𝟎𝟐𝖝𝟏𝟏 '𝕷𝖞𝖎𝖓𝖌 𝖙𝖔 𝕻𝖗𝖔𝖙𝖊𝖈𝖙'


Fazia alguns meses desde que os encontros com Aemond se tornaram mais frequentes, encontros que, por vezes, faziam Alyssane sentir-se uma pecadora, como se estivesse desafiando os deuses e as leis dos homens.

Outras vezes, no entanto, ela se sentia curada, como se os braços de Aemond fossem o único lugar onde encontrava paz e consolo em meio ao caos de sua vida. O que antes era um alívio temporário agora se tornava cada vez mais essencial para sua sanidade.

Naquela manhã, Alyssane despertou mais uma vez com uma leve sensação de náusea, um desconforto que a havia acompanhado com crescente intensidade nas últimas semanas. Ignorando o mal-estar, ela se forçou a levantar, vestindo-se com a calma e elegância que a situação exigia. O dia estava apenas começando, e ela tinha de enfrentar mais uma manhã ao lado de sua família.

Descendo até o salão onde o desjejum era servido, Alyssane encontrou Helaena já sentada à mesa, distraída com seus insetos, como de costume. Alicent, sempre impecável, estava ocupada conversando baixinho com um servo, enquanto Aemond, quieto e reservado, ocupava seu lugar habitual, os olhos fixos em algum ponto invisível à frente.

Alyssane fez um esforço para sorrir e cumprimentar a todos antes de se sentar. Mas assim que se acomodou, o aroma de um prato específico — um porco assado com especiarias — invadiu suas narinas. Imediatamente, uma onda de enjoo a atingiu com força. Ela sentiu seu estômago se revirar, e por um momento, o mundo pareceu girar ao seu redor.

Ela fechou os olhos, tentando se controlar, enquanto a mão discretamente segurava o encosto da cadeira, os dedos cravando-se na madeira como se isso pudesse afastar o mal-estar. Mas o cheiro era inescapável, e o enjoo apenas se intensificava. Alyssane sentiu o suor frio se formando em sua testa, e teve que desviar o olhar da mesa para não trair sua aflição.

Aemond percebeu o desconforto dela antes que qualquer outra pessoa pudesse notar. Ele inclinou levemente a cabeça em sua direção, o olhar preocupado. 

— Está tudo bem, Alyssane? — A voz de Alicent cortou o silêncio, carregada de uma preocupação que parecia genuína, mas que Alyssane sabia estar sempre acompanhada de segundas intenções. Ela não podia fraquejar, não diante de Alicent.

— Sim, só... algo me incomodou. Talvez o cheiro — respondeu Alyssane, tentando sorrir, mas sua voz soou mais fraca do que esperava.

Ela se esforçou para manter a compostura, mas sabia que sua palidez não escapava aos olhares atentos ao seu redor. Não podia deixar de se perguntar se alguém já suspeitava da verdade que ela começava a temer. Algo estava mudando dentro dela, algo que não poderia mais ser ignorado.

Os outros três na mesa não disseram nada, mas a suspeita pareceu pairar no ar, visível nos olhares que trocaram entre si. Aemond manteve seu rosto inexpressivo, mas Alyssane percebeu o leve tensionar de sua mandíbula. Helaena, distraída, parecia absorta em seus pensamentos, mas até mesmo ela desviou o olhar para a irmã, os olhos grandes e curiosos, como se algo a incomodasse. Alicent, porém, não perdeu tempo em expressar sua preocupação de forma mais direta.

— Talvez você devesse ver um meistre, Alyssane — sugeriu Alicent, sua voz gentil, mas com uma ponta de firmeza que indicava que aquilo não era apenas uma sugestão.

Alyssane forçou um sorriso, tentando dissipar as preocupações, enquanto se esforçava para ignorar o nó de nervosismo que começava a se formar em seu estômago.

— Não é nada, mãe, só uma indisposição passageira — respondeu ela, tentando manter o tom despreocupado.

Alicent não parecia convencida. Seus olhos faiscaram com uma preocupação velada, enquanto ela lançava um rápido olhar para Aemond, como se tentando captar sua reação.

— Mesmo assim, é melhor não ignorar esses sinais. Você tem responsabilidades importantes como esposa de Aegon, e sua saúde é crucial para todos nós — disse Alicent, com uma suavidade que contrastava com o peso de suas palavras.

