𝟎𝟏𝖝𝟎𝟓 '𝕱𝖗𝖊𝖊𝖉𝖔𝖒 𝖆𝖓𝖉 𝕽𝖊𝖇𝖊𝖑𝖑𝖎𝖔𝖓'
Alyssane estava na varanda, observando de longe as carruagens que chegavam uma após a outra. Convidados da alta nobreza vinham de todo o reino para assistir ao casamento dela e de Aegon. Ela deveria estar empolgada, mas tudo o que sentia era um vazio crescente. As risadas e os preparativos para a festa que ecoavam pela Fortaleza Vermelha só aumentavam sua angústia.
Desde o café da manhã, uma mistura de ressentimento e ciúmes a corroía. Era injusto, pensava, que seus irmãos pudessem desfrutar de toda a liberdade e prazeres enquanto ela estava presa a um contrato de casamento, sem qualquer escolha. Em alguns momentos, ela odiava ser uma Targaryen. A vida que lhe fora destinada parecia sufocante, cheia de expectativas e obrigações que não faziam sentido para ela. Alyssane desejava poder voar para longe, para um lugar onde pudesse ser ela mesma, sem as correntes de seu nome e título.
Além disso, o ciúme que sentia de Aemond ainda a machucava profundamente. A lembrança de Aegon falando sobre as noites de Aemond nos bordéis deixava um gosto amargo na boca de Alyssane. Ela sabia que era tolice, que homens faziam essas coisas, especialmente príncipes. Mas, para ela, Aemond era diferente. Ele não deveria ser como os outros, não com ela.
Por isso, ela o ignorou desde o café da manhã. Não conseguia suportar a ideia de estar perto dele, de ver aquele tapa-olho que, de alguma forma, a lembrava do quão distante ele poderia estar, mesmo estando ao lado dela.
Foi quando seus olhos captaram um movimento familiar. Ela viu a carruagem da Casa Targaryen se aproximando. Rhaenyra estava lá, acompanhada de Daemon, Joffrey, Lucerys e Jacaerys. O coração de Alyssane apertou ao vê-los. Havia se passado tanto tempo desde a última vez que estivera com eles, especialmente com Jacaerys.
Alyssane sentiu um turbilhão de emoções ao vê-los se aproximar, mas, de repente, um plano se formou em sua mente. Se aquele era seu destino, ela estava determinada a aproveitar ao máximo os seus últimos dias antes de se casar e se tornar oficialmente a esposa de Aegon.
Sem hesitar, Alyssane saiu correndo pelos corredores da Fortaleza Vermelha, com o coração batendo rápido, ignorando as vozes de razão que tentavam lembrá-la de que sua mãe a havia proibido de se aproximar de Rhaenyra e seus filhos. Ela não se importava. Estava decidida a recepcionar os sobrinhos, a ver Jace novamente, nem que fosse pela última vez antes de estar presa a Aegon para sempre.
Enquanto corria, os corredores ecoavam os passos rápidos de Alyssane. De repente, ela se deparou com Aemond, que parecia estar à sua procura.
— Onde você está indo com tanta pressa? — Aemond perguntou, sua voz carregada de preocupação.
Alyssane parou abruptamente, irritada por ele estar ali, por ele sempre estar ali. A raiva e o ciúme, que já estavam fervilhando dentro dela, explodiram.
— Volte para o bordel, Aemond. Não quero falar com você. — As palavras saíram afiadas como lâminas, e ela imediatamente viu o impacto que causaram nele.
Aemond franziu o cenho. Ele notou o ciúme evidente na voz dela, mas isso só o deixou mais frustrado.
— O que está acontecendo com você? — Ele questionou, tentando entender a súbita mudança de comportamento. — Por que está agindo assim? Você vai se casar. Você sabe que eu odeio a ideia de você se casar com Aegon. Ele é a última pessoa que eu quero que toque em você.
Alyssane, cheia de raiva e dor, virou-se para ele com os olhos brilhando.
