Ato 1

Narrador: Ao nosso redor milhares de pessoas morrem por ano por falta de moradia, alimento, água, cuidados médicos, por desnutrição e outros...

No Brasil a Seca do Nordeste, a pobreza no Sul de Minas é a causa de muitas desgraças, e D. Maria com sua família é prova disso.

D. Maria: - Eu vivo em um mundo que eu não sei se isso é vida, pois meus filhos reclamam dia e noite de fome e sede.

Lucas: - Mamãe, mamãe, estou com fome.

D. Maria: - Calma meu filho, o papai já vai chegar.

Narrador: Sr. José está no campo procurando o que comer, pois à meses que não chove e a lavoura não cresce e os animais estão morrendo, e o que se vê são corvos voando, ossos no chão e nenhum sinal de relva verde.

Sr. José: - Maria, novamente não encontrei nada, não sei mais o que fazer, o nosso gado está morrendo, não há vegetação, andam muito e nada encontram, o leite delas estão secando, não tem como manter a cria.

D. Maria: - José, seu pai está doente, seus medicamentos acabaram, precisa ir até o vilarejo buscar seus remédios e agora? Sem dinheiro, sem comida e remédios.

Mateus: - Calma mamãe, um dia isso irá mudar, hoje não temos, mas Deus é dono de tudo, ele vai nos ajudar.

Sr. José: - Deus te ouça meu filho!

Narrador: Rute chega em casa com sua filha Celí chorando.

Rute: - Cunhada, não sei o que faço, pois Celí não para de chorar, o meu leite não é suficiente para sustenta-la e lá em casa estou sem nada.

D. Maria: - Calma Rute, o que nos resta ainda é a fé, seu pai está doente, seus medicamentos acabaram e seu irmão vai ao vilarejo ver se consegue os remédios e um pouco de mantimento, fique aqui com nós, pois o que ele conseguir repartiremos.

Narrador: Neste momento chega Lucas e Larissa do quintal.

Lucas: - Mãe, eu e a Larissa estamos com fome, quero comida!

D. Maria: - Calma Lucas! Vão brincar eu já vou fazer algo.

Narrador:  A única coisa que havia para comer era fubá, e assim D. Maria alimentava seus filhos.

Lucas: - Mãe, o Mateus não quer brincar, ele fica só parado e diz que está sonhando, só que ele está acordado, e o Marcos sumiu...

Sr. José: - É verdade, com tantos problemas me esqueci dele, onde estará este menino?

D. Maria: - Não sei, ele saiu de manhã, logo depois de você.

Narrador: Marcos chega correndo e gritando no portão da casa todo feliz, chamando pelo seus pais, Maria e José saem para fora.

D. Maria: - O que foi meu filho, o que aconteceu?

Sr. José: - Onde você foi, e que gritaria é essa?

Marcos: - Pai, mãe, à 5 km daqui em um sítio tem um poço com água, todas ás pessoas estão indo lá para buscar.

Sr. José: - Mas será que isso é verdade?

Marcos: - É verdade sim, eu fui até lá para ver e trouxe um pouco para nós bebermos, e mais, fiquei sabendo também que no vilarejo está sendo distribuído alimento para as famílias que perderam tudo com a seca.

Sr. José: - Pois então você vai comigo buscar o remédio de seu avó e o alimento, e você Maria leve o Mateus para ajudar trazer um pouco de água para amanhã, a Rute fica e olha as crianças aqui em casa, depois veremos o que fazer para buscar mais água.

Narrador: Sr. José arreia seu jumentinho e a mula, e os dois saem para o vilarejo, na esperança de chegar logo e poder ver novamente o sorriso nos olhos de sua esposa, que chora quando chega a hora do almoço e ouve os filhos dizer: - Mãe o que tem para comer?

E ela diz tem um pouquinho de fubá...

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A fé em Deus nunca pode acabar.

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