Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2

Era oito e trinta e sete da noite e a movimentação em torno da mansão tinha diminuído bastante, só o coração de Camila ainda estava batucando como se ainda estivesse no palco. Foi algo completamente diferente de tudo que ela pensava. As palmas, os gritos, tudo pra ela, para a sua música. Era difícil de acreditar tantos minutos depois.

Agora, dentro do quarto, encarava o palco que tinha cantado, abandonado enquanto alguns loucos pulam em agradecimento a o leve chuvisco que caia do céu.

— Você viu a Lauren? – Mila tira os olhos da varanda e encara Sophie sentada na cama, terminando de tirar sua maquiagem.

— Não. – Mila admitiu. – Acho que ela está curtindo a namorada. – Cabello deu de ombros.

Por mais que houvesse um incomodo, ela já tinha decidido não brigar com Lauren por causa da sua namorada. Uma coisa era completamente diferente da outra.

— A questão entre você e Lauren não é mais de se vocês vão ficar juntas, e sim, quando vai acontecer.

Mila bocejou sentindo o cansaço daquele dia se abater nela.

— Eu não quero forçar nada, sabe? Se for pra ser, que seja sem que eu precise empurrar isso. Também pode não ser eu gosto dela, estou levemente apaixonada, mas não quero nada a força. Gostar não é nem metade da base de uma relação, quantos casais não deram certo, mas se gostavam?

Sophie passou os olhos na amiga, como se pesasse suas palavras.

— Sabe Mimi. Ouvindo você dizer isso, às vezes eu acho que fui pelo caminho errado com a Alycia. – Ela admitiu. – Sinto que deveria ter curtido sem nos preocupar com a nomenclatura da nossa relação ou tentar antecipar quando ela me deixaria. Eu sempre soube que ela tinha um espírito livre, livre até demais. Mas amor não aprisiona ninguém, acho que foi isso que eu fiz.

— Você tentaria novamente? – A ruiva deu de ombros e Camila entendeu o que aquilo queria dizer.

Sim, ela ainda era apaixonada por Alycia. E podia marcar mil encontros em aplicativos, não encontraria o que estava buscando. Mila sabia, porque estava tentando fazer o mesmo com Brooke.

Continuou observando através da janela e viu Dinah e Normani lá em baixo abraçadas sem se importar com as gotas de chuva. Perguntou-se se alguma vez chegaria a experimentar um amor que anestesia a alma, que daria a ela vontade de escrever músicas e fazer planos. Lauren era essa pessoa, ou mais uma na multidão?

Batidas na porta fizeram as duas se virarem a porta e Sophie colocou seu demaquilante em cima da cama.

— Aposto que é o professor Rodgers, ouvi dizer que ele é o responsável pela contagem dos alunos.

Mila rolou os olhos indo para o meio do quarto, Rodgers amava agir como um ditador era melhor não dar motivos.

Sophie abriu a porta do quarto e ela e Camila olhavam para Alycia Evans com a mistura de alívio e surpresa. A loira deu um sorriso meio bêbado em direção a ruiva e entrou no quarto.

— Precisamos... – Disse ela com a voz bêbada, segurando uma garafinha de del vale, que provavelmente estava cheia de ruivinha. – Conversar. – Soluçou.

— Você bebeu?

— Meio óbvio né? – Sophie olhou feio para Camila. – Eu tou sentindo o cheiro da bebida daqui, Sophie.

— Cuba! – Exalou a loira com os olhos piscando sem parar e quase tropeçando no tapete. – A Lauren estava a sua procura hoje... Sim, mas a Lucy... não se preocupe o Mike e nós estamos cuidando disso!

Mila até teria estranhado a fala da garota se não tivesse corrido para impedir que ela caísse de cara no chão, Camila até conseguiu evitar por cinco segundos, porém o peso de Alycia a levou junto.

— Tire ela de cima de mim, Sophie. – Camila gritou ficando sem ar.

A ruiva apressou-se para esticar a amiga pelo braço livrando-a do peso da loira. Alycia ainda estava jogada sem mover um músculo.

— Você acha que ela morreu? – Sophie pergunta sem se aproximar.

— Para de bobagem

— O que fazemos agora?

— Temos que tentar acordá-la. – Sophie se inclina dando leves tapinhas na face de Alycia chamando seu nome, mas não adianta nada.

