𝐗𝐈
Spoilers sobre o anime\mangá e distorção
de cenário para enquadrar a personagem.
Capítulo na visão da Sn, boa leitura
A mansão infinita
Meu corvo pairava no céu indicando minha direção e eu só consigo pensar em como Zenitsu deve estar, não que eu me preocupe com o fato dele não conseguir lidar com onis e sim com o fato de que ele pode ter se machucado. Estou correndo há tanto tempo que minha barriga está roncando e como recebi um bom pagamento parei na entrada de um vilarejo que me parecia bem abastado, o cheiro da comida do restaurante tão salivante que me fez entrar com tudo e apoiar minhas mãos pelo balcão praticamente batendo.
-- Me vê três tigelas do seu prato do dia, por favor! -- O atendente me olhou incrédulo conforme pus as moedas no balcão e me sentei no balcão, balançando minhas pernas de maneira imprudente devido à fome.
-- Aqui está, deseja algo para beber?
-- Apenas água. -- Sorri e não demorou a me entregar uma pequena jarra e um copo, assim comi minhas três porções de arroz com teriaki e após isso apenas agradeci e partir voltando a andar um pouco mais devagar.
-- Escuta corvo, você sabe do meu marido? -- Resolvi perguntar.
-- CROC! CAÇADOR COVARDE TAMBÉM FOI DESIGNADO PARA ESSA MISSÃO! CROC!
Pouco me importei com as palavras dele, eu estou com tantas saudades de Zenitsu que nunca imaginei que esse sentimento seria possível por outro ser humano que não possuísse o mesmo sangue que o meu, passamos em frente a uma barraquinha e eu comprei comida para viagem além de dangos e eu preciso economizar. Do contrário, todo o meu salário vai para pagar meus pratos.
-- Escuta corvinho bem que você poderia nos ajudar.
-- CROC! DIGA LOGO O QUE QUER CROC! -- Sorri para o corvo pegando uma das bolinhas do dango e arremessando para cima ao qual ele mordiscou.
-- Só me leva até o meu marido. -- O corvo grasnou mantendo a mesma direção e eu o segui, passamos boa parte do fim da manhã correndo até que chegamos a uma ponte, estava de longe, mas podia ver o Haori amarelo estampado e os cabelos tão loiros que chegavam a ofuscar e principalmente a voz estridente de quem queria fugir:
-- QUÊ?NADA DISSO, EU NÃO VOU NESSA DIREÇÃO CAVERNOSA! -- Você, como meu pardal, deveria me entender. -- Me aproximei lentamente e coloquei as mãos em seus olhos, observando que ele havia parado de falar e resolvi ser um pouco travessa:
-- Assim vai assustar o seu pardal senhor Agatsuma. -- Me afastei tirando as mãos de seu rosto e sorrindo lentamente, Zenitsu estava corado e seus olhos brilhosos e em um movimento rápido ele me prendeu em seus braços praticamente me sufocando, depois me soltou e sorriu sem mostrar os dentes em uma curvatura mínima. -- Também estou feliz em te ver. -- Pronunciei sentindo-o encostar os lábios nos meus e após um selar se afastar. -- Coloquei minhas mãos em sua boca e olhei para os lados.
-- Estamos em público Zenitsu! -- Destapei seus lábios.
-- Não tem ninguém aqui, meu bem. -- O sussurro fez a temperatura das minhas bochechas elevarem absurdamente enquanto ele me prendia novamente em seus braços. -- Agora -- pressionou os lábios de forma inconsciente tão belo que me deixou levemente sem ar -- Deixa eu matar minha saudade. -- E assim meus lábios foram tomados com afinco enquanto minhas mãos adentravam seus cabelos e quase esmoreci ao senti sua língua. Até que o corvo grasnou e me afastei respirando lentamente.
-- Precisamos ir. -- Notei que segurava as pontas de seu Haori entre minhas mãos e ele sorriu apertando minha cintura e esfregando de leve.
