoso condenado a prisão perpétua. O pai dos dois teve sua última cartada, então a dupla de irmãos se mudou para a França. Impunes, mas bem longe dos seus olhos.
Depois disso, se prendeu a uma mulher casada e esperou a vida passar entre festas, mulheres e seus estudos. Era bem suficiente quando tinha 17 anos, naquele momento, ela se questionou como tinha se mantido daquela forma até ali. Ou se seu subconsciente a deixou esperando ao longo dos anos.
Ela ia dizer que não tinha realmente nada lhe prendendo a Califórnia, porém Sophie foi mais rápida.
— Eu amo você, Evans.
Desistiu porque não podia pressionar ela. Quem sabe num futuro próximo? Esperou dois anos, talvez pudesse esperar mais.
— Eu também te amo, loira.
Sophie não resistiu e beijou Evans de novo e de novo e pelo resto da noite, uma foi da outra.
A madrugada estava quente quando Camila deitou em sua cama para dormir. Queria ter aproveitado muito mais do casamento da sua mãe, mas teve a brilhante ideia de misturar tequila com vinho e sua cabeça não estava funcionando nada bem. Não queria vomitar em meio a tantos convidados, porque tinha certeza que Dinah jamais a deixaria esquecer. Então preferiu volta pra casa.
Estranhamente seus amigos foram demasiadamente compreensivos e até Mike lhe incentivou a voltar para descansar. Claro que ela só tinha bebido como se não houvesse amanhã porque Lauren Jauregui decidiu aparecer do nada no casamento da sua mãe. Lauren Jauregui solteira no casamento da sua mãe e Lauren Jauregui covarde no casamento da sua mãe.
Quando Alycia deixou escapar que ela tinha terminado tudo com a noiva e voltado a Califórnia. O lado romântico de Mila a fez acreditar desesperadamente que isso fosse uma ligação direta do destino para que elas se reencontrassem na cidade que tinham se apaixonado, no entanto, a covarde tinha passado toda a noite trocando olhares, praticamente despindo-a com os olhos e só.
Irritada por ainda está pensando em Lauren depois de tudo, Camila rolou e rolou pela cama. O calor incomodo também não ajudava. De repente, ela levantou da cama. Mila não sabia se ainda estava muito bêbada, ou se de fato tinha ouvido uma batida forte na janela.
Ergueu-se e pulou da cama num rosnado indignado, porém, antes de chegar a janela, outra pedrinha voou e se chocou diretamente na sua testa.
— Ai! – No reflexo esfregou os dedos suados contra o local pra amenizar a dor.
A dor não a impediu de continuar andando para a janela, querendo entender quem tinha coragem de jogar pedras aquela hora da madrugada.
A raiva de um lugar ao ricto de surpresa quando ela viu quem realmente estava lá.
Era uma reprodução exata da mesma cena, anos antes. A ex-namorada parada sobre seu gramado olhando para cima, com o rosto coberto por uma fina camada de suor, arfando pelo esforço. Lauren mirou os olhos verdes para ela com os lábios entrecortados.
— Olá. – Lauren acenou timidamente e Camila cerrou os olhos mortalmente. Três meses, sumida, lhe rejeitando e ela tinha a audácia de voltar com um simples "Olá"?
— Vá se foder! – Camila xingou, se importando muito pouco se os vizinhos surtariam com sua voz.
Lá em baixo, Lauren começou a notar que tinha pensado seu plano de uma maneira boa, porém executado muito mal. Camila não parecia feliz em vê-la e sim furiosa.
— O que está fazendo aqui. – A cubana gritou/sussurrou.
— Desce pra a gente conversar.
— Nunca!
— Eu preciso falar com você, Camila. – A outra insistiu.
— Oh? Agora você quer conversar? Eu passei dois anos querendo conversar.
— Eu sei disso e é por isso que estou aqui.
— Você é muito sem-vergonha, Lauren. Eu não tenho interesse em te ouvir, pode dar meia volta e ir tomar no meio do seu...
— Camila! – Lauren gritou repreendendo-a. – Eu sei que está magoada, mas eu não vou desistir. Posso passar a noite toda aqui. Sabe que eu sou bem insistente.
Então lançou um olhar de desafio para a cubana.
— Eu não estou nem aí! – Mila se afastou da janela, espiando lá pra baixo com um risinho súbito. Por ela, Lauren se tornaria uma árvore no jardim!
Camila observou, queimando com a sensação de deja-vu, quando viu Lauren seguir pelos jardins de sua casa, erguer o vestido branco, sentando na varanda.
— É problema seu! – Gritou e fechou a janela com tudo.
Ela sentiu uma enxurrada de coisas que queimavam debaixo da sua pele. Bem verdade que ainda estava magoada pela rejeição de Lauren em Nova York, quando tinha apostado tudo de si e perdido mais uma vez. Camila suspirou exasperada, passando a mão pelo rosto até os cabelos.
