Capítulo 8 🕸⚔️

Preso dentro de uma gaiola. Eu meio que quero ficar... 

...meio que quero continuar ferrado.

— Você quer dizer isso de novo, seu babaca? — Jimin perguntou com uma voz muito ameaçadora que de alguma forma preencheu o espaço do saguão da pista de gelo, falando com o rapaz que ele havia segurado desajeitadamente e desamparadamente, quase completamente no balcão, exceto por suas pernas desequilibradas e balançando.

Jungkook piscou rapidamente, confuso, porque não tinha ouvido ninguém dizer nada!

Rapidamente ele estava ao lado do homem, olhando para o sujeito de olhos arregalados, cuja camisa estava sendo segurada com tanta força pela mão Jimin que ela já estava na metade do seu tronco magro e estava cravada em seu pescoço.

— Achei que não saberia o que você estava dizendo, hein? — perguntou, com a voz irritada..

— Uh, Jimin, o qu-...? — começou a perguntar, verdadeiramente perplexo, mas exatamente ao mesmo tempo, o cara começou a mover as mãos. Foi um pouco frenético, mas ainda era óbvio o suficiente para o Aranha reconhecer que era linguagem de sinais. Seus olhos se arregalaram enquanto entrava em pânico, pensando que Jimin não entend-

— Oh, então você consegue falar bem. — Jimin respondeu friamente, contradizendo a preocupação de Jungkook, porque aparentemente ele entendia a linguagem? Muito mais do que ele mesmo conseguia, pelo menos, já que só entendia o básico, então não tinha como saber o que o cara tinha acabado de dizer.

Estava perdido, tentando pensar no que deveria fazer, quando percebeu o cara olhando para ele intencionalmente antes de gesticular desajeitadamente para a parede atrás. Talvez tivesse percebido que o rapaz não o entendia.

Jungkook seguiu seus gestos, olhando para a parede com curiosidade, e então ergueu as sobrancelhas quando viu uma placa impressa que dizia "MÁSCARAS NÃO PERMITIDAS".

E abaixo das palavras havia uma imagem do logotipo do rosto de mercadoria do Homem-Aranha comumente usado, com um X riscado nele com marcador preto grosso. Suspirou e teve que se impedir de colocar a mão na cara. Por que eles tinham que usar o rosto dele? Nossa.

Mas isso não importava, ele só queria acalmar Jimin, mas antes mesmo de abrir a boca para falar, um arrepio de energia formigante desceu por sua espinha, alguns de seus cabelos ficaram em pé. Era seu formigamento, outro aviso leve, seu sentido o alertando da maneira que geralmente fazia quando havia algo potencialmente ruim prestes a acontecer... mas não para si mesmo, esse era um sentimento diferente. Esse era o sentimento que tinha quando outra pessoa estava prestes a se machucar.

Olhou de Deadpool para o cara surdo, que estava mexendo as mãos novamente, e seu rosto estava um pouco contorcido agora, como se ele tivesse recuperado a coragem e estivesse decidindo enfrentar o mascarado com o que quer que ele estivesse sinalizando.

A resposta de Jimin foi imediata. Entre o último sinal de mão e o próximo piscar de olhos de Jungkook, o super mais velho estava estendendo sua mão esquerda para trás, empurrando sua jaqueta para o lado, a mão deslizando sob seu capuz, o movimento era tão natural para ele que era suave, habilidade completa e memória muscular. Violência iminente. Tão rápido, no mesmo instante em que Jimin se moveu, agarrou o antebraço dele com sua mão direita no espaço estreito entre eles, impedindo a mão alheia de alcançar o que provavelmente era uma arma. Não, era quase definitivamente uma arma. Na verdade, era definitivamente uma arma, simplesmente sabia disso.

Então, Deadpool levou uma arma com ele para um encontro em um bar de iogurte...

De alguma forma, isso não parecia estar fora do personagem dele, então Jungkook deixou passar por um momento. Em vez disso, indiretamente focou sua consciência nas duas jovens que tinham acabado de aparecer, estavam prestes a sair da porta da pista de gelo para o saguão, e quando viram o que estava acontecendo e viram seu gesto de acenar sua mão livre discretamente em um gesto de voltar, ambas sabiamente se abaixaram de volta para a área da pista, fora de vista. Ficou aliviado por elas terem o feito.

A tensão da situação não havia diminuído nem um pouco, mas parecia congelada no momento, Jimin aparentemente nem respirava, não que pudesse ouvir. Enquanto o surdo respirava rápido, em pânico e alto, e Jungkook respirava o mais uniformemente possível. Ele olhou para o surdo mais de perto, notando como seu rosto estava pálido, mas ainda contorcido em desafio. Podia imaginar que ele provavelmente odiava ser intimidado ou maltratado, o que, tudo bem, era justo que ele odiasse. Jungkook também odiava isso enquanto crescia, fosse verbal ou físico, ser provocado por caras maiores ou agressivos sempre foi uma droga.

Mas, embora não tivesse ideia do que o cara tinha dito para provocar Jimin, o que quer que fosse, a reação dele foi muito, muito forte de qualquer maneira. Ele precisava se acalmar, inferno!

Jungkook respirou fundo então apertou o antebraço de Jimin. Mas não apertou muito forte, adicionou apenas pressão suficiente ao seu aperto para garantir que ele não seria capaz de mover seu braço para alcançar sua arma, a menos que tivesse superforça, então teria que lidar com isso. Mas ou ele não tinha nenhuma, ou ele não usou nenhuma, porque sentiu a tensão diminuir no antebraço depois que o apertou levemente, e seu senso de alerta diminuiu para um zumbido quase imediatamente.

A situação estava se acalmando agora. Jimin não estava resistindo e Jungkook se sentiu muito aliviado. O alívio o confundiu, no entanto, porque que diabos? Esperava que o super fosse contra ele, lutasse com ele? Nem percebeu que estava preocupado com isso!

Respirando fundo, se lembrou de usar as palavras e olhou do sujeito pálido, ainda desajeitadamente esparramado sobre o balcão, para o perfil lateral mascarado.

Podia ver a tensão no maxilar, mesmo através do material vermelho, e disse calmamente:

— Jimin, ei, relaxa, ok — manteve sua voz tão agradável quanto pôde, apesar da corrente de tensão que estava sentindo. — Só deixa ele ir, tá? E você pode me contar o que aconteceu. — afrouxou um pouco o aperto, só para apertar de novo. Mas de uma forma diferente, uma forma calmante e encorajadora.

O antebraço se moveu então, e o aranha sentiu mais alívio quando ele deixou sua mão cair completamente ao seu lado.

— Esse merda achou que eu não saberia o que ele estava sinalizando para mim, agora ele me diz que sou um babaca quando me chamou de aberração mascarada. — sua voz estava tensa. — Provavelmente se safa de coisas assim com frequência. — estava falando com os dentes cerrados e Jungkook olhou para o cara surdo de aparência preocupada novamente, mas estava mais preocupado em acalmar Jimin do que com o que o cara tinha dito.

