𝟎𝟏𝖝𝟎𝟐 '𝕾𝖎𝖑𝖊𝖓𝖙 𝕾𝖙𝖔𝖗𝖒'

O vento gélido soprava do mar, trazendo consigo a umidade salgada que parecia penetrar nos ossos. A praia estava envolta em uma melancolia densa, acentuada pelas nuvens cinzentas que encobriam o céu. O funeral de Laena Velaryon, esposa de Daemon Targaryen, ocorria em silêncio solene, apenas o som das ondas quebrando nas rochas se misturava com as orações baixas dos presentes.

Alyssane segurava firmemente a mão de Aemond, buscando no contato do irmão algum conforto enquanto o caixão era lentamente descido ao mar. Seus olhos, embora atentos à cena, estavam turvos, não apenas pelo luto que pairava sobre todos mas também pela febre que a atormentava há dias.

 Sua cabeça latejava de dor, e o calor interno a deixava mais fraca do que gostaria de admitir. Mesmo assim, ela não permitiria que ninguém visse sua fragilidade.

Aegon, em contraste, estava a alguns passos de distância, com os braços cruzados e um olhar que transbordava tédio. Ele balançava os pés na areia, observando o horizonte como se estivesse em qualquer outro lugar, menos no funeral de uma parente. Alyssane notou seu desinteresse, mas estava cansada demais para se irritar com o irmão mais velho.

Os filhos de Rhaenyra estavam próximos, seus rostos exibindo uma confusão evidente. Jacaerys mantinha uma postura rígida, mas seus olhos vagavam de um lado para o outro, como se tentasse entender o que se esperava dele naquele momento. Lucerys, mais novo, parecia ainda mais perdido, apertando as mãos, como se tentasse encontrar conforto em si mesmo.

Daemon, por outro lado, parecia um enigma. Seus olhos, normalmente afiados e cheios de vida, estavam vazios, fixos na linha do horizonte. Ele permanecia parado, imóvel, como uma estátua de pedra, incapaz de demonstrar qualquer emoção. Alyssane, mesmo em seu estado debilitado, sentia que algo estava errado. Havia uma frieza em Daemon que ela nunca havia visto antes, como se ele estivesse distante, mesmo estando presente.

Aemond, sempre atento, percebeu o desconforto da irmã ao seu lado. Ele sabia que Alyssane não estava bem mas sua determinação em se manter de pé era admirável. Quando o caixão finalmente afundou nas profundezas do mar, marcando o fim da cerimônia, ele puxou sua mão com suavidade.

— Vamos para a área coberta, Alyssane. — sussurrou Aemond, com uma voz firme, mas gentil.

Ela não resistiu, permitindo que ele a guiasse até uma área mais reservada, onde a família se reunia para receber condolências. Assim que chegaram, Aemond ajudou a irmã a se sentar em uma cadeira próxima, observando sua expressão pálida e os olhos que, apesar de tudo, ainda brilhavam com determinação.

Aemond olhou ao redor, buscando com os olhos seus pais, esperando que alguém viesse verificar o estado de Alyssane. Mas ninguém se aproximou. Ele franziu o cenho, confuso e ligeiramente irritado. Como podiam não perceber que sua irmã estava doente? Como podiam não vir checar ela?

Enquanto Aemond refletia sobre isso, Aegon se aproximou, com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Então, nossa querida irmãzinha está fraca? — zombou Aegon, com o olhar despreocupado, mas o tom carregado de ironia.

Aemond lançou-lhe um olhar duro, as palavras saindo de sua boca com frieza.

— Respeite-a, Aegon. Ela será sua rainha.

Aegon bufou, descrente, e revirou os olhos.

— Casa com ela você, então. — replicou Aegon, sem sequer esconder o desdém na voz.

Sem hesitar, Aemond retrucou, seus olhos ardendo com uma determinação feroz.

— Eu faria de bom grado, se fosse o meu dever.

Aegon ficou momentaneamente em silêncio, surpreso com a resposta firme do irmão mais novo. Ele estava acostumado a provocá-lo, mas dessa vez, algo na postura de Aemond o fez pensar duas vezes antes de continuar. Com uma expressão de desdém, Aegon virou-se e se afastou, claramente descontente por não ter conseguido desestabilizar o irmão.

