Capítulo 5
O casamento foi simples, Delfina pouco se importou com isso.
Pode usar um vestido que tivera trabalhando em sua adolescência, e claro, algo longe de uma igreja para ser nada normal, algo seguindo os costumes, sem contar que seu pai não estava presente e com certeza surtaria quando chegasse em casa e não a veria ali, e aquilo foi tão bom de pensar, finalmente fugir daquele lugar e sentir como uma pessoa normal, mesmo que isso possa acabar muito errado.
- Seu pai não vai participar? – Celestino nunca realmente volto a ser cordial com o mais velho. Delfina nunca entendeu essa estranheza entre os dois, foi logo depois daquela viagem ao senado e claro a falta de cuidado parental quando não foi visitá-la na ilha.
- Ele está viajando e realmente não está... – Delfina já ia comentar sobre a falta de interesse do mesmo, mas Ângela foi bem mais rápida e certeira.
- Acho que comentar sobre uma pessoa que a deixa sozinha e só vem a cada dois anos vela chega a ser cruel em seu dia mais feliz. – Celestino ficou sério e distante nos pensamentos e bom. Delfina ficou chateada com a amiga pela sinceridade que a imagem passou para o futuro marido, que o sogro estava mais preocupado com o trabalho do que com ela, o que é uma realidade, mas realmente ainda não queria que seus problemas acabassem com algo tão novo que estava ali na sua frente.
- Ele a deixou sozinha? – Celestino murmuro, fugindo dos olhos de súplica que vinha de Delfina para acabar esse assunto.
- Papai é meio ocupado, - Encerrando o assunto duramente. – Agora por que não falamos de outra coisa? – celestino concordo a contra gosto, deixando um pouco de amargo na boca de ambos.
- Bom, primeiro devemos aproveitar essa festa de casamento. – Olhando para a mesa cheia de comidas e doces, a deixando mais leve por um bom momento. – Depois teremos que fazer a mala e parti para Portugal, além do mais, os outros testes vão estar para aquele lado do mar. – Visitar os parentes o deixou realmente nervoso.
- Gostaria de ler aquele atestado. – Delfina ponderou sorrindo para alguns convidados. – Acho que podemos nos orientar melhor se sabemos de tudo. – Celestino já tinha pensado na sorte de acabar casando-se com uma mulher dessa?
- Sim, gosto dessa ideia. – Delfina o guiou para os familiares sorridentes.
...
O testamento parecia muito mais um contrato do que um pedido final. Delfina nunca viu um defunto tão exigente, porque olha, o pai de Celestino tinha uma lista de requisitos e também funções como ir atrás da tia da Itália ou chegar na França e fazer um baile para mostrar os dotes da dama, decorar a casa de Portugal e cumprir requisitos diários aos parentes próximos do marido, ajudar o mesmo e o guiá-lo aos negócios da família e fazer trabalhos voluntários com a cota esposa prestativa.
Delfina, quando terminou o papel extenso, voltei para Celestino, que parecia bem animado, tirando as coisas da mala e ajeitando no quarto do navio. Queria compartilhar a mesma alegria, mas esse papel parec me deixar um pouco nervosa. O casamento foi uma mentira para fugir de sua casa e de seu pai negligente e acabou entrando numa encrenca. Não que ela faria tudo isso sozinha, como uma pobre coitada normal desse século. Celestino deixou claro que iria fazer tudo com ela, pensando no seu "marido". Aquele título fazia bem ao mesmo, o deixando orgulhoso como um pombo, seu peito bem estufado o deixava mais quente e confiante. Era, ela pensou o o quê? Aquilo a fez bater em suas bochechas, buscando uma orientação em seus pensamentos.
- Está tudo bem? – Celestino chegou perto, examinando.
- Sim, pensamentos estranhos percorreram minha mente. – De fato, não era uma mentira, mas tudo que Celestino fez foi puxar o papel das mãos, dando uma olhada enquanto Delfina permaneceu ali ao seu lado, aproveitando aquele calor orgânico que saía do homem ao seu lado. Realmente foi estranho não sentir um nervoso ou pânico em estar num ambiente tão novo ou desconhecido, porque aquele quentinho de segurança emanava de Celestino, a deixando curiosa que mesmo depois de todos esses anos ela continua ali se sentindo a segura ao lado dele.
- Ele foi bem sem vergonha aqui, não? – Celestino coçou o queixo com aquela vontade danada de dar uns tapas no velho.
- Acho que ele conhece a pilantragem que vem do filho mais velho. – Delfina o provocou de leve, o vendo revirar os olhos. – Além do mais, ele é seu pai, mesmo depois de toda aquela confusão. – Murmuro tranquilamente, finalmente voltando para suas malas. Aquelas não eram suas malas? – Onde estão minhas coisas?
- Joguei fora, encomendei coisas melhores para você usar, - celestino nem ao menos a olhou. – Você não tem 90 anos, e já falei que não precisa se cobrir tanto, ainda terá as manchas cobertas, mas terá cores mais condizentes com seus 20 anos.
- Não acredito nisso. – Ela ficou emburrada enquanto olhava os vestidos, não queria admitir, mas os vestidos escolhidos pelo marido ou amigo ou celestino a deixaram surpresa, tecidos leves e coloridos com estampas simples e delicadas do jeito que ela vestia antes da varíola.
- Pode reclamar o quanto quiser, - Celestino, volto para a cabine. – Você é bonita e fica se escondendo em roupas escuras...
- Ninguém gosta de ver manchas de varíola. – Tentou não ficar constrangida.
- Já disse que não ligo para isso, - Celestino deixou o testamento de lado e voltei a Delfina, que parecia minúscula ao lado dos baús de roupa. – Quando saiu daquela ilha, disse que suas marcas são de vitória e não de vergonha. – Tocou de leve a pele, a vendo incerta. – Ninguém vai falar mal de você, não vou deixar, mas eu gosto das manchas, gosto de ver que no final você não me deixou sozinho. – Delfina concordo e os dois ficaram um tempo ali juntos vendo os vestidos.
- Esta, se me garantir que ninguém vai se sentir incomodado ou vai falar mal, eu, eu, eu... – Ela nunca teve essa proteção antes, realmente seu pai não a protegeu assim. Celestino e sua família foram bem mais acolhedores, principalmente o pai de Celestino, o senhor de idade que parecia bem mais preparado para algum conforto que seu querido pai, o cientista e pesquisador que parecia ir mais à capital do que com a filha que se recuperou de uma doença cruel.
- Ninguém vai falar nada, agora arrume as coisas, quero mostrar alguns luxos de minha companhia. – Delfina acabou concordando, já saindo de perto daquele calor tão reconfortante, pegando um vestido azul que parecia ter brotado na sua frente, vendo de leve celestino disfarçar sua escolha, a fazendo rir baixo. – Que foi? Estamos no mar, nada melhor do que azul. – Fazendo sinais para ela continuar seu caminho ao banheiro, a deixando alegre e saltitante.
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