Abriu a janela só mais uma vez e Lauren olhou para cima a face de esperança deu lugar ao susto, quando Camila devolveu uma das pedras que tinham ficado sobre a cama, atirando com toda força contra Lauren. Sua mira continuava tão ruim quanto antes, mas ela acertou-a no braço.
— Pare de atirar coisas em mim ou vou ligar para a polícia. – Ameaçou (não tão sério) assim e fechou a janela do quarto mais uma vez.
Durante os próximos minutos, Lauren não saiu do lugar e Camila estava bem decidida mesmo de deixá-la passar a noite ali. O plano deu certo no início, mas passadas exatamente, meia hora. Cabello começou a ouvir uma voz bêbada, entoando algum uma canção irreconhecível.
Ela se aproximou da janela e piscou os olhos querendo identificar. Um riso foi mecanicamente se formando em seus lábios sem que ela pudesse impedir.
Lauren cantando uma música que Mila tinha escrito para ela, nos primeiros tempos da paixão que a abateu pela jogadora arrogante de futebol. Como heroína...
— It's you, babe and i'm a sucker for the way that you move, babe and I could try to run, but it would be useless. – Lauren seguia cantando. Bem alto pra falar a verdade.
A vontade de rir passou quando a janela de algumas casas do seu bairro ligaram. Camila apressou-se para abrir a janela.
— Lauren pare com isso! – Ela implorou, mas a garota nem ligou. Continuou lá, ecoando sua canção, com álcool demais em seu sangue para sonhar em ficar afinada. – você quer ser presa?
Camila estava dizendo aquilo porque depois da algazarra dela e dos amigos ao longo daqueles dias seus vizinhos tinham prestado reclamações bem contundentes.
Ela suspirou, pedindo a Deus força para não cometer um crime aquela madrugada. Num segundo estava abrindo a porta da frente e Lauren parou imediatamente de cantar quando viu a cubana surgir.
Um arzinho satisfeito brotou em seus lábios quando ela se aproximou, mas não o bastante. Teve medo de Camila acabar lhe golpeando.
— Você não tem vergonha na cara?
— Um pouco. – Lauren tentou se apoiar na porta, mas quase caiu. – Era a única forma de você me deixar entrar.
— Nem está tão bêbada para passar essas vergonhas e nem tem idade mais pra essas palhaçadas.
— Não. – Suspirou, passando a mão na franja daquele jeito dela de ser tímida e sexy ao mesmo tempo.
— Tá! Eu estou aqui o que você quê? – Ela inquiriu.
— Eu vim para uma última dança.
Ela pensou em mandar Lauren se foder ao ouvir aquilo. Mas notou em seus olhos que ela estava falando sério.
— Nem tem música. – Retrucou, Camila cruzando os braços em volta dos seios. Se sentia tão nua diante dela.
— Mas tem você e tem eu. – Jauregui estendeu a mão, pedindo uma dança. – Por favor.
— Só vou fazer pra você parar de cantar na minha porta.
Lauren sorriu quando viu que os corpos estavam quase se tocando. Sentindo-se de repente confortável com a presença, sem esforço travou os braços na parte inferior das costas de Camila, puxando-a para mais perto, enquanto a cubana moveu seus braços até que estivessem ao redor do seu pescoço.
Pressionando suas bochechas juntas, as bocas pairando ao lado da orelha de Lauren, até que as duas comecaram lentamente a balançar para frente e para trás ao som do ritmo de seus corações.
Mila ergueu-se só um pouquinho para ver Lauren. Ela tinha aquele brilho esquisito nos olhos um pouco vermelhos, misturado com sua melancolia e medo da rejeição.
— Sinto muito pelos últimos dois anos. – Lauren começou a falar.
— Eu também sinto muito.
Cabello tragada por um aperto tão grande no peito, acreditou que fosse começar a chorar. Mordeu a boca e apoiou sua testa na fenda do pescoço de Lauren que inclinou a cabeça para descansar o queixo sobre as mechas castanhas de Camila, não deixando nenhum espaço entre elas.
Fecharam os olhos permitiram se absorver pela presença que as envolvia. Era confortável. Seguro. Era como chegar em casa. Os olhos verdes que ela tanto amava brilhavam intensos. A lua era a única testemunha ocupando o céu, se preparando para dar adeus.
— Obrigada por ter me amado. – Lauren disse depois de um tempo, segurando a mão da cubana sobre o seu coração. – Desculpe por não ter acreditado em você. Por ter te expulsado de minha vida.
— Lauren, cala essa boca! – Jauregui abriu a boca e franziu o cenho, Mila seguiu falando, baixando gradualmente seu tom. – Julga que se eu tivesse preocupada com suas atitudes eu teria ido atrás de você tantas vezes? Acha mesmo que eu manteria a fé inabalável no nosso amor se só por um segundo ou guardasse magoa de você?
— Mas, eu fui horrível com você.
— Fomos muito ruins uma com a outra. – Ela admitiu olhando no fundo daqueles olhos. – Posso levar esses dois anos como castigo, ou como lição. Eu fiz minha escolha e você fez a sua... e ainda estamos aqui.
