𝟎𝟐𝖝𝟏𝟎 '𝕯𝖊𝖘𝖎𝖗𝖊𝖘 𝖔𝖋 𝕬𝖓𝖌𝖊𝖗 𝖆𝖓𝖉 𝕴𝖓𝖏𝖚𝖘𝖙𝖎𝖈𝖊'

Aemond observou Alyssane em silêncio, o pedido ainda pairando no ar entre eles. A vulnerabilidade em sua voz era algo que ele não mostrava há muito tempo, uma abertura que ele raramente permitia a si mesmo. Ele nunca havia se sentido tão exposto como naquele momento, esperando pela resposta dela.

Alyssane, no entanto, sentia-se sufocada por uma mistura de emoções. Se estivesse pensando corretamente, talvez tivesse aceitado o convite de Aemond sem hesitar. 

Fugir com ele parecia tentador, a chance de escapar de toda a dor e controle que a corte impunha sobre eles. Mas, enquanto olhava para o irmão, memórias dolorosas invadiam sua mente: os meses em que ele não falou com ela, o ataque cruel durante a noite, e as palavras sussurradas por Alicent, que ainda ecoavam em seus pensamentos. Todas essas coisas a faziam hesitar, como se uma sombra estivesse bloqueando sua visão do que era certo.

— Eu... Eu sinto muito, Aemond. Eu realmente sinto — ela finalmente disse, sua voz trêmula com a emoção. — Mas eu não posso.

Aemond permaneceu quieto por um momento, seus olhos fixos nos dela. Por dentro, seu coração estava partido, mas ele não demonstrou nada. Alyssane sempre fora sua fortaleza, mas, naquele instante, ela conseguia ser a única coisa que o fazia fraco.

Ele assentiu lentamente, aceitando a decisão dela.

— Eu entendo — ele disse com uma calma controlada. A dor que sentia era profunda, mas ele não a deixaria ver. Ele nunca a forçaria a fazer algo que ela não quisesse. — Nunca te forçaria, Alyssane. Se é isso que você quer...

Ele fez uma pausa, procurando as palavras certas, mas sem saber como expressar o que sentia. Ele sabia que haviam pecado juntos antes de seu casamento com Aegon, mas, para Aemond, tudo o que sentia por Alyssane era puro. Não importava o que a corte, Aegon, ou mesmo Alicent pensassem ou fizessem. Ele acreditava que os sentimentos de Alyssane por ele também eram verdadeiros, mesmo que estivessem sendo soterrados por todas as pressões externas.

Dentro de si, Aemond estava arrasado, mas sabia que não podia forçá-la a ver o que ele via. Ela teria que encontrar seu caminho sozinha, e ele estaria lá, sempre que ela precisasse.

Quatro meses se passaram rapidamente, trazendo mudanças silenciosas, mas significativas para Alyssane. Viserys parecia mais doente a cada dia que passava, sua fraqueza se tornando mais evidente, forçando Alicent a assumir as funções do reino como regente. Enquanto o pai definhava, a corte continuava seu curso, cada um dos membros da família real lidando com seus próprios demônios.

Aegon, por exemplo, a ignorou completamente durante esses quatro meses. Estava mais ocupado com putas e bebidas, afundando-se em seus vícios e fugindo de qualquer responsabilidade.

Essa não era uma novidade para Alyssane; ele frequentemente passava semanas sem sequer olhar para ela, sem solicitar sua presença em seus aposentos. Sinceramente, Alyssane adorava esses períodos de silêncio. A ideia de que ele tinha outras para satisfazer seus desejos a deixava aliviada, pois significava que ela poderia continuar com a sua vida sem a constante sombra de Aegon pairando sobre ela.

A maior parte do seu tempo era passada bordando com sua irmã mais nova, Helaena, ou em solidão no Fosso do Dragão. Voava com Aetherion pelas redondezas apenas de vez em quando, quando sentia a necessidade de sentir o vento em seu rosto e se afastar, ainda que brevemente, das intrigas e das pressões da corte.

Aemond, por outro lado, havia mudado sua postura. Ele não a ignorou mais. Ao invés disso, manteve com Alyssane um relacionamento mínimo e educado. 

Ele parecia estar controlando seus próprios sentimentos, mantendo uma certa distância emocional, mas sem deixá-la totalmente sozinha. Talvez o fato de que Aegon não estava tendo-a como mulher deixasse Aemond mais aliviado para falar com ela sem querer explodir por dentro. Embora sua presença fosse uma constante, ele evitava confrontos, preferindo uma paz tensa a qualquer tipo de conflito.

E assim, o tempo passava, cada um deles tentando encontrar seu lugar em um mundo que parecia cada vez mais sombrio e incerto.

