𝟎𝟐𝖝𝟎𝟕 '𝕮𝖔𝖑𝖉𝖓𝖊𝖘𝖘'
125. d.C.
O frio nos corredores de Pedra do Dragão parecia refletir o gelo que habitava o coração de Alyssane. Já se passara um ano desde que ela dissera os votos de casamento, selando seu destino ao lado de Aegon, mas cada dia ao lado dele era uma sombra do que poderia ter sido. As noites eram silenciosas, o vazio de suas emoções ressoando entre as paredes escuras do castelo.
O toque de Aegon, quando exigido, era frio e sem alma, marcado pelo cheiro pungente de vinho e o peso das expectativas que ele ignorava. Ele se aproximava dela como se fosse um dever incômodo, sua mente sempre a meio caminho entre a embriaguez e o tédio. Os encontros eram rápidos, mecânicos, destituídos de qualquer ternura ou desejo verdadeiro. Alyssane, mesmo com a juventude ainda brilhando em seus olhos, já sentia o peso de uma vida que parecia destinada a ser um ciclo interminável de solidão e dever.
Ela permitia que ele fizesse o que precisava, suportando o momento como uma tempestade que eventualmente passaria. Sabia que aquilo não duraria mais do que o necessário para que Aegon saciasse seu desejo superficial, antes que ele voltasse para as sombras das tavernas e bordéis que tanto preferia.
Ainda assim, havia algo mais profundo que a incomodava. Não era apenas a frieza do casamento que a entristecia, mas a falta de conexão, de calor humano. Ela sentia-se como uma estátua de mármore, fria e inabalável por fora, mas cheia de rachaduras invisíveis que ameaçavam se abrir a qualquer momento. Em seus pensamentos mais sombrios, ela se perguntava se esse era o destino que lhe estava reservado: uma vida de deveres cumpridos e anseios não realizados.
O silêncio do quarto após a partida de Aegon era quase ensurdecedor. Alyssane se deitava sozinha, o corpo tenso, os olhos perdidos no teto, imaginando um mundo onde o amor e o prazer pudessem coexistir. Mas essa não era sua realidade. A única coisa que a aquecia era a lembrança de momentos roubados, os poucos instantes em que sentira algo verdadeiro. Era nesses pensamentos que se permitia algum consolo, enquanto o vazio de seu casamento se espalhava, consumindo a jovem que uma vez sonhara com algo mais.
Amanhã seria outro dia, e com ele viria a rotina de sempre. Mas, ao menos, nos recessos mais profundos de sua alma, Alyssane guardava o que de mais precioso lhe restava: as memórias de um amor que ainda queimava, mesmo que em segredo, e o desejo latente de uma vida que poderia ter sido diferente.
A verdade era que Alyssane sentia falta de ser olhada com paixão, de ser tocada com vontade. Ela desejava ser o centro dos pensamentos de alguém, não apenas uma opção conveniente para Aegon, uma lembrança tardia de que ele tinha uma esposa quando os prazeres dos bordéis estavam fora de alcance. Ela sabia que, para Aegon, ela era apenas isso: uma presença próxima, fácil de alcançar quando a embriaguez o impedia de buscar por outras.
Ela sentia falta de olhares que a despisse com a mente, de toques que não fossem movidos apenas pela necessidade de cumprir um dever matrimonial, mas sim pela verdadeira paixão e desejo.
O pior de tudo, o que realmente cortava Alyssane como uma lâmina invisível, era o silêncio ensurdecedor entre ela e Aemond. Não era um silêncio confortável, daqueles que se formam entre duas almas que se conhecem tão bem que palavras são desnecessárias. Não, era um vazio gelado, um abismo que se abria entre eles desde o momento em que ela se tornou esposa de Aegon.
Aemond não falava mais com ela. Ele evitava seus olhos, desviava-se de sua presença como se ela fosse feita de ar, como se a intimidade que um dia compartilharam não fosse mais que uma sombra, algo a ser varrido para debaixo do tapete.
