𝐗


Nossos três meses em missão

O casal havia acabado de chegar no vilarejo Tsuki, você estava morrendo de fome e Zenitsu de medo devido ao nevoeiro baixo que cobria parte de seus pés.

-- Sn vamos voltar. -- Ele Sussurrou e você suspirou tendo um pensamento que logo julgou como terrível: o quão covarde um caçador pode ser?

-- Zenitsu para com isso, temos um trabalho a fazer e parece que há um oni por aqui e olha todo esse nevoeiro e o céu acabou de fechar, vamos investigar. -- Você estava eufórica e nem conseguia se conter.

-- Sn estou começando a achar que você gosta disso. -- Sorriu para ele:

-- Não tenha dúvidas, agora vamos logo! -- Segurou na manga do haori dele o arrastando ouvindo leves muxoxos de reclamação, Sn bateu em cada porta que estava disposta a recebê-los afirmando que estavam ali para ajudar e ao poucos recebiam a informação de que crianças e adolescentes do sexo masculino e agora o loiro se sentia nervoso.

-- Quantas crianças sobraram com essa descrição? -- Perguntou séria.

-- Apenas cinco e nós nos unimos para protegê-los. -- Um idoso afirmou, você se aproximou tirando do seu traje uma trouxinha de glicínia e entregou na mão do senhor.

-- Por-favor entregue isso na mão das crianças e as deixe unidas. -- Sua voz era bem suave e o senhor concordou, observou respeitar sua vontade enquanto puxava seu marido para a frente da casa.

-- Prefere ficar na frente ou atrás? -- Perguntou séria.

-- Sn como vamos nos proteger?

-- Zenitsu deixa de ser medroso, você não é assim. Vou ficar na parte de trás cuida da entrada para mim. -- Deixou um beijinho na bochecha dele antes de ir para o local indicado e não demorou a perceber o nevoeiro se intensificar, sacou a nichirin e se posicionou sentindo o ar ficar cada vez mais denso, o som de que algo estava rastejando em sua direção se fez presente e assim iniciou o ataque:

-- Respiração da terra, primeira forma, deslizamento. -- Como se montanhas se partissem em milhares de pedaços e descessem em uma verdadeira avalanche, destruindo tudo a sua frente, abrindo verdadeiras fendas no chão.

-- SN! -- Zenitsu gritou.

-- ESTOU BEM SE CONCENTRA NA SUA LUTA! -- Viu o rabo da serpente ir em sua direção e desviou.

"Cadê a cabeça dessa coisa horrorosa?" -- Seu pensamento ocorreu enquanto cortava parte do rabo.

-- Essa caçadora parece ser forte, vou devorá-la junto com os outros! -- Foi pra cima de você com tudo

-- Ah, não vai não!

-- Respiração da natureza, sexta forma - Cipós envenenados.

Em um curto movimento fatiou mais uma vez em vários pedaços descrente por ele se regenerar tão rapidamente.

-- Caramba, onde fica a cabeça dessa coisa? -- Você tentou observar através do nevoeiro desviando de uma caudada que levaria através dos seus reflexos rápidos.

-- MEU PAI QUE BICHO FEIO DO CAPETA!!!!! -- A voz de Zenitsu se fez presente e você queria correr, mas não queria sair de perto da entrada, pois se não poderia deixar o local desguarnecido.

-- ZENITSU! -- Não ouve resposta no primeiro momento, porém escutou um barulho similar a um trovão e observou o corpo enorme da cobra assim como o nevoeiro desaparecendo e não pensou duas vezes em correr até ele para notá-lo de olhos fechados embainhando a nichirin.

"Eu nunca mais vou pensar que meu noivo é um covarde." Sua mente gritou enquanto se aproximava, as mãos dele lhe seguraram.

-- Você está bem sn? -- Ele praticamente te sufocou em um abraço.

-- Estou sim e você?

-- Inteiro. -- O loiro se calou. -- Ah! SN O QUE ACONTECEU?

Você semicerrou os olhos.

-- É sério isso Zenitsu? Você precisa parar de esquecer! Agora vamos ajudar os outros ou consegue escutar mais algum oni por esse local?

-- Hum?

-- Zenitsu!

-- Ok -- ele respirou fundo:-- Não há, todo o som asqueroso sumiu. -- Você sorriu e ambos ajudaram os moradores.

Aqui sua primeira missão em dupla se encerrava.

-- Meu deus Zenitsu isso é muito bom! -- O loiro te assistia com maestria, seus olhos brilhavam ao notar como ficava bela degustando uma boa refeição e assim mantinha o cotovelo apoiado na mesa e o rosto sobre a mão te observando de maneira apaixonada.

-- É o mínimo que podemos fazer depois de ter nos ajudado. -- O moço que havia lhes dado a refeição e oferecido um lugar para descansar sorria e agora após engolir a comida ainda com os hashis na boca, você pensava:

-- Desculpa pela intromissão, mas como o senhor sabia sobre os onis?