Alyssane assentiu, sem realmente prestar atenção, focada em manter a compostura. Ela sabia que Alicent estava certa, mas também sabia que a verdade por trás de seu mal-estar não podia ser revelada, pelo menos não ainda.

— Vou pensar nisso, mãe — respondeu Alyssane, tentando encerrar a conversa.

A mesa voltou a um silêncio tenso, mas a suspeita já estava plantada. Alyssane podia sentir o olhar de Aemond sobre ela, como se ele estivesse esperando que ela olhasse para ele, mas ela manteve os olhos fixos no prato à sua frente, tentando ignorar a sensação crescente de que o tempo estava se esgotando.

Durante todo o desjejum, Alyssane apenas beliscou um pedaço de pão e tomou um pouco de suco, sentindo-se incapaz de encarar qualquer outro alimento. O cheiro da comida a enjoava, e o peso das suspeitas ao seu redor tornava impossível relaxar. Os olhares preocupados de Alicent e o silêncio cauteloso de Aemond deixavam-na ainda mais nervosa. Quando o desjejum finalmente terminou, ela se retirou rapidamente, murmurando uma desculpa qualquer antes de se isolar em seus aposentos.

No quarto, Alyssane caminhava de um lado para o outro, a mente fervilhando com pensamentos caóticos. Ela tentou fazer as contas, lembrar-se de quando foi a última vez que sangrou, mas a memória lhe escapava. As luas pareciam confusas em sua mente, os dias se misturando como um borrão.

Alyssane respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Ela sabia que precisava confirmar suas suspeitas, mas o medo de que a resposta fosse exatamente o que temia a paralisava. Se estivesse grávida de Aemond, e não de Aegon, o que isso significaria?

Seu corpo tremia, não de frio, mas de medo. Ela sabia que sua vida e a de Aemond mudariam para sempre se aquilo fosse verdade. Alyssane abraçou os joelhos, tentando encontrar algum conforto na solidão de seu quarto, mas a sombra do medo pairava sobre ela, implacável.

A porta do quarto de Alyssane abriu-se sem aviso, e Aemond entrou, sua postura imponente e séria como sempre. O tapa-olho lhe conferia uma aura ainda mais severa, mas Alyssane podia ver a preocupação mal disfarçada em seu único olho visível. Ele fechou a porta atrás de si e caminhou em direção a ela, a passos firmes.

— O que está acontecendo? — A voz dele era baixa, mas carregada de uma autoridade inquestionável. Não havia espaço para evasivas ou desculpas.

Alyssane sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela levantou a cabeça lentamente, encontrando o olhar penetrante de Aemond. As palavras pareciam presas em sua garganta, e ela se viu dividida entre a necessidade de confessar seus medos e o desejo de continuar fingindo que tudo estava sob controle.

— Eu... — começou ela, a voz tremendo ligeiramente. — Eu não sei.

Aemond não se moveu, mas sua presença parecia preencher todo o quarto, como se ele estivesse exigindo a verdade sem precisar dizer mais nada. Alyssane sabia que não poderia enganá-lo, e a preocupação que ele tentava esconder só a fazia sentir-se mais culpada.

— Tenho estado enjoada — continuou ela, tentando manter a compostura. — E... faz algum tempo desde que... — Ela hesitou, sentindo o calor subir ao rosto. — Desde que sangrei pela última vez.

Aemond franziu o cenho, seu olhar se tornando ainda mais intenso. Ele deu um passo à frente, aproximando-se de Alyssane, a tensão entre eles quase palpável.

— E você acha que está... — A palavra que ele não disse pairou no ar, pesada com implicações.

Alyssane assentiu, sentindo o peso da verdade afundar sobre ela. 

— Eu acho que sim — murmurou, seus olhos evitando o dele.

Por um momento, o silêncio preencheu o quarto, quebrado apenas pela respiração irregular de Alyssane. Aemond permaneceu parado, processando a informação. Quando finalmente falou, sua voz estava mais suave, quase hesitante, um contraste com a dureza de sua postura.

— Há quanto tempo você não dorme com Aegon? — A pergunta veio de forma direta, mas havia uma nota de urgência na voz dele, algo que revelava o turbilhão de emoções que Aemond tentava manter sob controle.