Nos primeiros dias, quando Alyssane percebeu que Aemond a estava ignorando, foi como se seu coração fosse arrancado de seu peito. Ela chorou em silêncio, lágrimas amargas escorrendo por seu rosto enquanto ela tentava, em vão, entender o motivo de tamanha frieza. Não era apenas o fato de ele não falar mais com ela, mas o conhecimento de que ele não suportava a ideia de que ela pertencia a outro. A dor de ser rejeitada por sua alma gêmea, o único ser que realmente a compreendia, era mais cortante do que qualquer espada.
Cada encontro evitado, cada olhar desviado, era um lembrete de que a conexão deles, aquela chama ardente que uma vez os uniu, estava agora encoberta por cinzas. Alyssane sentia falta das conversas sutis, das trocas de olhares que diziam mais do que mil palavras. Ela sentia falta dele, de sua presença constante, de saber que ele estava ali, sempre por perto.
Com o tempo, a dor se tornou uma companhia constante, uma velha amiga com quem Alyssane aprendeu a conviver. Ela já não chorava mais como antes, pois as lágrimas haviam secado, deixando em seu lugar uma aceitação amarga. A ausência de Aemond tornou-se uma parte de sua rotina, uma ferida que ela sabia que nunca cicatrizaria completamente, mas com a qual aprendera a lidar.
Alyssane estava deitada em sua cama, envolta em lençóis pesados que, apesar do calor de seu corpo febril, não conseguiam afastar os calafrios que a percorriam. A dor de cabeça pulsava em suas têmporas como um tambor distante, um martelar constante que parecia querer expulsar seus pensamentos. Sua pele, umedecida pelo suor, estava pálida e pálida, como uma pétala murcha sob o peso do orvalho da madrugada.
Seus olhos, antes vívidos, agora estavam semicerrados, tentando fugir da luz bruxuleante das velas que mal iluminavam o quarto.
Foi então que a batida na porta soou, um som suave, mas que pareceu ecoar por toda a sua mente. Alyssane, com esforço, levantou a cabeça do travesseiro, o gesto simples enviando uma nova onda de dor através de seu crânio. Ela hesitou por um momento antes de sussurrar um frágil "entre".
A porta se abriu lentamente, revelando a silhueta de uma jovem serva. A luz fraca das velas iluminou o rosto ansioso da moça, que se aproximou de Alyssane com passos cuidadosos, como se não quisesse perturbar a atmosfera carregada do quarto.
— Senhora... — A voz da serva era baixa, hesitante, como se temesse as palavras que trazia. — O príncipe Aegon... ele deseja vê-la em seus aposentos.
Alyssane fechou os olhos, como se pudesse afastar a realidade que a cercava. As palavras da serva pairavam no ar, carregadas de uma expectativa que a oprimia. Seu corpo, já enfraquecido pela febre, parecia ainda mais pesado com o peso de sua decisão.
Ela sabia o que era esperado dela. Como esposa de Aegon, era seu dever atender às suas necessidades, ser a companheira que ele requisitava sempre que sua vontade ditava. No entanto, a ideia de se levantar da cama, de arrastar seu corpo febril até os aposentos de Aegon, era quase insuportável.
Um tremor percorreu sua espinha, uma mistura de calafrio e repulsa. Ela podia ouvir, ao longe, o som abafado da respiração irregular de Aegon, ecoando em sua memória, e isso fazia seu estômago revirar. O casamento, que deveria ser um laço sagrado, parecia uma corrente fria que a prendia cada vez mais, sufocando qualquer resquício de desejo de que um dia pudesse ter significado algo.
Alyssane abriu os olhos, a visão enevoada pelo cansaço e pela doença. A serva ainda estava lá, aguardando sua resposta com a cabeça baixa. Alyssane sabia que, qualquer que fosse sua decisão, haveria consequências. Se fosse até Aegon, sua alma se quebraria um pouco mais; se ficasse, sua recusa poderia ser vista como uma afronta.
Ela respirou fundo, sentindo o ar entrar em seus pulmões como uma lâmina fria. Não havia escolha fácil, apenas o inevitável peso do dever ou a dolorosa realidade de sua solidão.