Aemond subia as escadas da Fortaleza Vermelha com passos firmes, ainda que silenciosos. Já era tarde, e o silêncio da noite envolvia o castelo, oferecendo um breve alívio do caos cotidiano. Ele acabara de sair de um jantar insuportável, onde Aegon, embriagado, falara incessantemente de suas conquistas nos bordéis de Porto Real, cada palavra mais vulgar que a anterior. 

O príncipe caolho sentia o peso da solidão, um sentimento que parecia se enraizar mais profundamente a cada dia. Algo sombrio dentro dele, uma inquietação que ele não conseguia dissipar, o atormentava.

A biblioteca o aguardava como um santuário de paz. Ao abrir as portas maciças, o cheiro familiar de pergaminhos envelhecidos e couro o saudou. As tochas, já quase apagadas, lançavam sombras dançantes nas paredes, criando um ambiente que parecia tão antigo quanto os segredos que aqueles livros continham. 

Ele odiava a ideia de Aegon sentado no Trono de Ferro. Odiava com a intensidade de mil fogueiras ardendo dentro dele. 

Aegon, o tolo despreparado, o usurpador nato, criado para roubar o trono que, por direito, deveria pertencer a Rhaenyra, se a tradição e a palavra de Viserys fossem respeitadas. Mas, mais que isso, Aemond sentia que, se alguém tinha o direito de reinar, esse alguém era ele. Não Aegon, que passava as noites em devassidão e os dias em ressacas que o deixavam incapacitado.

Aemond dedicara sua vida ao estudo, à espada, e à conquista do mais grandioso dragão vivo, Vhagar. Era ele quem deveria carregar o peso da coroa, ele que tinha a força e a sabedoria para governar. Mas a sua dedicação e habilidade eram ignoradas, enquanto Aegon era adulado por sua mera existência.

Enquanto Aemond se perdia em pensamentos sombrios, um som mínimo, quase imperceptível, interrompeu o silêncio ao seu redor. Ele imediatamente ficou alerta, os olhos varrendo a penumbra da biblioteca. Alguém estava ali com ele.

Caminhou silenciosamente entre as prateleiras, guiado pela intuição. Conforme se aproximava, avistou uma silhueta feminina, esguia e graciosa, tentando alcançar um livro em uma estante mais alta. Os longos cabelos prateados de Alyssane refletiam a luz suave das tochas, e ele soube, sem sombra de dúvida, que era ela.

Aproximou-se por trás, sem emitir um som, observando-a por um breve momento enquanto ela se esticava na ponta dos pés, ainda incapaz de alcançar o livro desejado. Sem dizer uma palavra, Aemond estendeu o braço acima dela e pegou o volume com facilidade.

— Este é o que procura, Alyssane? — murmurou ele, a voz baixa e controlada, mas com uma leveza que raramente mostrava.

Alyssane se virou rapidamente, surpresa, encontrando o olhar de Aemond. A proximidade dos dois era inesperada, e por um instante, o tempo pareceu parar. Ela o estudou com os olhos, surpresa ao perceber que, mesmo nos momentos mais sombrios, ele parecia sempre atento, sempre presente.

A princesa corou levemente ao receber o livro das mãos de Aemond, os olhos desviando dos dele por um instante.

— Obrigada, Aemond — murmurou, quase timidamente, enquanto segurava o volume. Havia algo na maneira como ela reagia que o desarmava completamente. Aemond achava-a incrivelmente doce quando ela corava assim, uma doçura que contrastava com a força que sabia que existia dentro dela.

Ela se virou e caminhou até um dos sofás próximos, onde se sentou, ajeitando suas vestes com um gesto delicado. Aemond, por sua vez, se aproximou da lareira, alimentando o fogo com mais lenha. As chamas aumentaram, lançando uma luz quente e reconfortante sobre a sala, dissipando o frio e a escuridão que dominavam a noite.

— Posso me sentar ao seu lado? — perguntou ele, a voz suave, mas com um toque de formalidade que ainda não conseguira abandonar por completo, mesmo com ela.

Alyssane assentiu, um leve sorriso nos lábios.

— Sim, claro.

Aemond tomou o lugar ao lado dela, sentando-se com a postura firme, mas logo a puxou suavemente para mais perto. O gesto foi ao mesmo tempo protetor e íntimo, algo que ele raramente fazia, mas que agora parecia natural. Ele inclinou a cabeça, observando o livro em suas mãos.

— O que está lendo? — perguntou ele, a curiosidade em sua voz era genuína, um interesse verdadeiro em compartilhar aquele momento com ela.