Sem hesitação em seu toque. Camila agarrou o rosto entre suas mãos, havia um leve tremor em ambas as bocas, antes de Cabello empurrar seus lábios contra os dela. Ela tremeu contra eles, sentiu a quentura de uma lágrima rolar seu rosto, mas não passou de uma nuvem. Ela estava devota aquela boca, sabia que se parassem os problemas voltariam.
Camila puxou Lauren pelos ombros, elas se bateram em alguns moveis, derrubando coisas pelo caminho. O som dos beijos é a única sinfonia que importa. Compartilharam vários, cada um construindo uma intensidade diferente até que a língua de Lauren sondou sua boca, implorando para entrar. Cabello separou levemente seus lábios, permitindo que ela entrasse e no segundo que elas roçam uma contra a língua da outra, uma onda de calafrios se espalhou pela sua pele como um incêndio que não tem esperança de ser extinto.
Camila permitiu que uma das mãos de Lauren rastejassem pela sua bochecha, seguindo até a pele do seu pescoço e indo assim até para sobre a sua bunda.
Ela mordeu a boca e se conteve por um segundo.
— Eu sei o que está pensando agora, eu quero mais que tudo arrastar minhas mãos pelas suas costas e fazer você perceber que é comigo que você deveria ter ficado todos esses anos. – Camila disse, sua voz falhou com as palavras, adquirindo um tom profundo. – Tem tantas coisas que precisamos conversar sobre, aprender, escolhas a serem feitas eu não quero sexo para nublar isso.
As testas estavam pressionadas uma contra a outra, e Lauren sentia a respiração quente contra seus lábios. Ela sorriu, quanto saudade sentiu da quentura natural daquela mulher.
— Podemos, por favor, apenas conversar ou sentar em silêncio, ou rir, ou ligar música e dançar, qualquer coisa que pareça remotamente como se não existisse dois anos de saudade agora mesmo?
— Quarto? – Lauren perguntou.
— Eu estou desabrigada. – Ela deu de ombros. – Mas podemos ficar no quarto de Sofia, mas não vamos fazer nada.
— Só por dividir uma cama com você depois de tudo isso já é o bastante.
Lauren segurou sua mão e delicadamente tomou a frente em direção as escadas. Quantas vezes tinham feito aquele percurso no passado?
O caminho de Lauren cruzou-se com o seu, aquela manhã no primeiro dia de aula por um motivo. Camila via agora que não poderia ser apenas coincidência. Chame de destino. Chame de Teoria. Independente do nome, aquele amor a reunião delas era algo que era deveria acontecer. Como um asteroide caindo na Terra e causando estragos.
Poderia mudar o que quisesse sobre sua vida.
Apaixonar-se por Lauren?
Isso era inevitável.
O mundo poderia resumir-se a cinza. Poderiam explodir uma maldita bomba naquele exato momento e tudo o que Camila notava era a pontinha quente dos dedos de Lauren percorrendo suas costas. O aroma de sândalo que a deixava louca, agitavam dentro dela uma sensação de segurança, de lar.
— Sofia vai odiar saber que alguém, além de mim, dormiu aqui.
Lauren se levantou abruptamente. Os olhos arregalados.
— E a sua mãe?
— Calma. – Camila tranquilizou-a com um riso curto. – Eles foram passar uns dias em um Hotel Fazenda. Sofia vai ficar na Dinah.
Lauren suspirou aliviada e absolutamente amou o que viu de perto. As bochechas tingidas de rosa avermelhado e os lábios inchados após os beijos agressivos e cheios de desejo. Ela traçou o rosto de Camila suavemente, memorizando cada curva de sua bochecha e queixo com a pontinha dos dedos.
— Cogitou mesmo casar com alguém que não fosse eu? – A voz de Camila quebrou o silêncio um pouquinho depois.
— Eu disse sim, mas eu nunca cheguei a marcar uma data. – Justificou Lauren, se odiando por uma desculpa tão porca.
— Claro, porque todo mundo costuma dizer sim a pedidos de casamento sem esperar chegar até o fim, inclusive eu aceitei um hoje. – Lauren franziu as sobrancelhas se afastando um segundo – Eu estou sendo irônica, Jauregui...
— Eu to morrendo se sono, mas não sei se quero dormir. -- Lauren admitiu com a voz cansada.
— Eu não posso dormir, tenho que ir no Aeroporto.
Lauren engoliu em seco. A presença dela ali quase a fez esquecer que Camila estava de passagem marcada para ir ao México. Mordeu o lábio inferior e expirou pelo nariz, sentia seu corpo tenso com as cordas de um violão.
— Camila? – Chamou com a voz embargada.
— Sim.
— Não posso te pedir pra ficar. – Lauren começou – Depois de tudo eu estaria sendo covarde se fizesse isso. Não quero mais estragar sua vida e se sentir que é com ela que você tem que ficar eu vou entender.
Descansando a ponta dos dedos sobre os lábios de Lauren, Camila parou-a de falar.
— Ficar aonde? Do que você tá falando?
— A Dinah disse que você viajaria hoje para o México. – Lauren franziu a sobrancelha sem saber que Camila tanto ria. – O que tem de tão engraçado? Qual o problema?