Enquanto Aegon se afastava, Alyssane desviou o olhar para onde Rhaena e Baela estavam, as duas meninas enlutadas que haviam perdido a mãe. Ela sentiu um aperto no coração ao vê-las. A tristeza nos olhos delas era um reflexo de uma dor que Alyssane não podia ignorar. Sentindo uma súbita necessidade de oferecer algum consolo, ela olhou para Aemond e disse, com a voz suave e hesitante:

— Aemond... eu deveria ir falar com as meninas. Elas precisam de apoio.

Aemond franziu o cenho, não compreendendo o impulso de sua irmã de se preocupar com os outros, especialmente em um momento como aquele. Para ele, o único foco de sua atenção era Alyssane. Ele não queria que ela se cansasse ainda mais, nem que se envolvesse com o sofrimento dos outros. Seu tom foi firme, mas não áspero.

— Não acho que seja uma boa ideia, Alyssane. É melhor não se envolver. — respondeu ele, tentando proteger a irmã de qualquer desconforto adicional.

Alyssane, no entanto, sentiu uma pontada de dúvida. Ela sabia que Aemond estava apenas tentando protegê-la, mas sua natureza era diferente da dele. Ela queria ajudar, queria oferecer o mínimo de conforto às meninas que estavam sozinhas em sua dor. 

Mesmo assim, a febre e a dor de cabeça a deixavam incapaz de argumentar com ele naquele momento, então ela apenas assentiu, guardando o desejo de ajudar em seu coração, enquanto permanecia ao lado de Aemond, buscando forças para continuar.

Aemond percebeu que Alyssane estava ficando cada vez mais pálida e decidiu que seria melhor buscar algo para que ela se alimentasse. Ele estava irritado, ainda mais com o fato de que nem Viserys nem Alicent haviam se preocupado em checar a condição de sua irmã gêmea. O ressentimento contra os pais crescia em seu peito, uma chama silenciosa, mas intensa.

— Vou buscar algo para você comer. Não demoro. — disse ele, com a voz baixa, tentando esconder a raiva que queimava dentro dele.

Alyssane assentiu, um pequeno sorriso de gratidão aparecendo em seus lábios pálidos. Ela observou Aemond se afastar, sabendo que ele faria qualquer coisa por ela. Enquanto ele estava fora, Alyssane olhou ao redor, vendo as expressões sombrias dos presentes e as ondas do mar quebrando silenciosamente na praia. O funeral estava carregado de tristeza e tensão.

Ele andou com passos rápidos e firmes, tentando conter o turbilhão de emoções que o consumia. A cada passo, sua indignação aumentava. Como poderiam ser tão cegos ao sofrimento de Alyssane? Como podiam ignorar a pessoa mais importante para ele? Ele mal percebeu quando pegou alguns pães e frutas, sua mente dominada pela raiva que crescia cada vez mais.

Quando finalmente retornou ao local onde havia deixado Alyssane, Aemond parou de repente. Lá estava ela, sentada, conversando com ninguém menos que Jacaerys Velaryon. O bastardo.

A visão fez seu sangue ferver instantaneamente. O que aquele bastardo estava fazendo ali, falando com Alyssane? Ele sentiu uma raiva intensa tomar conta de si, sua mão apertando a bandeja de comida com tanta força que seus dedos ficaram brancos. O ciúme e a indignação fervilhavam dentro dele. Alyssane era sua irmã, sua gêmea, e ele não suportava a ideia de qualquer um — muito menos um bastardo — se aproximando dela.

Alyssane, sentada na cadeira, parecia alheia à tempestade que se formava dentro do irmão. Ela ouvia Jacaerys, que gesticulava enquanto falava, mas a expressão dela era de puro cansaço, com apenas um vestígio de interesse pelo que ele dizia.

Assim que Aemond chegou perto o suficiente, ele interrompeu a conversa de forma brusca, sua voz gélida e carregada de desdém:

— O que você pensa que está fazendo aqui, Jacaerys?