-- Seu corpo parece maior. Será que terei a oportunidade de vê-la sem esse uniforme mais uma vez? -- Indagou e senti até ponta das minhas orelhas queimarem. Em nome de Buda, como esse homem consegue ser assim?
-- Zenitsu! Estamos em público! -- O olhar dele pareceu adquirir uma aura de luxúria enquanto roubou um selinho meu.
-- Então quer dizer que a sós eu posso? Sn você é uma esposa maravilhosa. -- E assim entrelaçou nossos dedos. -- Vamos logo para essa missão.
Arqueei minha sobrancelha desconfiada.
-- Zenitsu o que deu em você? -- Ele bateu a ponta do indicador nos lábios algumas vezes olhando para o céu.
-- Acho que te ver sem roupa é um forte motivador para irmos até essa missão.
Preferi não o responder antes que eu o mate por me deixar tão envergonhada e com o coração batendo tão forte e por um bom tempo conversamos sobre nosso um mês de distância. Aparentemente Zenitsu não tinha muitas informações a me dar, só que sobreviveu a cada oni e atribuía tal fato aos caçadores com quem estava, mas, eu sei que isso não é verdade. O Agatsuma sempre adormece e executa seu trabalho com tanta perfeição que às vezes me faz questionar se a patente de caçador iniciante lhe corresponde realmente, quando chegamos perto de um campo de arroz por onde a estrada passava no meio estávamos conversando como seria a batalha e se os onis seriam tão fracos quanto os que enfrentamos nos meses que se sucederam e meu marido simplesmente surtou.
-- SN VAMOS TER UM FILHO!
-- Espera Zenitsu assim do nada?
-- Anda querida, vamos desertar e ir para casa fazer um bebê, antes que tenhamos nossas vidas ceifadas! -- Acabei beliscando a bochecha dele de leve.
-- Para com isso agora. Não vamos desertar entendeu? Nossos mestres não merecem isso. -- Ele me olhava de maneira apreensiva e antes que pudesse responder algo, um caçador se aproximou.
-- Hei está tudo bem? -- Seus fios castanhos escuros em um tom Borgonha em meio aos olhos coloridos e uma marca que aparentava ser de nascença na testa.
-- Ah, sim, está tudo bem -- Que vergonha! Zenitsu está agarrado a minha cintura, praticamente com a cara enfiada em meus seios.
-- Pelo visto também são caçadores. Muito prazer me chamo Tanjiro Kamado. -- Sorriu levemente.
-- Igualmente, eu sou Sn Agatsuma e esse é o Zenitsu Agatsuma, temos que ir, pois estamos em uma missão por hora. -- Dei um soquinho leve na cabeça do loiro, algo que sempre faço quando ele passa dos limites.
-- Também estou em missão, meu corvo deu o nome do local de mansão infinita. -- Olhei para ele confusa, se estão mandando vários caçadores para ela significa que deve haver bem mais de dois ou três Onis.
-- Nesse casa vamos juntos, pois, esse é o nosso caminho.
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A conversa a caminho da mansão foi a respeito de como nos tornamos caçadores, mas precisamente sobre a seleção final, quando chegamos perto da casa havia uma criança chorando e ao lado dela um mais velho.
-- Se acalmem, o que está acontecendo? -- Tanjiro se abaixou perto da criança
-- Nosso irmão entrou nessa casa e Mahina foi atrás. -- A garotinha sussurrou.
-- Mahina também é a sua irmã? -- Perguntei me aproximando.
-- É, sim, ela só tem cinco anos. -- Fungou e respirei pesado olhando para Tanjiro e Zenitsu de maneira cúmplice.
-- Não se preocupe, vamos achar a sua irmã, mas para isso preciso que fiquem aqui fora e longe da mansão, tudo bem? -- -- O Kamado comentou e a garota que fungava concordou sendo amparada pelo mais velho. Um corpo voou pela janela que foi quebrada devido à força do impulso para o atirar e corremos até o mesmo ouvindo a menina gritar de pavor, observamos um garoto de íris castanha e cabelos da mesma cor e meu coração disparou de uma maneira ruim, ele parece ter a mesma idade que Washi teria se estivesse vivo, minha respiração aos poucos foi fechando, eu não posso me permitir ter uma crise agora, outras crianças precisam de nós. Vamos Sn, Washi não gostaria se ficasse assim, seja forte!
