XVII. Natal
Um pequeno detalhe sobre a mídia, no canto tem uma data, mas ignorem. Na linha cronológica da fic, hoje seria 24/12/2000
Harry animadamente batia na porta e as luzes brilhantes podiam ser vistas pela janela, o barulho alto de conversas e uma música natalina tocando indicava que já deveriam ter pelo menos metade da família lá. Teddy também sorria, radiante por poder visitar aquela casa animada, não que não gostasse de sua própria, mas tinha que admitir que às vezes se sentia sozinho, mesmo com todos os esforços, acordar no meio da noite e ver que Draco não estava mais ao seu lado pois havia ido trabalhar, ou passar boa parte do dia sem ver Harry não era legal. Mas na Toca era diferente, sempre haviam tantas pessoas sorridentes e divertidas, de fato na primeira vez havia se assustado por não achar Draco quando acordou em um lugar estranho, mas na sua segunda visita, que ocorreu mais cedo naquele dia, pode aproveitar o lugar com calma e segurança de que poderia ver Draco quando voltasse.
E por falar no loiro, ele não estava nada bem com aquela situação, tentava controlar sua respiração e manter sua face estoica, mas a cada risada que ouvia era mais difícil, porque sabia que no momento em que entrasse, os risos iriam cessar e aquilo destruiria totalmente a atmosfera leve do natal e transformaria em algo tenso e entediante para todos. Seus olhos ameaçavam fechar-se como consequência da forte poção de calma que havia tomado, provavelmente, a única coisa que estava o mantendo são, caso contrário, sentia que poderia atacar a primeira pessoa que visse passando em sua frente. Toda sua mente que antes estava uma bagunça apenas se tornou nublada, era difícil raciocinar ou se lembrar onde estava e porque, mas com a calma que havia ganhado conseguia distinguir como agir e o que fazer e o mais importante, não deixar transparecer o quanto poderia simplesmente desabar naquele momento e dormir pelas próximas doze horas seguidas.
Mesmo assim, pelo tolo motivo de querer agradar aqueles dois idiotas que sorriam ingenuamente vendo a porta se abrir, ele iria tolerar o que fosse preciso, por isso, quando viu o olhar surpreso e sorriso desconcertante que Guilherme Weasley lhe deu ele também retribuiu educadamente e fez sua passagem para dentro do pequeno e modesto lugar.
— Draco, que bom que veio. Eu pensei que estivesse magoado conosco quando não conseguimos falar com você mais cedo - a senhora Weasley foi em sua direção assim que o viu, seu desespero ao vê-lo foi tanto que ela ao menos olhou para Harry ou Teddy, mas correu para intimamente colocar a mão no ombro do loiro que pelo susto se retraiu.
Os olhos de Molly se encheram de compaixão por Draco e entendeu que ele não era como seus filhos, ela calmamente tirou a mão do contato dele e falou mais devagar. Cada palavra com amabilidade, e Draco pode sentir o arrependimento sincero e a vontade dela de que eles se dessem bem.
Todos pareciam ter feito silêncio para prestar atenção, algo que Draco já esperava, todavia não deixava de ser desagradável. Pelo menos haviam menos pessoas do que imaginou, nove ao todo, contando com duas únicas cabeças loiras em meio ao mar de cabeças de cenouras. Eram Fleur e a filha, Victoire.
— Vic! - foi Teddy quem exclamou animadamente
A bebê tinha pouco mais que alguns meses, era bonita transparecendo os genes veela, mas não fazia nada muito mais interessante que sorrir e balançar a chupeta que ocasionalmente tirava da boca, porém, por algum motivo -talvez solidão- Teddy achava divertido ficar vendo-a e tentava tirar algumas risadas.
— desculpem a demora, Teddy não queria se vestir e nos enrolamos para nós arrumar. Quer dizer, Harry nunca chegou a se arrumar, claramente parece um pedinte - Draco respondeu acidamente, queria apenas estragar o clima natalino e poder sair daquele lugar sufocante o mais rápido possível. Porém, Harry sorria indiferente e ignorou completamente sua fala.
— hum, Harry, você está muito bem - Molly elogiou o moreno, finalmente indo lhe dar um abraço desajeitado, seu vestido estava um pouco sujo de farinha e Harry segurava uma bandeja na mão. Mesmo assim, cada gesto e olhar transbordava um carinho maternal que Draco inveja nunca ter tido.