— E você acha que eu quero me casar com ele? — Ela retrucou. — Mas o que posso fazer? Estou presa a essa maldita tradição, enquanto você... — Sua voz tremeu. — Você pode fazer o que quiser, inclusive dormir com qualquer prostituta que queira!
Aemond deu um passo em direção a ela, sua frustração se misturando à dor.
— Isso é diferente, Alyssane, e você sabe disso. Não me compare com Aegon. Eu nunca faria nada para te machucar.
— Ah, claro! — Alyssane rebateu com sarcasmo, a raiva queimando em seu peito. — Porque dormir com outras mulheres é algo que não machuca, não é?
Aemond, sentindo-se acuado e frustrado, agarrou o braço dela com força, seus dedos apertando a pele delicada de Alyssane.
— Alyssane, pare com isso! — Ele rosnou, o olhar fixo no dela.
Mas Alyssane não cedeu. Ela ergueu a mão e segurou o queixo dele com força, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e algo mais profundo que ela não queria admitir.
— Você não entende, Aemond. — A voz dela era baixa, mas carregada de emoção. — Eu não sou como vocês, eu não posso simplesmente... — Ela não conseguiu terminar a frase, a raiva fazendo as palavras falharem.
Aemond, movido por um impulso que ele mesmo não compreendia, empurrou Alyssane contra a parede, seus corpos quase se tocando. A tensão entre eles era palpável, um misto de raiva, frustração e algo mais, algo que ambos estavam relutantes em reconhecer.
Por um momento, o tempo pareceu parar. A respiração deles estava pesada, os corações disparados. Os olhos de Aemond queimavam nos dela, e Alyssane podia sentir o calor de sua proximidade. Mas então, como se tivesse sido puxado de volta à realidade, Aemond a soltou abruptamente, recuando um passo.
Alyssane ficou ali, encostada na parede, o coração batendo descontrolado, ainda sentindo a marca dos dedos dele em seu braço e o peso das palavras que não foram ditas. Ela sabia que algo havia mudado entre eles, mas não tinha certeza do que era ou do que significava.
A Targaryen suspirou frustrada, sentindo o peso daquela discussão inútil em seus ombros. Nada de significativo havia sido dito, e ainda assim, a tensão entre eles só parecia aumentar. Ela odiava estar brigada com Aemond. Quando estavam assim, era como se uma parte dela estivesse quebrada, incompleta. Mas, por mais que detestasse admitir, sabia que o casamento iminente com Aegon iria, inevitavelmente, mudar a relação deles.
Ela sentia falta dos dias em que podiam ficar juntos sem que ninguém interferisse, sem que fossem constantemente lembrados de que ela logo pertenceria a Aegon. Esse pensamento a fazia bufar, com uma mistura de tristeza e revolta, enquanto continuava seu caminho até o pátio.
Ao chegar lá, viu a princesa Rhaenyra ao longe, cercada por sua família. Alyssane endireitou a postura, limpando a expressão de qualquer sinal da recente discussão, e se aproximou, forçando um sorriso no rosto.
— Princesa Rhaenyra. — disse ela, fazendo uma leve reverência enquanto cumprimentava a meia-irmã.
Rhaenyra sorriu ao ver Alyssane se aproximando. Diferente dos outros filhos de Alicent, Alyssane sempre pareceu ter uma bondade inata que Rhaenyra não conseguia ignorar, mesmo em meio a tantas tensões e ressentimentos.
— Alyssane, que bom te ver. — disse Rhaenyra, com um sorriso sincero, estendendo a mão para a jovem.
Daemon, por outro lado, observava com uma expressão de desconfiança. O fato de Alyssane ser a futura esposa de Aegon e, portanto, estar ligada diretamente à parte da família Targaryen que ele menos confiava, o fazia desconfiar ainda mais. Com um olhar penetrante, ele comentou com uma voz carregada de sarcasmo:
— Vamos ver até onde vai essa "bondade" dela.
Jacaerys, que estava ao lado, imediatamente reagiu à provocação.