— Por que você não tenta um beijo? A branca de neve acordou assim.

— Para de gracinhas Mimi e faça algo útil.

— Tá, mas se ela vomitar você vai limpar.

Com mais dificuldade do que da primeira vez, conseguiram arrastar ela até a cama de Sophie.

— Porque logo na minha cama? – A ruiva pergunta observando a garota.

— Porque foi você que ela veio procurar. Precisamos acordá-la Sophie, já é quase oito e meia, ela precisa acordar antes da contagem. – Mila cutuca a garota duas vezes e nada. – Poderíamos jogar ela debaixo do chuveiro. Ajude-me a tirar a sua roupa.

— Eu não vou tirar a roupa dela.

Mila rola os olhos.

— Não tem nada aqui que você nunca tenha visto ou colocado a boca.

— De jeito nenhum!

Sophie fica observando de longe Camila retirar a roupa da sua ex-namorada, observando o corpo se revelando aos poucos. Evans acaba vestida apenas com sutiã e calcinha. Sophie nota que a linha dos seus seios é cheia de pelos clarinhos que vão descendo em uma tonalidade clara até perto da sua virilha.

— Limpa a baba. – Camila um tapa na cabeça da amiga – A genética dessa família é maravilhosa. – Ela precisava dizer aquilo, porque Alycia Evans era realmente linda vestida e sem roupa. – é quase um ultraje.

Nesse momento a garota se remexe um pouco e abre os olhos sem conseguir focar em nada por muito tempo.

— Minha cabeça... – Ela reclama levando a mão até lá.

— Bem é minha deixa pra ir.

— Pra onde você vai Camila?

— Essa é a parte que ela começa a vomitar e eu não vou limpar vomito de ninguém. – Sophie agarra a amiga pelo braço impedindo ela de deixar o quarto.

— Chame a Lauren, ela vai ter que dar um jeito na prima dela.

— Eu não vou atrás da Lauren! – Mila pontua.

— Ah você vai sim. Ou vai ficar aqui e limpar o vômito dela e, eu vou atrás da Lauren, o que você prefere?

Mila faz um gesto brusco com as mãos sabendo que não tinha como escapar, era uma coisa ou outra.

— Ta bom. Eu vou buscar a Lauren, mas deixe-a longe da minha cama.

Lauren estava deitada na sua cama com o celular nas mãos com uma mensagem escrita pela metade para Camila, via DM do instagram depois dela ter visto um story da cubana. Claro que a jogadora tomou o cuidado de desativar seus dados antes de abrir. Essa coisa toda que a tecnologia nos obriga a fazer quando queremos bisbilhotar quem a gente gosta, sem que a pessoa saiba.

Seu dedo ficou dançando na tela de envio na duvida entre mandar ou não, até que percebe Lucy sentada na outra ponta da cama observando-a com um olhar enigmático. Tinham passado o resto da noite sem se falar, e agora Lauren meio que sabia o que tinha que dizer, mas sempre as palavras prendiam no fundo da sua garganta.

Sua namorada engatinha sobre a cama e Lauren apressadamente bloqueia o seu celular colocando sobre a cabeceira. Lucy deita sobre seu corpo e procurar seus lábios.

— Preciso de você. – Ela murmura sobre os lábios de Lauren.

— Eu preciso ir atrás da Alycia, Lucy... Lauren diz e observa como o sorriso da namorada cai um pouco. – Ela não estava nada bem, eu...

— Você nunca pode dar um pouco do seu tempo para mim. – Lauren se retrai em culpa. – Nós somos namoradas, Lauren, às vezes parece que você não tem um pingo de tesão ou vontade de estar comigo.

— Eu tenho. Claro que eu tenho, eu só tou preocupada com a Alycia.

— Alycia sabe se cuidar, você pode tentar fingir que se importa comigo só um pouquinho?

— Eu não preciso fingir que me importo, eu me importo.

— Então faça amor comigo, igual fazíamos no começo desse namoro, me deixe sentir como se fosse única pra você.