— francamente, o que diabos está vestindo? Sua camisa verde fica tão bem e você está vestindo vermelho. Um sweater vermelho com calças grande ! - Draco continuava reclamando, nada daquilo realmente importava, apenas queria ser o mais irritante possível e conseguir o pior lado de Harry, estava ansiosamente esperando isso e quando acontecesse iria arrancar toda a verdade dele, pois um Harry idiota era um mentiroso ruim, mas um Harry irritado era incapaz de mentir.
— eu não me importo que você me critique, porque é um dos poucos momentos que você não está falando de si mesmo.
Harry lhe lançou um sorriso sarcástico e o loiro deu o braço a torcer, aquele idiota tinha uma língua afiada quando queria. Novamente, Draco sentiu suas pernas tremerem, talvez de fato houvesse exagerado na dose, ou apenas a poção fosse forte demais, no segundo em que se recompôs sentiu todo seu ser sendo conferido por aqueles pares de olhos castanhos. A senhora Molly tentava fingir que estava calma e confortável, mas cada vez era mais estranho.
— trouxemos bolo de natal - Draco tentou começar um assunto sem ter certeza do porquê não apenas a ignorou.
— não acredito, você mesmo que fez? - ela sorriu gentilmente, mesmo que sua expressão dissesse que queria sair correndo.
— hum, não. Eu só ajudei, foi Harry quem fez. Ele é bem melhor na cozinha.
— entendi - houve novamente uma pausa terrível entre eles.
— mas você fez um pudim esses dias e estava muito bom - talvez por pena, Harry tentou ajudar na conversa.
— estava bom? Sério? - Draco exclamou um pouco surpreso e virou seu rosto na direção de Harry, notando a proximidade de seus rosto ele voltou seu rosto para frente, Harry se aproximou do ouvido de Draco.
— não me faça mentir duas vezes - Ele sussurrou, baixo o suficiente para que apenas Draco conseguisse ouvir e o loiro não conseguiu evitar o arrepio quando a respiração de Potter atingiu-lhe.
Molly sorriu e viu ali uma brecha para poder finalmente sair da situação embaraçosa, e com a desculpa de guardar o bolo na geladeira foi a cozinha. Antes de sair deu um olhar para seu marido, senhor Weasley, que conversava com Carlinhos sobre uma nova espécie de dragão que ele estudava.
— Draco, eu vou na cozinha ajudar a senhora Weasley. Por que não vai tentar falar com o senhor Weasley?
— ele não me quer lá. Claramente só me convidou para fazer as pazes com você.
— não seja teimoso, ele gosta de você - Harry mentiu tentando encorajar Draco, mas ele não acreditou.
— ele tentou me matar.
— ele não ia fazer nada, no máximo um estupefaça. Na verdade, ele se importa com você.
— sério? - os olhos acinzentados apenas arregalaram, não que acreditasse na mentira, era exatamente o fato de Potter ter coragem de contar uma mentira tão absurda.
— ...eu faço um monte de coisa por você, ok? Vá logo - Harry lhe deu um empurrão na direção de Arthur e Draco suspirou obrigado a continuar. O moreno soltou um riso soprado antes de se virar seguindo para a cozinha.
— Malfoy, o que está achando da casa? - é claro que ele foi bombardeado de perguntas assim que se aproximou. Arthur e Carlinhos se viraram para ele em expectativa.
— hum, é legal
— você gosta de Dragões? - os olhos azulados brilharam com a possibilidade.
— eles são interessantes - oh, Draco gostava, estava até usando o couro de um como calças, mas claro que não diria isso em voz alta para um amante de Dragões.
— na sua opinião, qual é a espécie de Dragão mais esperta? - o filho perguntou, não carregava nenhuma hostilidade, apenas parecia ter grande ânsia em falar sobre sua paixão.
— eu não entendo muito sobre isso - realmente não estava muito empenhado em agradar ninguém naquele dia, mas viu Teddy sorrindo animado ao lado de Victoire e de algum jeito tirou forças para sorrir — li que o Dorso-Cristado Norueguês cospe fogo com apenas três meses, parecem grandes prodígios, já que normalmente outras espécies precisam de seis, certo?
— alguns sim, estava vigiando uma que cuspiu fogo com dois meses e meio! Isso deve ser um recorde, além disso, ela parece mais habilidosa para caçar do que os outros.