— Daemon, não seja tão rápido em julgar. Alyssane nunca fez nada para merecer esse tipo de desconfiança.
Alyssane, um pouco surpresa pela defesa repentina, olhou para Jacaerys com um misto de gratidão e surpresa.
Daemon ergueu uma sobrancelha, sua expressão se mantendo cética. Ele não estava convencido, e sua desconfiança estava longe de ser abalada, mas, ao menos por um momento, o tom de Jacaerys lhe fez hesitar. Rhaenyra lançou um olhar de agradecimento para Jacaerys, mas sua mente estava cheia de preocupações sobre o futuro e a constante intriga na corte.
Alyssane percebeu o olhar severo de sua mãe, mas decidiu se fazer de sonsa, fingindo que não o viu. Ela não estava disposta a se afastar dos filhos de Rhaenyra, especialmente de Jacaerys, que havia despertado uma curiosidade incontrolável nela.
Aproveitando o momento em que Viserys e Rhaenyra começaram a conversar, com Alicent agora distraída e prestando atenção na conversa, Alyssane viu a oportunidade perfeita.
Com um sorriso disfarçado, ela se aproximou de Jace e, em um sussurro quase inaudível, disse:
— Jace, venha comigo, quero te mostrar algo.
Jace, um pouco confuso, mas também curioso, a seguiu sem questionar. Os dois saíram discretamente do salão, passando despercebidos por todos, enquanto Alyssane se esforçava para esconder a excitação que sentia.
Ela queria testar a sorte, descobrir se Jace ainda tinha sentimentos por ela, e, com sorte, provar algum tipo de liberdade antes que o casamento com Aegon a prendesse em uma vida que ela não desejava.
Enquanto caminhavam pelos corredores da Fortaleza Vermelha, Alyssane sentia o coração acelerar. Ela não sabia exatamente o que estava fazendo, mas sabia que precisava se sentir livre, nem que fosse por um breve momento.
Alyssane, decidida a testar os sentimentos de Jace, guia-o até o Fosso dos Dragões, onde seu dragão, Aetherion, aguardava. Enquanto caminhavam, ela se mantinha próxima, roçando levemente o braço no dele, como se quisesse estabelecer uma conexão íntima, ainda que sutil.
— Como é Dragonstone? — perguntou, tentando parecer casual, mas o brilho em seus olhos mostrava sua curiosidade genuína.
Jacaerys, sentindo a proximidade de Alyssane e percebendo suas intenções, hesitou por um momento antes de responder.
— É... diferente daqui. Mais isolado, mas também mais selvagem. É um lugar para os fortes. — Ele olhou para Alyssane, notando o quanto ela estava crescendo, tanto fisicamente quanto em confiança.
Quando chegaram ao Fosso dos Dragões, Aetherion estava lá, imponente e majestoso. Alyssane olhou para Jace com um sorriso de orgulho, ansiosa para ver sua reação.
Jacaerys sorriu, impressionado com o tamanho de Aetherion.
— Ele está bem maior do que eu me lembrava. Cresceu bastante.
Alyssane, com um leve sorriso, perguntou:
— E o seu dragão? Como ele está?
Jacaerys falou animadamente sobre seu dragão, revelando o entusiasmo que sentia por sua criatura. Enquanto ele descrevia o dragão, Alyssane acariciava Aetherion, que estava imponente ao seu lado. Ela controlava o dragão em alto valiriano, permitindo que Jace se aproximasse mais.
Depois de um tempo, com Aetherion já calmo, os dois deixaram o fosso dos dragões e caminharam até o jardim. Jacaerys, ao olhar para Alyssane, percebeu que ainda se sentia bobo perto dela, exatamente como quando tinha 10 anos. Só que agora, ela estava ainda mais linda, sua beleza realçada pela maturidade que havia alcançado.
Mesmo sem saber da infelicidade de Alyssane com o casamento, Jacaerys achava uma pena que ela fosse se casar. Os dois se sentaram em um banco no jardim, as folhas das árvores farfalhando suavemente ao vento.