— Diga ao príncipe... que eu estarei lá em breve — murmurou, cada palavra saindo como se fosse arrancada de seu ser.
A serva assentiu e saiu silenciosamente, deixando Alyssane sozinha novamente com sua febre e sua dor. Ela fechou os olhos, tentando reunir forças para se levantar, sabendo que o preço de sua escolha seria mais uma cicatriz em sua alma, mais um fardo que ela carregaria sozinha na escuridão daquela noite interminável.
Alyssane forçou-se a levantar da cama, cada movimento uma batalha contra a fraqueza que a dominava. Atravessou o quarto, sentindo o peso de sua decisão em cada passo, e seguiu até os aposentos de Aegon.
Quando chegou, encontrou-o como sempre o encontrava nesses momentos: meio embriagado, seu olhar nebuloso, os traços do rosto desfeitos pela bebida. Aegon ergueu os olhos para ela quando a viu entrar, mas não houve brilho de reconhecimento, de carinho ou de preocupação. Apenas um desejo indiferente.
— Deite-se — ele ordenou, com uma voz arrastada que carregava o peso de tantas noites desperdiçadas.
Alyssane, sem palavras, fez o que ele mandou. Deitou-se na cama fria, o tecido dos lençóis raspando em sua pele febril, os calafrios retornando. Ela se encolheu levemente.
Aegon se aproximou, seus movimentos vacilantes, e se inclinou sobre ela. Havia algo de trágico em sua figura, um príncipe afogado em seus próprios vícios, perdido em uma vida de excessos. Quando ele tocou a pele quente de Alyssane, ela percebeu o contraste entre a febre que ardia dentro dela e o toque gelado dele. Ele passou a mão pelo braço dela, um toque rápido e desajeitado, antes de murmurar:
— Você está quente... para mim.
Ela apenas assentiu, incapaz de encontrar forças para contestar ou explicar. O calor que ele sentia não era o fogo do desejo, mas o ardor febril que consumia sua saúde. No entanto, Alyssane sabia que qualquer palavra de explicação seria em vão. Aegon não estava interessado na verdade. Ele só queria o que sempre quis, e isso não envolvia conhecê-la ou entendê-la.
Sem mais preliminares, Aegon ergueu a roupa dela e começou. Não havia gentileza, não havia carinho. Era um ato mecânico, uma rotina que ele seguia sem pensar. Alyssane, com o corpo enfraquecido e a mente turva, apenas suportava, sua mente se afastando da realidade, buscando refúgio em algum lugar distante onde a dor e o desconforto não pudessem alcançá-la.
Ela pensava em Aemond, no toque dele, na conexão que haviam compartilhado. Mas Aemond estava distante, tanto física quanto emocionalmente. Ele a tinha abandonado ao seu destino, deixando-a sozinha para enfrentar as sombras que agora a envolviam.
E assim, enquanto Aegon buscava seu próprio prazer, Alyssane se perdia em pensamentos, seu corpo presente, mas sua alma ausente, flutuando em um vazio frio e escuro. Ela sabia que, quando tudo acabasse, restaria apenas o silêncio, a solidão, e o peso esmagador de uma vida que não escolheu viver.
Alyssane olhou para o teto, tentando se afastar mentalmente do que estava acontecendo, enquanto seu corpo respondia automaticamente aos movimentos de Aegon. O contato era vazio, um ato desprovido de alma, mas ainda assim ela manteve o sorriso forçado sempre que ele a olhava, tentando evitar qualquer suspeita ou descontentamento.
Ele não durou muito tempo. Em poucos minutos, Aegon se satisfez rapidamente, seu corpo relaxando sobre o dela com um suspiro de alívio. Sem uma palavra, ele se virou de lado, as costas largas se afastando dela enquanto caía em um sono profundo, ainda embriagado.
Alyssane ficou deitada ali, os olhos fixos no escuro enquanto seu corpo ainda sentia o calor febril e a exaustão que só parecia se intensificar. Ela esperou, imóvel, até que a respiração pesada de Aegon preenchesse o quarto, sinalizando que ele estava perdido em seus próprios sonhos vazios.