Arthur continuava calado, ele se limitava a olhar a conversa um tanto decepcionado com seu filho por aceitar tão facilmente aquela situação estranha, ainda mais decepcionado consigo mesmo pelo jeito que estava agindo. Malfoy continuava sustentando seu sorriso educado no rosto, seus olhos pesavam pelo cansaço físico e também mental, já havia passado do horário em que costumavam jantar em casa... ele usou a palavra sem perceber, realmente, lá era sua casa, não tinha nada a ver com o lugar, mas sim com as pessoas que viviam lá.
Carlos não parava mais de falar e por um momento Draco e Arthur se encararam, como se os dois sofressem com a mesma dor e então deram um pequeno sorriso enquanto o ruivo mais jovem perguntou se eles estavam prestando atenção, ainda com os olhos de Arthur em si, Draco revirou os olhos fingindo tédio e ouviu um riso. Não demorou muito para o casal que todos esperavam chegar, Ron e Hermione chegaram com várias sacolas de presentes. E finalmente a jantar foi servido.
— Ted, coma as verduras também - Draco se virou para o garotinho sentado em uma cadeirinha que haviam transfigurado lá mesmo, do lado dele, estava Victoire em uma cadeirinha igual a sua e sua mãe tentando fazê-la comer igualmente.
Harry sorriu um tanto orgulhoso, depois de uma conversa - que incrivelmente não acabou em discussão - os adultos concordaram que os dois deveriam assumir o papel para Teddy melhorar a alimentação, já que Harry sempre estava comprando guloseimas e Draco fazia qualquer coisa que Teddy pedisse, nenhum conseguia ser realmente severo com o garotinho, então agora estavam tentando equilibrar um ao outro.
— mas você não tá comendo - o menino retrucou, não com maldade, apenas se sentindo injustiçado.
— isso é porque eu sou um adulto, não preciso comer mais verduras - Harry soltou um riso soprado com a desculpa ruim de Draco.
— é verdade?
— claro, por isso coma bastante verduras para crescer logo e não precisar mais comer.
Provavelmente Draco havia sentido os olhares sobre si, pois em um segundo mudou a pose passando a mão em alguns fios platinados que estavam caídos no rosto e os olhos mercúrio se estreitaram vendo quem o observava como um animal marcando suas presas.
— Teddy não comeu muito - ele se virou para Harry, um movimento leve e bem calculado, quase podia sentir uma aura angelical ao redor dele.
— isso deve ser porque dei comida pra ele antes de sair. - Harry teve que desviar os olhos o ar a evitar de encarar muito ou sorrir.
— por que fez isso? - em um segundo, havia uma expressão genuína, infelizmente não era muito boa. Já que Draco franziu o cenho e cruzou os braços.
— ele estava com fome, por que não faria?
— ele iria comer aqui, qual o propósito de sair para jantar se ele comeu em casa?
— não me diga que não iria o deixar comer só porque suja a roupa.
— não é só por isso, é uma questão de disciplina saber esperar a hora certa, além do mais, já viu como ele está guloso? Toda hora pede comida - Draco definitivamente não se lembrava ou importava se alguém estava o vendo, suas feições antes relaxadas se tornaram agressivas, cada traço em seu rosto deixava claro que não estava nada contente, Harry não tinha nenhuma intenção de dar moral para aqueles surtos aleatórios do loiro, mas também não conseguia ignorar.
— meu Deus, eles brigam assim toda hora? - Hermione disse para ninguém em específico, apenas estava frustrada demais para ficar calada.
Inesperadamente, havia sido ouvida por cima de todo o barulho e Teddy deu um sorriso como se dissesse que tudo iria ficar bem.
— depois eles faz' aquilo com a boca e fica' felizes. - o garotinho explicava com pouca articulação nas palavras, mas de um modo inteligível.
— aquilo com a boca? Eles sorriem?
— é, uma boca na outra, assim - Ted ingenuamente demonstrou em Victoire que estava ao seu lado. Selando seus lábios nos dela que comia calmamente e depois do beijo continuou comendo como se nada acontecera.
Houve uma divergência em reações, Fleur ria enquanto Gui parecia assustado e irritado com o garotinho pelo beijo roubado de Victoire, que por sua vez sorria despreocupada. Molly tentava fingir que nada estava acontecendo, mas não conseguia disfarçar o espanto misturado com riso. Arthur desviou o rosto acenando com a cabeça e encarou um ponto fixo na janela como se fosse a coisa mais interessante, Hermione parecia indignada por eles se aproveitarem da inocência da criança para fazer aquilo na frente dele e esperava que alguns beijos castos como aquele em que Teddy deu foram o máximo que já demonstraram. Ron e Gina se entreolharam, o homem revirou os olhos e buscou puxou uma nota em seu bolso enquanto ela sorria recebendo-a.
