𝐸𝓅𝒾𝓁𝑜𝑔𝓊𝑒


No dia seguinte à revelação de que Aemond Targaryen estava vivo, Porto Real mergulhou em um caos que nem mesmo a Dança dos Dragões havia provocado. As ruas, antes silenciosas pela sombra da guerra, tornaram-se um turbilhão de rumores. Segundo o arquimeistre Rhaefen, os plebeus de Porto Real, ao ouvirem a notícia, reagiram com equalidades de medo e euforia. Muitos consideraram o retorno de Aemond um milagre — ou uma maldição.

Cogumelo, em sua característica irreverência, relata que "o grito de uma peixeira no mercado ao ouvir que o 'Rei de Um Olho' estava vivo foi tão alto que assustou os corvos até os telhados". Ele também afirma que Alyssane, "a rainha de fogo e lágrimas", teria pessoalmente caminhado pelo mercado naquele dia para anunciar o retorno de seu esposo, segurando a mão dele como se desafiasse qualquer um a questionar sua legitimidade.

O caos não se limitou à capital. Corvos voaram freneticamente para os quatro cantos do reino, levando a notícia às grandes casas. Em Rochedo Casterly, dizem que Lorde Lyman Lannister teria gargalhado incrédulo, enquanto em Ponta Tempestade, Lorde Borros Baratheon convocou sua corte para debater a lealdade renovada ao rei. Já em Vilavelha, a notícia foi recebida com um silêncio carregado, muitos lordes maestres desconfiados do que o retorno do "Príncipe Vingativo" significaria para o equilíbrio do reino.

Levou semanas para que o reino encontrasse alguma medida de ordem. Alyssane, segundo fontes mais confiáveis, assumiu o papel de mediadora entre as casas, enviando missivas e organizando encontros diplomáticos na Fortaleza Vermelha. Cogumelo, sempre propenso ao exagero, narra que a rainha teria chamado pessoalmente os lordes ao trono, enquanto Aemond permanecia ao seu lado como um espectro de aço e fogo.

Embora Aemond fosse o rei em título, o respeito e a lealdade verdadeira pareciam convergir mais para Alyssane. Ela não era apenas a mais velha dos Targaryen sobreviventes, mas a montadora de Aetherion, o maior dragão de sua era. Vhagar, a antiga glória de Aemond, estava perdida para sempre, e isso, na percepção do povo e dos lordes, diminuía a força simbólica do rei diante da presença imponente de sua rainha.

Apesar disso, o equilíbrio delicado entre os dois – ele com seu pulso firme e ela com sua diplomacia resoluta – começou a restaurar uma ordem precária em Westeros. A tensão era constante, o medo de uma nova guerra nunca desaparecendo por completo, mas o caos foi, aos poucos, silenciado pela força combinada de Aemond e Alyssane.

Daella, a filha primogênita de Aemond e Alyssane, retornou para a Fortaleza Vermelha. Crescida e forte como a mãe, e com os olhos ardentes que lembravam o pai, ela trouxe um novo alento à Casa Targaryen. Seu dragão, Aelindor, de escamas douradas e asas de âmbar, era um símbolo vivo do renascimento da dinastia.

Helaena, por sua vez, encontrou um novo capítulo em sua vida. Casou-se com Lorde Tywald Lannister, um homem respeitoso e gentil que via além das cicatrizes de sua alma. Juntos, tiveram três filhos: Tymor Lannister, o mais velho, de cabelos dourados e olhos violetas que revelavam a herança Targaryen; Gerion Lannister, um jovem audacioso e curioso, que herdou a astúcia dos leões; e Rhaella Lannister, a caçula, tão graciosa quanto corajosa, que desde cedo demonstrou um espírito indomável.

Tymor foi prometido a Daella, unindo mais uma vez dragões e leões em uma aliança política poderosa.

Aemond e Alyssane também trouxeram mais dois filhos ao mundo. O primeiro, Viserys Targaryen, herdeiro do trono, herdou o brilho astuto de seu pai e a determinação feroz de sua mãe. Seu dragão, Vandorix, era uma criatura negra como a noite, com olhos de um azul profundo. Viserys foi prometido à prima Rhaella Lannister, selando mais uma aliança que garantiria a força da Casa Targaryen por gerações.

O filho mais novo de Aemond e Alyssane foi chamado Baelor Targaryen, um jovem sereno, de espírito pacífico, mas com uma chama ardente no coração. Seu dragão, Nytherion, tinha escamas prateadas que reluziam como o luar, e era uma visão tão bela quanto imponente.

Com o nascimento dos dragões das crianças – Aelindor, Vandorix, Nytherion e os recém-nascidos dragões dos filhos de Helaena – uma nova era começou para a Casa do Dragão. Pela primeira vez em anos, logo o céu de Westeros estaria novamente repleto de dragões.

Nas palavras de Cogumelo, "Os Targaryen podem ter perdido muito na Dança, mas como o fogo renasce das cinzas, assim também a Casa do Dragão retornou, mais forte e mais unida. O sangue e o fogo forjaram o futuro, e os céus de Westeros voltaram a ser iluminados pelo brilho de suas asas."









FIM

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