Capítulo 9


A viagem para a Itália foi maravilhosa.

Tudo que os livros descrevam, nada se comparava. Delfina parecia uma criança pulando de um lado ao outro, deixando Celestino meio perdido enquanto tudo que podia fazer era rir. Roma foi o marco deles chegarem, mas pararam em todas as atrações possíveis. Celestino não ia tirar esse gosto da mesma.

Delfina poderia dizer que, conforme chegava na vila da tia de celestino, começou a entender que a família toda parecia nadar no dinheiro porque não é possível. A vila tinha toques franceses, deixando as coisas grandiosas. Um pequeno exemplar de um palacete deixava o ambiente maravilhoso.

- Gosto da obra de arte de minha tia? – Celestino parecia realmente nevoso, a deixando desconfiada.

- O que está acontecendo? – Volto a ele, o mesmo já ia comentar algo quando a carruagem parou e bem, o chofer abriu a porta, dando a mão, e Delfina aceitou, com Celestino já descendo ao seu lado e não perdendo tempo. – Celestino?

- Depois conversamos sobre isso. – Fechou a cara, mas seu jeito a deixou alarmada e assustada pelo que poderia encontrar naquele lugar.

- Promete? – Murmuro pensativa. Ele acenou com carinho, deixando-a mais calma.

Eles adentraram pelas grandes portas. Delfina amou cada detalhe, segurando celestino com firmeza em seu braço, já que seus olhos não se focavam no caminho.

- Olha só o que tenho em minha morada. – Delfina voltou sua visão para a senhora que estava na entrada. Celestino colocou sua mão sobre a dela em seu braço com certo desespero, fazendo Delfina tentar entender seu nervosismo. Celestino não tinha medo de muitas pessoas, mas Delfina o estava sentindo ficar tremendo. – E olha, finalmente está casado, será que é que nem aquele meu meio-irmão que se casou com uma prostituta? – O tom acusatório colocado sobre Delfina a deixou irritada.

- Com licença? – Delfina olhou feio para a mulher.

- Não ouviu? – A senhora de nariz empinado só a deixou mais irritada, enquanto celestino parecia congelado, sobretudo a deixando ainda mais preocupada. – Além de casar-se, casou com uma mal criada.

- Pelo que sem a mal criada, é a pessoa que me recebe em sua morada e me ataca na porta. – Delfina realmente não gostava de valentões e mulheres chegavam a ser mais cruéis que os homens. Ela tinha um bom conhecimento, suas marcas da varíola não ajudam muito.

- Olha, que ousada. – A senhora volto para Celestino, que continuou a encarando com falta de emoção. – Não vai falar nada? – Delfina realmente não precisava do Celestino para se proteger, mas o que encontro do seu lado foi o mesmo distante.

- O que quer que eu fale? – Celestino parecia ter acordado de algo. – Delfina está certa, agora vamos entrar ou quer deixar os criados verem mais de seu descontrole? – Com resmungo, a mulher deu entrada, Celestino a puxo para entrar por último, deixando seu corpo atrás dele.

A fazendo buscar alguma explicação para isso? Conhecia a família toda de celestino, pelo menos aqueles que estão em Paraty, conhecia a maioria dos tios e tias. Ângela comentou quando criança que celestino tinha medo de uma tia que era meio cruel, que batia neles com uma bengala, o que a fez repensar se seria essa tia. Renata Ferrrati Bueno, uma mulher que casou com um duque que tinha muitos casos, era o que ela sabia da senhora, que nunca foi fácil e que a família não a visitava e, quando visitava, ficava pouco, olhando para a senhora e sua carranca entendia o motivo, pelo menos superficialmente.

A caminhada foi rápida para a sala de visitas.

Celestino não deixou a mulher do lado de Delfina e o silêncio foi esmagador, fazendo-a buscar o mesmo para explicação, mas seus olhos pareciam diferentes, tinham um ar determinado, mas tinham algo mais ao fundo.

- Bom, não acredito que meu irmão tenha colocado eu para ser um teste a você, - Renata parecia realmente impressionada. – Mesmo que não mereça nenhum centavo que meu irmão trabalho para dar, já que o filho simplesmente o abandonou quando ele mais precisava de alguém...

Celestino pouco falou com as provocações da mulher.

- Estou aqui para fazer o que todos os meus irmãos fizeram quando se casaram, - celestino foi muito polido. – Eu não gosto de você por muitos motivos, você não gosta de mim por muitos motivos, mas acredito que podemos realmente passar essa reunião com um mínimo de educação. – Delfina ficou impressionada com a maturidade.