Alyssane abriu o livro, mostrando a capa a ele.

— "Os Segredos da Conquista," sobre Aegon e suas irmãs. Eu estava curiosa sobre como eles governavam juntos.

Aemond sorriu levemente ao ouvir isso, admirando o fato de que, mesmo nos momentos de tranquilidade, Alyssane buscava conhecimento e entendia a importância do poder que um Targaryen carregava. Ele passou o braço ao redor dela, sentindo o calor de sua presença, e naquele momento, as sombras dentro dele pareciam se dissipar, pelo menos por um tempo.

O Targaryen não podia julgá-la. Ele mesmo já havia devorado aqueles livros mais vezes do que podia contar. Havia algo reconfortante em revisitar as histórias de Aegon, Visenya e Rhaenys, como se elas oferecessem algum tipo de guia em meio ao caos que se desenrolava ao seu redor.

Sem pensar muito, ele apoiou o rosto no ombro de Alyssane, os olhos focados nas páginas à sua frente. As palavras fluíam diante deles, mas a presença dela tornava a leitura ainda mais significativa. Sua mão, quase instintivamente, começou a se mover, acariciando as costas e o quadril dela com delicadeza. Os dedos deslizavam suavemente, traçando padrões aleatórios, mas sem qualquer insinuação ou malícia. Era apenas um toque natural, um gesto de conforto que ele parecia oferecer tanto para ela quanto para si mesmo.

Eles continuaram lendo juntos em silêncio, o som das páginas virando e o crepitar do fogo sendo a única trilha sonora naquele momento. Eventualmente, Alyssane perguntava se podia mudar a página, e Aemond respondia com um leve aceno ou um murmúrio de concordância. Às vezes, faziam breves comentários sobre o que liam, mas na maior parte do tempo, apenas compartilhavam a companhia um do outro.

Era uma paz rara, uma calmaria no meio da tempestade de suas vidas, e Aemond se permitiu relaxar, saboreando a proximidade com ela. 

A paz que Aemond e Alyssane haviam encontrado na biblioteca foi abruptamente interrompida quando a porta rangeu ao ser aberta. A figura imponente de Alicent Hightower entrou no recinto, trazendo consigo uma sensação gelada que parecia apagar todo o calor gerado pelo fogo da lareira. Seus olhos, afiados e cheios de julgamento, pousaram imediatamente sobre os dois.

O olhar de Alicent era penetrante, como se estivesse desvendando cada camada de significado por trás da cena que presenciava. A expressão de repulsa em seu rosto era inconfundível, como se estivesse testemunhando o maior dos pecados.

Alyssane congelou sob o peso daquele olhar. A serenidade que havia encontrado na companhia de Aemond se dissipou, deixando um desconforto palpável no ar. A mão de Aemond, que ainda estava pousada no quadril dela, se contraiu levemente, mas ele não a retirou. Ele sabia que sua mãe estava julgando, mas recusava-se a ceder ao desconforto que ela tentava impor.

— Aemond, Alyssane — Alicent começou, a voz baixa, porém carregada de desaprovação —, o que exatamente vocês estão fazendo aqui, a esta hora?

Ele não se levantou, nem afastou Alyssane. Em vez disso, respondeu com uma calma que contrastava com a intensidade do momento.

— Apenas lendo, mãe.

A resposta foi direta, sem qualquer sinal de culpa, mas o silêncio que se seguiu foi denso. Alicent, no entanto, não parecia satisfeita. Ela cruzou os braços, seu semblante ainda rígido.

— Isso não parece apropriado — ela continuou, sua voz firme, mas com uma insinuação de algo mais, uma sombra de acusação.

Alyssane, sentindo a pressão crescente, começou a afastar-se levemente, mas Aemond a manteve próxima, seus dedos agora descansando firmemente sobre ela, como se quisesse protegê-la do julgamento de Alicent.

— Não estamos fazendo nada de errado — Aemond respondeu, mantendo a voz baixa, mas com uma nota de desafio.

Alicent apertou os lábios, seus olhos faiscando com a frustração de não poder controlar a situação como gostaria. Ela deu mais um passo em direção a eles, a atmosfera na biblioteca agora carregada de tensão.

A rainha apertou os lábios, seus olhos faiscando com a frustração de não poder controlar a situação como gostaria. Ela avançou com passos decididos, e a atmosfera na biblioteca tornou-se densa com a tensão.

— Alyssane — Alicent começou, sua voz cortante como uma lâmina —, você está desrespeitando seu marido ao estar aqui com Aemond a esta hora. É inadmissível que você se permita se envolver com ele dessa maneira, enquanto seu marido é ignorado. Este comportamento é inaceitável, e você precisa se lembrar de suas obrigações.