Ao voltar a respirar parecia que tudo dentro de mim queimava e ao olhar para o lado os olhos âmbar de Zenitsu focavam em mim, assim como sua mão que deslizou lenta e discretamente pela minha.
-- Tudo bem? -- sussurrou e sacudi minha cabeça.
-- Sim, só fiquei triste por ele. -- Afirmei uma pequena mentira e sei que de alguma forma ele sente que estou mentindo, porém, meu marido costuma ser paciente e esperar que eu dê o primeiro passo quando se trata de conversas mais sérias.
-- Aguenta firme. -- A voz do Kamado me despertou enquanto segurava nas mãos da vítima.
-- Ele está morto. Precisamos acabar com isso, crianças não saiam daqui! -- tocando nos cabos de nossas espadas e com certa convicção nos aproximamos da mansão adentrando lentamente, era escuro e claramente cruel. Não passou nem cinco minutos que adentramos esse local para ouvir a respiração pesada e esbaforida das crianças atrás de nós.
-- Mas o que estão fazendo aqui? -- Perguntei descrente.
-- Nos desculpe, mas uma voz ecoou lá fora e um monstro com cara de porco saiu correndo e gritando em nossa direção até que adentrou essa mansão, só que pela janela.
-- Tudo bem, vamos ficar juntos e nada de errado vai acontecer. -- Comentei.
-- Nesse caso Sn acho melhor eu ficar por último -- Zenitsu comentou, apesar da voz séria era possível ver suas pernas tremendo, mesmo assim concordei e continuamos adentrando a mansão até que um barulho de tambor soou e tudo mudo, fui parar e um quarto olhei para os lados e não vi ninguém.
-- ZENITSU! CRIANÇAS? -- Os chamei em vão e um chute foi dado na porta, observei o inquilino que portava nichirins com lâminas semicerradas, descamisado e com uma máscara bizarra de porco na cara, ele ria\ fazia barulhos estranhos antes de vir em minha direção com tudo e apenas desviei.
-- Ei! Ficou maluco pirralho? -- Eu sei que pelas regras não se pode lutar contra outro caçador, mas isso aqui está ridículo. Ele nada disse, apenas avançou de novo e comprimi meu punho, lhe dando um soco na boca do estômago. -- Escuta aqui seu maluco, isso aqui é uma missão séria e não um tatame pra você sair, por aí querendo bater nos outros!
Me posicionei para outro ataque, mas um barulho chamou a atenção dele que saiu correndo, que cara maluco! Não tive tempo ou vontade de o seguir já que nos instantes que fiquei sozinha, outro oni apareceu e após cortá-lo utilizando a segunda forma do trovão outro tambor soou e fui novamente para em outro local. Agora entendo por que vários caçadores foram selecionados para essa missão, no fim não sabemos quem vamos encontrar a cada transferência de local.
[...]
Eu estou cansada e isso prova que meu corpo não se recuperou totalmente do último oni que matei antes de vim para cá, Tanjiro derrotou o oni que me contou se chamar Kyogai e eu peguei um dos onis que estava na casa e creio que Zenitsu e o moleque estranho pegaram os outros.
A gritaria lá fora estava estridente e eu conheço a voz do meu marido em qualquer lugar, corri o mais rápido possível ao sentir as vibrações de luta pelo chão e ao chegar lá vi Tanjiro partindo para cima do moleque com cabeça de porco, olhei para o lado e vi Zenitsu encolhido abraçado a uma caixa e fiquei revoltada, o rosto dele está completamente machucado e sem perceber já estava comprimindo meu punho, o cara de porco chamou Tanjiro para lutar e eu fui andando em direção a eles.