Alyssane, com um brilho malicioso nos olhos, se aproximou de Jacaerys até que seus ombros quase se tocassem. O calor da proximidade fez o rosto dele corar levemente.
— Dragonstone parece ser um lugar tão bonito, Jace. — Ela disse, sua voz doce e quase inocente, enquanto deixava seus dedos tocarem casualmente o braço dele. — Eu sempre quis saber mais sobre a vida lá.
Jacaerys, ainda tentando manter a compostura, respondeu, mas sua mente estava distraída pela proximidade de Alyssane e pela beleza dela, que parecia ainda mais intensa sob a luz suave do jardim.
— É... é um lugar incrível, Aly. As montanhas, o mar, e os dragões... Tudo lá parece mais... vivo. — Ele tentou focar na conversa, mas o toque delicado de Alyssane no braço dele era impossível de ignorar.
Alyssane sorriu, se inclinando um pouco mais, fingindo interesse genuíno no que ele dizia, mas, na verdade, observando cada reação dele. Ela adorava ver como ele ficava nervoso perto dela, e parte dela se perguntava até onde poderia levar essa brincadeira antes de precisar voltar para as responsabilidades que a aguardavam.
— Parece um lugar perfeito para fugir de tudo, não é? — Ela sussurrou, os lábios quase tocando a orelha de Jacaerys, que quase engasgou com a própria saliva ao sentir o calor da respiração dela tão próximo.
— S-sim, é... — Jacaerys respondeu, a voz um pouco trêmula, sem perceber completamente o jogo em que estava sendo envolvido. Ele olhou para Alyssane, que agora o encarava com aqueles olhos brilhantes e intensos. — Mas... por que você iria querer fugir?
— Talvez eu só queira um pouco de liberdade antes de... — Ela parou, como se estivesse prestes a revelar algo importante, mas depois apenas deu um sorriso enigmático. — De qualquer forma, fico feliz que tenha vindo para o casamento, Jace. Eu... senti sua falta.
O coração de Jacaerys disparou, e ele se viu lutando para encontrar palavras, a cabeça girando com as implicações do que ela poderia estar dizendo.
Alyssane continuou sua abordagem com um toque de inocência e astúcia, sua inexperiência em flerte na verdade parecendo funcionar a seu favor. Ela sabia que estava empurrando os limites, mas a reação de Jacaerys a fazia sentir um prazer secreto. Seus movimentos eram sutis, quase como uma dança silenciosa, enquanto ela se aproximava cada vez mais dele.
— Sabe, Jace... — Ela sussurrou, deslizando a ponta dos dedos pelo braço dele com um toque leve e quase imperceptível. — É engraçado como a vida muda, não é? Às vezes, a gente acaba em lugares que nunca imaginou, fazendo coisas que nunca pensou que faria.
Jacaerys sentiu um frio na barriga com o toque dela, sua respiração ficando um pouco mais rápida. Ele tentava manter a compostura, mas o calor que emanava dela estava tornando isso quase impossível.
— Sim, a vida é cheia de surpresas. — Ele respondeu, a voz rouca. — Às vezes, as coisas não saem exatamente como planejamos.
Alyssane sorriu, inclinando-se um pouco mais perto, seus olhos brilhando com um interesse genuíno que fazia o coração de Jacaerys bater mais rápido. Ela sentiu que estava conseguindo o efeito desejado, então continuou a agir de forma sutilmente sedutora.
A Targaryen notou a hesitação dele e decidiu ser um pouco mais direta, sua paciência começando a se esgotar. Ela se inclinou mais perto, seus lábios quase tocando a orelha de Jacaerys enquanto falava.
— Você sabe, Jace... — Ela disse, deslizando a mão pela parte de trás do pescoço dele, seu toque leve e deliberado. — Às vezes, é bom ter alguém com quem compartilhar esses momentos inesperados. Alguém que entenda a importância de aproveitar cada instante.