As palavras de Alicent eram venenosas, carregadas de uma indignação calculada que visava fazer os dois se sentirem culpados. Ela procurava minar a confiança e a tranquilidade que haviam encontrado na biblioteca, atacando-os com uma retórica de respeito e dever. No fundo, no entanto, por mais manipuladora que fosse, sua principal preocupação parecia ser a reputação de seus filhos e a manutenção da ordem social.

Aemond não hesitou em responder, sua voz carregada de um tom desafiador e protetor.

— Não é você quem deve ditar as regras sobre o que é aceitável ou não para mim e Alyssane — ele disse com firmeza —. Aegon pode ter nascido primeiro, mas isso não lhe dá o direito de fazer qualquer coisa sem consideração pelo que é justo e correto. Você não pode insinuar que estamos cometendo adultério só porque está preocupada com a imagem e a posição de Aegon, que deve estar agora mesmo, em alguma casa dos prazeres.

Alicent franziu o cenho, a frustração visível em seu rosto. Ela estava claramente abalada pela confrontação direta de Aemond, mas não cedeu.

— Não estou insinuando nada, apenas chamando a atenção para o fato de que Alyssane precisa respeitar seu papel como esposa — ela disse com um tom frio e definitivo —. Vá para o seu quarto, Alyssane. Este comportamento é inaceitável e precisa ser corrigido.

Alyssane, com o rosto pálido e os olhos brilhando com uma mistura de vergonha e frustração, se levantou lentamente do sofá. Ela lançou um olhar para Aemond, que continuava a encarar Alicent com uma determinação que desafiava a autoridade materna. A jovem princesa não disse uma palavra, mas seu silêncio falava volumes sobre a dor e a confusão que estava sentindo.

— Boa noite. — ela murmurou, antes de se virar e caminhar em direção à porta, seu corpo tenso e a mente repleta de pensamentos conflitantes.

Aemond permaneceu em seu lugar, observando a saída de Alyssane com um olhar sombrio. Quando a porta se fechou atrás dela, ele se voltou para Alicent, sua expressão um misto de raiva e frustração.

— Você sempre faz questão de defender Aegon, mesmo quando ele não merece. — ele disse, a voz baixa, mas carregada de um desdém intenso — Mas, no fundo, tudo o que você faz é garantir que a aparência do poder e da ordem se mantenha, não importa quem realmente sofre.

Alicent levantou uma sobrancelha, um sorriso frio e calculado se formando em seus lábios. Ela se aproximou de Aemond, seus olhos fixos nele com uma intensidade que quase o desarmava.

— E eu só quero que minha família esteja pronta para ascender ao trono. — Alicent respondeu, sua voz carregada de um tom de falsa doçura — Não é errado querer que as coisas estejam em ordem e que meus filhos sejam respeitados e valorizados. Se isso significa garantir que a família se mantenha em alta consideração e que não haja escândalos que possam manchar nossa honra, então sim, é um esforço que estou disposta a fazer.

Ela fez uma pausa, sua expressão suavizando, como se estivesse oferecendo uma verdade inevitável.

— Diga-me, Aemond — ela continuou, com uma pitada de manipulação em suas palavras — você realmente acha que Alyssane merece ser vista como uma rainha? Ou prefere que ela seja vista como uma mulher comum, sem valor, envolvida em comportamentos impróprios? Não seria melhor para ela, e para a nossa família, que ela mantenha uma boa reputação, para que um dia possa cumprir o papel que lhe foi destinado?

A voz de Alicent estava repleta de um tom sedutor e persuasivo, uma manipulação sutil para convencer Aemond de que seu comportamento e suas ações estavam de fato servindo a um propósito maior. Ela olhou para ele com um olhar que misturava preocupação genuína com um toque de crueldade calculada.

— Não é apenas sobre o que você ou eu queremos — disse Alicent, com uma expressão que tentava parecer maternal e compreensiva — É sobre o que é melhor para todos nós, para a nossa posição e para a nossa família. Às vezes, fazer o que é certo significa tomar decisões difíceis e fazer sacrifícios para proteger aquilo que é mais importante.

Aemond a encarou com um olhar que misturava raiva e frustração, sua mente girando com a complexidade das palavras e das intenções de Alicent. Ele sabia que suas palavras eram mais do que apenas uma defesa de suas ações; eram uma tentativa de manipulação, uma maneira de forçá-lo a ver a situação de acordo com a visão dela

A raiva de Aemond finalmente explodiu, sua paciência se esgotando com o peso das palavras e das manipulações de Alicent.