— O problema é que a Dinah mentiu pra você. Eu não vou mais viajar e ela sabe disso a pelo menos dois dias. Não só ela, Mike e Alycia também. Eu vou ao aeroporto trocar a data das minhas passagens, não consegui via e-mail.
— Mas e-
Camila calou com a boca as palavras que Lauren planejava dizer. Profundamente arrastou os lábios sobre a sua quentura, marcando-a com todo se desejo de ficar ali. Ela deitou a cabeça no ombro de Lauren, o nariz aninhando no delicioso perfume de Lauren em seu pescoço.
— Acho que eu também quero dormir um pouco também.
— Essa é sua forma de dizer que vai ficar?
— Sim.
Apesar do cansaço de ambas simplesmente não conseguiram pregar o olho. Compartilhavam em silencio o medo de quando acordassem tudo estivesse diferente.
— Gravei na memória um trecho do seu livro favorito.
— Serio? – Mila abraçou seu pescoço. – Recita pra mim.
— Querida, adorável Elizabeth, quanto lhe devo! Ensinou-me uma lição, muito dura, a princípio, mas muito vantajosa. Por suas mãos recebi a humilhação que devia. Aproximei-me de você sem duvidar de que seria aceito. Sua recusa me mostrou como eram insuficientes minhas pretensões de agradar uma mulher digna de ser agradada.
Reconheceu na hora a citação de "Orgulho e preconceito", mas sentiu o corpo todo se arrepiar ao ouvir aquelas palavras saírem da boca de Lauren de um jeito tão passional.
— Eu te amo, Camila... Não houve uma só noite que eu encostasse minha cabeça no travesseiro e não pensasse em uma vida com você. Não houve um único dia que eu não desejasse nós... Me deixe consertar tudo que eu estraguei fique comigo.
Uma lágrima escorreu lentamente por seu rosto e naquele momento ali olhando-a, os cabelos pretos, os olhos verdes e as sardas que salpicavam seu nariz ainda mais acentuadas pelo bronzeado que tinham ganhado com o calor da Califórnia. Camila reconheceu mais uma vez que a amava, ela sempre amou.
Um dia depois de anunciar a família que tinha voltado o namoro com Camila, Lauren decidiu milhares de outras coisas e isso a quase fez entrar em pane. Primeiro porque existiam tanto para administrar, tantos coração que ela magoou para ganhar a confiança. Pensou que jamais conseguiria, mas até que ela estava se saindo muito bem. Despejava as horas livres do seu dia com atividades que lhe davam prazer real.
Aquela manhã quente, corria com Alycia pelo píer. A prima andava bem estranha nas últimas semanas, mais carinhosa, menos irônica. Até Camila tinha perguntado se Lauren estava notando tanta gentileza vindo dela. Lauren não sabia ao certo o que pensar, e foi por isso que tomou um baita susto quando Evans absolutamente do nada, disse:
— Eu não quero fazer isso, Lauren. Eu não quero mais ser a eu do passado – Lauren parou de correr e a prima fez o mesmo. – Eu quero outra coisa, cara. – disse, sentindo tudo dentro dela se agitar ao dizer aquelas palavras em voz alta pela primeira vez.
— Outra coisa o quê?
— To cansada dessa liberdade, eu quero ser como você e Camila. Acredita que eu sou maluca de dizer isso?
— Tipo... Pessoas que brigam o tempo todo?
— Não. -- Evans disse decidida. -- Pessoas que querem passar a vida toda junto.
Lauren arregalou os olhos, não poderia negar que ouvir a prima falando pegou-a de surpresa, mas nem tanto. No momento em que Al disse aquilo, o modo como seu rosto estava iluminado e apaixonado.
Laur abraçou carinhosamente o ombro da prima, orgulhosa por ela. Então disse:
— Se sabe o que quer, deveria tentar. Eu vou te apoiar como você sempre fez comigo.
Alycia abraçou a prima muito forte, antes mesmo de começar a chorar. Amava Lauren do fundo do coração e sempre via espaço para mais. Mataria por ela sem pensar. Então a garota se despediu de Lauren dizendo que precisava realmente fazer algo.
Seu peitou queimava numa esperança cega que não tinha sentido antes. Como não decidiu sobre isso antes?
Ela pegou uma dessas bicicletas de aluguel, e pedalou fixando a ideia com mais vontade no trajeto. Quando mais pensava mais fazia sentido. Parecia que estava sob o efeito de drogas, mas, na verdade, era apenas ela. Era tudo que ela desejava ser.
Largou a bicicleta no meio da rua e correu pelo gramado verdinho da residência. Se viu no reflexo do espelho e se amaldiçoou por nem ao menos estar apresentável. Porém, quando se deu conta apertava o dedo na campainha. Meio segundo a porta abria. Nico a encarou com uma sobrancelha de pé e não perguntou absolutamente nada. Talvez aquele brilho desesperado em seus olhos verdes estivessem dizendo alguma coisa que ele reconheceu.