Alyssane desviou o olhar, sentindo o peso daquela questão. Ela sabia que a resposta poderia complicar ainda mais a situação, mas mentir para Aemond nunca fora uma opção.

— Faz meses — confessou ela, com a voz baixa. — Desde antes de... nós.

Aemond se aproximou mais, segurando o rosto de Alyssane com uma firmeza delicada, mas intensa. Ele a olhou nos olhos, sua expressão carregada de uma urgência quase desesperada.

— É meu? — A pergunta saiu mais como uma afirmação do que uma dúvida, mas ainda assim, o tom exigia uma resposta.

Alyssane sentiu um leve aperto no peito, uma mistura de ofensa e tristeza tomando conta dela. Como ele poderia duvidar, mesmo que por um segundo? Ela sabia que ele estava lidando com o turbilhão de emoções que essa revelação trazia, mas isso não diminuía o impacto da pergunta.

— Sim, é seu — respondeu ela, a voz firme, mas ligeiramente ferida.

O rosto de Aemond se contraiu, um misto de emoções passando por seus olhos. Por dentro, ele estava colapsando, sentindo o peso esmagador das implicações dessa nova realidade. A ideia de Alyssane carregando um bastardo dele, em um mundo onde bastardos eram vistos como ameaças e vergonhas, era ao mesmo tempo aterrorizante e avassaladora. 

Mas, ao mesmo tempo, algo inesperado se formava em sua mente. Possibilidades que antes ele não tinha considerado surgiam, se misturando com o orgulho feroz de saber que o bebê dentro dela era dele, e não de Aegon.

O caos em seu interior lutava com uma onda de satisfação sombria. Ele poderia ter algo que Aegon nunca teria. Algo que o conectava a Alyssane de uma maneira que ninguém mais poderia. Algo que era deles, e só deles.

— Nosso filho — murmurou ele, mais para si mesmo do que para ela, como se estivesse tentando aceitar essa nova realidade. Sua mão afrouxou levemente no rosto dela, o polegar acariciando sua pele de forma quase reverente.

Alyssane observava o conflito interno que se desenrolava no olhar de Aemond. Ela sabia que o caminho à frente seria cheio de perigos, mas naquele momento, tudo o que importava era o vínculo que eles compartilhavam. E esse vínculo agora tinha uma nova profundidade, um novo propósito.

Aemond, lutando para equilibrar o desespero com a excitação contida, inclinou-se para beijá-la, um beijo que misturava a intensidade de suas emoções com a suavidade de uma promessa. O futuro era incerto, mas a partir daquele momento, ele estava determinado a proteger o que era deles, não importando o custo.

Aemond parecia surpreendentemente calmo, sua postura firme contrastando com o caos que ela sabia que ele devia estar sentindo por dentro. Ele aprofundou o beijo, sua mão começando a deslizar pelo corpo de Alyssane, do jeito que ele sempre fazia quando queria acalmá-la ou conduzi-la para algo mais íntimo. 

Mas, naquele momento, Alyssane não queria nada disso. Ela estava assustada, sua mente girando com todas as implicações da situação. O medo e a incerteza a dominaram, e ela se afastou, o gosto amargo do pânico subindo por sua garganta.

Aemond notou a mudança nela. Sua mão parou, e ele a deixou se afastar, observando a expressão angustiada no rosto de Alyssane. Os olhos dela estavam marejados, e ele podia ver o terror nas profundezas do olhar dela.

Ele respirou fundo, controlando as emoções conflitantes que ameaçavam escapar. Seu tom foi firme, mas havia uma ponta de gentileza que raramente se permitia mostrar.

— Você vai precisar deitar-se com Aegon, Alyssane — disse ele, suas palavras diretas e cortantes. — Precisa fazer parecer que o filho é dele.

Alyssane o olhou, a garganta apertada pela onda de lágrimas que ela estava lutando para conter. As palavras de Aemond, embora lógicas, caíram sobre ela como um peso esmagador. A ideia de fingir que o filho era de Aegon, de permitir que Aegon acreditasse que tinha um herdeiro, quando na verdade... O horror dessa mentira a atingiu em cheio, mas ela sabia que não tinha outra escolha.