Lauren olhou fundo nos olhos de Lucy. Ela nunca poderia dar aquilo pra a moça, não quando ela não era única. Pelo contrário. Mesmo assim não a conteve, nem quando Lucy tirou sua blusa, nem quando tirou a dela. Não se preocupou com a porta do quarto entreaberto. Ela só queria fugir de mais uma brigar. E antes que se dessa conta, estava transando com sua namorada sem querer de fato estar ali.

As coisas que fazemos sem querer, diz mais quem somos do que as coisas que fazemos querendo.

Camila se encontra com Dinah e Normani quando está subindo as escadas. As garotas ainda estão sorrindo atoa, e com os corpos molhados pela chuva. Camila conta rapidamente o que tinha acontecido e Dinah se compromete a ir ajudar Alycia com Sophie, enquanto ela ia buscar Lauren.

A cubana vestia seu moletom de dormir e um chinelo nos pés. No alto da serra o frio chegava rapidamente a incomodar. Mila desce rapidamente as escadas evitando um encontro com Rodgers e vai até o corredor cinco A. Pelo que tinha nas chaves de Alycia era o quarto dela e da prima.

Uma brisa boa entra pela janela se toca o rosto de Camila antes dela ir de encontro à porta do quarto dois. Ela encosta-se à porta tentando ouvir alguma coisa, mas só há uma melodia suave vindo de lá. Já tinha passado o plano na sua cabeça, ia bater à porta, avisar a Lauren o que estava acontecendo e ir embora sem se importar com Lucy ou as suas provocações.

Encosta os punhos na porta que se move levemente para frente. Estava aberta e mal iluminada. Camila enfia a cabeça cuidadosamente para dentro do cômodo tentando enxergar algo. A luz fraca do abajur no cantinho ilumina dois corpos atracados. Camila recua imediatamente, reconhecendo quem eram aquelas pessoas.

Perdida entre a vergonha e o susto, encosta sua cabeça na parede fria do lado de fora, tendo certeza que os gemidos que ela sequer chegou a ouvir são reais dentro da sua cabeça. Ela está chocada e provavelmente com ciúmes.

Desanuviando o pensamento da cabeça, busca abrigo o mais longe possível daquele quarto. Esquece-se que tinha que voltar para dar o recado a Lauren, esquece-se que eram proibidos passeios na noite.

Camila estava mais preocupada em debater com ela própria:

— Sabe por que isso acontece? Porque você é burra, Karla Camila é isso que você é burra! – Repete pra si. – Tinha mil garotas solteiras te esperando, e quem você foi se apaixonar, isso mesmo a inalcançável que tem uma namorada. Palmas pra você.

Por um descuido generalizado, no momento que a garota atravessa os portões que deviam ser vigiados 24 horas por dia. Os dois seguranças estão mais preocupados em ver as meninas de biquíni na piscina. A partir dai a peça do domino número um caiu, para que todas as outras derrubassem uma a uma. Era tudo incontrolável.

De erro em erro, quando Camila dá por si já se encontra perdida. Era noite, estava tudo escuro. O frio cortou as árvores e entrou pelo seu peito rasgando tudo. Mila respirou fundo olhando por todos os lados, tentando encontrar as luzes. Ela não podia se desesperar. Foi então que a conhecida sensação de pânico começou a tomar o controle do seu corpo.

— Camila... - Uma voz cavernosa chamou seu nome.

— Q-Quem está aí? - Pergunto com a voz de choro.

Está tudo dentro da minha cabeça, ela repetiu, mas voz ficava mais forte, mais próxima, mais ameaçadora. Mila levou as mãos em concha até os ouvidos. A floresta lentamente criava olhos e se fechava ao redor dela sufocando-a como uma coisa viva

Eu preciso respirar.

Eu preciso fugir.

Foi à última coisa que Camila pensou antes de perder controle sobre a sua mente suas ações.

— Como você está?

Alycia rola os olhos demoradamente até onde Sophie está localizando a ex-namorada, mas leva um tempo até reconhecê-la.

— Sophie? Por que você está no meu quarto?

— Eu não estou no seu quarto, você está no meu. – Seus olhos arregalam e ela se da conta que esta seminua. – Não aconteceu nada, você só estava bêbada demais e veio até aqui.

— Uhum. – Alycia acenou com uma cara boba se distraindo com a luz no teto.

— Acha que pode tomar banho sozinha?