Alyssane ergueu o olhar, surpresa pela mudança repentina na postura do irmão, e Jacaerys se virou para encarar Aemond. Por um momento, o jovem Velaryon hesitou, surpreso pela hostilidade aberta no rosto de Aemond, mas ele rapidamente se recompôs.

— Estava apenas conversando com sua irmã, Aemond. — respondeu Jacaerys, tentando manter a calma, mas claramente desconfortável com a tensão no ar.

— Conversando? — Aemond repetiu, com uma risada seca e amarga. — Um bastardo como você não tem nada a dizer à minha irmã.

Alyssane franziu o cenho ao ouvir as palavras de Aemond, sentindo o peso da hostilidade que emanava dele. Jacaerys, por sua vez, endureceu a expressão, mas manteve a compostura.

— Não sou um bastardo. — afirmou Jacaerys, tentando manter a dignidade apesar do insulto.

— Todos sabem o que você é. — Aemond retrucou, seus olhos estreitando-se enquanto ele se aproximava ainda mais, a fúria clara em cada linha de seu rosto. — Agora, afaste-se de Alyssane.

A tensão entre os dois era palpável, e Alyssane, mesmo debilitada, sentiu a necessidade de intervir. Ela se levantou com um pouco de dificuldade, colocando uma mão suavemente no braço de Aemond, tentando acalmá-lo.

— Aemond, por favor... — disse ela, sua voz suave, mas firme. — Jacaerys não estava fazendo nada de errado.

Mas Aemond não estava disposto a ceder. Ele olhou para sua irmã, sua expressão suavizando apenas ligeiramente, mas a raiva ainda borbulhava sob a superfície.

— Ele não deveria estar aqui, falando com você — disse Aemond, sua voz mais baixa, mas ainda carregada de ressentimento. — Você não precisa de nada que venha dele.

Jacaerys deu um passo para trás, percebendo que a situação estava prestes a sair do controle.

— Não era minha intenção causar problemas. — disse ele, tentando aliviar a tensão. — Eu vou me retirar.

Sem esperar por uma resposta, Jacaerys virou-se e começou a se afastar, lançando um último olhar para Alyssane antes de se perder na multidão.

Aemond permaneceu onde estava, respirando pesadamente, ainda segurando a bandeja de comida. Alyssane, ao seu lado, suspirou, sentindo o cansaço aumentar com a intensidade do momento. 

O clima entre eles estava pesado, carregado pelo mau humor evidente de Aemond. Sem dizer uma palavra, ele se sentou ao lado dela e empurrou a bandeja em sua direção.

— Coma. — ele disse, de forma seca e direta.

Alyssane o olhou por um momento, percebendo a irritação que ele mal conseguia esconder. Ele ainda estava furioso, e ela sabia que o incidente do porco, envolvendo Jacaerys e Lucerys, ainda estava fresco em sua mente. E agora, ver Jacaerys conversando com ela parecia ter sido a gota d'água para o gêmeo.

Silenciosa, ela começou a comer, mastigando devagar, sem vontade. Seus olhos se fixaram na comida, mas seus pensamentos estavam longe. Aemond permanecia ao seu lado, tenso, os olhos duros, como se qualquer interação com os Velaryons fosse uma afronta pessoal. Alyssane sabia o quanto ele detestava os sobrinhos, e embora entendesse o sentimento de proteção do irmão, ela não podia evitar sentir um certo desconforto com toda a situação.

Ela achava Jacaerys fofo, apesar de tudo. Mesmo depois de ter socado ele e Lucerys por terem ridicularizado Aemond com o porco, havia algo em Jacaerys que a fazia hesitar em sentir a mesma raiva que Aemond sentia. Ela não conseguia odiá-lo, não da maneira que seu irmão parecia fazer tão facilmente.

Mas Alyssane sabia que agora não era o momento de discutir isso. Aemond estava consumido pelo ressentimento, e qualquer tentativa de suavizar seus sentimentos provavelmente seria inútil. Então, ela continuou a comer em silêncio, sentindo o peso das emoções do irmão ao seu lado, enquanto a tensão pairava entre eles como uma sombra.

