𝟎𝟑𝖝𝟏𝟓 '𝕾𝖎𝖓𝖘 𝖜𝖎𝖙𝖍𝖔𝖚𝖙 𝕾𝖆𝖑𝖛𝖆𝖙𝖎𝖔𝖓'

Aemond observou Alyssane em silêncio, seus olhos profundos analisando cada traço de preocupação no rosto dela. Ele conhecia bem aquele olhar; não era sobre Aegon, não era o desgosto com o marido ou sua constante negligência. Era algo muito mais profundo, uma ansiedade que ia além do mero desconforto com o comportamento vulgar do rei.

Alyssane não se importava verdadeiramente com Aegon — isso ele sabia. No entanto, o erro recente de seu marido a abalava de outra forma, cutucando suas inseguranças, alimentando um medo silencioso que Aemond podia ver claramente em cada suspiro dela. Ela estava preocupada com as consequências, com o impacto que essas ações poderiam ter sobre sua posição, sobre os filhos que ela tanto amava e protegia.

Ele recordava, com um toque de nostalgia, como Alyssane sempre fora protetora quando eram crianças. Mesmo em sua teimosia, ela sempre assumira um papel de guardiã, uma alma disposta a se sacrificar pelos outros. Era essa qualidade que a fazia resistir e se manter firme agora. Mas o medo também estava lá — medo de que a corte se voltasse contra ela, de que seus segredos fossem descobertos, e, acima de tudo, o medo de não poder manter seus filhos seguros.

Aemond sabia que, por trás da aparência forte e calculada, Alyssane estava lutando. Era uma batalha invisível, travada em seu coração e mente. Aemond não precisava de palavras para entender. Ele a conhecia como ninguém.

Ele se aproximou, sem pressa, com o mesmo olhar intenso que sempre a desarmava. Seus dedos tocaram levemente o braço dela, trazendo-lhe um consolo silencioso, um lembrete de que ela não estava sozinha, de que ele sempre estaria lá para proteger o que era deles.

— Você vai aguentar isso — murmurou ele, a voz baixa, porém firme. — Porque, no fundo, sei que não há nada que você não faça para proteger aqueles que ama. Não foi assim desde sempre?

Alyssane o olhou por um momento, seus olhos refletindo a mistura de sentimentos — gratidão, cansaço, e uma determinação que ela sempre tinha, mesmo que por vezes vacilante. Ela sabia que Aemond estava certo. A necessidade de proteger seus filhos, de garantir que eles permanecessem seguros, era o que a faria enfrentar tudo. Mesmo que isso significasse engolir a raiva, esconder o desgosto, e fingir uma calma que não sentia.

Aemond se inclinou um pouco mais, falando suavemente para ela.

— Ninguém vai tocar neles — prometeu ele, a voz carregada com a mesma certeza implacável de sempre. — Não enquanto eu estiver aqui.

Alyssane soltou um suspiro discreto e olhou para Aemond com um sorriso leve, agradecendo com um simples olhar, sem necessidade de palavras. Ele sempre sabia como acalmá-la, como oferecer aquele apoio silencioso que apenas eles compreendiam.

— Obrigada — murmurou ela, sua voz suave, mas sincera. Aemond assentiu, mantendo a expressão séria. 

— Vou acompanhar você até seus aposentos — disse ele, sem dar espaço para qualquer objeção.

Os dois começaram a caminhar pelo longo corredor de pedra, mantendo uma distância respeitável entre eles. Os passos ecoavam suavemente, acompanhados apenas pelo sussurro ocasional de criadas que passavam por perto. Alyssane sabia o que aquelas vozes cochichavam hoje — provavelmente sobre Aegon e mais um de seus escândalos. 

No entanto, mesmo em dias mais tranquilos, as fofocas não poupavam ninguém. Ela também sabia que, por mais discretos que fossem, sempre havia rumores sobre ela e Aemond.

Os olhares furtivos das criadas que passavam, os sussurros abafados logo após sua passagem, tudo isso indicava que suas vidas, suas ações, estavam sempre sob um microscópio da corte. Hoje, as atenções poderiam estar voltadas para Aegon e seu comportamento desprezível, mas Aemond sabia — e ela também — que aqueles mesmos olhos não perdiam uma oportunidade de criar histórias sobre eles.