— Ela está no quarto. – Disse liberando a passagem.
Alycia assentiu correndo escadas a cima. Quando Sophie abriu a porta do quarto depois de apenas uma batida, Evans avançou sobre ela, entregando um beijo voraz e apaixonado. Ela enlaçou-a, retribuindo ao beijo inesperado, reconhecendo o toque que ela ansiava todos os dias.
Ela puxou-a para seu quarto e trancou a porta, Al se afastou por um momento.
— Eu decidi. – A garota assentiu, esperando ela concluir.
Evans respirou fundo e entrelaçou seus dedos nos dela. Sophie ficou tensa, Alycia dificilmente hesitava em dizer algo. A menos que fosse algo impactante.
— Eu quero me mudar. Com você. Se você quiser. – Concluiu rapidamente.
Ela sabia que existia uma possibilidade firme de Sophie não querer sua presença em Londres. Tinha uma vida lá, amigos, ficantes. Alycia entendia o tanto que sua presença desestruturava a fotografa. Se assim fosse, ela se mudaria para outro lugar. Talvez para Nova York, atrás de Lauren e Camila. Queria muito que fosse com ela.
Sophie tocou o rosto da garota e a acariciou. Os olhos azuis ganharam um aspecto brilhante, graças as lágrimas.
— Você tem certeza? Quer deixar tudo aqui?
— Eu não estou deixando tudo, sempre posso voltar.
— Não tem nada que vá me fazer mais feliz que ter você comigo! – Ela exalou querendo pular pelo quarto, mas sendo contida por aquela boca que beijou com tanto fervor. – Eu não acredito que isso está acontecendo.
Al não acreditava também.
— Eu te amo. – Eu desabafou aquelas palavras presas tanto tempo na garganta.
— Eu amo você. – Sophie replicou, parando o beijo mais uma vez. – Eu mal posso esperar para viver com você os próximos anos da minha vida.
— Mal posso esperar também! – Ela concordou. Rindo, se delirando por aquele sentimento que de longe era a melhor coisa que tinha dentro de si. Mas as surpresas da sua manhã ainda não estavam no fim.
— Case comigo, Sophie. – Alycia pediu. A princípio Turner achou que ela estivesse brincando, mas ao enxergar os olhos lacrimejantes esperando uma resposta, viu que não.
— Al...
— Case comigo. – Repetiu. – Podemos casar em Vegas, agora mesmo. Elvis para nos unir, um anel de doce e a eternidades juntas. Me diga que sim e eu compro nossas passagens agora mesmo.
Sophie arregalou os olhos sabendo que ela estava realmente falando a verdade. Qualquer pessoa em seu lugar acharia loucura algo daquele tamanho. Casar em Vegas, não mudava o fato que ainda era casar. Mas ela estava pronta pra qualquer coisa. Qualquer coisa com Alycia.
— Eu aceito.
E com um beijo eles selaram o acordo, se entregando mais uma vez ao sentimento que os consumia. Largando as roupas e com beijos e gemidos fixando dentro da pele promessas de amor para sempre.
Entre idas e vindas era primeira vez que o futuro não assustava as duas.
Mal podiam esperar.
Santa Clarita naquelas últimas semanas deveria ser considerada a cidade do amor. E em muitos sentidos, foi. As ruas animadas, a cidade, luzes, praia e a vida que derramava de cada rachadura e fenda em cada caminhada que o grupo de amigos dava. Beberam muito, fizeram amor, redescobriram-se gastando cada segundo aproveitando um, a companhia do outro. O amor queimava em cada interação entre eles.
Por mais clichê que fosse. Camila sentiu naqueles dias que simplesmente estar com aquelas pessoas, faria qualquer lugar de cidade do amor. Era simples assim. Cada um deles era como usar lentes cor-de-rosa que iluminavam o mundo nos tons mais suaves de um pôr do sol sombrio.
Camila tirou inúmeras fotos dos amigos e de Lauren, sorrisos para a câmera, brigas e soprar de beijos e beijos, vários deles.
Lauren fez questão de deixar cada dia seu mais romântico que o anterior. Lauren a mimava com jantares e sobremesas, e a beijava da maneira mais clichê e brega sempre que podia. Tudo muito bem capturado pela câmera atentas de Sophie e as piadas debochadas de Alycia.
Falando em Alycia, num final de semana antes da volta das férias, ela e Sophie simplesmente sumiram por dois dias. No terceiro dai quando Lauren já estava a ponto de entrar em desespero em busca de notícias as duas voltaram casadas com a bênção de Élvis.
Lauren contou depois que a tia quase desmaiou ao ter a noticia. Ela conseguiu entender. Afinal, a mãe de Sophie passou dois dias chorando porque a única filha tinha se casado as escondidas. Destruindo seu sonho de vê-la em roupas de noiva.
Foram algumas das melhores semanas de sua vida, mas o adeus se aproximava. Estavam sentados na porta da casa de Sinu. Era noite e o clima estava agradável em Santa Clarita. A noite tinha sido constituída por garrafas de vinho barato, beijos doces e piadas bobas. Tudo para amenizar os preparativos para voltarem as suas vidas.