Harry e Draco até mesmo haviam parado de brigar depois daquela cena, ele ficaram congelados em espanto sem conseguir ter qualquer reação, até que Draco explodiu em gargalhadas e céus, Harry já havia visto isso uma ou duas vezes, mas sempre era pego de surpresa e se obrigou a rir junto. Todos da mesa não conseguiam parar de encara o loiro que sorria despreocupado e tinha que limpar as pequenas lágrimas que se acumularam no olhos pelo riso constante.
— Teddy não pode fazer isso com outras pessoas - Draco tentou dizer em meio aos risos, o garotinho lhe olhava confuso sem entender o motivo de graça.
— é verdade, Harry? - A senhora Weasley se direcionou a Harry que paralisou sem resposta.
— er, não. Teddy está com muita imaginação ultimamente, ele deve ter me visto arrumando a gravata do Draco mais cedo e se confundiu.
— mas Draco não está usando gravata.
— não? - Harry indagou com espanto, tinha quase certeza que havia visto o loiro com uma gravata, mas foi apenas meio segundo para ele se recompor e com um riso sem graça continuou — claro que não, porque eu não consegui colocar direito e ele resolveu tirar.
— entendo - Molly estreitou os olhos, todavia continuou calada aceitando a mentira. E Harry soltou o ar que nem sabia prender.
— até parece, mãe, a senhora não sabe o que Teddy falou da últim- Ron abruptamente parou sua frase e soltou um gemido de dor, Hermione claramente havia acertado o cotovelo em seu estômago, mas ela sorria como se nada tivesse acontecido e ninguém falou mais nada.
O clima ficou um pouco estranho pelo silêncio incomum de todos tentando engolir aquela mentira, George ria como se várias piadas passassem por sua mente, mas o olhar afiado de sua mãe não lhe dava coragem para professar.
— a imaginação dele deve ser por causa da televisão. - Draco começou com sua voz suave e sugestiva — Você entende bem dessas tecnologias trouxas, não é, senhor Arthur?
O senhor Weasley prontamente respondeu animadamente e então um longo monólogo sobre a vida trouxa se desenrolou. Harry deu um olhar de agradecimento a Malfoy que apenas sorriu.
Depois que todos terminaram eles foram para a sala de estar prontos para beber e trocar presentes.
— não vai beber, Draco? - Harry perguntou já segurando seu copo de cerveja amanteigada.
— eu passo - ele disse segurando um copo de suco de abóbora, sua boca salivava por um pouco de cerveja, mas por causa da poção que havia tomado, não era recomendável beber. Assim era melhor, já que podia fazer companhia para Ted que parecia frustrado por não poder beber o mesmo que os adultos — Harry, não beba demais - Draco advertiu vendo que o moreno havia enchido seu copo pela segunda vez em pouco tempo.
— oh, Mamãe, fique tranquila - Harry respondeu já um tanto embriagado.
— é até um pouco engraçado, eu já vi eles brigarem tantas vezes na escola, mas agora... não dá um sentimento de proximidade, como se fosse uma briga de casal? - Gina começou, pensando em sondar a aceitação que eles teriam na casa.
— agora que você falou... - George comentou pensativo e alguns outros também pareciam refletir sobre.
— isso é irônico, afinal somos nós os casados e não brigamos assim - Guilherme, agora já recuperado do fato de sua filha ter tido um beijo roubado, sorriu para sua esposa.
— não na frente dos outros, mas ontem mesmo... você me irritou bastante.
A loira tinha um certo sotaque quando falava, o que indicava que ela estava relaxada, mas também um tanto irritada por se lembrar daquilo. Draco começou a entrar em desespero, não queria que tudo acabasse mal agora, odiava o fato de Ted lhe olhar com aquele jeito decepcionado, estava triste por ver os dois adultos brigarem, mas era compreensivo demais para querer demonstrar. Realmente, as vezes parecia que era Teddy quem criava duas crianças birrentas.
— nos desculpe, eu não quero parecer tão mal educado assim na frente de vocês.
— não tem problema. - a voz de Fleur indicava que tinha sim, apesar de que sorria.
— não, tem sim. Essa provavelmente é a pior etiqueta que alguém poderia demonstrar. Minha avó deve estar se revirando uma hora dessas.
— oh, então você chegou a conhecer-la? Eu sou uma grande admiradora dela.