— Uhum... Mas eu não quero tomar banho. – Disse com uma voz meio infantil. – Sua cabeça tem umas estrelinhas.

Alycia aproximou a mão para afastar as estrelinhas que só ela via e depois sorriu gostosamente fechando os olhos. Sophie olhou pela porta ansiosa, onde diabos Camila tinha se enfiado?

— Alycia? – Sussurrou para ver se a loira estava acordada e ela abre os olhos. – Vou te levar ao seu quarto, ok? Se vista.

— Eu estou feliz aqui com você. E arrependida... um ano arrependida.

Sophie pisca tentando não se envolve com aquelas palavras. Ela só estava bêbada. Quando o efeito do álcool passasse Alycia voltaria a agir como uma idiota.

A porta do quarto se abre e Sophie pula da cama.

— Camila que demora, eu... – Ela para vendo Dinah e Normani. – Ainda bem que são vocês. Onde está a Camila?

— Ela passou por nós duas a poucos minutos. – Sua amiga explicou espiando Alycia. – Você deu banho nela?

— Obvio que não. – A ruiva devolveu como se aquela ideia fosse absurda.

— Como acha que ela vai curar a bebedeira?

Sophie sentou-se na cama um pouco afastada de Alycia, deixando Normani que também era sua amiga colocar ela debaixo do chuveiro e ajudá-la a se vestir. Estava ansiosa, mas não tinha certeza por qual motivo. Dinah andava de um canto a outro do quarto, observando a todo o tempo o relógio, preocupada com a chamada que aconteceria dali a poucos minutos.

— Espero que essas duas não tenham inventado de acabar a tensão sexual hoje. – Dinah resmunga ainda de pé e ignora o olhar de repreensão da namorada. – O quê? Não se faça de santa Mani, cedo ou tarde é o que vai acontecer.

Sophie fica de pé indo até varanda suspensa, os jardins agora já estavam vazios.

— Precisamos ir atrás delas. – Normani sugeriu. – Eu vou pegar um pouco de café pra a Alycia e ir até a Lauren e a Camila, vocês escondem a Alycia se o professor Rodgers aparecer.

Dinah senta-se ao lado de Sophie e as duas olham para o celular de Camila sobre a cômoda.

— Essa vaca nem se lembrou de levar o celular.

— Dinah. – A loira responde o chamado com um olhar. – Você está com essa sensação ruim? Ou sou só eu?

— Misericórdia, Sophie. – Dinah disse batendo contra a madeira da cômoda três vezes. – Se o professor Rodgers descobrir que estamos com bebida aqui dentro nem sei o que pensar.

Sophie não disse nada o que dizia muita coisa.

A culpa daquele frio na barriga não era de Tyrone Rodgers.

Lauren saiu do banheiro com um vapor quente deixando seu corpo. Passou a toalha tentando secar os cabelos molhados. Abriu à porta do seu quarto, Lucy ainda estava dormindo toda enrolada na coberta. Jauregui olhou a cena sem nenhum sentimento além de culpa e vazio. Mais uma vez usando sexo para encobrir o desamor.

Jauregui veste uma roupa qualquer e desce as escadas para procurar Alycia, quando chega no penúltimo degrau se encontra com Normani Kordei, ela suspira de alívio.

— Até que enfim, cap. – Exala. – Eu estava indo agora em seu quarto.

— O que aconteceu. – Normani se aproximou da jogadora e parou do seu lado para lhe confidenciar.

— Alycia bebeu um pouco demais. Sophie e Camila meio que cuidaram dela, inclusive, onde ela está?

—Camila? Eu não a vi hoje ainda. – Lauren disse confusa.

— Camila foi te buscar a pelo menos uma hora.

— Bem, eu não a vi. Me leve até Alycia sim?

Lauren segue Normani até o segundo andar no quarto onde aparentemente Alycia estava tentando se recompor. Ela ia matar sua prima quando pusesse as mãos nela, mas antes precisavam dar um jeito de enganar o professor Rodgers.

—Vamos indo, Laur. – Normani avisa. – A chamada vai começar daqui a pouco e nós temos que procurar a Camila. Lauren acena prometendo se encontrar com a amiga quando Alycia estivesse minimamente apresentável.