Ouve um momento de silêncio até que a senhora confirme.

- Vamos acabar logo com isso, - Renata realmente não queria gastar seu tempo solitário com parente inconveniente. Renata tinha seu querido irmão Rodrigo com muito carinho no meio de tantos outros irmãos, mas depois que Celestino foi embora, deixando naquela casa com seu segundo casamento, seu irmão acabou caindo numa grande depressão e sua saúde foi o que a tirou dele. Aquele filho maldito negou o pai até mesmo em seus últimos momentos. – Irei fazer perguntas como diz nossa tradição e, quando respondidas, veremos se eu gosto de vocês ou não.

- Que tradição interessante. – Delfina nunca entendeu esse costume de visitar Renata, onde a mesma perguntava sobre como eles se conheceram. As coisas de que ambos gostam um no outro? Ou até mesmo interesse? Isso normalmente faz parte da corte, pelo que ela sabia...

- Diga por você, porque odeio ver a felicidade dos outros. – Renata resmungo.

- Hm, desculpa. – Murmuro, sentando-se ao lado de Celestino, que a deixou tranquila enquanto mexia no seu vestido.

- Então, como vocês se conheceram? – Renata resmungo, pegando seus óculos.

- Quando éramos crianças, minha mãe me apresentou ele num grupo de leitura. – Delfina lembra daquele dia como se fosse ontem, estava com um vestido azul e celestino realmente estava emburrado.

- Sério? – Renata ficou realmente surpresa. – Que encontro brega.

- Éramos crianças, e bem lembro do vestido azul e que celestino tinha uma cara emburrada porque na época ele tinha perdido um amigo para a varíola. – Naquela época a doença era só uma gripe.

- Com detalhe, - Renata parecia impressionada, voltando para celestino, que tinha um olhar surpreso mais amoroso. – E quando foi a vez que se apaixonou por ele? – Renata não parecia mais tão dura.

- Acho que foi quando ele fugiu do Brasil. Delfina não notou Celestino, que parecia vidrado nela, mas Renata sim, seu irmão tinha razão, se fosse essa tal de Delfina, com certeza Celestino estaria em boas mãos. – Acho que foi quando você subiu minha janela. – Volto a Celestino animada e o mesmo parecia vermelho. – Você está bem?

- Acho que já está bem de detalhes. – Realmente, Celestino não queria que aquela velha soubesse de sua vida. – O que mais quer saber? – resmungo, tentando se recompor.

- Acho que nada, mas gostaria de saber mais sobre a noite... – Antes que Delfina pudesse falar algo, sua boca foi tampada.

- Chega! – Ele realmente queria ir embora agora.

- Ok, calma, - Delfina realmente nunca viu algo escalar tão rápido. – Viemos aqui para tomar um chá e conversa, já que a seção de conversa é por que não tomamos café? – Pondero para a mulher.

- Sua elegância nada parece ser comparada a ele, realmente está feliz com ele? – Renata parecia uma senhora bipolar.

- Não gosto da forma como fala dele. – Delfina resmungo, segurando o vestido com certa raiva.

-Estou só lhe avisando dos detalhes, seu amor juvenil às vezes não compreende o que pode realmente acontecer entre vocês, por exemplo, a outra mulher o deixou...

- Acho que sua falta de elegância mostra por que realmente está sozinha. - Delfina não deixou Renata continuar com suas ofensas. Deixando celestino um pouco chocado e avermelhado pela proteção que ganhou.

- O que está sugerindo? – A senhora parecia pronta para um combate.

- Que antes de falar do seu vizinho deve olhar a si mesma. – Delfina levantou encarando a mulher. – Os problemas que ele teve com seus familiares não lhe dizem respeito, como também não dizem respeito sobre a ex-namorada de meu marido. – Celestino se sentiu realmente protegido ali, o que deveria ser o contrário, né? Como uma pessoa de 1,53 consegue fazê-lo se sentir tão pequeno e seguro ao mesmo tempo?

- Sou da família dele...

- Realmente é? – Delfina a olhou com desprezo e a mulher recuou. – Acredito que, por sua língua grande e falta de noção, esteja sozinha agora. – Viro para Celestino. – Vem, vamos embora...

Delfina o levou embora com a mesma rapidez com que ele a protegeu quando entrou na parte de fora da casa. Voltei ao mesmo atormentada.

- O que foi aquilo? – Delfina realmente parecia muito surpresa.

- Foi minha tia, - Celestino se sentou no chão, recuperando o fôlego. – Não acredito que ele me fez vir aqui, sabendo que não gosto dela...