Então, com cuidado, ela se virou para o outro lado da cama, afastando-se dele, seu coração batendo lentamente, pesado com a melancolia da noite. A solidão a envolveu novamente, e, mais uma vez, Alyssane se encontrou presa entre as responsabilidades de esposa e o vazio de um casamento que não passava de uma formalidade sem amor ou consolo.
Alyssane despertou com o sol fraco da manhã atravessando as cortinas de seda. A luz filtrada iluminava o quarto em tons suaves, mas o calor que ela sentia em seu corpo era um lembrete persistente de que a febre, embora mais baixa, ainda não a deixara por completo. Ao seu lado, Aegon continuava a dormir, o rosto enterrado no travesseiro, os fios loiros espalhados sobre a face. Sua respiração era pesada e irregular, resquício da noite de excessos.
Ela se levantou devagar, o corpo ainda pesado, mas com uma determinação silenciosa de seguir em frente. Cada movimento parecia exigir mais esforço do que o habitual, mas ela ignorou a exaustão enquanto se vestia. Vestiu um vestido simples de seda verde, o tecido leve o suficiente para não piorar sua febre, mas elegante o bastante para as exigências da corte.
Quando deixou os aposentos, os corredores já estavam começando a se agitar com os primeiros movimentos do dia. As criadas passavam apressadas, carregando bandejas de prata, e os guardas murmuravam entre si, mas ela não prestou atenção em nada disso. Seu foco estava em chegar ao salão onde o desjejum era servido.
Ao entrar no grande salão, Alyssane foi recebida pelo aroma reconfortante de pão fresco e chá quente. O ambiente estava calmo, com poucos membros da corte presentes. Ela notou Alicent conversando em voz baixa com uma criada, mas o que realmente capturou sua atenção foi a figura alta e imponente de Aemond, de pé ao lado da mesa.
Ele estava ali, parado, o olho único brilhando com uma intensidade que Alyssane sentiu atravessar a sala como uma lâmina afiada. Por semanas, ele havia desaparecido, montando Vhagar e voando para longe após uma briga furiosa com Alicent, deixando todos na corte preocupados e inquietos com seu sumiço. Agora, ele estava de volta, a presença dele enchendo o salão com uma tensão palpável.
Alyssane se aproximou da mesa lentamente, as mãos ligeiramente trêmulas enquanto pegava um pedaço de pão. Ela tentou agir com naturalidade, ignorando o calor residual da febre e a tensão que pulsava entre ela e Aemond.
— Aemond, estás de volta — sua voz saiu mais suave do que ela pretendia, mas ela não conseguiu esconder a mistura de emoções que lutavam para se expressar.
Ele apenas assentiu, o olhar ainda cravado nela, como se estivesse tentando decifrar algo. As palavras ficaram suspensas no ar, não ditas, mas compreendidas por ambos. Não havia necessidade de perguntas ou respostas. A ausência, o silêncio, já haviam falado muito mais do que qualquer conversa poderia.
Alyssane pegou um pedaço de pão, a mente ainda turva pela febre, quando Alicent se levantou para sair. A rainha a cumprimentou com um sorriso que, para Alyssane, parecia mais uma máscara de cortesia do que uma demonstração genuína de afeto. A ausência de Alicent deixou um vácuo no salão, e o clima, que antes estava repleto de murmúrios e movimentos apressados, agora se tornava um espaço silencioso, carregado de tensão.
Assim que a porta se fechou atrás de Alicent, o olhar de Aemond se voltou para Alyssane com um foco intensificado. Ele estava ainda em pé ao lado da mesa, a postura ereta e os olhos fixos nela. O ambiente parecia ter congelado, e o som das respirações e dos passos distantes ecoava em um silêncio quase palpável.
— Alyssane — Aemond começou, a voz dele rasgando o silêncio como uma lâmina afiada, mas suavizada por uma preocupação subjacente. — Como você está?
Alyssane hesitou por um momento, o calor da febre e o peso das palavras não ditas misturando-se em sua mente. Ela tentou forçar um sorriso, uma expressão que ela esperava que fosse convincente o suficiente para esconder a verdade.