Com a outra mão, o mercenário ainda segurava o sujeito indefeso, que parecia estar perdendo sua bravata quanto mais era encarado com aqueles olhos brancos e vazios de máscara.

O rapaz decidiu se aproximar um pouco mais, o suficiente para ser pressionado levemente ao lado de Jimin, olhando para ele enquanto estendia a mão novamente. E a princípio, pretendia alcançar a mão que ele segurava com força na gola da camisa do homem, mas a tensão naquela mandíbula e o leve zumbido de seus próprios sentidos estavam lhe dizendo que Deadpool ainda estava pronto para disparar. Então, sem saber por que pensou nisso, tomou uma decisão em uma fração de segundo de ser uma distração em vez de tentar assumir o controle.

Colocou a mão no peito dele, um toque firme o suficiente para ser aterrador - como a mão de Jimin em seu pescoço várias semanas atrás naquele beco.

— Ei, escute, acalme-se, ok. Ele está errado, definitivamente, mas podemos simplesmente ir embora. — ofereceu seriamente. — Podemos simplesmente ir para outro lugar. — sugeriu, enquanto decidia deslizar corajosamente sua outra mão na mão livre de Jimin. E isso chamou a atenção.

O corpo relaxou ainda mais quando virou a cabeça para olhar para baixo, para onde a mão de Jungkook havia deslizado na sua, e então levantou a cabeça para que seus olhos mascarados estivessem olhando diretamente para o rosto dele.

O aranha sentiu o zumbido de seus sentidos diminuir ainda mais quando ofereceu um pequeno sorriso e foi em frente e entrelaçou seus dedos nus com os dedos enluvados.

— O que você diz? Nós podemos simplesmente ir para outro lugar, está tudo bem para mim. Eu só...— suas orelhas esquentaram tão rápido que era insano. — Nós podemos simplesmente sair para qualquer outro lugar, certo? Não precisa ser uma atividade de namoro ou algo assim. — acrescentou baixinho o suficiente para que apenas Jimin ouvisse, mesmo que não houvesse mais ninguém por perto.

O cara surdo fez um som estranho, e não conseguiu engolir um gemido quando o mercenário olhou para ele novamente com um giro brusco de sua cabeça.

O aperto na camisa do cara aumentou e o aperto de Jungkook na mão de Jimin também, apenas o suficiente para manter o foco nele. Não precisou dizer mais nada, porque no segundo seguinte a gola do homem foi solta com um pequeno empurrão, o fazendo praticamente cair do balcão do outro lado, direto no chão e fora de vista com um baque pesado e irregular.

Jungkook engoliu em seco um pouco preocupado enquanto olhava para o balcão, esperando que o cara estivesse bem. Mas antes que ele pudesse se levantar, Jimin estava segurando sua mão e o arrastando para fora do saguão. Não ofereceu resistência, concordando enquanto dizia sem jeito:

— Desculpe por isso. — disse por cima do ombro para onde viu o homem agora espiando por cima do balcão, nem mesmo percebendo que o cara não o ouviria, porque ele estava realmente pensando "por favor, não chame a polícia no meu encontro".

Caminharam de mãos dadas ao longo do lado do prédio e dobraram a esquina novamente.

O passo de Deadpool era rápido e raivoso, e somente quando eles passaram pelo estacionamento, dobraram outra esquina e entraram em um beco fechado do prédio da pista de gelo, ele parou de andar.

Assim que eles estavam fora da vista de qualquer um que entrasse ou saísse da área geral, Jimin soltou sua mão e prontamente chutou a lata de lixo mais próxima com tanta força que tudo foi lançado voando e se espalhando ainda mais para dentro do beco, a lata amassada pesadamente na lateral. Continuou seu ataque à próxima coisa que pôde, que era a grande caçamba de aço, procedendo a encher o beco com sons altos de pancadas e grunhidos e xingamentos raivosos.

Jungkook não o parou nem o interrompeu, apenas ficou parado e esperou.

Afinal, bater em latas de lixo era melhor do que ele fazer isso com uma pessoa.

Sabia como era precisar desabafar a raiva de qualquer maneira, teve alguns momentos realmente ruins nos últimos anos quando quis destruir algo também, e admitia que ele também foi responsável por danificar algumas das caçambas de lixo de NY; muito pior do que o outro estava conseguindo fazer. Então, apenas esperou, observando um pouco ansioso e curioso, notando que a caçamba de aço não amassou nas primeiras quatro vezes que sua lateral foi chutada, mas então pela quinta vez, muito mais forte, amassou, e a caçamba grande e cheia também se moveu um pouco depois que Jimin aplicou mais força.

O jovem estava se perguntando se Jimin tinha alguma superforça, mas agora presumiu que talvez fosse uma força levemente aprimorada.

Após o ataque à lixeira, ele agarrou a própria cabeça e estava murmurando algo para si mesmo, algo que o aranha conseguia ouvir claramente por causa de sua audição aprimorada. Estava se chamando de idiota e apenas se xingando de cima a baixo, seu tom sussurrante tão áspero e feio que fez Jungkook estremecer para si mesmo. Não sabia se deveria intervir, mas parecia errado deixá-lo continuar com seu vitríolo autodirigido, então deu um passo mais perto.

— Jimin, você está-...—

Ele se virou bruscamente, fazendo-o fechar a boca, os olhos mascarados estavam arregalados como se ele tivesse acabado de lembrar que o outro estava ali.

— Kookie... — suspirou, a tensão raivosa drenando de seu corpo. — Jungkook. — se virou e segurou sua cabeça novamente enquanto continuava a falar. — Sinto muito. Eu realmente queria fazer a coisa do encontro. — começou a explicar, dando mais um passo para perto, a voz rouca e tensa. — Aquele babaca foi tão rude quando me viu. — o que, sim, ele tinha sido. — E eu não ia matá-lo. Eu não faria isso, eu não o mataria. Só...talvez com uma pistola...

— Eu sei. — falou rapidamente, interrompendo-o de admitir qualquer ato violento que estivesse considerando fazer com aquele homem. Ele parou de falar, abaixando as mãos da cabeça enquanto hesitantemente se virava para olhar para Jungkook, que fechou a maior parte da distância entre eles com mais três passos. — Eu sei que você não ia matá-lo.

A máscara expressiva transmitia claramente sua carranca de confusão, então tentou explicar:

— Meus sentidos, meus, uh, quero dizer, meus sentidos mutantes, um deles me alerta sobre o perigo, mas, tipo, diferentes níveis de perigo. — deu de ombros. — Então, eu sabia que você não o teria matado, mas, uh...— engoliu em seco e ergueu uma sobrancelha, lançando um olhar mais sério e questionador. — Você ia fazer algo... não bom, e aí eu-

— É. Entendi.— estava assentindo, assentindo, e assentindo. — É, boa ideia, na verdade, me parar, quero dizer. É bom. Fico feliz que você tenha feito isso, eu... — parou, olhando para o beco. Mas depois de alguns segundos sem dizer nada o aranha o encorajou.