-- Senhorita. -- Uma das crianças falou e depois disso não ouvir mais nada além de continuar a andar, Tanjiro se esquivava dos golpes do moleque e eu respirei pesado antes de me meter no meio e socar a boca do estômago do cara de porco descamisado.
-- Sn! -- A voz de Zenitsu ecoou.
-- Ei mulher você é forte luta comigo! -- Prendi meus cabelos me aproximando dele.
-- Você não dá nem para o gasto moleque cabeça de porco. -- Ele reclamou vindo pra cima com tudo e eu desviei e o golpeei de novo só que com mais força ouvindo algo quebrar, acho que bati com força demais. Ele ia tentar de novo, mas Tanjiro adentrou o caminho gritando com ele e dando uma cabeçada no mesmo e eu respirei fundo indo até Zenitsu.
-- Você está bem? -- Me aproximei tirando o lenço da minha roupa e passando em seu rosto, depois ouvi a explicação de Zenitsu a respeito do ocorrido e senti meu coração bater mais forte, ele não tem jeito.
-- Deixa eu me apresentar, eu sou Inosuke Hashibira gravem bem isso.
-- Aé? Então soletra pra mim! -- Tanjiro revoltado exigiu e eu segurei meu riso enquanto Zenitsu se erguia.
-- Eu não sei ler nem escrever, só sei qual é o meu nome porque está gravado na minha... -- O tal do Inosuke caiu, a boca espumava que nem um cachorro com raiva. Eu fui até ele e virei seu corpo de lado tentando cuidar dele da melhor forma possível enquanto Tanjiro adentrava a casa para pegar os corpos.
-- Espera, eu vou te ajudar e você Zenitsu vai ficar apenas assistindo? -- O Agatsuma se levantou e veio junto e assim passamos boa parte da tarde, tirando os corpos lá de dentro e abrindo covas. Quando Inosuke acordou e nos perguntou o que fazíamos, Zenitsu ficou descrente e Tanjio explicou da maneira dele e eu fiquei quieta observando todo o desenrolar da conversa junto as crianças até que Inosuke apontou para mim:
-- Ei mulher, qual o seu nome?
-- Sou Sn, Sn Agatsuma.
-- Hunf. -- Continuamos a enterrar os corpos até acabar e o corvo de Tanjiro se aproximou, nesse dia aprendemos também sobre as maretis, vulgo seres humanos de sangue raro e depois de nos despedimos das crianças começamos a descer a montanha e eu apoiei Zenitsu, não acho certo Tanjiro o carregar, sendo que já tem sua própria carga.
-- Ei Suzene Natsunga, você vai lutar comigo entendeu?
-- Quem é essa? -- Tanjiro comentou.
-- Gompajiro Katsugako por acaso é besta?
-- Esses não são nossos nomes! -- Eu e Tanjiro falamos ao mesmo tempo, e depois o Kamado olhou para mim:
-- Sn você tem o mesmo sobrenome que o Zenitsu, por acaso são parentes? -- Sorri para ele.
-- Ela é a minha esposa. -- O loiro comentou com orgulho deixando todos em silêncio, porém, Inosuke gargalhou.
-- Até parece que uma mulher forte ficaria com um fracote desses!
-- Escuta aqui o PORCO DO CAPETA Sn Agatsuma é a MINHA MULHER SEU IDIOTA!
-- Zenitsu não grita no meu ouvido! -- Reclamei sentindo a mão dele descansar sobre o meu seio o apertando e soquei sua costela de leve. -- IDIOTA!
-- Foi sem querer Snzinha!
Tanjiro e Inosuke olhavam para gente.
-- Continuam tão macios. -- Meu rosto entrou em combustão pelo sussurro.
-- Eu juro que se você disser mais um ai eu te deixo cair no chão! -- Zenitsu me olhou com ironia, mas depois que belisquei seu braço ele ficou quieto e assim seguimos a direção que o corvo mandou.
