𝟎𝟒𝖝𝟐𝟖 '𝕯𝖚𝖙𝖞 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖆𝖈𝖗𝖎𝖋𝖎𝖈𝖊'
Depois do casamento, Aemond e Alyssane caminharam juntos até os aposentos reais. Dessa vez, não havia necessidade de furtividade ou silêncio nas sombras. Eles não estavam mais se escondendo, como antes, quando seus encontros eram roubados, envoltos em desejo secreto. Agora, tudo era exposto, e o peso de sua união estava gravado em cada gesto, em cada respiração.
Assim que entraram nos aposentos de Aemond, a porta se fechou com um ruído abafado. A sala estava iluminada apenas pela luz suave das chamas, que lançavam um brilho dourado nas paredes de pedra. O ar estava pesado de expectativa e tensão, enquanto Alyssane observava Aemond com os olhos fixos em cada movimento dele.
Aemond começou a desabotoar sua túnica, cada botão se desfazendo lentamente, quase como se estivesse provocando, seus movimentos deliberadamente lentos, saboreando o momento. A túnica deslizou de seus ombros largos, revelando a pele pálida e esculpida de seu peito, marcada por cicatrizes que contavam histórias de batalhas passadas. O tapa-olho que ele sempre usava foi retirado com a mesma lentidão sensual, revelando a safira brilhante em sua órbita vazia. O brilho azul da pedra capturava a luz do fogo, tornando-o ainda mais fascinante, quase inebriante.
Alyssane não conseguia desviar o olhar. O desejo, misturado com a tensão e o tumulto interno, fazia seu coração bater forte no peito, enquanto ele se aproximava, sua presença dominando o ambiente. Aemond se aproximou de forma predatória, os olhos fixos nela, seu olhar intenso como se estivesse a devorando com cada passo.
Ele ergueu a mão e segurou o queixo de Alyssane, seus dedos firmes, mas gentis, guiando seu rosto para que ela o olhasse diretamente. Seus lábios estavam perigosamente próximos dos dela, mas ele desviou, inclinando-se para o pescoço dela. O calor da respiração de Aemond acariciou a pele sensível, e Alyssane sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
A boca de Aemond encontrou o pescoço dela, os lábios roçando a pele antes de pressioná-la suavemente, depois com mais intensidade, enquanto ele distribuía beijos quentes e possessivos ao longo da curva de seu pescoço. Cada toque de sua boca parecia enviar ondas de calor pelo corpo dela, e Alyssane sentiu as pernas tremerem levemente, mal conseguindo sustentar o próprio peso.
Os dedos dele deslizaram até a base de seu vestido, subindo lentamente pela lateral de seu corpo, explorando cada curva com uma posse silenciosa, enquanto os lábios de Aemond continuavam a marcar o caminho pelo pescoço dela, deixando sua respiração pesada e entrecortada. Ele a puxou para mais perto, seus corpos se colidindo com uma intensidade quase violenta, e o calor entre eles se tornou palpável.
— Você é minha agora — ele sussurrou contra a pele dela, a voz rouca e cheia de desejo, antes de capturar seus lábios em um beijo profundo, faminto e urgente. As mãos dele já deslizavam para baixo, desamarrando o vestido dela com a mesma habilidade calculada com que havia desfeito sua túnica.
A tensão no quarto se intensificou rapidamente, as chamas na lareira parecendo consumir o ar entre eles. Alyssane sentia o corpo em guerra com a mente. Havia uma parte dela que sempre ansiava por Aemond, mesmo agora, com todas as sombras que pairavam sobre eles. O toque dele ainda tinha o poder de incendiar sua pele, e o calor que crescia entre seus corpos era impossível de ignorar. Mas, ao mesmo tempo, sua mente estava presa aos horrores que ele havia cometido,
o assassinato de Aegon, a usurpação do trono, os planos cruéis de eliminar os filhos de Rhaenyra.
Ela ficou imóvel, rígida, o coração martelando no peito, enquanto o dilema dentro dela crescia. Então, ele parou, percebendo sua hesitação. O olhar de Aemond, que antes era repleto de desejo, agora estava obscurecido por uma frustração fria.