Jacaerys sentiu um calafrio percorrer sua espinha com o toque dela. Ele estava claramente embaraçado e visivelmente afetado, sua respiração agora rápida e descompassada.
— Eu... eu entendo. — Ele respondeu, a voz quase um sussurro. — E eu... eu gosto de passar tempo com você, Alyssane.
Alyssane sorriu, vendo a vulnerabilidade e o desejo nos olhos de Jacaerys. Ela sabia que estava conseguindo o efeito desejado, então decidiu ser ainda mais direta.
— Você sempre soube o quanto eu me preocupo com as pessoas que estão ao meu redor, Jace. — Ela disse, seu tom agora mais aberto e convidativo. — E você sempre foi alguém especial para mim.
Ela aproximou-se ainda mais, quase tocando os lábios dele, seus olhos fixos nos dele com uma intensidade quase palpável. Jacaerys estava visivelmente perturbado, suas mãos tremendo ligeiramente, enquanto tentava lidar com a situação.
— Alyssane... — Ele murmurou, a voz quase inaudível. — Eu não sei o que dizer...
Alyssane, vendo a hesitação dele, decidiu dar o último empurrão. Ela se inclinou mais perto, seus lábios tocando levemente os dele em um beijo suave e inesperado. Jacaerys ficou paralisado por um momento, antes de responder hesitante, sua mente girando com a intensidade do momento.
Depois do beijo, Alyssane se afastou um pouco, observando a reação de Jacaerys com um sorriso satisfeito. Ela estava satisfeita com o efeito que causou, mesmo que soubesse que ainda havia muito a considerar e a decidir.
Jacaerys estava atônito, o beijo de Alyssane despertando um turbilhão de emoções dentro dele.
Para ele, ela não era apenas uma princesa; ela era o objeto de sua paixonite desde a infância, e aquele beijo parecia um sonho tornado realidade. No entanto, a educação que recebeu de sua mãe o fazia sentir um peso de culpa, especialmente considerando que Alyssane estava prestes a se casar com Aegon. Ele estava ali como um convidado para o casamento dela, e a situação parecia complexa e errada.
— Alyssane, eu... — Ele começou, a voz carregada de confusão e desejo.
Alyssane, percebendo a agitação e a culpa que Jacaerys estava sentindo, sorriu com um toque de ternura. Ela se inclinou para ele, colocando a mão suavemente sobre a dele.
— Jace, relaxe. — Ela disse, seu tom suave e tranquilizador. — Eu só queria aproveitar esse momento com você. Não se preocupe com o que vai acontecer depois. Às vezes, a gente precisa apenas viver o presente e não deixar que as regras e os contratos nos impeçam de sentir.
Ela fez uma pausa, olhando nos olhos dele com sinceridade.
— Não quero que você se sinta culpado por isso. Apenas deixe-se levar pelo momento e aproveite. — Ela continuou, sua voz carregada de uma doçura que parecia acalmar a tempestade interior de Jacaerys. — O que importa agora é o que estamos sentindo e compartilhando.
Jacaerys olhou para ela, vendo a sinceridade em seus olhos. Embora ainda se sentisse dividido entre a culpa e o desejo, a forma como Alyssane o estava tratando o fazia querer abraçar o momento.
— Está bem, Alyssane. — Ele disse, a voz mais calma, enquanto tentava se concentrar no que realmente importava naquele instante.
Jacaerys, ainda confuso e tomado pela situação, tomou coragem e inclinou-se para dar um beijo suave na bochecha de Alyssane.
Seus lábios seguiram um caminho mais baixo, traçando um beijo delicado pelo pescoço dela. Alyssane, sentindo o toque dele, colocou as mãos na nuca de Jacaerys, seus dedos brincando suavemente com os fios castanhos dele. O momento estava carregado de uma mistura de ternura e desejo, criando uma atmosfera que parecia suspensa no tempo.