Enquanto mastigava lentamente, Alyssane observava Daemon e Rhaenyra conversando a uma certa distância. Eles estavam sérios, trocando palavras que pareciam carregadas de peso, e Alyssane não conseguia desviar o olhar. A proximidade entre os dois a fazia pensar em coisas que, por mais que soubesse serem inapropriadas, eram impossíveis de ignorar. 

Rhaenyra era casada, e Daemon estava de luto pela esposa, Laena. Mesmo assim, Alyssane não podia deixar de se perguntar se havia algo mais entre eles. A ideia era escandalosa, mas ela era, por natureza, uma fofoqueira curiosa, e pensamentos como esses vinham naturalmente.

Desde pequena, sua mãe, Alicent, a repreendia por essa curiosidade insaciável. "Uma princesa não deve se intrometer em assuntos que não lhe dizem respeito", dizia sua mãe com frequência. Mas era impossível para Alyssane não notar as sutilezas nas interações dos outros, especialmente em momentos como aquele, onde tudo parecia envolto em segredos.

Perdida em seus pensamentos, Alyssane quase não percebeu quando seus pais, Alicent e Viserys, se aproximaram. Viserys, com seu olhar atento, logo notou a distração da filha e o mau humor evidente de Aemond, que estava sentado ao lado dela, com a expressão dura.

— Onde está Aegon? — perguntou Alicent, com a voz levemente preocupada, enquanto olhava ao redor, procurando o filho mais velho.

Aemond, sem nem ao menos erguer os olhos para os pais, respondeu de maneira seca e irritada:

— Provavelmente está bebendo ou se prostituindo, porque isso é tudo o que ele sabe fazer.

A resposta ríspida de Aemond fez com que o ar ao redor deles parecesse ainda mais tenso. Viserys franziu o cenho, surpreso pela dureza do filho, enquanto Alicent soltou um suspiro exasperado, já acostumada com os comentários amargos de Aemond, mas ainda assim desapontada.

Alyssane, mesmo entretida com seus próprios pensamentos sobre Daemon e Rhaenyra, sentiu a frieza na voz do irmão e desviou o olhar, observando a reação dos pais. Ela sabia que a irritação de Aemond vinha de algo mais profundo do que apenas o comportamento de Aegon.

Alicent franziu o cenho ao ouvir a resposta afiada de Aemond. Ela suspirou, cansada da tensão que parecia nunca se dissipar entre os filhos.

— Chega disso, vocês dois. Já é tarde, está frio, e Alyssane ainda está doente. Entrem agora. — ordenou, sua voz firme, mas preocupada.

Aemond bufou, claramente aborrecido. Ele se levantou abruptamente, lançando um olhar irritado para a mãe.

— Agora a senhora lembra que minha irmã está doente? — disse ele, com sarcasmo. Sem esperar por uma resposta, virou-se e marchou para dentro, a raiva evidente em cada passo.

Alyssane, ainda se sentindo fraca, se levantou logo atrás dele, seguindo-o em silêncio. Ela sabia que era melhor não provocar mais a situação. Alicent observou os dois saírem, sentindo um peso no peito.

Quando os gêmeos desapareceram dentro da Fortaleza, Alicent voltou-se para Viserys, a preocupação evidente em seus olhos.

— Aemond é movido pela raiva, não é? — perguntou, mais como um desabafo do que como uma verdadeira pergunta.

Viserys, sempre tentando ver o lado positivo de seus filhos, respondeu com um tom mais ameno.

— Aemond tem suas qualidades. Ele é educado e bem comportado quando quer ser. Muito inteligente e estudioso, um dos melhores com livros que já vi. E acima de tudo, ele ama e cuida de Alyssane com todo o seu coração. Não se preocupe tanto, Alicent. Ele ainda está encontrando seu caminho.

Alicent suspirou, ainda sentindo o peso da situação. Sabia que Aemond era um jovem excepcional em muitos aspectos, mas sua raiva, sua constante insatisfação, a preocupava profundamente.

— Talvez, mas o que mais vejo nele ultimamente é essa raiva, Viserys. E temo que ela o consuma. — disse ela, olhando para a direção em que os gêmeos haviam desaparecido.