Alyssane manteve o olhar fixo à frente, a postura rígida, tentando ignorar os rumores que sabia que circulavam pelos corredores. Mas Aemond, ao seu lado, estava sempre alerta, com seu único olho fixo em qualquer sinal de desrespeito. 

Ele suportava os sussurros com o mesmo desprezo que reservava ao próprio irmão, sabendo que, apesar de tudo, eles precisavam ser cuidadosos. Toda a corte estava sempre pronta para julgar, para descobrir segredos, mesmo que inventados.

Ele se inclinou ligeiramente para o lado dela enquanto caminhavam, a voz baixa e firme. 

— Eles podem sussurrar o quanto quiserem. Não mudará nada.

Alyssane lançou um olhar breve para ele, percebendo o tom protetor em suas palavras. Ela sabia que, por mais que os rumores pudessem incomodá-la, Aemond sempre estaria lá, sempre pronto para garantir que nada saísse de controle. Ao menos, não enquanto estivesse por perto.

Eles continuaram em silêncio, deixando os murmúrios se perderem no ar, suas presenças inabaláveis, mesmo em meio às sombras de uma corte que parecia sempre à espreita.

Ao se aproximarem do corredor que levava ao quarto de Alyssane, os guardas em suas armaduras mantinham a postura rígida, vigilantes como sempre. Aemond, porém, hesitou. Ele parou de repente, segurando suavemente o braço de Alyssane e a puxando para si antes que ela pudesse se aproximar da porta de seus aposentos.

— Não aqui — murmurou ele, olhando nos olhos dela com uma determinação silenciosa.

Sem esperar por resposta, Aemond a guiou para longe, na direção de seus próprios aposentos, mais afastados, em uma área do castelo que proporcionava mais privacidade. Alyssane lançou um olhar curioso, mas não resistiu. Ela sentiu a urgência em Aemond, a necessidade de um momento longe de tudo — das crianças, da corte, de Alicent, de Aegon e das constantes fofocas que infestavam os corredores.

Ao chegarem, Aemond abriu a porta de seus aposentos com um gesto firme, revelando o ambiente quieto e acolhedor de seu quarto. A lareira acesa projetava um brilho suave nas paredes de pedra, tornando o espaço aconchegante, diferente do clima tenso que dominava o restante da Fortaleza Vermelha.

Assim que a porta se fechou atrás deles, Aemond se aproximou rapidamente, suas mãos já encontrando o caminho para a cintura de Alyssane, puxando-a para perto. Ele a observava intensamente, como se quisesse que ela sentisse cada pedaço do desejo que queimava dentro dele.

Ele fez uma pausa, os olhos ainda presos aos dela, e então acrescentou, quase em um sussurro.

— Sem problemas. Só você e eu.

Ele a queria assim, nesse momento de pura intimidade, longe dos olhares julgadores e das preocupações sufocantes. Aemond se inclinou e beijou-a, de maneira lenta, profunda, como se quisesse que ela esquecesse o mundo por completo. Com aquele simples toque, ele prometia um momento onde não havia intrigas, apenas eles dois, conectados como sempre estiveram.

Os lábios dele deixaram os dela por um instante, e seus olhos intensos a estudaram, buscando qualquer sinal de hesitação.

Alyssane deixou-se ser envolvida pelo toque de Aemond. Seus lábios se encontraram novamente, e dessa vez com mais intensidade, o desejo dele tão palpável quanto o calor do fogo que crepitava ao lado. Ela sentiu suas mãos explorarem sua pele com familiaridade, o toque dele firme, como quem não queria apenas conforto, mas também a certeza de que naquele momento ela estava ali, com ele, e tudo mais ficava para trás.

Aemond a guiou para mais perto da cama, seus passos lentos, como se quisesse prolongar o instante. Ele a soltou apenas por um breve segundo para puxar o cordão de sua capa, deixando o manto negro cair ao chão. Seu olhar mantinha-se fixos nela, estudando cada pequena reação de Alyssane, buscando qualquer traço de receio ou relutância. Não havia nenhum.

Ele a puxou de volta para si, suas mãos acariciando a curva de seu pescoço, depois descendo por suas costas, traçando o caminho até a cintura. Havia uma mistura de intensidade e ternura em seus movimentos, como se Aemond soubesse que, apesar de tudo, Alyssane precisava de um momento para simplesmente existir sem as pressões do mundo.

Ela o deixou conduzi-la, e quando suas costas tocaram o tecido macio da cama, ela suspirou, sentindo as preocupações que pesavam em sua mente começarem a se dissipar, pelo menos naquele breve momento.