Alycia senta na cama fazendo uma careta de dor. Lauren entrega o café em suas mãos e ela bebe rapidamente sem se importar com a quentura, grunhido de raiva e dor em seguida. Jauregui ri e decide esperar mais um pouco até que ela possa ficar de pé.

Passados alguns minutos, Alycia já está bem melhor, só reclama de dor de cabeça e na língua. Lauren joga água no seu rosto, penteia seu cabelo e as duas descem.

— Lembre-se de não vomitar lá.

— É mais fácil falar do que fazer. – Evans resmunga. – Deus, minha cabeça esta péssima.

— É bem-feito!

— Cale a boca Lauren.

Assim que chega ao térreo, Lucy agarra seu braço puxando a namorada pra um beijo demorada. Disfarçando, Lauren interrompe o gesto e dá as mãos a namorada. Ela opta por ficar na parte mais afastada até que seja necessário que ela e Alycia assinem a lista de presença.

Entediada, Lauren percebe uma leve confusão entre os monitores com o professor Rodgers no meio. Lauren se aproxima só um pouco e vê Sophie Turner falando umas coisas desconexas, a princípio Lauren pensa que ela está bêbada, mas se recorda em seguida que a ruiva parecia muito bem quando ela tinha ido buscar sua prima.

– Ela sumiu! – Sophie repete desesperada. – Já a procuramos em todos os cantos. Vocês não podem deixar minha amiga sozinha nessa droga de floresta.

— Como você presume que ela está na floresta?

— Me parece meio óbvio. – A ruiva mantêm o tom alto com o homem.

— Sophie calma! – Nicholas pega em seu braço tentando afastá-la.

— Não pede calma a ela, Nico. – Dinah disse voltando-se ao professor. – Eu quero saber onde a minha amiga está.

Nesse ponto Lauren já tinha tomado ciência do que acontecia e seu cérebro trabalhava em uma frequência só. "Camila desapareceu. Estava sozinha em um mata fechada sem ninguém"

Suas pernas começam a ganhar vida própria.

— O que vai fazer? – Lucy tenta lhe impedir de ir até o núcleo da confusão. – Não é problema nosso!

— Me solte! – Lauren ordena se livrando das mãos da namorada. – Tenha um pouco de empatia pelas pessoas.

Lauren chegou bem no momento que Tyrone Rodgers decidiu se pronunciar.

— Não podemos sair pra buscar ninguém há essa hora, o risco de se perder é enorme. Vamos ligar pra o corpo de bombeiros e amanhã pela manhã começamos as buscas. - Tyrone respira fundo parecendo entediado. – Vocês foram avisados que essa floresta é extremamente de difícil acesso.

— Professor podemos conversar? – Rodgers suaviza sua expressão quando reconhece Lauren. Os dois vão para o lado de fora cada, porém quando estão sozinhos é Rodgers que diz primeiro:

— Eu já sei o que vai me pedir Lauren, a resposta ainda é não.

— Ela é sua responsabilidade. – Devolve tentando não alterar a voz. Normalmente conseguia o que queria dele com dialogo. – Você sabe o risco que ela corre lá fora? No frio, sem ninguém?

— A senhorita Cabello sabia dos riscos. Isso se ela estiver mesmo perdida, você sabe como são essas garotas no meio de tantos garotos.

— Não eu não sei. – Lauren o cortou aos seus ouvidos aquilo era muito ofensivo, mas ela não podia perder a cabeça então suspirou manteve o tom ameno. – Sei que ela pode estar perdida, e precisando de ajuda.

— Você se preocupa com pouco, Lauren. Devia se sentir um degrau acima dessas pessoas. Estão todos fadados a uma vida medíocre, mas você não. – Os olhos dele brilharam. – Você é especial.

Lauren travou os punhos sabendo que dele não conseguiria nenhuma ajuda.

— Eu gostaria que parasse de decidir como eu devo-me sentir sobre as pessoas que eu gosto.

Rodgers ergueu uma das sobrancelhas provavelmente surpreso com o tom de desafio na voz de Lauren, mas avaliando mais profundamente que isso Ela nunca tinha falado com ele daquela maneira.

— Vá para o seu quarto Jauregui. – Ordenou com a voz gelada. – Amanhã pela manhã iremos atrás da senhorita Cabello.