Quando os dois gêmeos entraram na Fortaleza, o calor do ambiente interno contrastou com o frio lá fora, mas isso não fez nada para acalmar o humor de Aemond. Alyssane percebeu que ele estava mudando de direção, desviando-se do caminho que levava aos seus quartos.

— Onde você vai? — perguntou ela, já sentindo que algo estava errado.

— Vou para a biblioteca. — respondeu Aemond, ainda irritado, sem sequer olhar para trás. Alyssane franziu o cenho. 

— Nós deveríamos ir para a cama. Você ouviu a mãe.

Aemond parou por um momento, apenas o suficiente para jogar as palavras sobre o ombro. 

 — Você deveria ir para a cama. Eu, não.

Alyssane, teimosa como sempre, cruzou os braços. 

— Então vou junto.

— Vá dormir, Alyssane. — Aemond finalmente se virou para ela, o rosto endurecido. Ela ergueu o queixo, desafiadora.

— Você não manda em mim, Aemond.

— Mando sim. Eu sou mais velho.

— Nós somos gêmeos, Aemond! — retrucou Alyssane, com a voz carregada de frustração.

— Eu nasci primeiro. — ele retrucou rapidamente, como se essa fosse a única justificativa que ele precisasse. — Então, vá para a cama.

— Eu só vou se você me der boa noite. — disse Alyssane, sem intenção de ceder.

— Eu não vou dar boa noite.

Aemond cruzou os braços, determinado a não ceder. Alyssane piscou, ofendida com a resposta curta. 

— Então eu nunca mais vou falar com você!  

Aemond revirou os olhos, mas algo na ameaça dela o fez hesitar por um segundo. Alyssane estava com os braços cruzados, olhando para ele como se realmente estivesse pronta para cumprir o que disse. Mesmo assim, ele se recusava a ceder, seu orgulho ferido e sua frustração ainda queimando.

— Faça o que quiser — ele disse, com a voz mais fria do que pretendia.

Os dois se encararam em silêncio, a tensão infantil crescendo entre eles, até que Aemond se virou de uma vez, decidido a manter sua posição, enquanto Alyssane, ainda magoada, o observava ir embora.

Alyssane virou-se abruptamente, os olhos ardendo de raiva e frustração. Com passos firmes e apressados, marchou em direção ao seu quarto, cada passo carregado de um ódio infantil. Ela odiava quando Aemond não fazia o que ela queria, especialmente quando ele usava o fato de ser "mais velho" contra ela. Isso a irritava profundamente.

Assim que chegou ao seu quarto, Alyssane se jogou na cama com força, o corpo afundando nos lençóis macios. Seu peito subia e descia rapidamente, o rosto vermelho de frustração. A dor de cabeça que já a incomodava voltou a latejar, intensificada pela febre que parecia aumentar. Ela se sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente.

Por mais irritada que estivesse, o cansaço venceu rapidamente, e logo Alyssane caiu em um sono pesado, os pensamentos ainda embaralhados pela raiva e pela dor.

No entanto, algumas horas depois, ela foi abruptamente arrancada de seu sono por barulhos vindos de fora. Confusa e ainda sonolenta, Alyssane se levantou lentamente, os olhos semicerrados enquanto tentava entender o que estava acontecendo.

Curiosa, ela foi até a janela, espiando através das cortinas. Lá fora, a noite estava envolta em escuridão, mas os sons de uma confusão no Fosso dos Dragões eram inconfundíveis. Sem se preocupar com seu cabelo despenteado ou em calçar os chinelos, Alyssane sentiu seu coração acelerar de excitação.

Sem pensar duas vezes, movida por sua curiosidade e uma vontade irresistível de descobrir o que estava acontecendo, ela correu para fora do quarto e pelos corredores da Fortaleza. Cada passo ecoava no silêncio da noite, mas a única coisa que importava para Alyssane era satisfazer sua fome por saber de tudo o que acontecia ao seu redor.

E, claro, nada a impediria de descobrir o que estava acontecendo no Fosso dos Dragões. Afinal, Alyssane Targaryen era uma curiosa nata, e não havia mistério que ela não quisesse desvendar.

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