Capítulo 2
Delfina ficou superanimada quando Celestino decidiu voltar ao Brasil.
Mesmo que ela acredite que a mulher que o acompanhe não vai gostar de sua aproximação, e uma dor só de pensar nesse ser faz seu coração contrair, como agora, entrando na casa dos Ferranti de costa, foi convidada pela Ângela e pela esposa de Carlos, que a esperava na sala dos encontros das damas. Com um cumprimento ao mordomo que sorriu ao jovem, Delfina entrou pela porta branca, dando de cara com as crianças correndo de um lado ao outro enquanto suas mães permaneciam sentadas e seus maridos jogavam cartas ao longe.
- A senhoria Delfina Cassuti de frado, chegou. – O anúncio fez as damas levantarem as cabeças sorridentes e as crianças pareciam realmente mais animadas do que subir nas mesas ou mexer nos livros que tinham ao su alcance, vindo na direção da moça.
- Que bom que chegou, já estávamos ficando preocupadas. – Ângela realmente a puxou para seu lado, ajeitando espaço no meio de seus vestidos. – Por que a demora?
- Meu pai saiu de viagem agora pouco, - Delfina murmuro à amiga que fechou a cara. – Tive que disfarçar, então acho que podemos mudar os assuntos. – Depois do fiasco de seu noivado e da cura da doença mortal, Delfina foi trancafiada em sua casa, pois seu pai acredita que ela se protegerá de tudo se ficar presa naquela casa que um dia foi acolhedora e bela, agora tinha seu maior pesadelo e tormentos.
- Sim, sim, vamos falar de coisas boas. – Bateu palmas Paloma, esposa de Carlos. – Acho que já sabe que Celestino está chegando e precisamos de sua ajuda para atividades que o mesmo se sinta à vontade de participar. – Paloma não tinha convivido muito com o cunhado. Delfina sabia que o casamento de Carlos foi realmente distante nas terras da colônia portuguesa e que Paloma disse que o homem parecia distante e carrancudo, diferente do Celestino que Delfina conhecia.
- Não devia conversar sobre isso com a esposa do mesmo? – O silêncio que reinou de depois de seu pronunciamento fez Delfina repassar a conversa em sua mente, falou algo errado? Mesmo não vivendo em sociedade, sabia que algo não estava certo. – Gente? – Ângela despertou do silêncio com um sorriso gentil.
- Ah, querida, desculpe, esqueci que não sabia que meu irmão não é mais casado. – Ângela foi poética em seus gestos, levantando a desconfiança de Carlos e do cunhado, que levantou as sobrancelhas. – A mulher demonstrou ser uma verdadeira golpista tentando pegar algum dinheiro de meu irmão, como não conseguiu, foi embora com o mordomo. – Ângela escondeu o sorriso maligno que surgiu dos olhos conflitantes de Delfina, enquanto Paloma ficou imaginando o que sua cunhada iria aprontar.
- Ah, isso é horrível! – Delfina ficou chocada para dizer o mínimo, enquanto é claro ficou pensando em como celestino deve estar desolado, pobre homem.
- Acho isso, na verdade, uma maravilha. – Carlos resmungo. – Eu não gostava da mulher. – O irmão não sabia qual é o plano de sua irmã, mas sempre que tem oportunidade queria demonstrar sua falta de empatia com aquele embuste que o irmão tinha arrumado anos atrás.
- Carlos! –Paloma bateu as mãos em seu colo, mostrando a advertência e olhando as crianças que pareciam superanimadas e atentas ao que os adultos conversaram.
- Que foi? – Ele volta à esposa resmungando.
- As crianças. – Fechando a cara, fazendo todos voltarem ao seu pequeno público sorridente.
- Ah, boas crianças, por que vocês não vão lá fora e vão caçar uma fada ao seu velho? – Alfredo abaixou as cartas e, como soldados, Delfina viu as crianças saírem em disparada pelas portas, fazendo todos segurarem móveis e estantes de livros até que a tourada tenha ido embora.
- Fada? – Delfina volta ao amigo rindo baixo.
- Sim, escondemos um monte de estátuas pelos jardins para momentos como esse, - Alfredo comenta isso orgulhoso. – Se eles conseguirem pegar o objeto, podem escolher a sobremesa e claro, não fazer lição por uma semana. – Aquilo a fez rir.