— Você quer que eu fique parado e veja Aegon levar tudo que deveria ser meu? — Aemond gritou, sua voz carregada de uma fúria indomável — O prestígio, o trono, Alyssane? Ele não merece nada do que é meu!

Alicent arregalou os olhos, surpresa com a explosão de seu filho. O rosto dela se endureceu, e ela avançou para ele, apertando o queixo de Aemond com uma mão firme, como se tentasse forçá-lo a se submeter à sua vontade.

— Controle-se, Aemond — disse Alicent, sua voz fria e cortante, cheia de autoridade — Aceite a ordem das coisas e pare de agir como um adolescente mimado. Há um lugar para você,  um lugar para Alyssane e há um lugar para Aegon. Não é a sua posição questionar, mas aceitar e seguir.

Aemond tirou o braço dela de sobre seu corpo, o movimento brusco mostrando sua determinação em se afastar da autoridade da mãe. Ele a olhou com uma mistura de desdém e frustração, o rosto dele vermelho com a indignação.

— Eu não vou aceitar isso. — disse ele, a voz ainda carregada de fúria — Não vou ficar aqui, apenas assistindo Aegon levar tudo que é meu por direito!

Sem mais uma palavra, Aemond virou-se e saiu da biblioteca, seus passos ecoando pelos corredores enquanto ele se afastava da presença de Alicent e da situação opressiva que ela havia criado. A raiva e a frustração ainda ferviam dentro dele, e ele sabia que precisava encontrar algum lugar onde pudesse estar sozinho, longe das manipulações e das expectativas que o estavam sufocando.

Aemond marchou com passos firmes e rápidos pelos corredores da fortaleza vermelha, sua raiva e frustração guiando cada movimento. Quando chegou diante do quarto de Alyssane, ele encontrou o guarda postado na entrada, com uma expressão impassível.

— Príncipe Aemond, não posso permitir sua entrada agora. — disse o guarda, a voz firme e respeitosa

Aemond não respondeu com palavras, apenas deslizou um saco de moedas de ouro para as mãos do guarda. O brilho das moedas refletiu a luz do corredor, e o guarda, após hesitar por um momento, aceitou o suborno e se afastou, permitindo que Aemond entrasse.

O quarto de Alyssane estava envolto em uma aura de tranquilidade, contrastando com o tumulto interno de Aemond. Ele encontrou sua irmã no centro do aposento, os cabelos soltos e uma fina camisola branca envolvendo seu corpo.

A expressão de Alyssane mudou para surpresa e preocupação ao ver Aemond entrando, sua postura rígida e os olhos arregalados. Ele estava possesso de raiva, a tensão evidente em cada linha de seu rosto.

— Aemond! — exclamou Alyssane, levantando-se rapidamente, a camisola branca balançando suavemente com o movimento. — O que está acontecendo?

Aemond não respondeu imediatamente, sua respiração estava pesada e seu olhar penetrante. Ele avançou para ela, a necessidade de estar perto dela, de confrontar a injustiça que sentia, sobrepondo-se ao desejo de manter uma distância respeitosa.

Aemond não respondeu imediatamente, sua respiração estava pesada e seu olhar penetrante. Ele estava consumido pela necessidade de provar a si mesmo, de confrontar a injustiça que sentia e de desafiar o domínio de Alicent. Não era parte de seus planos, mas naquele momento, ele queria mostrar que Alyssane era dele, que ele a merecia, e que sua raiva precisava ser expressa.

Ele avançou para ela, os olhos queimando com uma determinação feroz. Sem dar espaço para protestos, Aemond a puxou para perto, seus braços envolvendo-a com uma força quase desesperada. Ele a beijou com uma intensidade que surpreendeu a ambos, a pressão de seus lábios e o calor de sua boca transmitindo toda a frustração e o desejo que se acumulavam dentro dele.

O beijo foi feroz e impetuoso, a raiva e a dor sendo despejadas em cada toque, cada movimento. Alyssane ficou atônita por um momento, mas logo seus braços foram envoltos ao redor dele, suas mãos deslizando para os cabelos de Aemond, como se tentasse reconfortá-lo em meio ao tumulto.

O beijo continuou, uma mistura de paixão e fúria, com a raiva e o desespero de Aemond se manifestando em cada movimento. Ele queria mostrar a Alyssane que, apesar de todas as injustiças e dificuldades, ele ainda a desejava e a valorizava profundamente.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, com os rostos vermelhos e os olhos brilhando com uma mistura de emoção. Aemond olhou para ela, seus olhos cheios de uma intensidade que ia além da raiva.

— Você é minha — disse ele, a voz rouca e carregada de um desejo profundo. — E eu não vou permitir que ninguém nos tire isso.