— Você...?

Jimin piscou - sua máscara piscou junto com ele - então os olhos se estreitaram ligeiramente.

— Eu só queria fazer algo legal para essa coisa de encontro, porque eu não tenho a mínima ideia de como funciona fazer coisas legais de encontro porque eu nunca precisei namorar para transar sendo que no dia anterior eu parecia um rejeitado de adereço de terror. — cerrou o maxilar abruptamente, então se xingou, depois riu sem jeito. — Não que eu esteja apenas tentando transar namorando você, Kookie. Quer dizer, eu definitivamente, absolutamente gostaria que houvesse sexo no futuro, muito e muito sexo de todos os tipos com você, mas eu também quero que haja um relacionamento com o sexo, e você, todos juntos. — uma inspiração ofegante. — Você merece tudo de melhor e eu sou literalmente o pior em todos os lados. — abriu as mãos para dar ênfase. — Então, eu estou tentando fazer essa noite valer a pena para você, mas então aquele babaca me irritou e eu me empolguei lá porque simplesmente não gostei da porra da cara dele e do jeito que olhou para mim ou do que ele me disse.

Jungkook só conseguia piscar enquanto Jimin continuava, a voz mudando de tom, alto, baixo, furioso, áspero, falando com o céu, o chão, o espaço ao seu lado e a meia distância.

— E me deixar levar é meu nome do meio. Eu faço merdas assim o tempo todo, batendo em alguns babacas, atirando em alguns, por falarem vomitarem coisas que não gosto ou atirando em algum lugar. Em geral apenas fico bravo com as pessoas ao meu redor, tão bravo, sempre bravo, assim como Hulky estava no primeiro filme dos Vingadores. — não olhou para o aranha por mais de um segundo enquanto continuava, a voz ficando mais e mais tensa. — Mas eu não quero fazer essa merda estúpida perto de você. Nunca perto de você, porque você não merece essa merda confusa e então você me parar agora era exatamente o que precisava acontecer, você deveria ter quebrado meu braço ou algo assim. Eu teria merecido isso e PORRA! Sinto muito, baby boy. — suspirou o pedido de desculpas final pesadamente com os ombros caídos.

O rapaz piscou uma vez, e depois novamente, esperando para ver se Jimin tinha terminado e quando o homem exalou alto e finalmente se virou para encará-lo com uma expressão triste em sua máscara, decidiu que podia... Mas não. ELe continuou:

— Além disso, meu nome do meio não é "se deixar levar", isso seria incrivelmente estúpido. — esclareceu como se Jungkook realmente tivesse pensado que seu nome do meio era isso. — Na verdade é Li, sobrenome comum no Canadá. Park Li Jimin. — terminou em um sussurro cansado e o rapaz não conseguiu evitar sorrir um pouco.

Algo sobre o discurso de Deadpool era cativante para si, talvez porque fosse semelhante à sua própria marca de diarreia verbal, sempre nos mais piores e estranhos momentos. E também era bom saber o nome do meio dele... mas ainda assim, havia muito o que desempacotar em tudo o que Jimin tinha acabado de dizer, algumas das coisas confundiam muito. E eles provavelmente precisavam conversar sobre... bem, tudo isso.

Mas não naquele momento, naquele momento só queria estender a mão. Então ele fez, colocando-a no bíceps de Jimin e curvando os dedos um pouco no material da jaqueta enquanto gentilmente pedia que ele o encarasse ao que se aproximava, mais perto do que dois amigos platônicos ficariam, o que era intencional e não era. Só queria estar mais perto e se deixou levar.

— Ok, então. — finalmente conseguiu dizer. — Talvez avise antes de vomitar palavras, tipo, dez coisas importantes de uma vez só. — brincou, sorrindo para Jimin, cuja expressão triste saiu da máscara enquanto ele mais uma vez parecia distraído pela proximidade e contato físico. — Eu tenho um monte de perguntas depois de tudo isso. — lambeu os lábios, de alguma forma sabendo que Jimin estava olhando para sua boca. — Mas vou deixá-las de lado por enquanto, já que não acho que nenhum de nós esteja a fim de uma conversa séria.

O mercenário concordou algumas vezes com a cabeça, seu humor melhorando novamente.

— Sim, totalmente.

Sabia que não deveria deixar isso de lado tão facilmente, porque havia algumas coisas que ele tinha feito e dito nos últimos dez minutos que eram bem preocupantes, e Jungkook tinha muitas, muitas perguntas e muitas coisas que provavelmente deveria estar dizendo. Mas estava cansado pra caramba depois de um longo dia, e de perto, ali naquele beco onde ventava menos, Jimin estava tão perto, podia sentir o cheiro de colônia... cheiro era bom, e eles deveriam estar em um encontro. Um primeiro encontro. Primeiros encontros não eram para ser sobre coisas pesadas e sérias, certo?

— Então, uh, o que... uhm — ele fez uma pausa quando as mãos de Park, do nada, deslizaram levemente sobre sua cintura, com hesitação e não se acomodando completamente. Mesmo com um toque tão leve, Jungkook sentiu o calor subir por sua espinha, em seu pescoço e nas pontas de suas orelhas. Se sentiu nervoso também, mas apesar disso, se inclinou, encorajando-o a deixar suas mãos se acomodarem. — A-nós ainda podemos encontrar outro lugar para sair, ou... — as mãos se firmaram então, firmes e baixas nos quadris e a respiração do jovem quase engatou, mas ele conseguiu mantê-la estável. — Ou, nós poderíamos fazer qualquer outra coisa que você tivesse em mente?

E, puta merda, uau. Como Park o tocandoo fez dizer uma merda tão idiota! Onde diabos estava seu filtro cérebro-boca?! Sabia de fato o quão sexualmente o que tinha acabado de dizer poderia ser levado, e sabia de fato que definitivamente não poderia seguir adiante com mais nada que o mais velho pudesse querer fazer, pelo menos não totalmente no sexualmente, não tão cedo, e especialmente não depois que Jimin tinha acabado de dizer muito, muito recentemente como ele queria fazer todas as coisas sexuais consigo!

"Eu posso lidar com beijos." pensou um tanto confiante, os dedos se curvando mais firmemente na jaqueta alheia enquanto a máscara se esticava o suficiente ao redor da boca para revelar que o mercenário estava sorrindo. E suas mãos deslizaram para cima, acomodando-se na curva das costas de Jungkook e puxando-o firmemente para que estivessem pressionados frente a frente.

"Sim, definitivamente beijando.", o cérebro estava fazendo isso de novo, fazendo concessões muito rápidas.

"Nós poderíamos nos beijar, e essas coisas. Isso é normal para primeiros encontros, certo?", fracamente negociou consigo mesmo, notando como, mesmo através de suas camadas de roupas, não tão finas quanto seus trajes, Park ainda era tão sólido em todos os lugares que estavam pressionados juntos...