— Confie em mim, Alyssane — disse ele, a voz mais suave, quase suplicante. — Vou cuidar de você e o do bebê.

Ela queria acreditar nele, queria acreditar que havia uma maneira de proteger o que eles tinham sem destruir-se no processo. Mas tudo parecia tão incerto, tão terrivelmente assustador. E, no fundo, ela sabia que o caminho que Aemond propunha era o único que poderia manter seu mundo intacto, mesmo que isso significasse viver uma mentira.

Alyssane se preparou meticulosamente, um esforço hercúleo para se preparar para a tarefa que lhe era imposta. O quarto estava silencioso, exceto pelo som leve de suas respirações nervosas e o tilintar ocasional dos frascos de perfume sobre a mesa. Ela se debruçou sobre o espelho, aplicando o perfume com um gesto cuidadoso, mesmo que o aroma doce e intenso a fizesse sentir-se um pouco mais enjoada. Os primeiros vapores de fragrância pareciam afogar os outros odores do ambiente, e ela respirava profundamente, tentando ignorar a sensação crescente de náusea.

Ela se vestiu em um conjunto de seda cor de vinho, o tecido caindo suavemente sobre seu corpo e delineando suas curvas de uma forma sedutora. O vestido tinha um decote ousado, e a faixa ajustada na cintura acentuava ainda mais sua silhueta.

Enquanto se preparava, Alyssane refletia sobre as mentiras que sua vida exigia. Desde jovem, havia aprendido a proteger os outros das consequências de suas ações, mesmo que isso significasse sacrificar a verdade em nome de uma estabilidade incerta. Agora, com a gravidez, a necessidade de mentir e dissimular tornava-se ainda mais premente, e ela se perguntava se algum dia poderia ser honesta sobre seus sentimentos e ações sem que isso custasse demais.

Com o vestido finalizado, ela se dirigiu ao espelho novamente e conferiu o visual, tentando se convencer de que estava pronta para enfrentar o desafio. A incerteza e o medo ainda pesavam em seu coração, mas ela precisava seguir em frente. A responsabilidade que sentia era avassaladora, e a perspectiva de ter que encarar Aegon, de enganar a todos, parecia quase insuportável.

Após um último olhar para si mesma, Alyssane se dirigiu aos aposentos de Aegon, seu coração batendo acelerado, a mente girando com a complexidade da situação. Cada passo em direção ao quarto do marido parecia um passo mais próximo da verdade oculta que ela carregava consigo, um fardo que ela esperava poder suportar sem se quebrar.

Alyssane se aproximou do quarto de Aegon com passos hesitantes, o perfume que ela havia aplicado se misturando ao ar pesado dos corredores. O guarda, ao vê-la, anunciou sua chegada com um tom respeitoso, e o som da voz grave do homem foi o suficiente para que Aegon, do outro lado da porta, se endireitasse da cama, onde estava estirado de forma casual.

Quando a porta se abriu, Aegon estava semi nu, usando apenas uma calça de seda solta que deixava parte de sua pele exposta. Ele estava em um estado de embriaguez leve, com o rosto relaxado em um sorriso despreocupado, e seus olhos piscavam com uma curiosidade borbulhante ao ver Alyssane entrar.

— Alyssane — disse ele, com um sorriso largo e preguiçoso. — O que traz você aqui tão tarde da noite?

Alyssane manteve a postura, seus movimentos intencionais e calculados à medida que se aproximava dele. Ela se posicionou à beira da cama, seus olhos fixos nos dele com um olhar que misturava desejo e intenção.

— Eu pensei que poderíamos... conversar um pouco — começou ela, sua voz suave e sedutora, tentando ocultar a nuvem de ansiedade que pairava sobre ela. — Eu estava pensando em como nossos encontros têm sido... esporádicos.

Ela se inclinou um pouco mais para frente, o decote do vestido acentuando suas curvas de forma sugestiva. A expressão de Aegon mudou ligeiramente, um brilho de interesse passando por seus olhos ao perceber o tom e o convite implícito nas palavras de Alyssane.

— É mesmo? — Aegon disse, deslizando lentamente para a posição mais ereta na cama, suas mãos se movendo para tocar o tecido de seda ao seu redor. — O que você tem em mente, minha cara?