Alyssane, ainda recuperando o fôlego, olhou para ele com um misto de surpresa e compreensão. Ela sabia que a situação estava longe de ser simples, mas o olhar de Aemond revelou o quanto ele estava lutando contra as adversidades e a dor que sentia.

— Aemond, eu... — começou ela, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Ela sabia que havia algo mais profundo entre eles, algo que transcendia as palavras e as circunstâncias.

Alyssane, com a respiração ainda acelerada e o corpo tremendo levemente, olhou para Aemond, o peso das suas palavras e ações ainda pairando no ar. Ela não conseguia esconder a confusão e a intensidade do que acabara de acontecer. Seus olhos procuravam por respostas, por algum sinal de que aquilo não era apenas uma descarga de raiva e frustração.

— Aemond, você está querendo descontar sua raiva em mim — disse ela, a voz tremendo. Ela estava dividida entre o desejo de compreender e a necessidade de proteger o que restava de sua dignidade.

Aemond a encarou intensamente, seus olhos profundos refletindo uma dor que ele estava lutando para controlar. 

O príncipe a encarou intensamente, seu olho refletindo uma dor que ele estava lutando para controlar. 

— Você está certa — admitiu ele, sua voz grave e cheia de emoção. Ele se inclinou e beijou o pescoço dela com uma intensidade quase brutal, a pressão dos seus lábios e a mordida leve transmitindo sua raiva e seu desejo.

Alyssane sentiu um estremecimento percorrer seu corpo com o contato, o beijo no pescoço sendo uma mistura de carinho e força. Sua mente estava lutando para processar tudo o que estava acontecendo, mas a proximidade de Aemond, a maneira como ele a tocava, fazia seu coração bater com mais intensidade.

— Mas só vou fazer isso se você deixar — disse Aemond, a voz agora mais suave, mas ainda carregada de uma urgência palpável. Ele ergueu o vestido dela com um gesto deliberado e olhou para ela, sua expressão misturando desejo e vulnerabilidade. — Posso te ter?

Alyssane estava em um estado de confusão e vulnerabilidade, a necessidade de segurança e o desejo de conexão lutando dentro dela. Ela sabia que Aemond estava profundamente perturbado, mas a maneira como ele a olhava e a intensidade de seu desejo eram inegáveis.

— Sim... —  Nenhum homem em nenhum reino era tão forte, tão bonito, tão aterrorizante, tão educado quanto o príncipe que soprou fogo em sua pele. 

Aemond se esforçava para manter a delicadeza enquanto suas emoções estavam à flor da pele. Com um cuidado quase reverente, ele começou a tirar o vestido de Alyssane. Seus movimentos eram lentos e meticulosos, um contraste com a raiva e a frustração que se contorciam dentro dele. Ele estava atento a cada detalhe, cada nuance da forma como o vestido escorregava de seu corpo.

À medida que a peça de roupa caía ao chão, Aemond olhou para ela com uma mistura de admiração e desejo. O corpo de Alyssane, agora mais maduro e curvilíneo, era um reflexo dos anos que passaram, e ele não pôde deixar de notar as mudanças que o tempo havia trazido. Havia algo profundamente íntimo e revelador em ver como ela havia se transformado desde a última vez que estiveram tão próximos.

Com um toque suave, Aemond deslizou um dedo ao longo da barriga dela, sua pele quente e macia sob seus dedos. Ele traçou um caminho ao longo de seus seios, sentindo a textura de sua pele, os mamilos respondendo ao toque delicado. Cada movimento era cuidadosamente calculado, uma tentativa de equilibrar a intensidade de suas emoções com a necessidade de ser gentil e atencioso.

Seus dedos continuaram a explorar, passando pelo contorno do rosto de Alyssane, até que, com um gesto inesperado, Aemond deslizou um dedo para dentro da boca dela. Alyssane ficou momentaneamente confusa com a sensação, seu olhar piscando de surpresa. Mas, ao sentir o dedo dele, ela rapidamente girou a língua em torno dele, como se instintivamente tentasse compreender o que ele estava provocando.

Aemond sentiu um impulso visceral ao ver essa resposta. Com um movimento firme, ele empurrou o dedo mais fundo em sua boca, a visão de Alyssane o desestabilizando e intensificando o desejo que ele já lutava para controlar. O calor e a umidade da boca dela foram quase demais para ele suportar, fazendo com que ele se sentisse à beira de perder completamente o controle.

A sensação da língua de Alyssane envolvendo seu dedo o fez respirar mais pesado, e ele teve que se esforçar para manter alguma forma de autocontrole. A visão dela, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão envolvente, acendeu algo primal dentro dele. Ele sentiu uma onda de possessividade e desejo avassalador, a necessidade de estar com ela consumindo-o por completo.