Sério, a proximidade deles já estava o afetando bastante, fazendo tropeçar as inibições que ele achava que tinha sobre o que estava pronto para fazer. E com o silêncio do outro, que era pesado com a tensão sexual que o homem mais velho parecia ser capaz de exalar com facilidade quando queria, sem nenhuma palavra e muito pouca ação, estava dificultando manter a cabeça limpa. Estava deixando sua boca seca e sua frequência cardíaca acelerada e ele estava realmente se sentindo muito excitado muito mais rápido do que antes, fazendo-o pensar: "Ok, talvez... talvez ficar na segunda base não fosse tão ruim."

Estava pensando como um adolescente, mas talvez estivesse tudo bem, porque ele tinha uns 19 anos.

— Eu lembro que você disse algo sobre eu perguntar de novo quando te visse. — finalmente Jimin falou, e sua voz era baixa e sugestiva enquanto deslizava suas mãos para baixo novamente, flexionando-as contra os quadris, fazendo a própria mão de Jungkook apertar onde estava fixada em seu braço e a outra subindo para segurar o outro braço também. Claro, o aranha imediatamente soube do que ele estava falando, seus pensamentos correndo e sua respiração acelerando quando Jimin abaixou a cabeça, apenas o suficiente para que pudesse sentir parcialmente sua respiração através da máscara quando acrescentou: — E eu definitivamente vejo você, baby boy, tenho tentado muito não te encarar de forma tão óbvia. — seu tom era baixo, exatamente o tipo certo de rude e sensual. — Mas você fica tão fodidamente bem com esses jeans.

Flexionou as mãos novamente antes que elas deslizassem um pouco mais para baixo, mas ainda não até a bunda de Jungkook. Ao mesmo tempo, pressionou mais seus corpos, bem quando inclinou e abaixou a cabeça ainda mais para aninhar-se no cabelo do rapaz, seu hálito quente mais perceptível ao passar pela orelha também quente.

E a questão era que Jungkook nunca havia sentido tanta carga sexual e tensão correndo por ele e o cercando antes, fazendo o suor se acumular na curva de suas costas enquanto sua pele formigava com o calor e os pensamentos ficavam confusos. A atmosfera sexual aquecida que Jimin parecia criar com apenas um simples toque e palavras estava a quilômetros de distância das experiências sexuais quase inocentes e muito baunilha que ele teve com MJ, onde - em uma boa noite - eles teriam se pegado por um tempo, brincado com algumas preliminares e então eventualmente caído na cama e feito um sexo gostoso, suave, e agradável.

Mas nada sobre a proximidade de Park era discreto, mesmo seu toque mais simples... suas palavras baixas, seu comportamento acalorado, tudo isso sugeria que as coisas entre eles não seriam suaves como baunilha e definitivamente não inocentes.

Jimin não tinha acabado de dizer algo sobre como ele nunca precisou namorar ninguém para transar? Sim, podia ver como isso funcionava, na verdade se encaixava na ideia que ele vinha construindo em sua cabeça há um tempo. E com suas próprias inibições não se sustentando, ele podia facilmente imaginar que seria ainda mais eficaz em pessoas mais experientes que o deixariam tocá-las sem esperar.

E, droga, Jungkook estava excitado e assustado só de pensar em tudo isso... mas ficar excitado era uma vitória, principalmente porque conseguia sentir que estava ficando duro enquanto o super respirava passando o nariz mascarado pela sua orelha, descendo até a articulação do maxilar e mais abaixo, ao longo da curva do pescoço.

— O que você disse, Kokkie, eu posso? — perguntou contra a lateral de seu pescoço, e o aranha, com o sangue saindo da cabeça e os pensamentos voltando para o quanto ele queria ficar com Jimin, estava prestes a concordar... mas então, uma pontada que não conseguia identificar, com sua mente tão confusa, o distraiu.

A pontada estranha passou tão rápido quanto veio, deixando para trás uma sensação de incerteza na boca do estômago, mas permitiu que limpasse a cabeça o suficiente para parar de se sentir tão levado. Ainda estava se sentindo quente e excitado, então focou no momento, na boa sensação de estar pressionado em Park, e lembrando como o provocou mais cedo naquele telhado e como gostou da sensação daquele pouquinho de poder. Queria sentir isso de novo. Logo, deslizou as mãos para baixo rapidamente para segurar levemente os antebraços alheios, sorrindo quando puxou a cabeça para trás o suficiente para falar contra a orelha mascarada.

— Não, eu não deveria ter minhas três perguntas primeiro?

Continuou sorrindo e riu um pouco quando o sentiu gemer em seu pescoço, apertando-o mais perto da curva de seu corpo mais alto e ligeiramente curvado. Jungkook continuou sorrindo, sentindo-se adorável e excitado ao mesmo tempo.

Estava se sentindo muito bem naquele momento, considerando tudo, e embora não fosse nenhum tipo de Casanova, algo sobre a atração de Park por ele meio que reforçou sua confiança sexual, e ele gostou disso. Era bom se sentir atraente e confiante.

Deadpool se levantou ereto, inclinando-se para trás de forma um tanto abrupta, mas ele ainda o segurava perto, de alguma forma conseguindo transmitir um revirar de olhos exagerado através de sua máscara e com toda a cabeça inclinada para trás, dizendo:

— Beleza. — o sorriso do jovem se transformou em irônico, o rosto em chamas e o humor feliz e presunçoso. Ele abaixou a cabeça novamente. — Vá em frente, faça suas perguntas para que eu possa colocar as mãos nessa bunda empinada.

Se fosse possível, o rosto de Jungkook teria ficado mais vermelho, mas pelo menos o beco não estava tão bem iluminado, o que escondeu boa parte de sua timidez com a declaração direta.

As perguntas, nossa, tinha tantas, mas não queria estragar o clima perguntando algo pesado. Cantarolou um pouco para provocar o outro um pouco mais, enquanto também ganhava tempo para pensar em algo neutro e não muito sério, e então inclinou a cabeça para o lado e levantou uma sobrancelha.

— Você tem superforça?

— Isso seria negativo, spidey babe. — respondeu sem perder o ritmo, e Jungkook não esperava por isso. — Eu sou mais forte do que pessoas normais, mas não em uma extensão super.

— Então, você é um mutante?

— Afirmativo. — respondeu brevemente. Jungkook esperava essa resposta. E sentiu os dedos flexionarem em seus quadris novamente, ansiosos para tirar aquela pergunta final do caminho.

A lembrança da própria mutação passou por sua mente, completamente involuntariamente. O quão preocupado ele se sentiu depois da picada de aranha, o estado de tremor, suor e mal-estar que ficou por várias horas até desmaiar na cama, e então o quão confuso ele ficou no dia seguinte quando acordou e seu corpo inteiro parecia tão diferente. Se sentiu tão assustado e apavorado enquanto tentava descobrir o que tinha acontecido pelos próximos dias e semanas. Não pôde deixar de perguntar...