— O que foi? — ele perguntou, sua voz baixa, mas carregada de impaciência.
Alyssane engoliu em seco, a garganta apertada. Ela nunca o havia negado antes. Nem ele, nem Aegon, apesar de sua relutância em certos momentos. Mas agora, algo dentro dela se recusava a ceder.
— Eu... eu não quero, Aemond — murmurou, as palavras pesando como chumbo em seus lábios. Foi a primeira vez que ela ousou pronunciar aquilo, e o peso do momento a fez tremer por dentro.
Aemond bufou, afastando-se ligeiramente, seus olhos cintilando de irritação. Ele endireitou o corpo, puxando as vestes com um movimento brusco, como se estivesse tentando conter sua raiva.
— Você não quer? — Ele repetiu, com uma incredulidade dura. — Você é minha esposa, Alyssane. Eu preciso de um herdeiro. Agora que Daeron está morto... — A voz dele falhou um pouco ao mencionar o nome do irmão, mas ele logo se recompôs. — Preciso de um filho. Um herdeiro homem.
Alyssane sentiu um frio percorrer sua espinha. Ela sabia que ele estava certo, sabia das expectativas que recaíam sobre ela como esposa e rainha, mas, naquele momento, o peso de tudo parecia insuportável.
— Eu sei — ela murmurou, a voz trêmula. — Mas não consigo... não agora. — As palavras saíram em um sussurro, e ela abaixou o olhar, sentindo a sombra dos acontecimentos recentes nublar seus pensamentos.
Aemond se aproximou mais uma vez, seu olhar fixo nela, impiedoso.
— Você é minha esposa — ele repetiu, sua voz fria agora, sem o calor que antes existia entre eles. — Você vai me dar o que eu preciso, o que nós precisamos.
Alyssane sentiu o peso das palavras de Aemond como um golpe. O que antes fora uma relação secreta e cúmplice, agora parecia distorcido, repleto de expectativas sufocantes e exigências cruéis. Ela ergueu os olhos, tentando encontrar algum traço do irmão que ela conhecia, do homem que, mesmo com toda a sua intensidade, era o único com quem ela podia ser verdadeiramente ela mesma.
— Você nem parece mais o meu irmão — sussurrou ela, a dor transbordando em sua voz, os olhos cheios de confusão e tristeza.
Aemond a encarou por um momento e depois riu, uma risada baixa e amarga, sem traços de alegria.
— Claro que não. — A voz dele estava carregada de ironia. — Agora eu sou o seu marido.
Aquela risada ecoou pelos ouvidos de Alyssane, e ela fechou os olhos por um instante, como se tentasse bloquear o som, mas era impossível. Ela balançou a cabeça, sentindo um nó apertar sua garganta.
— Não foi isso que quis dizer... — começou ela, a voz vacilante, lutando para não se quebrar por completo. — Não é o fato de você ser meu marido. É você. Eu não te reconheço mais, Aemond. O homem que eu conhecia não está mais aqui.
As palavras saíram com um tom desesperado, implorando por uma resposta, por algum indício de que ele ainda era a pessoa que ela um dia amou, que ele ainda era mais do que aquela máscara fria e calculista. Mas o rosto de Aemond permaneceu impassível, uma parede intransponível.
Ele avançou um passo, fechando a distância entre eles, segurando o rosto dela com firmeza, o polegar roçando sua bochecha, mas o toque não tinha a mesma ternura de antes. Era possessivo, um lembrete de quem ele acreditava que ela pertencia agora.
— Você pode não me reconhecer, Alyssane, mas eu ainda sou o mesmo. Eu sempre fiz o que era necessário. Sempre. E agora... nós faremos o que for preciso para manter o poder. Não adianta lutar contra isso.
Ela sentiu o coração afundar ao ouvir essas palavras. Onde estava o amor deles no meio de tudo isso? O que tinha restado além de ambição, dor e traição?
— O que restou de nós, Aemond? — murmurou ela, a voz quase inaudível.
Ele não respondeu. Em vez disso, deixou seu toque cair, girou nos calcanhares e se afastou, deixando Alyssane sozinha com o vazio que ele havia criado, sem oferecer a ela sequer uma chance de se reconectar com o homem que ela havia perdido.