— Estou muito bem — respondeu ela, a voz mais fraca do que gostaria.
Aemond ergueu uma sobrancelha, seu olhar penetrante avaliando cada nuance de sua expressão. A resposta dela, no entanto, não pareceu convencer completamente. Ele observou o sorriso dela, o jeito como ela tentou manter a compostura, e percebeu o que estava por trás das palavras. O silêncio que se seguiu era carregado, uma conexão não verbal que ambos entendiam sem precisar de mais explicações.
— Eu também estou bem — ele respondeu, a voz dele com um tom quase indolente, como se estivesse tentando suavizar a situação, mas o olhar dele ainda mantinha uma profundidade de sentimento.
O silêncio voltou a se estabelecer entre eles, mais denso e palpável do que antes. Aemond parecia estar lutando com suas próprias emoções, e Alyssane sentiu o peso daquelas palavras não ditas e da distância entre eles. Cada minuto que passava parecia esticar a tensão, um fio tênue de comunicação entre os dois.
Finalmente, Aemond rompeu o silêncio, seu tom mudando para algo mais concreto.
— Trouxe algo para você — disse ele, sua voz agora carregada com uma nota de curiosidade e um toque de solenidade.
Alyssane olhou para ele, os olhos piscando em surpresa e um pouco de apreensão. Ela não tinha certeza do que esperar, mas a presença dele, o simples fato de que ele havia trazido algo para ela, fez com que um leve fio de esperança acendesse em seu coração. Ela se perguntou o que poderia ser, se seria algo significativo, algo que pudesse acender uma chama no frio distante de sua relação.
Aemond se moveu para um canto da sala onde havia deixado um pequeno pacote cuidadosamente embrulhado. Ele o pegou e estendeu para Alyssane, o gesto tão formal quanto o seu olhar. Ela recebeu o presente com uma mistura de curiosidade e gratidão, seus dedos tocando o pacote com um cuidado quase reverente.
— O que é? — perguntou ela, sua voz agora carregada de uma leve antecipação, esperando pela resposta que poderia revelar mais sobre as intenções dele.
Alyssane desembrulhou o pacote com mãos que tremiam ligeiramente, não apenas pela febre ainda presente, mas pela expectativa que o gesto de Aemond havia gerado. O papel caiu ao chão, revelando uma adaga de lâmina brilhante e afiada, com um cabo intricadamente ornamentado. O aço valiriano captava a luz do sol que entrava pelas janelas, lançando reflexos metálicos que dançavam sobre a mesa e as paredes ao redor.
A adaga, com sua aparência refinada e mortal, parecia carregar uma história e um poder que transcendiam o simples objeto em si. A lâmina era fria ao toque, um contraste marcante com o calor da febre que ainda consumia Alyssane. Ela a segurou, admirando os detalhes da arma, a espiral de runas e a maneira como a luz se refratava através do aço.
Aemond, observando a reação dela, revelou um esboço de um sorriso enigmático antes de falar.
— É aço valiriano — disse ele, o tom da voz carregado de um misto de importância e casualidade. — Talvez um dia possa ser útil para você.
Com essas palavras, ele se virou e começou a se afastar, os passos dele ecoando pelo salão. Cada passo parecia levar um pedaço da presença dele, e a saída dele deixou um vácuo que Alyssane sentiu em sua pele. O gesto, embora aparentemente simples, carregava um peso que ela ainda tentava compreender.
Alyssane ficou sozinha com a adaga, sua mente girando com perguntas não respondidas. A adaga não era apenas uma arma; era um símbolo carregado de mistério e de uma conexão que ela ainda não conseguia desvendar. Ela olhou para a lâmina, agora repousada sobre a mesa, e tentou entender o significado daquela oferta.
O que Aemond queria dizer com "útil"? Qual era a mensagem implícita por trás do presente? E por que ele a deixava com essa sensação de confusão e inquietação? A adaga, com seu brilho imperturbável, parecia prometer algo mais profundo do que o simples ato de dar um presente, e Alyssane se viu imersa em um mar de incertezas, tentando decifrar as intenções de seu irmão e o que aquilo poderia significar para o futuro deles.
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