— Foi difícil quando você sofreu mutação? — os olhos mascarados do super mais velho focaram nos seus imediatamente. Inocentemente acrescentou: — Quer dizer, doeu?

O corpo inteiro de Deadpool enrijeceu.

E Jungkook teria ficado preocupado com a reação rígida dele à sua pergunta, exceto que seu próprio corpo também ficou rígido... porque aquela pequena pontada que ele sentiu antes e que o distraiu, de repente aumentou para um alarme total de sentido de aranha, visão em túnel, desacelerando e zerando.

Algo ia acontecer. Algo importante.

Nem percebeu que havia se afastado do controle de Jimin até que ele estava correndo para o estacionamento aberto e olhando para o céu à distância, através do ar livre em direção aos prédios mais altos da cidade. Seu sentido ainda estava a todo vapor enquanto observava isso acontecer, uma série de flashes de energia azul se movendo pelo ar, refletindo nas janelas de alguns prédios e causando impactos logo antes de várias explosões de nível médio ocorrerem na cidade, mais audíveis do que visíveis de tão longe.

Estava prestes a sair correndo quando se lembrou de Park Li Jimin.

Se virou, Jimin estava parado bem ali atrás, a apenas dois pés de distância, também olhando para a distância onde a comoção sem dúvida estava aumentando na cidade. Ele parecia despreocupado, mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta, postura relaxada.

Jungkook engoliu em seco e se forçou a dizer as palavras que eventualmente levaram MJ a deixá-lo:

— Eu tenho que ir. — vieram com muito mais facilidade, porém, e sem uma enxurrada de desculpas balbuciadas, como costumavam fazer nos primeiros dias.

Deadpool olhou para ele.

— Ah, sim, vá em frente, baby boy. — estendeu uma mão enluvada para acenar preguiçosamente. — Vá fazer seu show de heroi, não se preocupe comigo. Vou chamar um táxi. — realmente parecia não se importar. Tipo, honestamente.

Não sabia se ficava ofendido ou não. Especialmente depois daquela última pergunta... Jimin estava feliz por ele estar indo embora?

Merda.

O sentido aranha ainda estava ativo. Não teve tempo de descobrir isso.

História da vida dele. Mesma coisa de sempre. Sem tempo para seu relacionamento. O dever do Homem-Aranha chamou.

— Sim, ok. — suspirou, sacudindo os sentimentos ruins como ele tinha feito muitas vezes antes. Se virou para começar a correr, se afastou um pouco antes de derrapar até parar e voltar quando ele se lembrou do carro de Pepper. — Merda, merda, merda, merda. — repetiu enquanto parava de volta onde tinha estado antes. — Eu esqueci do carro de Pepper. Eu não posso deixá-lo aqui.

Então, calmo como nunca, Park, que não se movia, sugeriu:

— Você provavelmente deveria dirigir de volta para a cidade de qualquer maneira, não há muitos prédios altos tão longe, Kookie, isso daria muito trabalho.

Olhou do carro para Jimin, percebendo que, sim, ele estava certo. Não tinha ideia de por que a lógica simples podia falhar tão vergonhosamente em momentos como esse, mas falhava.

— Eu... — fez uma pausa. — Sim, será mais lento, mas acho que ainda mais rápido do que a pé até que eu possa usar minhas teias.

— Só dirija rápido. É um carro rápido.

Jungkook, impaciente, se mexendo em seus pés, o sentido de aranha subindo e descendo por sua espinha, balançou a cabeça.

— Não sou um motorista bom o suficiente para dirigir rápido, e não posso me dar ao luxo de destruir o carro de Pepper. Tipo, literalmente não posso pagar por isso.

Ganhava um salário mensal bom o suficiente para toda a coisa de Vingador reserva, mas também tinha despesas de subsistência e outras responsabilidades financeiras e o carro de Pepper era caro e talvez ela não esperasse que pagasse por isso se algo acontecesse nas circunstâncias de correr para salvar vidas, mas se sentiria tão mal-

— Eu posso. — Deadpool interrompeu seu trem de estresse mental em alta velocidade.

— Hein? — franziu a testa para ele.

— Eu disse: eu posso. Eu posso literalmente comprar um carro novo para ela se ele for destruído. Dois carros, se ela quiser também um em um tom melhor do que "sem personalidade". — deu de ombros. — Além disso, eu posso dirigir rápido, então eu posso dirigir se você quiser.

O quê? O quê!?

O cérebro não estava conseguindo lidar com suas múltiplas sequências de pensamentos estressantes. Ele precisava chegar à cidade. Rápido. Pessoas estavam se machucando. Possivelmente mortas. Então, o mais rápido possível. Mas ele não conseguia destruir o carro de Pepper. Que droga isso seria! Mas Deadpool poderia comprar um carro novo para Pepper? Dois carros novos? Nenhuma personalidade? O que havia de errado em dirigir um carro branco? Ele deveria deixá-lo dirigir o carro? Ou deveria correr, pular e correr até chegar em prédios altos o suficiente para balançar? Pepper ficaria brava se deixasse seu... namorado? Barra, um mercenário tecnicamente criminoso, dirigir o carro dela? Ele deveria deixar Jimin... Deadpool, dirigir o carro de Pepper Potts-Stark. Ele precisava chegar à cidade. Rápido. O mais rápido possível. Tão rápido possível. E ele não era um motorista bom o suficiente para voltar para a cidade sem causar um acidente. E sem suas teias não conseguiria cobrir distâncias tão rápido quanto um carro. Merda, merda, merda, merda.

— Droga! — exclamou e então tirou a chave do carro do bolso e jogou para o outro. — O mais rápido que puder sem causar um acidente ou danificar o carro. — declarou, a voz rouca, mas séria.

Park pegou as chaves sem problemas e ambos foram rapidamente em direção ao carro.

— Não há promessas concretas sobre o primeiro ou o último, baby boy, mas eu definitivamente vou te levar para a cidade mais rápido do que você consegue correr.

Tudo o que conseguiu fazer foi murmurar uma nova corrente de "merda" enquanto entravam no carro.

— Esforço máximo. — Jimin sussurrou antes de ligar o carro.

🕸️⚔️

Os levou para a cidade o mais rápido possível, como prometido, o que foi em menos da metade do tempo que a viagem deveria ter levado. O fato de que o trânsito fora da cidade propriamente dita não estava tão ruim àquela hora desempenhou um papel, e também desempenhou um papel no fato de que o carro de Pepper Potts-Stark ainda estava inteiro e em boas condições. Seu motor estava mais trabalhado do que nunca, seus pneus estavam um pouco queimados e talvez ela encontrasse algumas multas por excesso de velocidade em sua correspondência, mas, fora isso, o carro estava bem.

Jungkook parecia um pouco assustado, seu sorriso meio atordoado e nervoso deixou o mais velho incerto se ele estava apavorado ou impressionado com a direção.