- Por que não gosta? – Delfina se sentou ao seu lado com mais elegância.

- Ela não aprova o casamento dos meus pais, - Celestino resumiu um pouco. – Disse que, por minha mãe ter vindo de algo duvidoso, eu não sou teoricamente o filho do meu pai...

- Ah, celestino. – O tocou de leve em seu rosto, o puxando para seus olhos. – Não foi só por isso, né?

- Tinha também as feridas no meu corpo e... – Celestino nunca se sentiu tão exposto, mas Delfina realmente o protegeu. Ninguém nunca acreditou nele, ninguém nunca acreditou que a mulher tinha algo contra ele.

- Desconfiava, - Delfina ajeitou em suas mãos. – Seus olhos falam mais que você às vezes, mas acredito que o pior já passou. – Deitou-se em seu ombro dando um conforto.

- Obrigada por me defender. – Celestino nunca conta muito sobre isso a ninguém, seu pai nunca acredita nele, realmente sentia um certo arrependimento pelo homem que lhe deu a vida.

- É isso que esposas fazem, não é? – Sorriu amigavelmente, o fazendo concordar corado.

- Sim, elas fazem isso. – Fez um carinho em seu rosto, a deixando vermelha.

- E agora, o que fazemos? – Batendo em suas bochechas para afastar a vermelhidão, o fazendo sorrir de leve.

- Bom, temos que ir à França, Paris, e fazer um evento para minha família. – Os Ferranti tinham muitas tradições para Delfina, nunca viu uma família tão complicada.

- Um evento? – Delfina realmente parecia surpresa.

- Sim, um baile, isso chega a ser uma coisa só entre as mulheres sobre organizar e essas coisas, mas acredito que posso te ajudar, meus irmãos vão aparecer de qualquer forma, então acho que tudo vai ficar mais fácil. – Celestino pondera.

- Será que tem um motivo para tudo? – Delfina nunca viu um defunto pedir tantas coisas para liberar a herança e claro a fortuna, não que agora ela pensasse nisso.

- Bom, de fato, conversar com os mais antigos não é bem uma exigência do velho. - Celestino tinha isso na família, os mais velhos tinham que ver que os mais novos saíram realmente da praia e agora estão desencalhados. – O baile é para apresentar você para os outros casais da família. – Celestino lembra do lema da família " uma família conhecida, permanece unida". – E também depois disso tudo, o advogado vem com os papéis...

- Então é algo mais democrático? – Delfina queria realmente entender.

- Sim, se você ver pelo lado político. – Celestino realmente pode apreciar um pouco do silêncio do dia, o céu estava azul e o jardim da vila de sua tia parecia atrativo aos olhos, o deixando curioso. – Vamos dar uma volta até que a carruagem chegue. – Já se levantando.

- Claro. – Sorriu animada, aceitando sua mão.

...

Chegar à França foi um cansativo, realmente a estrada não estava das melhores e os cavalos tinham que parar muitas vezes. Delfina, não ligo para isso, mas o jeito como balança a deixou enjoada e ficar na janela não ajudava muito.

O pior de tudo é que Paris ainda estava longe e as estradas principais estão cheias, então o que celestino decidiu fazer? Vamos pelas zonas rurais e mais buracos, se não fosse porque eles ainda não a dormiram, pensaria que estava grávida pela quantidade de vezes que passou mal.

- Está muito mal? – Celestino realmente se sentia mal.

- Estamos chegando na hospedagem? – murmuro cansada no banco.

- Annecy está perto. – Resmungo, esfregando suas costas. – Chegaremos antes do anoitecer. – Tentou chegar mais perto, mas ela o empurrou emburrada.

- Meu estômago dói. – Delfina, volto para frente. – Vamos, quero realmente chegar. – Se ficar parado, nunca vão chegar.

- A cidade não vai sair do lugar, - Celestino a viu perder a cor e realmente não queria que as coisas acabassem antes de começarem. Nunca pensou que Delfina seria sensível a buracos na estrada, mas sabia por Ângela que a saúde dela nunca mais foi a mesma depois da varíola, então sentiu-se culpado pelos seus planos de um pequeno desvio. – Sem contar que meus planos vão continuar lá de qualquer forma. – Celestino procuro seus olhos, mas tudo que recebeu foi um leve aperto em sua mão.

- Ainda tenho raiva de você, mas consegue ser bem romântico, parabéns. – Sua fala continua muito mais que ironia e celestino acabou rindo de seu sorriso singelo.

A viagem continuou com certa alegria para a cidade.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top