O ambiente ao redor parecia desaparecer, e tudo o que restava era o contato íntimo entre eles, a conexão eletricamente carregada que parecia preencher a sala com uma tensão palpável.

Aemond, agora consumido por uma mistura de frustração e desejo, tornou-se mais impetuoso. Ele a empurrou para deitar na cama, a força de seus movimentos carregando uma urgência reprimida. Alyssane gemeu com o movimento inesperado, o som escapando dos lábios dela e intensificando o desejo que Aemond sentia.

Enquanto ele descia os beijos pela barriga dela, a pele de Alyssane estremeceu sob o toque dele, e ele percebeu a forma como ela estava visivelmente excitada, um contraste flagrante com o comportamento apático e negligente de Aegon.

Aemond notou a diferença, a sensação de que o marido dela não era capaz de satisfazê-la ou de realmente se conectar com ela. Isso o frustrou profundamente, um sentimento de injustiça queimando dentro dele ao saber que Alyssane não estava satisfeita em nenhum aspecto do casamento.

Ele olhou para o rosto dela, seus olhos se encontrando com os dela, e então falou com uma voz rouca e carregada de intensidade.

— Você pode me tocar — disse ele, oferecendo a Alyssane a oportunidade de fazer o que quisesse com ele, um gesto de entrega e confiança em meio à tempestade de emoções que os envolvia.

— O que você quer dizer com isso? — Alyssane perguntou, a voz tremendo ligeiramente, enquanto observava Aemond se ajoelhar na cama e a puxar para se sentar ao seu lado.

Ele a encarou intensamente, sua voz rouca e urgente.

— Eu quero você me despindo. — disse ele, seu olhar fixo no dela. 

A hesitação de Alyssane era visível, mas a necessidade e o desejo de Aemond eram palpáveis. Ela engoliu em seco e, com um leve tremor nas mãos, começou a remover o tapa-olho de Aemond. O gesto parecia quase simbólico, uma remoção de uma barreira física e emocional.

Depois, com um cuidado tremendo, ela desabotoou a camisa dele. Cada botão que ela abria parecia aumentar a tensão no ar, o silêncio da noite envolvia os dois, com apenas o som do tecido sendo retirado e o leve ofegar de Aemond como companhia. Quando a camisa foi finalmente removida, Alyssane deslizou suas mãos pela pele exposta, sentindo a musculatura tensa sob os dedos.

Aemond estava agora diante dela, completamente nu. Alyssane sentia o peso da expectativa e do desejo nos olhos dele, enquanto ele a observava, esperando que ela continuasse.

O Targaryen a puxou para perto, sua respiração agora mais tranquila, mas o desejo ainda ardente em seus olhos. Ele a deixou por cima dele, deitando-se sob ela na cama. O beijo entre eles era intenso e carregado de uma necessidade quase desesperada

A excitação que Alyssane sentia era algo que ela nunca havia experimentado antes. A sensualidade do momento, a forma como Aemond a fazia se sentir desejada e apreciada, era completamente nova para ela. Cada toque, cada beijo, cada movimento parecia estar construindo um novo mundo ao redor dela, onde a satisfação e o prazer eram reais e intensos.

Aemond, agora deitado sob ela, olhava-a com uma combinação de adoração e desejo. Ele a guiava gentilmente, pedindo que ela se colocasse por cima dele, seu toque delicado e suas palavras incentivadoras criando uma atmosfera de confiança e entrega. A maneira como ele a tocava e a fazia se sentir era uma experiência que Alyssane não poderia ter imaginado antes, e ela se entregava completamente à nova sensação que ele estava proporcionando.

Ele enganchou a língua no seu mamilo endurecido antes de engoli-lo com a boca, a princesa soltou um gemido de prazer com suas ações, mas não o impediu. Ele chupou suavemente, usando os dentes para prender o seio dela antes de lambê-lo com a língua, ele grunhiu de prazer, seu aperto afrouxando uma de suas mãos, libertando-a de seu aperto.

Aemond pressionou o polegar contra o clitóris de Alyssane que ainda estava por cima, o que fez sua respiração, ela o encarou confusa até senti-lo esfregar pequenos círculos nele.

Seu corpo sentiu pontadas de estimulação deliciosa, ela não conseguiu evitar aproveitar a sensação. Aemond respira fundo antes de virar ela e a deitar na cama, ele se aproximar da boceta dela, antes de lamber uma faixa para cima até o clitóris. Alyssane estremece com o prazer repentino.