Mas não teve tempo de perguntar, eles tinham acabado de entrar na cidade quando o traje nanotecnológico, parecido com o do Homem de Ferro, aquele que Jimin nunca teve o prazer - e admiração - de ver de perto, de repente estava se formando mecanicamente e se desenrolando suavemente, como uma segunda pele, sobre as roupas de Jungkook, tudo se manifestando de um ponto que nem tinha certeza, cobrindo cada parte do super-herói em segundos.

— Obrigado, Jimin, isso é bom, eu vou me balançar daqui. — estava dizendo assim que a parte da máscara terminou de fechar sobre sua cabeça. E Jimin, ainda pensando em quão incrível o traje era e como Jungkook definitivamente economizou uma fortuna em lavagem a seco, muito imprudentemente e ilegalmente desviou para uma faixa para parar o carro na calçada. Um carro que se aproximava buzinou de forma desagradável, mas estava longe o suficiente para evitar a colisão.

Mal se importou, usando o pouco tempo que tinha naquele momento enquanto o carro estava parado, para apreciar o traje impressionante. Ele parecia uma versão do Homem de Ferro do Homem-Aranha. Talvez fosse esse o ponto. Jungkook também não percebeu o outro carro, com pressa demais para se importar, focado demais no que estava acontecendo mais para dentro da cidade enquanto abria a porta.

Mas hesitou em sair e Park não sabia porque.

— O carro...eu... — parecendo muito inseguro sobre o que fazer.

Ele apenas deu de ombros e desligou.

— Posso deixar aqui. — porque não dava a mínima para o carro. Era legal e tudo, mas podia pagar por carros legais, ele só não comprou nenhum porque quem diabos precisava de um carro na cidade de Nova York?

Os olhos brilhantes da máscara do aranha o encararam por um momento, parecia que muitas coisas o estavam estressando sobre o carro e Park não tinha ideia do que era. Então, apenas ficou parado no assento e observou a forma tensa e blindada de pairar na beirada do assento, um pé para fora da porta. Ele achava que roubaria o carro? Hah! Isso foi hilário, se fosse roubar um carro, seria algo bacana e totalmente foda, como o Batmo-

— V-você poderia estacionar em algum lugar para mim? — Deadpool não podia dizer que esperava por esse pedido. — Eu te mando uma mensagem com a rua e um número de apartamento, você pode, uh, simplesmente passar a chave por baixo da porta. — os olhos azuis brilhantes da máscara estavam muito focados nele, sua cabeça inclinada levemente.

Jimin apenas assentiu entorpecido,

— Sim, claro, claro, baby boy.

— Incrível, obrigado. — disse rápido, se movendo para sair. Mas então hesitou novamente, e o super mais velho ficou genuinamente atordoado quando a máscara se desconstruiu de repente, apenas o suficiente para Jungkook se abaixar, se inclinar sobre o console e literalmente dar um beijo na bochecha mascarada de Jimin, logo acima de sua mandíbula. Disse um "tchau" estridente e foi embora.

Porta do carro fechada, três passos, mão para cima, teia disparada e corpo impulsionado para cima sem esforço, quase imediatamente fora de vista na esquina do prédio mais próximo.

E que porra é essa?

A boca de Jimin estava aberta sob a máscara, os olhos arregalados, balançou a cabeça como um desenho animado para se reorientar depois de receber um beijo de despedida na bochecha do Homem-Aranha.

Se sentiu parecido antes na loja de iogurte, veja bem, quando Jungkook deu um beijo em sua bochecha era a doçura da ação, a sensação de casal, que realmente o deixava maluco todas as vezes. Porque ainda parecia tão ridículo que estava acontecendo, mas tudo realmente aconteceu. O bar de iogurte, a pista de gelo, o beco... e a cada passo do caminho tentava parecer tranquilo, manter seu espanto longe de sua voz e de suas ações, mas a cada passo Jungkook estava meio que explodindo sua maldita mente.

Primeiro, o garoto apareceu parecendo tão fofo com seu jeans bem ajustado e aquela camiseta de Star Wars, que apesar de lembrá-lo de Vanessa, era apenas de uma forma boa. Viu a decepção nos olhos do aranha quando percebeu que ele ainda estava mascarado, e ainda assim não fez um problema sobre isso. Até o beijou na maldita bochecha!

Então fez perguntas enquanto eles estavam dirigindo o carro e Jimin agiu como um idiota evasivo. Não estava pronto para responder perguntas, a maioria das perguntas, mas o garoto naturalmente tinha perguntas normais, e eram perguntas razoáveis ​​e esperadas, mas sentiu que estava ficando bravo e na defensiva e se fechou. Ainda assim, ele levou isso adiante.

Park decidiu tentar fazer alguma coisa legal de encontro normal para compensar por ser um babaca volátil. Atividades divertidas e cafonas para casais, o que todas as melhores - e piores - comédias românticas sugeriam. Escolheu a primeira que conseguiu pensar perto da parte do Brooklyn em que eles estavam, e o garoto estava dentro. Porra de patinação no gelo. Nem gostava de patinação no gelo. A última vez que esteve em uma pista de gelo, ele estava prestes a matar alguém com um Zamboni.

Bufou.

O quê? Ainda era engraçado, ok?!

Mas Jungkook, o doce, doce Kookie, era tão agradável, e ainda assim não conseguia nem evitar foder tudo. Não queria agir como um maluco violento, mesmo que ele fosse um na maior parte do tempo, mas aquele babaca na pista de gelo que pensou que poderia se safar gesticulando para a placa da parede e então assinando outra coisa para si, realmente teria merecido uma concussão de grau 3, cortesia da Desert Eagle de Jimin.

Não ia matá-lo, obviamente, não era coisa dele matar "inocentes" ou "civis"... não intencionalmente. O colateral não contava, certo? Que porra é essa. Aquele jizzbucket mereceria o ferimento na cabeça que pretendia dar a ele.

Mas o aranha o impediu. Não dando-lhe um sermão, ou um ferimento na cabeça, o que, sejamos sinceros, ele definitivamente, facilmente poderia ter feito, e Jimin sentiu que ele também merecia por ser o pior de tudo do mundo. Mas, em vez disso, foi legal e surpreendentemente tátil. Seu temperamento, os sentimentos, estavam por todo o lugar, todos para cima e para baixo e com raiva pra caralho porque ele queria machucar alguém, mas não Jeon Jungkook.

Nunca, Jungkook.

Depois de toda aquela merda, o garoto nem sequer ficou bravo com ele. Só pareceu preocupado, continuou adoravelmente ruim em esconder sua agitação e flertar e não parou de ser tátil e deixou tocá-lo... teria deixado tocá-lo ainda mais, se eles não tivessem sido interrompidos.

Deadpool estava sentado no banco do motorista do carro de Pepper Potts-Stark, respirando o mais firmemente que podia através de suas emoções conflitantes - algumas há muito esquecidas. Não conseguiu evitar de atacar, no entanto, batendo no volante em aborrecimento enquanto xingava. Pensando naquela última pergunta que o garoto tinha feito tão inocentemente... como se não houvesse nenhum peso real por trás disso. Como se a mutação, sentir alguma dor ou desconforto breve durante, não fosse grande coisa. E talvez não tivesse sido para Jungkook. Talvez tivesse sido moleza.