Quando Aemond saiu do quarto, deixando a porta bater suavemente atrás de si, o silêncio que se seguiu parecia ensurdecedor para Alyssane. Ela ficou ali por alguns segundos, parada, encarando o vazio onde ele estivera momentos antes. O ar ainda carregava a tensão que existia entre eles, e, lentamente, ela sentiu o peso da situação afundar sobre seus ombros.
Com mãos trêmulas, Alyssane secou algumas lágrimas que haviam escapado, deslizando silenciosas por seu rosto. Elas queimavam como lembranças de tudo o que ela havia perdido: a inocência, o amor verdadeiro e a cumplicidade que antes existira entre os dois.
Sentindo-se exausta, como se uma força invisível tivesse drenado toda sua energia, ela caminhou até a cama dele — a cama que agora, oficialmente, também era sua. O colchão parecia frio, desconfortável, não pelo toque, mas pela ausência de qualquer vestígio de segurança ou carinho. Mesmo assim, Alyssane se deitou, puxando a manta grossa para cobrir seu corpo, na tentativa de se proteger, de se esconder do peso da realidade que insistia em sufocá-la.
Fechou os olhos, desejando que, de alguma forma, o sono a levasse para longe dali, para longe das dores e das escolhas que ela já não sabia mais se tinha. Mas o sono era esquivo, assim como a paz que parecia agora ser algo distante, uma memória de outra vida, de uma Alyssane que não existia mais.
O corpo, cansado, se rendia ao peso da manta, mas a mente se recusava a encontrar qualquer descanso.
A porta rangeu levemente quando Aemond voltou aos aposentos, movendo-se com passos suaves, mas carregados de uma tensão que parecia reverberar no ar. Alyssane permaneceu imóvel na cama, os olhos fechados e a respiração regulada, fingindo dormir. Cada fibra de seu corpo estava alerta, sentindo a presença dele, mesmo de costas para o quarto. Ela sabia que ele entenderia o blefe; ele a conhecia bem demais. E, ainda assim, ele não disse nada.
O som suave das roupas sendo retiradas ecoou pelo silêncio, e ela ouviu o leve suspiro de alívio que ele soltou ao se despir. Logo, o colchão afundou sob o peso do corpo dele ao se deitar atrás dela. O calor do corpo de Aemond irradiou através da manta grossa que ela havia puxado sobre si, uma presença tão familiar, mas agora tingida de uma estranha distância.
Ele a puxou para perto, um movimento possessivo, mas sem a agressividade de antes. Os corpos se grudaram como se estivessem acostumados a buscar essa proximidade, e por um breve instante, Alyssane quase cedeu ao conforto desse contato. O rosto de Aemond se enterrou em seus cabelos prateados, inalando seu cheiro, e ela sentiu a respiração dele se acalmar, o peito subindo e descendo devagar.
Ele não falou nada. Apenas fechou os olhos, buscando o descanso que lhe escapara mais cedo. Alyssane permaneceu quieta, ouvindo a respiração ritmada de Aemond enquanto ele caía no sono, mas seu próprio sono continuava a uma distância impossível.
O silêncio voltou a reinar, e o tempo parecia se estender na escuridão do quarto.
Conforme o tempo passava, a tensão no ar pareceu ceder, suavizando-se aos poucos. O calor do corpo de Aemond, a respiração calma em seu cabelo, tudo isso trouxe uma estranha sensação de conforto a Alyssane, mesmo com o turbilhão de sentimentos que a consumia. Aos poucos, o corpo dela, antes rígido, relaxou contra o dele.
O som de suas respirações unidas preencheu o silêncio do quarto, criando um ritmo tranquilo, quase hipnótico. A familiaridade de estarem juntos, mesmo depois de tudo o que havia acontecido, foi o que finalmente a fez ceder ao sono. Suavemente, a exaustão tomou conta, seus pensamentos confusos começaram a dissipar-se, e, sem resistência, Alyssane fechou os olhos de verdade desta vez.