Paramos em frente a uma mansão com o brasão da família Wisteria e Zenitsu explicou aos demais rapidamente o que eram e faziam, por um minuto suspirei pensando que os trabalhadores da casa devem lidar com caçadores sem educação o tempo todo, depois de um tempo fomos levados para um quarto a parte onde nos deram kimonos e fomos designados para quartos de banho. Eu fui para um sozinha e conseguia ouvir os gritos dos meninos no banho, suspirei e por um minuto lembrei do momento que tivemos na terma há meses atrás e balancei minha cabeça, não era hora para isso. Depois do banho relaxante me vesti e retornei ao quarto.
-- Um médico logo virá vê-los, se precisarem de algo me avise. Até lá sintam-se bem e comam. -- Uma senhora amável comentou e eu deixei meu sorriso antes de retornar a posição correta, os meninos voltaram e Zenitsu parou ao meu lado, todos nós começamos a comer a refeição enquanto o tal Inosuke provocava o Tanjiro que continuava imparcial até eu já havia perdido minha paciência com ele.
-- Garoto quieta esse traseiro! E come a sua comida em paz! -- Ele me olhou com o mesmo sorriso que deu para o Kamado e se aproximou, deus onde foi que eu errei?
-- Porco do capeta se você tem amor a sua vida deixe a minha mulher em paz! -- Zenitsu voltou a comer e Inosuke não deu ouvidos, pois, começou a me perturbar e ao invés de ir contra ou brigar com ele resolvi fazer o mesmo que Tanjiro, assim lhe dei um sorriso amável mesmo querendo quebrar seus dentes e ele estranhou fazendo cara de quem está muito confuso, depois me aproximei e passei a mão em sua testa fazendo um carinho sobre o galo.
-- Não é que ficou mesmo enorme. -- Comentei e ele se afastou desesperadamente ficando em silêncio e revirei meus olhos, meninos são todos iguais. Olhei para o lado e vi que a aura de Zenitsu estava terrível e apenas coloquei minha mão sobre a sua, nossa refeição foi feita em silêncio e quando acabamos o médico adentrou o quarto e fez as devidas avaliações a respeito da nossa situação. Tanto Inosuke, Tanjiro quanto Zenitsu tinham costelas quebradas e eu estou com o punho direito levemente luxado. Ambos suspiraram e deitaram para dormir, já eu resolvi ir até a cozinha beber água, estava morta de sede e não entendi de onde veio essa secura. Zenitsu me acompanhou com o olhar, mas não disse nada e eu me apressei.
Na cozinha conversei um pouco com a senhora enquanto bebia minha água e ela me explicava o porquê de receberem caçadores sem se importar com o quão mal-educados pudessem ser. Depois disso me despedi e pedi desculpas por ocupar seu tempo, enquanto ela me respondia que eram poucos os caçadores que vinha até a cozinha e ainda por cima perguntavam se precisavam de algo, no caminho para o quarto escutei uma gritaria sem fim e só pelo timbre de voz sei que pertence ao loiro ao qual me casei e quanto mais me aproximava e compreendia o rumo da conversa, pior a história se tornava, pois, a minha vontade era de enfiar a mão na cara do Agatsuma.
Abri a porta encarando Zenitsu em mais um de seus pitis e baixei minha cabeça soltando a porta devido à força que coloquei nela:
-- Então quer dizer que você está com raiva dos momentos maravilhosos que ele passou com seja lá quem? -- Semicerrei meu olhar cruzando os braços.
-- Espera Sn. -- Olhei para ele com tanto ódio que Zenitsu não falou mais nada e assim sai do quarto, fui até a sala onde fomos recebidos e perguntei se teria um quarto a mais disponível por eu ser a única menina, afirmei que estaria mais confortável sozinha e em nenhum momento fui questionada, uma senhora me acompanhou a um quarto ao lado do que os meninos estavam e quando passei por eles todos os três, mas a bela garota colocou a cabeça na porta e eu ignorei ouvindo Inosuke gargalhar que "Monitsu é muito otário." Adentrei o quarto agradecendo e sentei no futon.
"Idiota, eu posso ser lenta para entender algumas coisas, mas sei quando o piti dele é por coisas indevidas e quer saber, não vou me preocupar com isso ou vou acabar matando alguém." Fechei meus olhos e deixei meu corpo deitar no futon, mas uma batida soou a porta.