Aemond se inclinou, beijando-a novamente, mais devagar desta vez, como se quisesse marcar aquele momento na memória de ambos, longe de todos os olhares e sussurros. Alyssane correspondeu ao beijo, sentindo o calor dele, o desejo, mas também o carinho que transparecia em seus gestos. Cada movimento parecia ser uma promessa silenciosa de que, por mais que o mundo tentasse separá-los ou sufocá-los, ali, naquele momento, eles pertenciam apenas um ao outro.

A mão de Aemond desceu por sua cintura, puxando-a mais para perto, e ele sorriu contra os lábios dela, um sorriso raro e que Alyssane raramente via. Não havia preocupação com responsabilidades, com crianças, com os segredos que pairavam como nuvens sombrias sobre suas vidas. Ali, havia apenas eles.

— Me deixe cuidar de você agora — ele murmurou, sua voz carregada de desejo e proteção. 

Alyssane moveu-se lentamente, seus dedos delicados puxando o tapa-olho de Aemond, revelando a safira que ocupava o espaço onde antes havia um olho. Ele a observava atentamente, seus lábios se curvando em um sorriso sutil, mas havia algo possessivo em seu olhar — como se aquele momento pertencesse apenas a eles, e nada mais importasse.

Ela afastou o longo cabelo prateado do rosto dele, deixando o brilho da safira contrastar com a intensidade de seus traços. Aemond soltou um leve suspiro, uma mistura de alívio e desejo ao sentir o toque dela. Aquele pequeno gesto de carinho, ao mesmo tempo que o fazia se sentir vulnerável, o enchia de uma sensação de domínio, como se Alyssane fosse inteiramente sua naquele instante.

Sem esperar resposta, ele deslizou as mãos para a cintura dela, começando a desamarrar o corset com uma destreza que só o tempo e a familiaridade trazem. Seus dedos puxavam as fitas com paciência, mas a intensidade em seus olhos sugeria pressa — um desejo de vê-la completamente, de tê-la sem barreiras.

Você é minha, Alyssane. — ele sussurrou, aproximando os lábios de seu pescoço enquanto suas mãos terminavam de desfazer as amarras. O calor de seu corpo contrastava com a frieza da sala ao redor, e tudo naquele momento parecia se resumir ao toque dele, ao calor que emanava de seus corpos.

Quando o corset finalmente caiu, Aemond ergueu os olhos para ela, admirando cada detalhe. A possessividade em seu sorriso cresceu, mas havia também uma profunda admiração em seu olhar. Ele inclinou-se, passando os dedos pela pele exposta de Alyssane, sua respiração pesada enquanto ele absorvia cada momento.

— Eu não vou deixar que nada te machuque, nada te tire de mim. — ele sussurrou contra sua pele, suas palavras intensas, como uma promessa que ia além do desejo. Era a declaração de um homem disposto a desafiar o mundo para proteger aquilo que ele considerava seu.

Alyssane sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao ouvir as palavras dele, o toque firme de Aemond contrastando com o carinho que ele agora demonstrava, algo que poucos fora daquele quarto jamais veriam.

Aemond manteve o controle, ajustando a pressão de seus movimentos com cuidado, sabendo o quanto Alyssane estava sensível. Ele queria ser atencioso, tratá-la como ela merecia, sem pressa ou brutalidade, apenas com a devoção que sempre sentiu por ela.

Seus lábios começaram a explorar o peito dela, com beijos suaves e demorados, enquanto sua língua traçava pequenos círculos na pele exposta. Alyssane arqueou levemente o corpo, sentindo o toque quente dele. Aemond era cuidadoso, quase reverente, enquanto descia o tecido do vestido dela, expondo mais de sua pele. Cada movimento era deliberado, uma dança entre controle e desejo.

Ele desceu ainda mais, beijando com carinho a barriga de Alyssane, sua mão repousando suavemente sobre o local, como se estivesse acariciando algo precioso. 

Ele a adorava em cada detalhe, cada toque intencional e calculado, sem pressa. Sabia o que significava para ela estar ali, naquele momento, entregue a ele, e ele queria que Alyssane sentisse o quanto ela era especial. A intensidade de seus sentimentos refletia-se em cada beijo, em cada carícia, e, por mais que o desejo estivesse evidente, ele sabia que agora não era o momento de pressa, mas de cuidado.