Alyssane, com um leve sorriso nos lábios, sentiu a proximidade de Jacaerys de uma maneira que ela nunca havia experimentado antes. Ele era diferente, especial de uma forma que ela não conseguia descrever. Seus sentimentos eram uma mistura de lembranças da infância e uma curiosidade adulta que crescia dentro dela. Ela sabia que, de alguma maneira, Jace sempre teve um lugar único em seu coração, diferente de Aemond, mas ainda assim importante.
— Vem comigo — ela sussurrou, puxando-o gentilmente pela mão. Jacaerys hesitou por um momento, o peso da consciência pesando em sua mente, mas o desejo que sentia por ela era inegável. Ele seguiu Alyssane, cada passo intensificando a tensão que pairava entre eles.
Ela o guiou para um lugar mais afastado, em direção ao Fosso dos Dragões. A escuridão ali era quase total, escondendo-os dos olhos curiosos que poderiam espreitar por ai.
Alyssane sabia que ali, na penumbra, Jace não poderia ver os detalhes do seu corpo, e essa ideia, de alguma forma, a deixava mais segura. Ela queria viver aquele momento com ele, mas ainda havia uma parte de si que não estava pronta para se revelar completamente.
Quando eles finalmente chegaram ao Fosso, Alyssane parou, encostando-se em uma das paredes de pedra fria. Ela puxou Jacaerys para mais perto, seus corpos agora separados apenas pelo fino tecido de suas roupas. Ele estava claramente dividido, o conflito interno refletido em seus olhos, mas Alyssane percebeu que o desejo estava vencendo.
Ela tocou o rosto dele com delicadeza, os dedos traçando o contorno de sua mandíbula.
— Aqui estamos seguros, Jace — ela murmurou, tentando aliviar a culpa que ele sentia. — Ninguém pode nos ver... ninguém precisa saber.
Jacaerys deixou escapar um suspiro, uma mistura de alívio e frustração. Ele se inclinou para beijá-la novamente, com mais urgência desta vez, como se quisesse esquecer tudo o que o preocupava. As mãos dele deslizaram para a cintura de Alyssane, puxando-a para mais perto, enquanto seus lábios exploravam os dela com uma paixão que ele não conseguia mais conter.
Alyssane correspondeu ao beijo com a mesma intensidade, as mãos ainda enroladas nos cabelos de Jace. A sensação de tê-lo tão próximo, os corpos pressionados um contra o outro, fazia seu coração acelerar. Naquele momento, no meio da escuridão, eles eram apenas dois jovens descobrindo algo novo, algo que estava além das obrigações e dos laços de sangue.
A culpa ainda estava lá, pesando na mente de Jace, mas o desejo de estar com Alyssane era mais forte. E naquele recanto escuro, escondidos do mundo, eles se permitiram explorar esse desejo, sabendo que, pelo menos ali, eram livres para sentir sem consequências.
Enquanto seus beijos se intensificavam, Alyssane e Jacaerys sentiram o peso da inexperiência. Cada movimento, cada toque, era cauteloso, quase hesitante. Eles sabiam que estavam entrando em um território desconhecido, e a falta de experiência tornava o momento tanto mais emocionante quanto assustador.
As mãos de Jacaerys, ainda um pouco trêmulas, deslizaram pela cintura de Alyssane, como se ele estivesse tentando entender o que deveria fazer a seguir. Ele interrompeu o beijo por um instante, os olhos escuros encontrando os dela na penumbra. A dúvida estava clara em seu olhar, mas também havia uma profunda necessidade de continuar.
— Alyssane — ele começou, a voz baixa e incerta. — Posso... posso erguer o seu vestido?
O coração de Alyssane acelerou com a pergunta. Ela sabia que o que estavam prestes a fazer era um passo grande, um passo que mudaria algo entre eles para sempre. Mas, ao mesmo tempo, sentia-se curiosa e estranhamente à vontade com Jacaerys, como se aquele momento fosse um caminho natural a seguir.
Ela assentiu lentamente, as palavras quase engasgadas em sua garganta antes de finalmente sair.
— Sim — respondeu ela, a voz um sussurro suave.