— eu só comentei, não pensei que realmente a conhecesse - Draco disse um tanto surpreso.
— eu sei tudo sobre ela! É quase uma lenda em Beauxbatons, tem uma pintura dela na sala comunal do dormitório.
— ela me ensinou tudo que sei de etiqueta.
— oh, quem me dera poder ter aprendido em primeira mão com ela, mas bem, conheço alguns que precisavam realmente - Fleur maldosamente dirigiu um olhar nada discreto ao marido que estava muito ocupado falando sobre algo do banco com seu pai. Draco riu, descobrindo que pelo menos alguém ali tinha o mesmo humor que o seu.
Harry suspirou, Draco parecia que havia se encontrado fazendo piadinhas com Fleur enquanto Teddy e Victoire brincavam ao lado deles.
— os presentes de Teddy, esse é meu e de Ron e esse é da senhora Weasley - Hermione se aproximou e entregou dois embrulhos para Harry — esses são os seus.
Os cabelos pretos foram cobertos por um bela touca vermelha com traços dourados e ele sorriu para a amiga e recebeu mais outros embrulhos. Enquanto também entregava a ela os presentes que havia comprado, e mesmo que o loiro não tivesse escolhido junto, falou que também eram de Draco.
Ron sorriu vendo o novo relógio de pulso que havia ganhado, como o relógio da sala dos Weasley, ao invés no lugar de números haviam palavras como "trabalho", "perigo", "jantar" entre outras. Hermione disse que aproveitaria bem o conjunto que havia ganhado, fichários, canetas, marca textos e muitas coisas que usaria no trabalho. Harry não era realmente bom em presentear os outros, por isso apenas pensava em coisas úteis e os amigos realmente não se importavam.
— eu não comprei nada para o Malfoy - Hermione sussurrou — não fazia ideia de que ele realmente viria, pensei que ficaria com a mãe ou algo do tipo.
— ah, acho que não tem problema. Eu comprei algo - Harry sorriu e o trio de ouro foi na direção dos dois loiros que conversavam para entregar os presentes das crianças e notaram que todos estavam em volta das crianças e consequentemente de Draco e Fleur, que não pareciam nada felizes com toda a comoção.
— esse é da Vic e esse do Teddy - Hermione deixou os presentes na frente das respectivas crianças e sorriu enquanto elas lutavam para abrir, quase automaticamente Fleur e Draco se abaixaram para ajudá-las.
— esse é seu, Draco - Harry estendeu uma caixa e o loiro não escondeu a surpresa, deixando de imediato o presente de Teddy que antes abria para abrir seu próprio.
A caixa verdes estava amarrada em um belo laço de um verde mais claro, apenas ao puxar a ponta o laço se desfez e Draco tirou a tampa revelando o que parecia ser um livro. A capa estranha tinha um buraco e quando ele abriu o livro viu folhas enfeitadas, mas não havia nada escrito, apenas linhas em braço e espaços de plástico.
— que livro estranho é esse?
— é um álbum, para guardar as fotos que você tira. Perto do parque trouxa que vamos tem um lugar para revelar as fotos e então você pode colocar ela aí.
— ah, acho que temos algo parecido, mas nada tão bonito - Draco sorriu levemente enquanto tocava o álbum vazio como se fosse algo frágil, parecia verdadeiramente feliz — você não tem presente.
Draco na verdade havia planejado comprar algo na volta do hospital, mas depois de conversar com sua mãe a última coisa que queria fazer era comprar presentes para um mentiroso e por causa de sua raiva deixou aquilo de lado, se sentiu um pouquinho culpado, só um pouquinho, quando seu coração se aquecia.
— eu imaginei. - Harry deu de ombros sem se importar muito.
— esse é meu presente, Draco - a senhora Weasley se aproximou para entregar seu famoso casaco.
Draco ficou sem reação, o casaco verde escuro com um enorme "D" prateado na frente, o mesmo tecido que todos os outros estavam usando. Ele apenas sorriu e estendeu a caixinha que havia comprado, eram brincos de prata, como a mulher não usava nenhuma joia no momento, pensou que talvez não houvesse acertado, independente disso, ela sorriu e disse que usaria com carinho.