Alyssane, agora despida e de joelhos na cama, manteve seus olhos fixos nos de Aemond enquanto suas mãos delicadas se moviam para desabotoar a camisa dele. A tensão entre os dois era palpável, mas havia também um conforto silencioso, uma intimidade que ia além do desejo. Ela deslizava os dedos pela pele dele, devagar, enquanto o tecido da camisa se soltava.

Ela tirou a espada de sua cintura com cuidado, colocando-a de lado, ao pé da cama. O metal frio parecia fora de lugar naquele momento quente e íntimo. Os olhos de Aemond brilharam com uma mistura de possessividade e ternura enquanto a observava, os gestos dela tão precisos, quase reverentes.

Quando ele ficou completamente livre das vestes, Alyssane ergueu o olhar para ele, a respiração deles sincronizada, enquanto as mãos dela exploravam a musculatura firme de seu peito e abdômen. A presença de Aemond era intensa, sempre calculada, sempre controlada, mas agora havia uma vulnerabilidade ali, algo que apenas ela era capaz de provocar.

Ele a puxou para mais perto, a respiração dele se acelerando conforme os corpos se aproximavam. Ela sentiu a força suave dos braços dele ao redor de sua cintura, como se ele estivesse determinado a protegê-la de tudo, ao mesmo tempo que a desejava com cada fibra do seu ser.

Aemond, ainda com o olhar fixo em Alyssane, segurou delicadamente seus pulsos, trazendo-os para cima da cabeça dela, prendendo-os com firmeza contra os lençóis macios. Havia uma suavidade em seus movimentos, mas também uma possessividade latente, algo profundo que ele não conseguia mais conter. Ele a olhava como se ela fosse dele e de mais ninguém.

— Você é perfeita — sussurrou, os olhos fixos nos dela enquanto sua voz era marcada por uma mistura de desejo e autoridade. Cada palavra carregava o peso de seu sentimento, um desejo que ia além do físico.

Ele começou a descer os lábios pelo pescoço dela, mordiscando suavemente, o calor da respiração dele contra a pele exposta. Cada toque, cada beijo parecia mais intenso que o anterior. Quando ele chegou aos ombros e peito, seus beijos se tornaram mais lentos, quase reverentes, mas o controle que Aemond exercia era evidente. Ele queria que ela sentisse cada segundo, cada movimento seu.

Alyssane arqueou levemente as costas, o corpo respondendo ao toque de Aemond enquanto ele a prendia no lugar, com os pulsos ainda delicadamente contidos, mas nunca de forma dolorosa. Era uma mistura entre controle e carinho. A forma como ele a mantinha pressionada, sem forçar demais, deixava claro que, naquele momento, ela pertencia completamente a ele.

— Relaxe — sussurrou ele, com uma voz grave e envolvente, enquanto seus lábios deslizavam ainda mais para baixo, beijando a curva da barriga de Alyssane com uma devoção possessiva.

A cada toque, a tensão entre eles crescia, mas Aemond controlava o ritmo com maestria, sabendo exatamente como provocar e, ao mesmo tempo, cuidar dela.

Aemond continuou descendo, suas mãos ainda segurando os pulsos de Alyssane contra os lençóis, enquanto seus lábios e língua traçavam um caminho lento e intencional pelo corpo dela. A respiração de Alyssane se acelerava conforme ele se aproximava de sua intimidade, e o ambiente parecia carregado com a tensão do momento.

Quando seus lábios finalmente chegaram ao destino, ele liberou seus pulsos, permitindo que suas mãos corressem pelos lençóis, se agarrando ao tecido conforme o prazer tomava conta. Aemond, cuidadoso e intenso como sempre, começou a explorar com a mesma mistura de desejo e controle que a definia para ele. Cada movimento seu era calculado, provocando sensações que faziam Alyssane perder-se no momento, completamente entregue a ele.

Ele mantinha o olhar sobre ela, observando suas reações enquanto sua língua trabalhava lentamente na entrada da boceta dela, atento a cada suspiro, cada movimento de seu corpo em resposta ao toque. A forma possessiva e cuidadosa como a tratava deixava claro que ele queria muito mais do que simplesmente satisfazê-la fisicamente — ele queria gravar sua presença, sua marca, profundamente nela.