Definitivamente não foram meses de tortura até a morte.

Como deveria responder a uma pergunta dessas sem que Jungkook sentisse pena dele? Ele entenderia os motivos? Se entendesse, como suportaria saber a resposta, o quanto Jimin sofreu só para ser horrível, imortal e miserável? Era ruim e patético pra caramba. Até Vanessa não queria ouvir sobre a tortura em detalhes, ela só queria que Jimin esquecesse. E Jimin sempre foi bom em se dividir logo "esqueceu", porque tê-la em sua vida novamente foi mais do que o suficiente para compensar o que sofreu.

Agora o aranha queria fazer parte de sua vida, mas ele não era o mesmo que Vanessa.

Também não era o mesmo que ele.

Claro, ambos estavam danificados, notou a perda de alguma esperança, certo brilho nos olhos de Jungkook desde a primeira vez que o viu em Coney Island, o que era uma indicação clara de que havia passado por seu próprio inferno pessoal ao longo dos anos. Mas, no final das contas, o dano deles era muito diferente.

Suspirou pesadamente e bateu a cabeça contra o encosto com um gemido.

— Que porra eu estou fazendo? — meio que sussurrou para si mesmo.

Naquele momento seu telefone tocou, suspirou novamente antes de se mexer no assento de couro para pegá-lo no bolso.

E, ah sim, Jungkook disse que mandaria uma mensagem de texto com o lugar para estacionar o carro... e um número de apartamento para deixar a chave embaixo da porta. Não era esse o motivo de todas as vezes que ele o deixou cambaleando naquela noite? Porque não era preciso ser um gênio para saber que o número do apartamento era quase 100% certamente o dele.

Jeon Jungkook... o Homem-Aranha, tinha acabado de enviar seu endereço para Jimin.

Ninguém nunca deu seus endereços a ele, não em anos. Nem mesmo antes do estalo, na verdade. Nem mesmo Dom e Taehyung. Inferno, ele só sabia onde Yoongi morava hoje em dia porque era seu corretor de empregos, e mesmo assim, não o visitava quase nunca, e nunca para nada além de trabalho.

Claro, sabia onde eles moravam, porque, dã , eles não conseguiriam esconder essa informação dele nem se tentassem. Mas nunca, nunca tentou descobrir a identidade do Homem-Aranha, nunca tentou descobrir onde morava... e agora, no telefone segurado um pouco apertado demais em sua mão enluvada, a tela brilhante exibia o nome da rua, o nome do prédio e o número do apartamento de um tal Jeon Jungkook.

Também conhecido como Homem-Aranha. O Homem-Aranha. O único Homem-Aranha. Era bom demais para ser verdade.

Talvez estivesse desenvolvendo novos poderes, como o falso, mas não realmente falso, poder da sorte de Dom. Ou isso, ou o Karma estava fodendo com ele e ele ia receber uma dose dura e miserável de realidade em algum momento... o momento em que chegaria a hora de tirar a máscara.

Porra.

Ligou o carro, saiu do meio-fio com uma rotação muito alta do motor, sentindo-se irritado e sabendo que não podia fazer nada sobre sua agressão reprimida... pelo menos não de imediato. De imediato, ele tinha que estacionar o carro e entregar a chave, como disse que faria.

🕸️⚔️

Não demorou muito para que ele dirigisse até o bairro agradável e estacionasse o carro no meio-fio, do outro lado da rua do prédio que era o bloco de apartamentos do aranha.

Notou que era uma distância razoavelmente boa de seu próprio apartamento principal, embora tivesse um esconderijo, um esconderijo de armas, muito mais perto do bairro em que estava no momento. Olhou pela janela do carro para o prédio. Não havia muitos andares, e levou um minuto para estimar exatamente qual apartamento provavelmente era o de Jungkook do lado de fora. Depois que descobriu, saiu do carro, trancou-o e atravessou a rua para contornar a lateral do prédio até onde ficava a escada de incêndio.

Algo sobre andar pelo prédio, usar o elevador ou escadas e deslizar algo por baixo da porta de Jungkook parecia errado, muito exposto. Talvez seja porque, como mercenário, portas da frente e entradas da frente não eram seus pontos de entrada habituais.

Ou talvez seja apenas como ele foi escrito.

De qualquer forma, estava entrando pela porra da janela.

Sim, entrando, como, dentro.

Talvez fosse por isso que ninguém nunca lhe disse onde morava, muito menos o convidou. Mas, novamente, como mercenário, limites como fechaduras e portas eram subjetivos.

Quinto andar, apartamento 504.

Era o último andar, duas janelas de canto voltadas para a rua menos movimentada, perfeitas para as atividades do aranha. E embora Jimin não fosse ágil no nível dele, ainda era muito ágil, logo foi fácil para pular a escada de incêndio, subir e ir da beirada do corrimão até o parapeito da janela, mesmo que ele quase escorregasse por um segundo porque o parapeito era estreito e havia muito pouco em que se segurar. Mas não ficou surpreso ao encontrar a janela na esquina, sem escadas, destrancada. De que outra forma o aranha iria e viria?

Entrou pela janela, pisou seus pés de tênis um após o outro no chão do quarto de Jungkook, silenciosamente e suavemente, sem ser visto, até onde ele havia notado. Uma vez lá dentro, deslizou a janela fechando atrás de si como um bom arrombador e invasor. Ou apenas invasor, já que ele não quebrou nada.

Olhou ao redor do quarto semi-escuro, pensando que talvez devesse confirmar que era o apartamento de Jungkook, só para o caso de ele ter feito merda. Mas bastou uma olhada ao redor do espaço razoavelmente limpo. Como a luz do banheiro tinha sido deixada acesa, foi facilmente capaz de ver algumas coisas presas na parede acima da mesa. Entre alguns papéis e notas, havia algumas fotos do aranha com outras pessoas. Se inclinou e olhou de soslaio.

Uma era com uma mulher mais velha, como ele não mencionou uma mãe nem uma vez, só uma tia, presumiu que provavelmente era ela. Havia duas fotos dele com o mesmo cara. Parecia mais jovem em uma, mais colegial, então eles provavelmente eram amigos do ensino médio. A outra foto Jungkook parecia um pouco mais velho, presumiu que o cara era possivelmente o melhor amigo. Havia também uma única foto de uma garota atraente, mas teve que usar um dedo para levantar um pedaço de papel coberto com um bilhete escrito, que estava mais da metade cobrindo a foto, para vê-la.

— A ex-namorada. — murmurou, deixando o papel cair de volta onde estava.

Uma foto de Tony Stark, outra com os dois juntos onde o garoto estava segurando um certificado de prêmio, de cabeça para baixo, e eles estavam fazendo orelhas de coelho com os dedos atrás da cabeça um do outro.