Camila se viu distraída olhando um por um. O violão nas mãos de Nicholas, Dinah e Normani agarradinhas em um cantinho particular, Alycia e Sofia rindo de uma piada especialmente ruim de Mike, que jamais desgrudava de Millie Brown. E claro, ela. Lauren sentada ao seu lado com a cabeça apoiada em seu ombro, dando mordidinhas esporádicas em sua pele.
Aquela noite marcava a última deles juntos, mas a promessa de próximas férias, em outros lugares outros países ficou mantida. A história deles se cruzavam, Camila sabia que não existia mais forma de ficarem longe, em qualquer lugar do globo se encontrariam. Agora eram adultos que precisavam um do outro para manter acesa a chama da plenitude. Nunca estaria completa sem aquelas pessoas em sua vida.
— Eu proponho um brinde. – disse Camila, levantando seu copo. Ela estava tão zonza que andou para frente, mas Lauren segurou seu pulso lhe salvando de uma queda.
— Xi tá bêbada! – Dinah gritou atirando seu copo vazio em Camila.
Mesmo com as risadinhas, de repente estava todo mundo de olho nela esperando que dissesse ao que brindariam.
— Um brinde aos meus amados amigos, que nunca me deixaram perder a fé em mim e nem nós – Todos ergueram o copo na direção do dela e Mila se virou para Lauren – E a minha namorada, porque apesar de ser uma idiota e além de me fazer a mulher mais feliz do mundo é uma grande gostosa!
Lauren ficou com as bochechas rosadas e todo mundo riu. Ficando de pé para pular em um abraço coletivo esquisito e confuso.
Eles estavam tão longe de dizer adeus.
Embora ainda faltassem dois dias antes da viagem de volta a NY, Mila já havia começado a arrumar as malas e havia pedido a ajuda de namorada, alguém que era de longe a pessoa mais organizada que Camila conhecia. E uma desculpa para ficarem juntas por mais umas horas.
— Não sei como minha mala parece mais cheia que antes. – Disse Camila, arfando para empurrar mais uma camiseta. – Eu não comprei nada.
— Mas roubou todas as minhas camisas – Lauren brincou distraidamente remexendo em uns cadernos de desenho antigos que Camila tinha deixado ali quando foi a primeira vez e agora esperava levar consigo.
A maioria das páginas estava cheia de rabiscos dos seus amigos. Lauren sorriu ao ver vários detalhes seus também. Havia várias páginas dedicadas apenas aos olhos dela. Nomeados como "planeta olhos verdes". Lauren nunca tinha pensado muito neles, mas Camila parecia ter tido uma obsessão completa nas páginas com apenas seus olhos, cada uma colorida com um tom ligeiramente diferente de verde, como se Camila não pudesse decidir-se de que cor eram exatamente. Até a própria Lauren não tinha certeza.
Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Lauren quando ela se aproximou do caderno de desenho mais recente, adornado com desenhos de elegantes vestidos de noiva brancos e buquês de flores complexos. Ela suspeitava que encontrasse algo assim no trabalho de Camila. Depois que sua prima e Sophie voltaram casadas, discutiram, às vezes brincando, às vezes não, seu futuro casamento "hipotético".
Quando ela virou a página novamente, esperando nada mais que mais desenhos de casamento, sua respiração prendeu na garganta.
— Camila?
Sua voz saiu mais como um sussurro estrangulado do que qualquer coisa, e ela ficou surpresa que Camila lhe ouviu. A cubana logo parou de pular sobre a mala para fechar e se aproximou.
— Lauren? O que você oh!
Olhos verde-esmeralda estavam fixos nos esboços da página à sua frente, e Camila mudou de posição nervosamente de pé a pé.
— Eu sei que é meio estranho. – Disse Camila. – Eu só deixei minha imaginação andar e-
— Eu gostaria que tivesse pintado bebes com seus olhos. – Lauren a interrompeu abruptamente.
— O quê?
— Eles deveriam ter seus olhos. – Lauren repetiu com força, olhando para Camila espantada. – é uma cor muito melhor.
Espalhadas pelas páginas, havia dezenas de desenhos de crianças, em todas as idades. Meninos com cabelos castanhos encaracolados e meninas com cachos escuros. Seus rostos variavam em estrutura, com narizes fofinhos e bochechas rosadas, mas o fator comum entre eles eram olhos. Os olhos de Lauren. Verdes, vibrantes e cheios de vida.
— Você... – Camila começou. – não é estranho?
— Por que seria? – Lauren exalou sem fôlego, os olhos ainda ocupados em cada criança em potencial que Camila imaginou. – Estamos sonhando. Na verdade, eu gostaria de ter um agora.
— Lauren. – Camila riu. – Isso não é geneticamente possível agora, e nós temos faculdade.
— Eu sei. – Lauren disse. – Mas eu te amo tanto que posso sonhar um pouquinho com isso.
Lauren puxou Camila em sua direção, virou-a de costas salpicando beijos por todo o rosto de sua namorada, resultando em risadas furiosas da cubana.