- Isso sim é uma troca justa. – Delfina volto à amiga Ângela, que sorria amorosamente ao esposo, o mesmo olhar ela tinha pegado de Paloma a Carlos, quando ela teria isso? Duvido muito que ela consiga isso, estava destinada a ficar solteira, suas manchas não eram atrativas. Enquanto isso, seu pai a prendia em sua casa, deixando os homens ainda menos desinteressados por ela.
- Bom, voltando ao assunto sobre meu querido irmão, - Ângela queria logo colocar para fora sua ideia principalmente quando viu os olhos caídos de Delfina. – Ele vai voltar porque como sabe nosso pai morreu e como se passou alguns meses e celestino não proclamou o titulo ira cair sobre nossos primos destino e isso seria horrível. – Os primos distantes tinham ideias estranhas para pessoas de Paraty, eles são contra a coroa e sobre o movimento de monarquia que se instalou bem rápido. – Então Carlos mando uma mensagem a ele para que venha aqui assumir a responsabilidade, - Ângela divagava com as mãos puxando atenção de Delfina pelas mãos que craquelavam para cima e baixo. – O único problema é que nosso querido pai, deixou claro algumas clausuras. – Murmuro tristemente.
Carlos pegou a deixa quando entendeu que Ângela ia tentar juntar Celestino e sua paixão de anos, Delfina.
- E que clausuras seriam essas? – Delfina já imaginava algo impossível.
- Ele precisava estar casado e provar a alguns familiares da Europa que são um casal de verdade. Paloma ficou vendo os dois irmãos trabalharem juntos para algo grande, voltando a Alfredo, que também encarava tudo de longe, tentando realmente entender o que ia vir agora. - E isso é meio impossível, já que ele não tem uma esposa.
- E o que faremos? – Delfina realmente já começou a pensar em algumas damas para preencher esse papel de duquesa.
- Bom, estava pensando em juntar você e ele. – Ângela comento, caindo de novo ao lado da amiga com um sorriso galanteador, fazendo Delfina ficar constrangida com a franqueza e os demais alarmados.
- Eu? – Colocando a mão sobre o peito para acalmar o coração acelerado.
- Sim, você podia usar esse casamento para fugir do Brasil e de seu pai. Celestino ia acertar de qualquer forma e vocês são amigos e poderiam passar pelos testes. Sem contar, é claro que depois de tudo arrumado poderia pegar uma porcentagem e fugir. – Ângela falou com desdenha, deixando as palavras entrarem na cabeça de Delfina, que parecia trabalhar com essa informação.
- Acha que ele aceitaria? – Delfina realmente parecia meio incerta enquanto Ângela chegou perto da amiga sem medo de tocá-la.
- Celestino sempre ouve o que você diz, - Ângela murmuro baixo aos ouvidos da amiga. – E se quiser ser algo mais sugestivo, faça uma lista com damas que falariam um não e passe seu plano a ele, com certeza ele não negaria a você. – Ângela volto para frente com um olhar sério e Delfina confirmo com a cabeça, enquanto, é claro, os outros três estavam tentando entender o que aconteceu ali.
- Vou pensar nisso quando estiver em meus momentos de descanso, amiga. – Sorriu bebendo o chá.
...
Ângela viu sua amiga partir depois da janta, deixando-a com o marido e o irmão, já que Paloma tinha ido colocar as crianças na cama.
- Que ideia foi aquela? – Carlos realmente queria explicações.
- Pensei que Delfina gostava mesmo de Celestino. – Alfredo tomou mais um gole de seu uísque.
- E ela gosta, - Ângela se sentou melhor na cadeira ao lado do marido. – Delfina ficou muito mal quando Celestino foi embora naquela noite, - Carlos bufou com a lembrança. – Mas, diferente de Celestino, que sabe realmente que gosta dela, Delfina nunca admitiu isso para si mesma, então acho que um "casamento" de mentira fará os dois realmente ficarem juntos.
- E acha que dará certo isso? – Carlos não queria machucar ambos. Celestino realmente tem sentimentos pela moça da casa ao lado, em contrapartida, Delfina tinha poucas coisas em sua vida que davam um sentido ainda. – Eles vão se encontrar um no outro e vão se apaixonar perdidamente como nos contos de fadas?
- Eles já são estão apaixonados um pelo outro. – Ângela conhecia os sinais, sempre via desde pequena.
- Espero que isso dê certo. – Carlos parecia ainda um pouco contrariado a isso tudo.
- Vai dar certo, eu tenho fé. – Ângela sorriu para longe.
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