Ela só espera ele entrar novamente na casa para se desesperar. Lauren encosta na parede e deixa seu corpo escorregar até o chão.

— Se acalma ok? – Ergue os olhos encontrado Alycia. Sua prima parecia de repente, sã.

— Não podemos deixar que ela durma nessa floresta. Ela pode... Alycia... Ela pode morrer! – Lauren não percebe, mas está em desespero com lágrimas salgadas escorrendo da sua face.

— Não pensa nisso, Camila está bem. – Ela tenta inutilmente consolar Lauren – Tenta se acalmar, não podendo fazer nada agora.

— Podemos sim! – Lauren conclui decidida levantando do piso. – eu vou atrás dela.

— Você é louca? Não dá pra enxergar nada, não temos se quer uma mísera lanterna nem conhecemos o lugar. Lauren vamos acabar nos perdendo.

— Sei onde podemos arranjar tudo.

— Você ouviu sequer uma palavra que eu disse?

— Alycia. Não posso deixá-la perdida entre animais ferozes, e correndo o risco de topar algum psicótico. Se você não quiser ir, eu entendo, mas eu vou! – A convicção que enxergou nos olhos de Lauren fez Alycia ter certeza que não ia adiantar ela tentar persuadir.

— Ok. – Alycia refletiu alguns segundos – Mas temos que ir rápido. Logo vão querer nos levar aos quartos. Isso é uma loucura. – disse segurando a cabeça ainda meio bêbada. – Eu preciso ficar bêbada novamente.

— Nada de bebidas, eu preciso de você, Al.

Voltaram ao quarto para se agasalhar devidamente. Lauren ignora as perguntas de Lucy pra onde ela vai e o que vai fazer. Sem levantar suspeitas, vão sorrateiramente até a sala de estar, monitores ainda estão conversando entre si e o professor Rodgers conversa ao celular.

Bem lentamente a duas dão a volta pela porta dos fundos e chegam até o quartinho onde eles guardavam os equipamentos. O professor Rodgers tinha levado Lauren até ali enquanto conversavam sobre o time naquela manhã. No momento Lauren sentiu como se o homem estivesse querendo se gabar do poder que ela conseguia extorquindo Simon Cowell. Mas agora ela estava agradecida por isso.

Lauren encosta na porta, observando ao redor com ansiedade, enquanto Alycia fica as voltas com fechadura da porta, tentando abri-la com um arame. Sua prima aprendia coisas bizarras na internet, nunca mais Lauren reclamaria disso.

– O que vocês estão planejando? – A voz faz Lauren paralisar de susto.

– Sophie? – Alycia pergunta catando o fio que deixou cair no chão com o susto. – O que faz aqui?

— Eu sabia que vocês duas iam fazer alguma coisa! – Nicholas exclama ao lado da irmã, Dinah Jane e Normani compõem o grupo.

Jane põe as mãos na cintura com uma expressão decidida.

— Vamos com vocês!

— Você nem sabe pra onde iremos. – Alycia responde desconfiada.

— Óbvio que é tentar encontrar Camila. Ela é nossa amiga, queremos ajudar.

— Toda ajuda é bem-vinda. – Lauren decide e Alycia continua concentrada no cadeado.

Ficam em silêncio tentando esconder o olhar de medo um para o outro, todos ali, exceto Alycia sabiam que Camila sofria com ataques de pânico. Lauren mordeu os lábios, sentindo seu controle se esvair. Camila tinha ido atrás dela e depois sumido, isso no fundo tinha alguma ligação. Ela sabia que tinha.

— O que você roubava? – Sophie provoca a ex namorada que dá um sorriso fraco e depois faz uma careta de dor.

— Corações. Bingo! – Alycia exclamou abrindo a porta, e Lauren passaram apressada para dentro. – Ei, de nada!

Rapidamente Lauren cata tudo que acha útil. Depois ela pensaria no castigo que aquelas coisas poderiam lhe render. Levou consigo quatro lanternas, dois sinalizadores e uma bússola. Esperaram pacientemente o movimento cessar, escondidos atrás de umas plantas e, por fim, pularam o muro não tão alto com facilidade e ajuda de uma escada com a supervisão de Normani que ficaria lá para o caso de Camila aparecesse.

— Estou com fome. – Lauren reclama sentindo sua barriga doer.