Alyssane arqueou as costas novamente, os dedos se agarrando firmemente aos lençóis enquanto o prazer a consumia, e o mundo ao redor parecia desaparecer, deixando apenas a sensação dos toques intensos de Aemond. Ele, por sua vez, mantinha o controle, a devoção possessiva em seus olhos, como se cada instante com ela fosse algo que ele nunca deixaria escapar.

Aemond intensificou os movimentos de sua língua, trabalhando com um ritmo mais rápido e firme, absorvendo cada reação de Alyssane. O som de sua respiração ofegante e os gemidos que escapavam de seus lábios alimentavam sua confiança, criando uma conexão profunda entre eles.

A visão dela, entregue ao prazer, com os cabelos espalhados pelos lençóis e o rosto iluminado por uma mistura de intensidade e vulnerabilidade, fazia seu coração acelerar. Ele estava completamente fascinado, cada momento tornando-se uma celebração da paixão que compartilhavam, mesmo em meio ao caos de suas vidas.

A luz suave que entrava pela janela parecia dançar sobre eles, criando um ambiente quase etéreo, como se aquele instante estivesse fora do tempo. Aemond se sentia como se estivesse guardando um tesouro, aproveitando cada segundo para que essa conexão fosse eternizada em suas memórias. E enquanto Alyssane se perdia na onda de sensações, ele a guiava mais fundo em um abismo de prazer, determinado a levá-la a um clímax que fizesse todo o resto desaparecer. 

Aemond sentia todo seu sangue deescer para seu pau, ficando cada vez mais duro enquanto as paredes dela se apertavam contra sua língua e ele se perdia no sabor viciante e familiar enquanto ficava totalmente absorto aos agudos sons de prazer que saiam da boca de sua gêmea. 

No entanto, a porta se abriu abruptamente, revelando uma cena que paralisou o ar por um instante. A serva, com os olhos arregalados de surpresa, ficou ali, a jarra de vinho escorregando de suas mãos e se estilhaçando no chão. O som do vidro quebrando ecoou pelo ambiente, interrompendo o momento mais íntimo entre Aemond e Alyssane.

A visão da princesa, à beira do orgasmo, e Aemond, concentrado e absorto com o rosto dentre as pernas dela, fez com que a jovem serva não soubesse como reagir. Ela ficou paralisada, corando profundamente, sem conseguir desviar o olhar, enquanto o mundo ao redor parecia desvanecer.

Alyssane, percebendo a presença inesperada, quase se deixou levar pela onda de vergonha que a invadia. Aemond, por outro lado, manteve seu olhar fixo em Alyssane, sua expressão mudando rapidamente de prazer para um misto de indignação e proteção.

Aemond sabia que havia cometido um erro ao se expor daquela maneira. O instante de prazer se transformou em um peso sobre seus ombros, e a ideia de que poderiam ser descobertos o encheu de um medo avassalador. Com um movimento rápido, ele se levantou, jogando um lençol desajeitado sobre Alyssane, tentando proteger a intimidade deles. O desespero o impulsionou a pegar sua espada, sentindo a necessidade de se armar, mesmo que não estivesse em uma batalha de fato.

Sem camisa e sem o tapa-olho, ele caminhou em direção à porta, seu coração acelerado. Cada passo era uma mistura de indignação e determinação; não podia deixar que aquela serva espalhasse rumores, especialmente não sobre algo tão delicado. Ao abrir a porta, ele se deparou com a jovem, que ainda estava paralisada, a respiração rápida e os olhos arregalados.

Aemond puxou a serva para um canto, longe da visão de qualquer outro, seu coração batendo forte, não apenas pela adrenalina, mas pela urgência da situação. Alyssane, ainda sentada na cama, observava com um misto de preocupação e confusão.

— O que você vai fazer? — perguntou ela, a voz trêmula, a mente cheia de pânico.

A serva, agora pálida como um fantasma, começou a tremer, as palavras saindo em um turbilhão.

— Eu não vi nada! Prometo! Não vou contar a ninguém, por favor!

Aemond se inclinou para mais perto, sua expressão séria e intensa. 

— Não quero ter que fazer algo drástico, mas a reputação de Alyssane é mais importante do que você pode imaginar.

Ele sentiu o peso das palavras, cada sílaba carregada de um significado que poderia moldar o futuro deles. A serva balançou a cabeça, os olhos cheios de medo.

— Eu juro, senhor! Não direi uma palavra!

Aemond avaliou a jovem, a raiva misturada com uma estranha compaixão. Ele não queria ser o carrasco, mas a necessidade de proteger Alyssane e os filhos deles era tudo que importava.