Ele se sentou ao seu lado:

-- Meu pai foi um kanoe. -- Zenitsu o encarou, durante a explicação pós-seleção final aprenderam sobre o ranking.

-- Então foi por isso que o senhor não apresentou nenhuma resistência em nós ajudar? -- O loiro perguntou.

-- Não só por isso. -- Sorriu sem humor. -- Eu nunca tive aptidão para o kisatsutai e talvez se tivesse não teria assistido Akiko ser levado logo na primeira leva. -- Ele suspirou. -- Então fico feliz em poder ajudar os outros. -- Sorriu e por um momento você se recordou de seu irmão que almejava em se transformar em um espadachim conhecido, para assim poder te proteger e sua mãe também, você não percebeu quando uma lágrima falha escorreu por sua bochecha, porém sentiu a destra de Zenitsu limpando o rastro aquecendo sua face.

-- Me desculpe por chegar tão tarde. -- Você respondeu no automático e ele se aproximou passando a direita sobre seus cabelos, bagunçando de leve seus fios.

-- Senhora Agatsuma não foi culpa sua, na verdade, vocês nos salvaram de uma maneira que jamais poderei agradecer.
Bom, vou preparar os futons para vocês e garoto -- olhou seriamente para Zenitsu -- tem muita sorte por ter uma esposa tão amável. -- Sorriu se retirando, ambos terminaram de comer e insistiram em arrumar tudo, depois foram até a sala onde os futons estavam prontos e ali se deitaram lado a lado, você virou de costas para ele que juntou os futons e se apoiou no cotovelo.

-- Escuta Sn não quer conversar? Aquela lágrima parecia pesada demais para você.-- A esquerda foi apoiada no seu ombro e você Suspirou, se estivessem em casa provavelmente se voltaria para ele enfiando o rosto no peitoral e abraçando o corpo em busca de conforto, mas estavam em missão e assim seria forte.

-- Só preciso descansar. -- Sua voz jazia sem ânimo e ele te respeitou deitando ao lado e afirmando que estaria ali para você sempre que precisasse e nessa noite alguns pesadelos te pegaram desprevenida, ao se levantar levemente ofegante e procurando dormir sem incomodar ninguém até que sentiu a esquerda dele alcançar a sua mão por baixo das cobertas entrelaçando seus dedos de certa forma lhe trouxe paz e aos poucos pegou no sono...

Ao amanhecer se despediram de todos antes de seguir para o próximo vilarejo, o senhor que vos recebeu lhe deu um belo bento para que não precisasse desperdiçar seu dinheiro e não demorou muito até que o corvo carregasse uma pequena trouxa de moedas lhe entregando, informando que esse era o seu primeiro pagamento o mesmo ocorreu com Zenitsu.

Foram dois meses e meio percorrendo vários vilarejos do Japão, sempre em busca de exterminar os onis para onde os corvos te mandavam ir e os próprios animais recolhiam informações que seriam entregues ao superior, todo esse tempo esteve ao lado de Zenitsu e isso fortalecia a relação de vocês, pois entre curto descansos e poucas paradas criavam laços inquebráveis em um casamento de quase um ano, aos poucos aprendiam sobre as fraquezas alheias, manias e até mesmo o que detestavam no parceiro, porém, nada dura para sempre e em uma noite onde finalmente conseguiram descansar ao ponto de compartilhar uma terma o seu corvo pairou.

CROC! VÁ PARA O SUL, HÁ UM ESQUADRÃO PRECISANDO DE REFORÇOS. CROC! MOLEQUE FRACO DEVE IR PARA O LESTE DAR REFORÇO AO ESQUADRÃO TRINTA E CINCO.

Se entreolharam chateados.

-- Pelo visto vamos nos separar. -- Sua cabeça repousava no ombro dele, sentindo o deslizar macio por seu braço.

-- Sn eu não quero. -- Comentou.

-- E que escolha você tem? Por acaso vai desertar e sujar a honra do pilar do trovão? -- Ele engoliu em seco.

-- E se eu morrer? -- Sussurrou atraindo a sua atenção olhando nos olhos dele.

-- Não vai, você é um homem extremamente forte e inteligente, só não se deu conta disso ainda. -- Piscou. -- Fora que vai deixar a sua amada esposa viúva? -- As maçãs do rosto dele chegavam a estar mais altas com tais palavras.

-- QUÊ! NÃO SNZINHA! Fora que nem consumamos o casamento. -- Sussurrou a última parte e você balançou a cabeça em negativa.

-- Zenitsu deixa de ser pervertido!

-- Eu só sou assim com você Sn. -- Sussurrou e seu rosto aqueceu, o loiro te fazia sentir 'coisas' inexplicáveis como, por exemplo, um calor súbito e uns calafrios indevidos.

-- Bom, eu tenho que ir e você também. Sei que em breve nos veremos e... -- Os braços dele deslizavam pelos seus te puxando para perto e beijando seus lábios sem qualquer outra intenção que não fosse te sentir e ficaram assim por um tempo até ouvir o grasnar do corvo indicando que estavam atrasados e fazendo um escândalo desnecessário na terma da estalagem onde estavam.