Do lado deles, Teddy não escondeu sua decepção ao abrir seu presente e ver que havia um conjunto com blusa e calça, apesar de agradecer propriamente. Em frustração, ele virou para o lado e notou que Victorie havia ganhado um vestido e um conjunto com uma saia. A blusa branca ficou de lado, seus olhos só miravam o belo tecido plissado, tinha um azul com o tom de seu cabelo, e aos olhos dele, era mil vezes mais bonita que qualquer calça. Por isso, Ted não hesitou quando sorriu pegando-a das pequenas mãozinhas da bebezinha.
— não é sua Teddy - Draco o repreendeu tentando tirar da mão do garotinho, mas ele não parecia disposto a soltar.
— oh, deixe ele.
Fleur sorriu abanando as mãos despreocupada, Draco reconheceu a veracidade da permissão da mulher, e mesmo um pouco intimidado pelos outros olhares, ele aproveitou o momento para testar o feitiço de troca de roupas que havia aprendido com a Sra.Weasley, há pouco tempo, e então vestiu Teddy. Certamente, a saia havia caído bem nele, nem mesmo precisou de feitiço para servir em seu corpo, e o tom de azul era exatamente como seu cabelo, além de combinar com a sua blusa. O menino correu pela sala animado e então voltou para frente de Draco e sorriu brilhantemente.
— obrigado, papai.
Draco arregalou os olhos cinzas sem conseguir esconder a surpresa, assim como Harry e todos que estavam lá. Em um segundo, Draco passou de surpresa para um misto de alegria com melancolia e as lágrimas encheram seus olhos ao mesmo tempo que sorria. Ele puxou Teddy para um abraço e Harry que estava ao seu lado passou o braço ao redor dos ombros dele.
— é ridículo, eu sou muito jovem pra ser pai de um pirralho - as lágrimas rolavam por seu rosto.
— eu sei - Harry gentilmente passou o braço ao redor de Draco e o puxou para esconder o rosto em seu ombro, sabendo que ele deveria odiar ser visto assim.
— o tecido parece ser tão ruim - sua mão apertou com mais força o casaco verde que havia ganhado há pouco.
— mas aquece o coração, não é?
— isso foi tão cafona - Harry ouviu o riso soprado próximo ao seu ouvido.
— eu sei.
— então esse é o jeito dele dizer que gosta? Que cara estranho - Ron franziu o cenho e recebeu um olhar de repreensão de todos.
— não estrague o momento, Ronald - o ruivo recebeu um empurrão da sua namorada.
Aos poucos, os olhos de Arthur se ficaram na cena a sua frente e se enchiam de tristeza. Quando viu Draco com Harry há poucos dias, viu um comensal, igual ao que matou seu próprio filho. O rosto de Fred sorrindo em paralelo com a imagem dele deitado no meio das ruínas do castelo logo depois da explosão. Mas agora, via um garoto, da mesma idade que Ron, cheio de emoções como qualquer outra pessoa e que também sabia amar.
— ele não matou meu filho - a voz fraca do senhor se arrastou baixa, Molly apertou a mão no ombro dele em um ato de compadecimento.
— não, ele é só uma criança.
Realmente, Draco Malfoy parecia um garotinho enquanto escondia seu rosto choroso no abraço de Harry e apertava Teddy em seus braços, esse último lhe olhava preocupado e mesmo sem entender exatamente o que acontecia, dizia palavras de conforto ao loiro.
Notas da autora:
A Fleur não se deu muito bem com os Weasley de primeira porque criticava e falava coisas um tanto maldosas, eu imagino que ela se daria bem com Draco(?)kkkkk
No começo eu confesso que não pensei muito pra escrever a fic, agora sinto que estou levando a séria e talvez estragando-a, ao mesmo tempo, queria mudar alguns capítulos ou pelo menos criar novos entre eles. Mas não queria perder os comentários e acho que ficaria confuso simplesmente colocar capítulos novos no meio de antigos. Pensei em voltar no tempo mas também é estranho, não? Acho que sou ter que deixar como está, mas me sinto decepcionada por isso. Queria que Harry e Draco tivessem mais desenvolvimento no comecinho.
Mas acho que tudo bem, agora vou levar as coisas com calma e tentar manter melhor a personalidade deles. Obrigada por lerem e comentarem.
O Draco ainda vai surtar, é muita coisa pra digerir e muita coisa que ainda vai acontecer, mas fiquem tranquilos. Um capítulo de cada vez. E que capítulo foi esse? Mais de 4k palavras kkkko valeu a pena esperar, certo?
Ufa, acho que falei tudo. Não esqueçam de votar. Obrigada novamente pelo carinho e pra quem respondeu o quadro de mensagens❤️
Até a próxima ❣️
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