-- Olha Zenitsu se for você, nem pense, não quero olhar na sua cara pelos próximos dias! -- Continuei deitada.
-- Sou eu Sn, Tanjiro Kamado. -- Nesse caso me sentei novamente e pronunciei um entre. O Kamado abriu a porta e se sentou no chão, notei que trazia a caixa consigo -- Bom vim te apresentar a minha irmã, Sn essa é Nezuko Kamado.
A garota saiu da caixa, crescendo um pouco e pisquei diversas vezes.
-- E-ela é-é... -- apontei em sua direção.
-- Sim, ela é uma oni, mas nunca machucou ninguém e eu ainda vou fazê-la voltar a ser humana. -- A determinação dele me deixou satisfeita e ao olhar para sua irmã não senti nada, geralmente só o fato de ser um oni me dá raiva e por ela não sinto absolutamente nada. Seus olhos brilhantes vieram a mim e a mesma se aproximou. -- Nezuko a Sn pode não querer que...
-- Tudo bem. -- Respondi sorrindo. -- Ela parece ser uma boa menina. -- Passei a mão pelos cabelos dela que aparentou gostar e apoiou seu rosto em meu ombro.
-- Nezuko isso é falta de educação! -- O mais velho falou e eu continuei afagando seus fios e sorri, ela me lembrava ao meu irmão quando estava cansado e eu o carregava para casa ou quando saiamos para colher flores. -- Seu cheiro mudou, você está triste e, ao mesmo tempo, compreensiva e amável. -- O olhei assustada. -- Me desculpa, eu não devia ler as pessoas desse jeito. -- Ele abaixou a cabeça no chão.
-- Tudo bem, sabe cuide muito bem da sua irmã ela é o seu bem mais precioso independente do que seja. -- Fiz mais um carinho na oni que me abraçou me surpreendendo e eu retribuí com todo o meu coração me segurando para não chorar.
-- Agora está na hora de dormir, vamos Nesko. -- Ele sorriu e a garota se afastou encolhendo novamente e adentrando na caixa e acompanhei Tanjiro até a porta antes de sair ele me olhou mais uma vez: -- Sabe a pessoa que você amou deve estar muito feliz te olhando de longe. -- Baixei meu olhar com um sorriso mínimo e depois dei boa noite. Voltei a me deitar pensando em suas palavras e não consigo parar de pensar no sorriso do meu irmão, não é como se em algum momento da minha vida eu o tenha esquecido, mas agora está tão forte que chega a doer meu peito. Fechei meus olhos respirando fundo, não posso ter um ataque de pânico aqui, apertei meu kimono e regulei minha respiração e senti o barulho da porta deslizar.
-- Sn precisamos conversar. -- A voz de Zenitsu ecoou e eu não estou com cabeça para isso. -- Olha, eu sinto muito...
-- Hoje não, amanhã você fala. -- Respirei extasiado ainda sem o encarar e ele ficou quieto, ouvi o barulho da porta sendo fechada e relaxei mais um pouco, porém senti uma movimentação no lençol e meu corpo ser abraçado, não me virei ou sequer me mexi deixei que Zenitsu afagasse meus fios sentindo seu queixo no topo da minha cabeça.
-- Me desculpa se eu te magoei. -- A culpa não é dele, na verdade, sou apenas eu tentando lidar com as minhas crises, claro que fiquei incomodada com o ocorrido antes, mas tenho certeza de que é o resultado do somatório de problemas que crio e administro na minha cabeça e me sinto mal por deixá-lo pensar nisso. Coisas como a "A culpa não foi sua" ou 'me desculpa' passavam pela minha cabeça, porém, o silêncio me dominava e foi assim que dormir, sentindo os braços firmes de Zenitsu em minha cintura e sua respiração em meus cabelos me permitindo me confortar em seu calor...