Alyssane choramingou, se debatendo levemente enquanto a língua quente do príncipe tremeluzia dentro dela. Ela gemeu,  jogando a cabeça para trás de prazer.

Assim que você percebe as chamas começando a explodir, Aemond interrompe suas manobras, apagando o fogo. Ele nunca sentiu um desejo tão avassalador em seu corpo, toda vez que ele tocava em Alyssane; sua mente se despedaçava, ele queria tanto foder ela. 

Ele a puxou para o colo dele novamente, dessa vez já posicionando seu pau dentro dela e o afundando nela enquanto a sentava em seu colo. Alyssane  engasgou com o alongamento repentino, sentindo-se ficar cheia dele e embriagada pelo prazer que essas novas poisções a proporcionavam. 

A mão direita do príncipe envolveu delicadamente o pescoço dela, sem apertar de mais, e a mão esquerda foi para cintura dela, agarrando seus quadris para se apoiar enquanto começava a se mover, empurrando para dentro e para fora.

Ele a fodeu nessa posição por alguns minutos antes de empurra-la para cama, segurar os joelhos dela e continuar seus movimentos enquanto via o prazer no rosto dela. Aemond sentiu como se estivesse no céu com a maneira como Alyssane se apertou em volta dele.

O príncipe sentiu o êxtase se aproximando e correu desesperadamente atrás dele, penetrando cada vez mais fundo enquanto gemia.

 Aemond investiu mais uma vez, ele entrou em erupção em seu corpo como um vulcão, correndo por suas veias e para sua mente. Alyssane gemeu alto, agarrando os lençóis e arqueando as costas enquanto seus olhos reviravam para trás com a intensidade de um orgasmo.  

A visão de Alyssane ficou completamente branca antes que ela pudesse ver novamente, ela sentiu Aemond gozar dentro dela, seu membro se contraindo enquanto ele jorrou fundo nela. Ele geme, aproveitando o orgasmo, a princesa observa enquanto ele fecha os olhos e respira fundo.

A exaustão e a satisfação tomaram conta de Alyssane, que se sentia mais completa e viva do que jamais se sentira com Aegon. O ato tinha sido intenso, mas a conexão que ela sentia com Aemond transcendia qualquer coisa que ela tivesse experimentado antes.

Aemond, agora deitado ao lado dela, puxou uma manta de seda que estava dobrada ao pé da cama. Seus olhos, antes ardentes e cheios de raiva, agora estavam suaves e carregados de uma vulnerabilidade inesperada. Ele cuidadosamente cobriu Alyssane, seus movimentos delicados e quase reverentes, como se temesse quebrar o encanto daquele momento.

— Você está bem? — A voz de Aemond era suave, um contraste com a intensidade que ele mostrara antes. Ele se deitou ao lado de Alyssane, suas mãos ainda tremendo ligeiramente enquanto ele a puxava para mais perto. Seus lábios encontraram os dela em um beijo lento e apaixonado, a doçura contrastando com o desejo que tinha acabado de se manifestar.

Ele se aninhou contra ela, seu corpo quente e confortável contra o dela. A sensação era reconfortante, como se ele estivesse se entregando a ela completamente.

Aemond se aconchegou ainda mais contra Alyssane, pondo o rosto nos seios dela e se cobrindo com a manta, que agora também o envolvia. Havia algo de quase frágil na maneira como ele se posicionava, sua força e intensidade anteriores substituídas por uma vulnerabilidade silenciosa.

A mão dele, ainda trêmula, brincava suavemente com a cintura dela, seus dedos explorando a pele de maneira carinhosa e distraída, como se buscasse um anexo ao momento de calmaria que finalmente encontrara.

Alyssane, com o corpo dele repousando sobre o seu, não se importava com o peso dele em cima de si. A presença de Aemond era reconfortante, um contraste refrescante com a frieza e a distância que ela conhecia tão bem.

Ela começou a desembaraçar o longo cabelo prateado de Aemond, suas mãos movendo-se lentamente pelos fios, acariciando-o com delicadeza. A sensação do toque a acalmava, e seus olhos começavam a pesar, o sono a chamando com uma suavidade que ela não podia ignorar.

Aemond não respondeu, mas seu corpo relaxou ainda mais ao sentir a carícia dela. Ele fechou os olhos, o cansaço e o sentimento de paz envolvendo-o como uma segunda manta. Eles estavam ali, juntos na escuridão, criando um breve oásis de calma e ternura no meio do turbilhão que era sua vida.

Com o tempo, Alyssane também se entregou ao sono, a cabeça ainda repousando sobre o peito de Aemond enquanto o quarto ficava mais tranquilo, com apenas o crepitar da lareira para acompanhá-los na noite silenciosa.

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