Com cuidado, Jacaerys levou as mãos ao tecido leve do vestido dela, os dedos tremendo levemente enquanto começava a erguer a saia. Alyssane sentiu o ar fresco
tocar sua pele à medida que o vestido subia, expondo suas pernas e uma parte de suas coxas. Ela sentiu um arrepio, mas não era só por causa do frio. Era a excitação misturada ao nervosismo, a antecipação do desconhecido.
Ele hesitou novamente, como se procurasse algum sinal de que estava fazendo o certo. Alyssane, sentindo a hesitação dele, levou uma das mãos ao rosto de Jace, acariciando sua bochecha suavemente.
— Está tudo bem — ela sussurrou, tentando dar-lhe a confiança que ele precisava.
Jacaerys respirou fundo, os olhos ainda fixos nos dela. Em seguida, ele continuou a erguer o vestido, seus movimentos lentos e cuidadosos. Alyssane fechou os olhos por um momento, sentindo a textura do tecido subindo por sua pele, cada centímetro revelando mais dela para ele. Ela estava consciente de cada sensação, de cada toque, e isso fazia seu coração bater ainda mais rápido.
Jacaerys respirou fundo, tentando controlar o nervosismo que o consumia. Ele começou a deslizar as mãos pela coxa de Alyssane, sentindo a pele macia sob seus dedos. Cada toque era hesitante, como se ele estivesse testando as águas, tentando entender o que fazia. À medida que suas mãos subiam, passando pela barriga dela, ele podia sentir o tremor em seus próprios dedos, mas também notava como o corpo de Alyssane respondia ao seu toque.
Quando ele finalmente alcançou as roupas íntimas dela, Jacaerys parou por um momento, o coração batendo descontrolado em seu peito. Ele estava nervoso, assustado até, com a incerteza do que estava fazendo, mas algo o impulsionava a continuar. Ele começou a explorar a área com cuidado, sentindo a textura suave e quente do tecido.
Alyssane, por sua vez, estava igualmente nervosa, mas à medida que Jacaerys tocava suas roupas íntimas, ela não conseguiu evitar os pequenos sons de prazer que escapavam de seus lábios. O som, suave e quase involuntário, fez o coração de Jace saltar. Ouvir aqueles gemidos doces fez algo mudar dentro dele, como se a confiança que ele precisava começasse a florescer.
Com essa nova coragem, Jacaerys pressionou seu corpo contra o de Alyssane, empurrando-a suavemente contra a parede. A sensação do corpo dela, quente e pulsante contra o dele, alimentou ainda mais o desejo que ele sentia. Alyssane pôde sentir a excitação dele, firme e evidente, pressionando contra sua coxa. A intensidade do momento os envolveu completamente, e o nervosismo que antes dominava Jacaerys começou a ser substituído por uma crescente segurança.
Os dedos de Jacaerys se moveram com mais firmeza agora, explorando o corpo de Alyssane com um desejo que ele mal sabia que possuía. Ele a queria, e mais do que isso, queria que ela soubesse disso, que sentisse isso. Cada som que ela fazia, cada suspiro de prazer que escapava de seus lábios, o encorajava a ir mais longe, a explorar mais. A pressão que ele exercia ao mantê-la contra a parede apenas aumentava a tensão entre eles, deixando claro o quanto ele estava sendo afetado por aquele momento.
Ele a beijou novamente, desta vez com mais intensidade, como se quisesse assegurar-se de que aquele momento era real, que Alyssane realmente o queria tanto quanto ele a desejava.
Alyssane estava nervosa, sem saber exatamente o que esperar. Quando Jacaerys puxou sua roupa intima para o lado e se posicionou entre sua entrada e começou a avançar, ela sentiu uma mistura de apreensão e excitação. O início foi doloroso, um desconforto que fez Alyssane apertar os dentes e segurar nos ombros dele com força. Jace, sentindo a tensão no corpo dela, parou por um momento, seu rosto expressando preocupação e cuidado.