Piscou. Um olhar para a prateleira ao lado da mesa confirmou que o mesmo certificado da foto estava lá, ao lado de uma pilha de livros de ciências.

Sim, então, super, duper, definitivamente, o apartamento de Jungkook. Jungkook que era o Homem-Aranha e um Vingador e aparentemente tinha sido muito próximo de Tony Stark. O Homem de Ferro. Salvador do universo. Jungkook tinha sido próximo o suficiente para tirar fotos engraçadas com o Homem de Ferro. Jungkook... que ainda tinha uma foto de sua linda ex-namorada presa bem acima de sua mesa, onde ele sempre podia olhar o que diabos Jimin perto dela.

Se levantou ereto e foi embora, não querendo se demorar muito nos sentimentos de inadequação e insegurança que cresciam em seu intestino.

Começou a cantarolar para si mesmo, andando pelo quarto em direção à porta do quarto que estava entreaberta enquanto olhava ao redor. Na iluminação suficiente, podia ver que o quarto estava longe de ser imaculado em termos de arrumação, com roupas, livros, papéis e componentes mecânicos desmontados por todo o lugar. A cama também estava desfeita e duas das portas do guarda-roupa estavam abertas, revelando um armário desorganizado, uma gaveta meio aberta,abarrotada, e sapatos, principalmente tênis, bagunçados no fundo. Mas o quarto em si estava limpo, cheirava a limpeza, também um pouco como a colônia que ele sentiu a noite toda, estava vagando no quarto.

Estava tentado a vasculhar gavetas e outras coisas, como ele normalmente fazia quando entrava ilegalmente na casa de outra pessoa. Mas normalmente estava trabalhando, e isso não era o caso. Estava lá para deixar as chaves. Mesmo que não devesse estar lá dentro para começar, frequentemente tendia a escolher os limites que cruzava, legais ou pessoais. Naquele momento, só queria ter uma ideia de como o aranha vivia, quem o aranha era. Além disso, ele era um idiota que fazia coisas que podiam sair pela culatra o tempo todo.

Deixou de lado sua curiosidade mais profunda de bisbilhotar, saiu do quarto, entrando na sala de estar, que estava escura. Navegou com mais cuidado enquanto seus olhos se ajustavam. O lugar era bem comum em termos de mobília, escasso em termos de decoração personalizada. Considerando que o Homem-Aranha era um Vingador e meio que uma família para os Stark, ele esperava algo mais chique. Caramba, seu próprio apartamento era muito maior e mais caro. Embora, quase tudo em seu próprio apartamento fosse caro só porque podia comprar coisas sem olhar as etiquetas de preço, e porque ele gastava dinheiro frivolamente.

O espaço de vida de Jeon ainda era muito mais organizado que o dele - continha muito menos lixo. Ele tinha armas espalhadas por todo lugar, algumas usadas, algumas novas, algumas sentimentais, algumas ainda ensanguentadas. E sempre havia caixas de comida vazias em algum lugar, não importa quantas vezes as jogasse fora. Também tinha muitas bugigangas e parafernálias colecionáveis ​​em suas prateleiras e paredes, alguns livros também, alguns que ele tinha lido, outros que nunca leria, apenas os comprava porque achava que as capas legais. Ainda tinha caixas de entrega expressa desempacotadas, caixas de mudança desempacotadas, várias outras coisas diversas por todo lugar, sem mencionar seus planos traçados em constante mudança para novas marcas, junto com outras merdas aleatórias relacionadas ao trabalho.

Comparado ao seu próprio espaço bagunçado, muito vivido, e apesar de alguns móveis de Jungkook parecerem que pertenciam aos anos 1950, o lugar era agradável e bem conservado; parecia Jungkookie. Podia vê-lo ali, no sofá feio com padrão marrom-avermelhado, lendo ou assistindo a programas... também podia imaginá-lo fazendo aquelas coisas pendurado no teto como uma aranha.

A parte que o fez balançar a cabeça e se concentrar novamente foi quando ele imaginou Jungkook fazendo aquelas coisas em seu próprio apartamento. Ele precisava não imaginar coisas assim, porque não precisava começar a se precipitar. Não tinha ideia do que estava fazendo ou para onde toda essa estranha reviravolta de eventos estava indo.

Continuando a cantarolar, foi até a cozinha, onde colocou as chaves do carro no balcão mais próximo, ao lado de uma caixa de pão vazia, que estava ao lado de um recipiente de cereal quase vazio, que estava ao lado de um pote de vidro de café instantâneo quase vazio, que estava ao lado de um recipiente de açúcar completamente vazio.

Que merda é essa?!

Cruzou o limite - não bisbilhotar -, abrindo os armários e a geladeira, encontrando os resultados de alguns alimentos enlatados, salgadinhos secos e algumas refeições congeladas para micro-ondas e recipientes de sobras de comida. Inaceitável!

Ficou perplexo, porque certamente Jungkook tinha dinheiro para comer direito, ele era um maldito Vingador!

Ocorreu, no entanto, que o lugar não parecia muito habitado, que talvez ele simplesmente não estivesse muito em casa... talvez simplesmente não tivesse tempo para comer. Jungkook mencionou que suas coisas do Homem-Aranha atrapalhavam seu relacionamento anterior, era um ramo de sua vida, então provavelmente afetava outras áreas também. Se esse era o caso, fazia sentido que ele nem sempre encontrasse tempo para comer.

Mas isso não estava certo. Não gostou da ideia. Comida era vida e ele gostava de Jungkook vivo e saudável e adorável e sexy e aranha.

Fez uma rápida verificação mental de suas opções sobre o que poderia fazer.

Verificando seu relógio Hora da Aventura, viu que não tinha muito tempo para pegar sua última presa naquela noite. Tempo livre. Não podia algo para Kookie, não era uma opção, nem era uma boa ideia por dois motivos: um, Jimin era bom em fazer exatamente três coisas em uma cozinha, e uma dessas coisas era uma bomba. Segundo, Jungkook mal tinha ingredientes para trabalhar de qualquer maneira.

Pegou seu celular, procurou a pizzaria mais próxima e, depois de fazer um pedido que o deixou satisfeito, foi até a porta do apartamento para arrombar a fechadura, porque o entregador definitivamente não conseguiria pular a escada de incêndio.

Cerca de três horas depois, longe do lindo apartamento, de tudo o mais que era legal, maravilhoso e tão diferente de sua vida de merda e fodida... Deadpool estava caminhando por uma rua tranquila e decadente em uma parte perigosa da Big Apple, todo vestido e com pelo menos quinze armas visíveis e escondidas consigo.

Teve uma longa noite com altos e baixos.

Sentiu muitas coisas para as quais achava que estava morto e muitas coisas sobre as quais estava confuso. Estava se sentindo muito nervoso e tudo o que ele realmente queria naquele momento era fazer alguns bandidos sangrarem.

Então, estava a caminho de conhecer seu alvo.

E por conhecer, ele quis dizer matar.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top