Aemond, sentindo o corpo dela relaxar completamente contra o seu, também deixou-se levar pelo cansaço. O ritmo constante de sua respiração a acompanhava no caminho ao sono, e logo, ambos estavam envoltos na escuridão silenciosa do quarto.
Pela primeira vez em dias, o peso dos eventos recentes se dissipou por algumas horas, e os dois adormeceram juntos, como faziam antes de todos os fardos e tragédias que agora pairavam sobre suas cabeças.
Na manhã seguinte, Alyssane despertou com a sensação do lado vazio da cama ao seu lado. Aemond já não estava mais ali. Agora ele era o rei, e, certamente, devia estar imerso em questões urgentes, longe de suas preocupações pessoais.
Ainda com o corpo pesado do casamento e das emoções conflitantes da noite anterior, ela se levantou lentamente, observando o quarto em silêncio por um momento. Os trajes valirianos que usara na cerimônia estavam amassados e desconfortáveis, e ela mal suportava o peso simbólico que eles carregavam. Com um suspiro, Alyssane os retirou, vestindo um vestido simples, de tecido leve e discreto, desejando um pouco de normalidade em meio ao caos que sua vida se tornara.
Seus pensamentos, ainda nublados pelos eventos recentes, a levaram automaticamente aos aposentos de Daella, sua filha. Caminhar pelos corredores silenciosos do castelo lhe trouxe uma espécie de conforto, e logo ela se encontrou diante da porta do quarto da menina.
Ao entrar, o ar parecia mais leve ali dentro. Daella dormia tranquilamente, envolta em cobertas, sua pequena figura respirando suavemente. Alyssane sentiu o peso de tudo o que havia perdido e do que estava por vir. Ali, na presença da filha, ela permitiu que sua fachada de força se dissipasse, sentando-se ao lado da cama da menina.
Ela observou o rosto sereno de Daella e, por um momento, desejou poder fugir de tudo, ficar ali para sempre, apenas como mãe, longe das intrigas, traições e lutas por poder.
Alyssane estava sentada ao lado da cama de Daella, observando o sono tranquilo da filha, quando ouviu a porta do quarto se abrir. O ranger suave das dobradiças a fez virar o rosto, e ali estava sua mãe, Alicent. Seus olhos estavam cansados, os ombros pesados pelo fardo que carregava, e a expressão no rosto dela dizia mais do que qualquer palavra.
Alyssane soube, no instante em que seus olhares se encontraram, que algo terrível havia acontecido.
— O que foi? — Alyssane perguntou, a voz hesitante, temendo a resposta.
Alicent deu um passo à frente, os lábios pálidos apertados em uma linha fina. O silêncio pesou entre elas antes que a mãe finalmente respondesse.
— Aemond... — Alicent começou, com um suspiro entrecortado, como se precisasse reunir forças para continuar. — Ele mandou matar os filhos de Daemon. Viserys e Aegon estão mortos.
O coração de Alyssane parou por um segundo, um calafrio subindo por sua espinha. O choque a atingiu como uma lâmina fria, e ela mal conseguia processar as palavras.
— Crianças... — murmurou Alyssane, incrédula, os olhos arregalados. — Eram apenas crianças.
A dor em sua voz era palpável, o terror que brotava ao pensar em quão longe Aemond estava disposto a ir. As memórias da noite anterior voltaram à tona com brutalidade: as promessas de vingança, a decisão implacável nos olhos do irmão... e marido.
Alicent se aproximou mais, como se cada passo a fizesse envelhecer ainda mais.
— Daemon sabe. Ele tem um exército — continuou Alicent, a voz rouca, como se cada palavra fosse um fardo. — Ele conseguiu em Riverlands. Está vindo para nós, Alyssane.
Alyssane sentiu o quarto girar por um momento. A guerra que Aemond tanto desejava já havia começado, e a paz que ela tanto ansiava parecia impossível agora. Ela olhou para Daella, ainda dormindo, e o terror de perder sua filha a esmagou.
A guerra estava batendo às portas de sua casa, e tudo o que restava a Alyssane era o medo de tudo o que estava prestes a ser destruído.