— Tome. – Nicholas estende duas barrinhas de cereal. – É única coisa que eu tenho.

— Obrigada. – Ele sorrir simpático mostrando as bonitas covinhas.

— Obrigado você por se arriscar por ela.

Lauren não responde nada apenas mastiga monotonamente o alimento. Era meio óbvio pra ela que iria até o fim do mundo atrás de Camila Cabello. E aquela floresta se parecia muito bem com o fim do mundo. As árvores nativas com seus troncos em volta formavam paredes centenárias em volta dos seus passos lentos e erráticos. Era densa, escura e macabra.

— Estamos andando há quase uma hora. – Dinah reclama. – Acham que estamos percorrendo círculos?

— Precisamos nos separar. – Sophie opina parando de andar – Estamos perdendo tempo. Podemos seguir cada um pra uma direção.

— Ela tem razão. – Nico concorda. – Cobriremos uma área maior.

— Não! Nos filmes de terror é sempre isso que acontece. Vamos ficar juntos.

— Alycia cale essa boca! – Lauren ordena sentindo o sangue ferver. – Como vamos nos comunicar, caso alguém encontre ela?

— Usem seus celulares, gênios, estamos no século 21 não em 1765. – Dinah retira seu Iphone do bolso. – Liguem, mandem mensagens.

— Alycia e eu, vamos pra lá. – Lauren apontou pra esquerda. – E vocês pra lá. Quem encontrar ela primeiro fala no celular. Qualquer perigo use o sinalizador. Lembrando sempre que a casa está ao norte. Ela será a orientação.

— Boa sorte. – Dinah diz antes de começar a andar com seus amigos. – Tomem cuidado.

— Vocês também. – Lauren entrega o sinalizador na mão da colega. – Lembrem-se do sinalizador ao menor sinal de perigo.

Sem muito papo depois disso Alycia e Lauren, começam a andar também. Sempre se lembrando de olhar a bússola pra não se perder trocando áudios com Dinah Jane. Mas aquela floresta era um labirinto, Lauren várias vezes teve a impressão de andar em círculos. Seus pés estavam lhe matando e os mosquitos atacando cada pedacinho do seu corpo.

— Isso é uma loucura. – Disse Alycia coçando o braço, também sofrendo ataques dos mosquitos. – Não acredito que estamos no meio dessa floresta. Esse fim de semana deveria ser perfeito eu o planejei durante uma semana.

— Me sinto mal. – Lauren desabafa só parando para sentir qualquer coisa além de ansiedade naquele momento.

— Como?

— Eu... Eu não sei de verdade, Alycia.

— Se acalme ok? – Alycia abraça os ombros da prima – Vamos encontrá-la.

Suas palavras são ofuscadas pelo brilho que surge no céu coberto pela chama vermelha do sinalizador. O rosto das duas é iluminado pela chama vermelha do sinalizador no céu. Uma euforia violenta começa a correr em seu corpo, sinalizadores eram em sinal de perigo. Teriam eles encontrado Camila ferida ou... Não!

#savemila

Oi gente, intensidade definiu esse capitulo, ele era apenas um, mas já estava enooorme eu tenho toc real de capitulo que passa de 5000 palavras, pq eu começo a querer picotar ele, então pra não acontecer essas paradas eu prefiro dividir em dois. Ai vocês leem um, depois leem o outro, sem pressa tudo tranquilo

Posso admitir uma parada? Eu shippo pra caralho a sophie com a alycia. Mas n contem pra ninguém kkkkk.

Faltam apenas dois capítulos para encerrar a maratona. Ou seja, na quinta a noite acaba e teremos maratona de the order a partir do sábado ME COBREEEEEM! Sou muito esquecida.

Por enquanto é isso, não sumo ou não att porque quero, mas porque na verdade eu fico sem tempo. Minha prioridade é minha faculdade, então as vezes eu preciso me ausentar, mas juro que isso vai acontecer poucas vezes.

Vejo vocês amanha. Não esqueçam de ler a parte 1 pra que essa faça sentido. Tenho sempre a impressão que quando a att é dupla vocês correm logo pra a segunda parte e depois ficam confusos. :D

Sem trechos, pq sou mal e quero matar voces de curiosidade, pq duvido que imaginem o desfecho dessa confusão. 

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