— Eu... eu posso parar se você quiser — sussurrou ele, a voz trêmula.
Alyssane negou com a cabeça, segurando-o firme, tentando se ajustar à nova sensação. Ela sabia que queria isso, que queria ele. Jacaerys esperou pacientemente, deixando que ela se acostumasse, até que Alyssane finalmente relaxou um pouco e o incentivou a continuar.
Conforme os movimentos deles se tornaram mais ritmados, o desconforto inicial começou a desaparecer. Seus corpos, antes inexperientes e desajeitados, começaram a encontrar um ritmo natural, um encaixe que fazia todo o sentido. Alyssane sentiu o prazer começar a surgir, uma sensação que crescia a cada investida de Jacaerys, fazendo com que ela gemesse suavemente contra o ouvido dele.
Jace, agora mais confiante, começou a se mover com mais determinação, guiado pelos sons de prazer que Alyssane fazia. A dor que ela sentira no início desapareceu completamente, substituída por uma onda crescente de prazer que a fazia querer mais. Ela segurou Jacaerys com força, puxando-o para mais perto, sentindo a conexão entre eles se intensificar a cada movimento.
Alyssane começou a sentir algo novo, uma sensação que crescia dentro dela com cada investida de Jacaerys. Era como se uma energia fosse se acumulando, uma tensão que se intensificava a cada segundo. Quando finalmente atingiu o clímax, o prazer a invadiu de forma avassaladora, fazendo-a gemer alto, seus dedos cravando nos ombros dele.
Jace ficou maravilhado ao sentir Alyssane tremer de prazer, seus músculos se contraindo ao redor dele. Ver a intensidade do prazer dela o encheu de uma satisfação profunda, mas também o trouxe de volta à realidade. Mesmo enquanto o desejo pulsava em suas veias, ele sabia que a última coisa que queria era que Alyssane enfrentasse as consequências de um ato impulsivo, de ter que carregar um filho bastardo e dos cabelos escuros, como ele mesmo havia sido acusado.
Com uma mistura de relutância e autocontrole, Jacaerys saiu de dentro dela antes de atingir seu próprio clímax, afastando-se ligeiramente, respirando pesadamente enquanto lutava para se recompor.
Enquanto ambos recuperavam o fôlego, Jacaerys olhou para Alyssane, seus olhos ainda ajustando-se à escuridão ao redor deles. Com uma preocupação genuína na voz, ele perguntou:
— Você está bem?
Alyssane, ainda sentindo o eco do prazer em seu corpo, sorriu suavemente e respondeu:
— Sim, estou bem... Foi ótimo.
Os dois começaram a se vestir no escuro, suas mãos tateando em silêncio enquanto recolhiam as roupas espalhadas. Alyssane, agora recompondo-se, pensava consigo mesma sobre o que acabara de acontecer. Tudo o que ouvira antes sobre a primeira vez, as advertências e histórias sobre dor e desconforto, pareciam distantes agora. Sim, havia doído no começo, para caramba, mas a sensação que veio depois... essa havia feito tudo valer a pena.
Enquanto os dois terminavam de se vestir, Alyssane se sentiu um misto de emoções. Além de tudo o que tinha experimentado naquela noite, havia um sentimento de orgulho dentro dela. Era como se ela tivesse provado para si mesma que era capaz de fazer o mesmo que seus irmãos.
A sensação de ter vivido um momento tão íntimo e pessoal, por mais que fosse um ato de rebeldia que nunca viria a ser conhecido por ninguém, dava a Alyssane uma satisfação silenciosa. Ela estava feliz por não ter se reservado para Aegon, que, em sua visão, não a merecia. Em vez disso, ela havia compartilhado um momento especial com alguém que realmente se importava com ela, alguém que a respeitava.
Enquanto se preparava para deixar o local, Alyssane sentiu uma leveza e um contentamento que não esperava encontrar. Sabia que, apesar de todas as complicações e desafios que ainda poderiam vir, tinha feito uma escolha que a fazia sentir-se mais autêntica e realizada.
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