— Quantos filhos você quer? – perguntou Camila, enrolando-se nos braços dela.
— Sete. – Lauren respondeu imediatamente com um sorriso largo. Os olhos de Camila se estreitaram quando se virou para observar a outra garota.
— Lauren, não existe nenhuma maneira de que eu coloque sete filhos dentro de mim. Pense sobre quantos meses de gravidez seriam, não, obrigada. Dois está bom, mi amor.
— Meninos ou meninas? – Lauren perguntou, perdida na sua fantasia.
— Todas meninas. – Respondeu Camila imediatamente. – muito mais fácil de gerenciar.
— Não sei se duas meninas com seu gênio seriam fáceis de gerenciar.
Mila girou para Lauren beijando sua boca docemente. A lembrança da separação breve acelerando seu pulso.
— Não acredito que vou ficar um ano longe de você.
— Vai ser rapidinho. – Lauren murmurou, Mila enrolou-se firmemente contra o peito, ouvindo o zumbido do coração de Lauren. – Eu assinei um contrato com a embaixada, Camz. Eu não posso não ir.
— Eu sei. – Camila falou, a voz embargada, e Lauren sabia que ela estava à beira das lágrimas. Ela resistiu por tanto tempo em não pensar aquilo, mas agora estava chegando o momento que temeu. – Estamos direto no mesmo dilema bobo de ir ou ficar.
— Eu não estou indo pra sempre. – Lauren reiterou, suavemente beijando a cabeça de Camila. – Eu vou voar e visitá-la uma vez no mês. E vamos aproveitar cada segundo de Nova York e no fim do ano vamos conhecer a Europa com nossos amigos como combinamos.
A única coisa que acalmava Camila, era que durante um ano Lauren teria Alycia, Nico e Sophie, perto. De Londres para a Espanha eram poucas horas e eles prometeram que estariam com Lauren, pelo menos, duas vezes no mês. Nunca mais queria que a mulher da sua vida se sentisse sozinha.
— Eu só tive você por um mês e já vou te perder. – Camila bufou, lágrimas manchando a camisa de Lauren enquanto a namorada a esfregava de volta.
— Hey, Camz. – Lauren franziu o cenho, descansando a cabeça em Camila. – Vai passar voando.
Camila relaxou nos braços de Lauren, respirando seu perfume, saboreando cada nota picante ela poderia distinguir, esperando que durasse para sempre.
— Você não vai nos esquecer?
— Camila, como eu poderia esquecer a pessoa que mais amo?
— Você vai ligar?
— E mandar mensagens. Facetime. Escrever cartas à mão. – Lauren brincou, tentando aliviar com as palavras o humor de Camila.
Camila não estava em sã consciência, senão ela teria questionado por que Lauren não estava tão chateada quanto ela deveria estar, mas a tristeza estava deixando sua mente confusa. E os pensamentos iminentes dela partindo para a Espanha em poucas horas, piorou tudo.
Lauren olhou para o elegante relógio em seu pulso, levantando.
— Ainda não. – Camila murmurou, apertando-a com mais força.
— Eu tenho que ir, Camz. -- Lauren sussurrou. – Só por um tempo, eu prometo.
— Lo. – Camila engoliu um soluço, inclinando-se para beijá-la, ignorando as lágrimas que escorriam por sua face.
— Está tudo bem. – Lauren sorriu confortavelmente contra os lábios. - Você vai ficar bem, Camzi.
— Espero que sim. Você me transformou em alguém muito sensível. – Camila disse, enquanto Lauren a beijava seu rosto, rindo o tempo todo.
Camila seguiu Lauren lentamente até a porta da frente, onde Sofia e sua mãe estavam esperando. Tudo pareceu andar em câmera lenta. O beijo e adeus de Sinu em Lauren, o abraço apertado em Sofia. Lauren se virou e levantou Camila, beijando cada centímetro do rosto com um sorriso inocente e aguado. Camila se agarrou a ela.
Sinu abraçou a filha, quando Lauren deu uma piscadela final para Camila e se virou, tentando ignorar a intensa dor que sentiu ao deixar sua namorada naquele estado, com seu último sussurro.
— Vamos no ver em breve, eu prometo.
O tempo não voltou ao normal para Camila. De fato, diminuiu e diminuiu. Naquela noite, não dormiu nada. Ela se virou e inalou o perfume único de Lauren, enquanto chorava, tentando ser mais forte do que sentia que era. A saudade não passou quando Camila entrou no avião na manhã seguinte, mal tinha amanhecido.
Seu coração doía de saudade de Lauren e, apesar de apenas algumas horas separadas, o cérebro de Camila não podia mentir para si mesmo. Sabia que praticamente um mês se passaria antes que ela visse sua namorada novamente e depois mais outro mês e assim até terminar um ano. Tanta coisa poderia acontecer. Tantas mudanças.
Ela ligou o telefone observando o protetor de tela, Lauren sorrindo adoravelmente para ela.