Alyssane segurou a borda do vestido, deslizando a mão ao longo do tecido, criando um movimento sutil que chamava a atenção. Ela avançou mais um passo, inclinando-se ligeiramente para ele, enquanto sua mão deslizava pelo braço de Aegon, tocando-o suavemente.

— Eu só... gostaria de aproveitar um tempo com você — murmurou Alyssane, sua voz baixando para um tom mais íntimo e envolvente. — Tenho sentido falta desses momentos nossos.

Aegon parecia relaxar, seu sorriso se ampliando enquanto ele observava os movimentos de Alyssane, suas reações indicando que ele estava começando a se deixar levar pelo charme e sedução dela. Ele se apoiou na cama, olhando para ela com um interesse crescente.

— Então vamos — disse ele, estendendo a mão para tocar a dela. — Estou aqui para você.

— Obrigada, meu amor.

Aegon não percebeu a ironia nas palavras dela. Na verdade, seu ego já estava inflado o suficiente para acreditar que Alyssane sempre o amou, apesar da frieza e da distância que costumava manter. Ele sorriu de volta, ignorando qualquer dúvida que pudesse ter sobre o genuíno afeto dela, e com um gesto confiante, estendeu a mão para puxá-la para a cama.

— Então venha cá, Alys — disse ele, a voz cheia de uma confiança despreocupada que só alguém com um ego excessivo poderia ter.

Ele a deitou na cama com um movimento abrupto, seus olhos fixos nela com uma expressão de antecipação. Alyssane lutou para manter um sorriso, mesmo enquanto a sensação de enjoo a envolvia e o perfume que ela usara parecia intensificar o desconforto. Ela tentou desviar a mente da náusea que sentia, focando apenas em manter a aparência de quem estava ansiosa e disposta.

Aegon não fez muito esforço para preliminares; ele estava ansioso e impaciente, a excitação manifestando-se rapidamente.  Ele ergueu o vestido dela e abaixou suas calças, logo se posicionando contra ela e a penetrando. Orgulhoso por estar dando o que achava que ela queria.

O ato foi rápido e desprovido da intimidade que ela realmente desejava, a necessidade de enganar Aegon para garantir que sua mentira fosse eficaz tomando prioridade sobre qualquer outra coisa. Enquanto ele estava absorvido em seu prazer e em sua própria satisfação, Alyssane lutava para manter a compostura, sentindo uma mistura de desgosto e necessidade de proteger seu segredo.

O quarto estava carregado de um silêncio tenso, com Alyssane mantendo sua posição enquanto Aegon se movia rapidamente. Ela se esforçava para esconder a sua verdadeira reação, mantendo o sorriso e tentando manter a situação sob controle, apesar do crescente mal-estar e da sensação de estar se afastando de qualquer conexão verdadeira.

Depois de terminar, Aegon levantou-se da cama com um sorriso satisfeito, seu humor inexplicavelmente bom, como se ele tivesse acabado de conquistar algo grandioso. Ele parecia quase animado, um contraste marcante com sua usual indiferença. Com um gesto de afeto que raramente demonstrava, ele se inclinou e deu um beijo suave nos lábios de Alyssane, algo que ela raramente experimentava.

Quando Aegon finalmente terminou, ele se afastou com um sorriso satisfeito e um ar de leveza que parecia quase excessivo. Levantou-se da cama com um movimento solto, os traços de um humor inusitadamente alegre em seu rosto. Ele parecia despreocupado, quase contente com a realização da noite.

Para surpresa de Alyssane, ele inclinou-se sobre ela e deu um beijinho em sua testa, um gesto que, embora breve, era uma rara demonstração de afeto de sua parte. Alyssane ficou momentaneamente atônita com o carinho inesperado, que contrastava fortemente com a indiferença habitual que ela enfrentava.

— Foi bom, né? — disse Aegon, com um tom afetuoso que ela não estava acostumada a ouvir. Ele se vestiu rapidamente, ainda com o semblante iluminado pela satisfação.

— Claro.

Enquanto ele saía do quarto com uma energia leve e despreocupada, Alyssane permaneceu na cama, o sorriso forçado lentamente se desfazendo. O beijo dele e o bom humor repentino pareciam estranhamente deslocados, uma lembrança de que, apesar das aparências, sua vida continuava envolta em mentiras e ilusões para proteger o segredo que ela carregava.

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