Em pouco tempo se vestiram e vis-à-vis se encontraram na entrada.

-- Se cuida loirinho. -- Se aproximou mais e ele mordeu o lábio inferior.

-- Gostei desse apelido, espero te ver logo. -- Beijou seus lábios e assim você se afastou antes que algo a mais ocorresse.

Pelo visto teriam meses completamente diferentes e essa será a primeira vez que Sn Agatsuma estará sozinha.

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Sn se movia com precisão, desde que se separou de Zenitsu ficou um pouco mais brava no modo de combate, uma vez que não precisava se importar com outro caçador ao redor. Não é como se você não ligasse para aqueles que se ferissem ou não fosse de encontro fornecer ajudar, mas, era diferente. Uma coisa é se preocupar com um estranho, outra é com o seu homem.

E no momento estava encurralada, seu corvo lhe mandou para um vilarejo onde alguns caçadores precisavam de reforço e ao encontrar o local havia um oni que mais parecia um caranguejo deformado você decepou uma das garras utilizando a terceira forma da respiração da natureza e afastou o outro caçador de patente tão baixa quando a sua que havia perdido a mão.

-- Faça um torniquete ou morrerá de hemorragia. -- Informou de maneira tediosa.

-- Quem é você? -- A face jazia pálida pela perda de sangue e você suspirou.

-- Isso não é importante, procure ficar acordado. -- Balançando a lâmina, Sn deu uns passos a frente, a inverteu e respirou profundamente.

Respiração da natureza, sexta forma - cipós envenenados

Todos as garras restantes do oni foram dilaceradas em um golpe. O bicho se regenerou rápido e foi com tudo para cima e com a quinta forma conseguiu defender e o repelir, longe o suficiente para que pudesse utilizar a primeira forma dada com mais forte.

Respiração da natureza, primeira forma - fúria verdejante

E assim eliminar de vez o oni, voltando ao caçador pronto para ampará-lo.

-- Cu-cui-cuidado ainda há mais um. -- E como se uma serpente saísse da terra agarrando sua perna esquerda te puxando, o baque foi tão rápido e intenso que te derrubou no chão de frente arrastando seu corpo no chão, você se virou de frente e utilizou a quarta forma para se libertar.

-- SEU CABEÇA DE ALGA PODIA TER ME AVISADO ANTES! -- Estava brava e com o rosto levemente ralado, sua postura mudou completamente, seus olhos expressavam uma fúria fora do comum e assim manejou a espada com a respiração entrecortada, o oni serpenteou até você e sem mais mudou novamente a forma:

Respiração da terra, primeira forma - deslizamento

Expirou de uma vez como se a fumaça saísse de seus lábios

Respiração do trovão, quarta forma - trovão distante

Não havia necessidade de matá-lo de maneira tão cruel devido à união de duas formas ao qual você nunca fez antes, mas sentiu que deveria atacar com tudo e sem se importar com os efeitos colaterais. Agora assim Agatsuma percebia que seu controle estava além do esperado, uma vez que uma dor de facão lhe der ajoelhar no chão e fincar a espada no chão como se esquecesse de respirar, em compensação seus músculos e restante dos órgãos estavam bem. Aos poucos acalmou o corpo com uma respiração tranquila, inspirando fundo e expirando devagar, seus olhos fechados com calma e seus cabelos com alguns fios bagunçados, ao se levantar não sentou mais nada abrindo os olhos lentamente e indo em direção ao caçador praticamente desacordado.

-- Ei acorda. -- E assim bateu no rosto dele diversas vezes de leve. Até que ele abrisse os olhos. -- Tem mais Onis aqui?

-- Não.

-- Então vamos sair daqui. -- O ajudou a se levantar o apoiando. -- E a propósito qual é o seu nome?

-- Riku e o seu.

-- Sn, cadê o esquadrão?

-- Devem estar do outro lado da floresta. -- Devida a perda de sangue ele se encontrava fraca e antes que pudessem dar mais passos seu corvo se aproximou.

-- CROC! KAKUSHIS ESTÃO A DOIS MINUTOS DAQUI, FIQUEM ONDE ESTÃO. CROC! VÁ PARA O LESTE RELATO DE UMA MANSÃO ESTRANHA NO MEIO DO CAMINHO! CROC!

Você respirou tranquilamente, obedecendo às ordens que seu corvo te passou e quando o kakushi chegou tomando o caçador ferido de seus braços e te encarando, você sorriu agradecendo, um rápido curativo foi feito em sua bochecha e assim seguiu seu caminho sendo guiada pelo corvo kasugai e apreciando o nascer do sol um sorriso brincou em seus lábios observando algo tão simples que trazia o alívio para muitos após uma noite de tormenta.

Ao nascer de um novo dia, sua nova jornada começa.

Se não me engano Kanoe é a terceira na ordem das patentes do Kisatsutai.

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