Desembarcou em Nova York antes do meio dia, pelo menos a cidade estava com a temperatura agradável o que possibilitou que ela caminhasse tranquilamente pelas ruas do Brooklyn, até reconhecer a fachada do residencial. Subiu as escadas do apartamento, pegando toda correspondência do mês e meio que tinha ficado fora. A velinha lhe ofereceu café, mas ela rejeitou. Precisava descansar da viagem. Sem Dinah, que só voltaria dali dois dias, ela focaria em se preparar para o próximo ano letivo e sentir saudade de casa, dos amigos e de Lauren.
Olhou através da janela que dava para a avenida principal e o outdoor com a foto de Lauren já havia sido retirado e agora metade de um anúncio de uma jogadora dos Red Bulls era preparado na tela, LED. Pouco importava também. Um dia de merda, de fato.
Camila continuou pelo corredor superior, sentindo o vento quente beijar seu rosto. Se aproximou ainda de mau humor e para sua surpresa a porta do seu apartamento se abriu assim que ela colocou a chave na fechadura e girou a primeira vez.
Um rosto muito, muito, muito familiar, sorrindo maliciosamente, inclinou-se contra o batente da porta;
Então ela viu Lauren Jauregui...
Não foi como se tivesse abalado sua vida, ou qualquer coisa assim.
Não foi como se as luzes fluorescentes do seu apartamento revelasse uma deusa, com mechas marrons escuras, emoldurando um bronzeado rosto angelical.
As lembranças de seu primeiro encontro inundaram a mente de Camila, e tudo que ela conseguia pensar era em Lauren, naquele ano em que passaram a se conhecer, se amaram, se adoraram.
Camila ofegou, o corpo ficou rígido de choque ao ver as mechas morenas, aqueles lábios carnudos puxados em um sorriso arrogante, aqueles braços encostados na porta. Mas a surpresa não era só Lauren ali e sim, a jaqueta com as cores azuis e vermelhas dos Bulls de Nova York.
Ela o reconhecia porque já tinha visto inúmeras vezes no corpo de Normani e até cogitaria que tinha sido um presente de Normani se o número 27 não estivesse perfeitamente bordado no pano. 27 de Lauren Jauregui.
Camila ficou tão atordoada que deixou cair toda correspondência que trazia em suas mãos.
Ambas se inclinaram para pegar os papéis, e os dedos dela roçaram em mãos delicadas, com um único anel em forma de pérola no dedo em um modelo idêntico ao seu. Seus olhos foram dos anéis frios até os olhos verdes, e ela congelou.
— Você deixou cair?
— Uh. – Camila enfim respirou. – Camisa legal.
Ao se ouvir pronunciar o elogio que tinha começado tudo aquilo, Camila se lançou nos braços da namorada, lágrimas brilhando em seu olhar. Lauren estava sorrindo contra a onda de soluços e beijos de Camila enquanto a erguia, as pernas de Camila envolvendo sua cintura quando ela bateu a porta atrás delas.
Era primavera outra vez e por mais que os dias frios chegassem. Para elas nunca mais houve dias de solidão. Naquela realidade houve paz.
A pequena borboleta-azul presa na janela, levantou voou pela última vez.
EU TO MUITO SENSÍVEL. AAAAAAAAAAAAAAAAAA
Tem dois anos que essa historia começou aqui no wattpad e tem mais de cinco que ela vive na minha cabeça. Cinco anos da minha vida. Desde que os personagens de TAC surgiram coisas importantes já passaram. Quando começei Camila ainda fazia parte do 5h, o 5h em si ainda existia como grupo. Eu era uma criança praticamente.
Eu conheço esses personagens como a palma da minha mão e eu os amo e sempre vou os amar. Estou dando adeus a amigos que me ajudaram quando eu duvidei de mim.
Queria agradecer a voces, gente muito obrigada pelo apoio desde o começo. São 300ks numa historia que eu nunca imaginei que chegaria tão longe. Eu não tenho como mensurar em palavras o quanto me sinto grata.
Talvez eu devesse ter terminado teoria antes, sinto que pesei a mão nos dramas algumas vezes, mas hoje terminei definitivamente.
O fim ficou borbulhando na minha mente de varias formas e eu cogitei realmente não terminar Lauren com Camila, no meu primeiro rascunho do lá em 2015, elas não ficariam juntas. No meu rascunho lá em 2015, Alycia e Sophie não durariam como casal mais que dois capitulos. Voces me ajudaram a decidir isso. E estou satisfeita em ver o caminho que eles trilharam. Estou muito satisfeita com o fim de cada uma.
Obrigada, obrigada mesmo!
Beeeeeeeeeem, como voces sabem, eu nunca paro de escrever ne? Então no meu perfil já tem uma nova fanfic que irá ocupar o lugar de teoria. Bem mais curta, com menos drama, muita pegação e confusão. Se chama semideuses em crise e a capa está aqui.
Se tiverem curiosidade já sabem ne?
Até mais carinhas, no vemos (espero) eu logo ali na outra fic.
Se quiserem reclamar sobre o fim, central de atendimento twitter: valeofdolls1
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