Alyssane olhou para a filha adormecida, seu coração se partindo em mil pedaços enquanto ouvia as palavras de Alicent. O peso de tudo que havia acontecido começou a cair sobre seus ombros, mais pesado do que jamais imaginara. Ela queria desesperadamente dizer que Daemon tinha sido o responsável por tudo, que a morte de Daeron foi o início da ruína... mas a verdade estava lá, cruel e inegável: Aemond tinha começado tudo ao matar Lucerys.
Ela suspirou, pressionando os dedos contra as têmporas como se pudesse aliviar a dor pulsante que se formava ali.
— Eles têm mais dragões — continuou Alicent, como se estivesse contando um número crescente de sombras que pairavam sobre elas. — Rhaenyra, Daemon, Baela, Jacaerys... parece que conseguiram um novo montador para Seasmoke. Aemond pode ter Vhagar, mas não vai ser suficiente, Alyssane. Não contra todos eles.
As palavras ressoaram como uma sentença, uma previsão de um futuro cheio de sangue e fogo. O cansaço e o desespero eram claros na voz de Alicent, enquanto a filha, exausta, a olhava com uma mistura de raiva e desespero.
— O que você quer que eu faça? — rebateu Alyssane, a frustração finalmente transbordando em sua voz. — Eu não comecei isso... Eu...
— Aemond quer que você voe em Aetherion — interrompeu Alicent, a tensão em sua voz aumentando. — Ele acredita que apenas Vhagar não será suficiente. E você... você também tem culpa nisso, Alyssane.
As palavras cortaram fundo. Alyssane sentiu seu corpo endurecer com a acusação da mãe. Culpa. O eco dessa palavra ressoava em sua mente.
— Culpa? — Alyssane repetiu, com um amargo nó na garganta, como se a palavra fosse um veneno. — O que você quer dizer com isso?
Alicent a olhou nos olhos, firme, mas com dor. Era o olhar de uma mãe que via a verdade crua diante de si, a verdade que a filha teimava em não aceitar.
— Você apoiou os esquemas obscuros de Aemond — disse Alicent, sua voz baixa, quase como um sussurro que ecoava como uma maldição. — Você cometeu adultério com ele, Alyssane. Você o fez ficar obcecado... e agora ele matou seu próprio irmão. Aegon está morto. E tudo porque ele queria você. Você alimentou essa obsessão.
Alyssane sentiu um frio atravessar seu corpo, uma mistura de culpa, raiva e incredulidade. Ela sabia que a mãe estava certa, em parte, mas não podia aceitar a ideia de que tudo aquilo era sua responsabilidade. Não podia aceitar que o amor proibido e perigoso entre ela e Aemond havia escalado a tal ponto.
— Não é só isso... — murmurou Alyssane, a voz quase sumindo, enquanto Alicent continuava.
— Sunfyre está sem montador agora. E você sabe que Helaena não vai montar... Você tem que voar em Aetherion.
Alyssane encarou a mãe com uma expressão dura, mas silenciosa, sentindo a gravidade da situação cair sobre ela como uma tempestade. Sunfyre estava sem montador, Helaena estava perdida em sua própria tristeza, e tudo ao redor delas estava desmoronando. Alyssane sabia que Aemond esperava que ela voasse e lutasse ao lado dele... mas, ao mesmo tempo, a sensação de que tudo aquilo estava errado a consumia.
Alicent respirou fundo, como se estivesse tentando reunir toda a coragem que ainda lhe restava. Seus olhos, cansados e cheios de dor, fixaram-se em Alyssane, pesando as palavras que estava prestes a dizer.
— Você tem duas escolhas, Alyssane — começou, a voz firme, mas trêmula. — Ou você monta Aetherion e vai para a batalha com Aemond, ou você fica aqui e assiste os dragões de Rhaenyra matarem o seu marido e tomarem o trono.
O coração de Alyssane disparou, cada palavra de Alicent caindo como pedras pesadas em sua consciência. A ideia de Aemond em perigo, vulnerável diante de um exército inimigo, a aterrorizava. Ao mesmo tempo, a perspectiva de se juntar a ele em um campo de batalha, lutando contra aqueles que ela tinha conhecido e amado, parecia ainda mais insuportável.
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