Na manhã seguinte eu me levantei com calma, meu corpo estava leve demais, olhei para o lado notando que o Agatsuma não estava mais aqui e senti meu rosto quente ao lembrar que na madrugada acordei e senti a mão dele em meu seio. Sim, Zenitsu tem a mania de dormir os segurando e sei que é de maneira inconsciente, levantei e fui ao banheiro fazendo minhas higienes antes de seguir para o quarto, dessa vez o mesmo dos meninos.
-- Bom dia. -- Saldei ao entrar e me sentar no mesmo futon que meu marido estava.
-- Bom dia Sn, dormiu bem? -- Kamado perguntou.
-- Sim, muito bem e vocês? -- Todos me responderam exceto Inosuke que afirmou com todas as letras que uma cama de folha também seria confortável.
Uma senhora adentrou a sala trazendo consigo nossas roupas e avisando que foram reparadas, não demoramos a nos trocar ouvindo em ambientes separados quando um corvo apareceu.
-- CROC! VÃO PARA A MONTANHA NATAGUMO!CROC! HÁ RELATOS DE CAÇADORES SUMINDO POR LÁ, INVESTIGUEM. CROC!
O corvo pairou até a janela enquanto nós fazíamos nossa refeição matinal e depois fomos novamente atendidos pelo médico, os meninos foram medicados e receberam remédios em frascos caso precisassem usar devido às dores das costelas ainda quebradas, minha mão foi enfaixada após uma papa de ervas ser aplicada nos ligamentos e recebi mais uma em um pequeno frasco para trocar pelo caminho e após agradecermos, recebemos orações da senhora e por um triz Tanjiro não bateu em Inosuke para que calasse a boca e parasse de desrespeitar a idosa.
-- Vem Inosuke vamos na frente. -- O Kamado falou, Tanjiro é um rapaz muito perceptivo.
-- QUÊ? NÃO VOU TE OBEDECER KAMUGAKO! -- Inosuke comentou.
-- Ah tudo bem então, achei que queria ser o primeiro a chegar nesse caso irei na frente. -- Tanjiro comentou de maneira tão calma que me fez sorrir.
-- Espera Tunico eu que irei chegar primeiro! -- E com isso Inosuke correu e eu sussurrei um obrigado para o caçador gentil que se apressou em andar.
-- Escuta Zeni serei direta. -- Ele riu para mim, me deixando levemente desconcertada.
-- Se me chamou assim não está mais brava não é Snzinha?
-- Olha. -- Buda, que vergonha. -- Eu não devia ter agido daquele jeito, eu não estou brava com você Zenitsu e ontem também não estava, mas evite dar em cima de outras garotas, do contrário vou quebrar minha mão nesse seu lindo rostinho entendeu? -- Ele sorriu de novo.
-- E obrigada por ontem. -- Não precisei especificar a respeito do que falávamos, me inclinei deixando um selar em sua bochecha e o mesmo revidou passando os dedos na ponta do meu queixo e deixando um beijo no topo dos meus fios. -- Acho melhor irmos... -- Sussurrei dando uns passos a frente, mas ele me impediu segurando na minha mão e entrelaçando nossos dedos.
-- Enquanto não tiver caçadores por perto, não tem por que ficarmos distantes. Somos casados e eu sinto sua falta Sn. -- Concordei ficando um pouco envergonhada.
-- Também senti a sua. -- E assim seguimos pela estrada, de vez enquanto trocando sorrisos cúmplices e ao avistarmos Inosuke e Tanjiro nos separamos e seguimos até eles, afinal ainda temos um trabalho a fazer.
Tentei dar o mínimo de spoilers possível caso quem esteja lendo não tenha lido/assistido a essa parte ainda, ai-ai a primeira briguinha do casal, Sn sendo compreensiva mesmo com o Zenitsu merecendo um soco e são tão pitícos e terão evolução mais a frente ❤
Saiu capítulo novo na fanfic do Sanemi também, caso queiram ler se chama Vendaval.
Reativei a fanfic do Gyutaro caso queiram ler se chama Até o mundo esfriar.
Até a próxima.
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