Com um movimento rápido e silencioso, desferiu um golpe preciso, encerrando a vida da serva antes que pudesse emitir um som. A morte foi instantânea, uma sombra que se abateu sobre o ambiente. Alyssane, horrorizada, saltou da cama. 

— Aemond! — gritou, a voz trêmula, as mãos levantadas como se tentasse parar o que não poderia ser desfeito. — O que você fez?

— Eu não podia arriscar. — Ele se virou, o olhar firme, mas havia um tumulto em seu interior.

— Você não precisava fazer isso! Havia outras maneiras.

— Você não entende, Alyssane. Não posso permitir que nada, nem ninguém, ameace a segurança de nossa família.

— Mas a vida dela... Aemond, você a matou! — Ela sentiu uma onda de desespero. Aemond respirou fundo, a tensão em seus músculos palpável.

— Foi uma escolha difícil, mas necessária. — ele respondeu, a voz grave, enquanto o peso de suas ações começava a se instalar entre eles como uma nuvem escura.

Alyssane hesitou, lutando para processar o que acabara de testemunhar. O que antes era um refúgio de intimidade agora se tornara um campo de batalha, onde as emoções mais profundas se entrelaçavam com os atos mais sombrios.

Aemond se aproximou, seu olhar suave apesar do que acabara de fazer. 

— Shhh... — murmurou, passando os dedos pela pele dela, tentando secar as lágrimas que escorriam. — Não precisa chorar, Alyssane.

Ele a puxou para mais perto, seus lábios encontrando a pele delicada dela enquanto a envolvia em um abraço apertado. 

— Eu fiz isso por nós, por nossos filhos. Não me arrependo de nada. Mataria quantos fossem necessários para proteger você e eles.

As palavras dele a atingiram como uma tempestade. Embora a intenção fosse consolá-la, a frieza de seu ato pairava no ar, um lembrete sombrio do que ele estava disposto a fazer. Alyssane tentava se agarrar a algum traço do Aemond que conhecia, mas a determinação implacável que o consumia era aterradora.

— Você não pode simplesmente... — ela começou, mas a voz falhou, sufocada pelo medo. O amor que sentia por ele estava se misturando a uma apreensão que a deixava angustiada.

Ele a olhou nos olhos, uma intensidade que quase a paralisava. — Eu faria qualquer coisa por você. Nunca duvide disso.

As lágrimas continuavam a cair, mas ela não conseguia articular o que estava se passando em sua mente. O custo do amor e da proteção parecia mais alto do que nunca, e a linha entre salvação e destruição se tornava cada vez mais tênue.

Aemond segurou o rosto dela com delicadeza, erguendo o queixo para que seus olhares se encontrassem. Ele inclinou a cabeça e a beijou, um gesto que deveria ser reconfortante, mas a essência do momento o tornava angustiante. Alyssane se sentiu perdida entre o amor que o atraía e o medo que a dominava.

Ela não conseguia afastar a sensação de que estava se afundando em uma escuridão que não podia controlar. Os deuses, que antes pareciam uma presença distante, agora a observavam com olhos penetrantes, esperando que ela pagasse por seus pecados, uma lista que parecia crescer a cada dia. E a maioria deles tinha nome e rosto: Aemond.

— Alyssane, olhe para mim — disse ele, sua voz um sussurro suave. Mas a intensidade em seus olhos, mesmo quando tentava transmitir calma, a deixava ainda mais inquieta. Ele era um homem com muitas facetas, e neste momento, a que mais a assustava era a do protetor implacável.

Alyssane desviou o olhar, absorvendo a verdade mais dura: os homens podiam ser mais assustadores que os próprios deuses. Até mesmo Aemond, com seu amor profundo e possessivo, tinha o poder de evocar o terror. Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a confusão dominava seu coração.

— Mas não me olhe dessa forma, esta tudo bem, amor. — Aemond insistiu, sua expressão se suavizando, mas havia uma sombra que se escondia sob a superfície de suas palavras. Ele não queria que ela tivesse medo dele, mas a realidade de suas ações falava mais alto do que qualquer promessa.

O toque dele ainda era gentil, mas a sensação de estar à mercê de um amor que também era capaz de atos impensáveis a deixou com um nó no estômago. O amor podia ser uma arma, e naquele momento, ela não sabia se tinha coragem suficiente para manuseá-la.

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